A Difícil Arte de Amar escrita por Isabelle


Capítulo 10
A Difícil Arte de Confiar




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Capítulo 10-

                            A Difícil Arte de Confiar

Dryade chegava exausta de uma reunião enfadonha. Definitivamente ela não servia muito para aquela vida acadêmica. Contudo, sentia-se presa à casa das serpentes. Ela pensava cada vez mais em Severus e seu coração doía. Ele saberia como conduzir todo aquele ritual de aulas, notas, políticas e tudo que envolvia Hogwarts naquele momento. Apesar de ter encontrado a sobrinha, o que lhe dava novo alento naqueles dias, não era o suficiente para lhe tirar daquele abismo negro em que seu coração se encontrava. Talvez fosse melhor que voltasse a clinicar no Saint Mungus, ou talvez se atirar da torre de astronomia. Pensamentos tenebrosos passavam por sua mente.

- Sev como você me faz falta amor... – sussurrou Dryade enquanto uma lágrima teimosa caía de seus olhos.

Nesse momento Preparou-se para dormir, pegou o pergaminho dentro da capa e abriu-o como fazia todas as noites. Ele estava em branco. Por um instante ficou lívida.  

- Nina!

Dryade sibilou o nome, como a sobrinha ousou desobedecer a suas ordens? Vestiu seu hobby e foi até o quarto da sobrinha. Tudo que havia planejado para falar perdeu-se no momento. Em tempo a encontrou caída perto da cama, com um sangramento nasal e o pergaminho em suas mãos. A raiva da tia passou imediatamente dando lugar aos instintos de medibruxa. Com feitiços poderosos foi trazendo a sobrinha para mais perto de uma situação aceitável. A garota era forte e iria sobreviver. Alguma coisa havia acontecido. Ela detectou magia em Nina, a garota fora estuporada. Mas, aliado a isso a garota estava em transe, Dryade não detectou magia no ambiente e os feitiços de proteção estavam todos intactos então, não era um ataque real.

Dryade andava de um lado para o outro com o pergaminho na mão, onde será que a sobrinha estava? Por onde sua mente de sensitiva a levou? Abriu o pergaminho e olhou-o novamente, dessa vez notou algo mais, com a mesma letra, a palavra Lestrange aparecia ao pé do pergaminho onde até o dia anterior, última vez que o abrira, não havia nada.

Ela sabia o que significava. Precisava ser rápida. Certificou-se que a sobrinha estava estável, beijou-lhe levemente a testa.

- Obrigada meu anjo... – sussurrou com carinho.

Dryade mandou um patrono para Harry não sabia exatamente o que encontraria lá. Depois se encaminhou até a porta de Draco acordando-o. Ela não sabia bem ao certo se sua mente trabalhava ou alucinava. Encontrar Severus Snape era a sua obsessão.

- Aconteceu algo com Nick? – Perguntou meio sonolento, mas já preocupado.

- Vista-se, Nina encontrou seu padrinho. Preciso de ajuda.  

Draco ficou paralisado. Ele sabia que Dryade amava seu padrinho e que jamais aceitaria sua morte, mas sair no meio da noite para procurá-lo isso já era demais! Sua madrinha não lhe deu muita chance de  protestar. Então o jeito era segui-la, jamais a deixaria só em um momento tão delicado, tinha a obrigação de estar com ela, sua amiga jamais o abandonou nos tempos difíceis, então era a sua vez. Voltou aos seus aposentos e rapidamente pegou sua varinha fazendo um feitiço transfigurando suas roupas em seu uniforme de auror. Seguindo a medibruxa pelo corredor.

Dryade saiu em direção aos aposentos dela e de  Nina. Draco não entendeu bem quando Dryade transfigurou duas macas e começou a levitar Nick e Nina para elas. Seu coração falhou uma batida.

- O que aconteceu com meu filho? – Disse Draco indo em direção ao filho pegando sua pequena mão. – Eles foram atacados?

- Não, Nick só está dormindo. Não o acorde. Ele ficaria assustado. Nina está estável.

Draco estava ao lado dela e ficou muito apreensivo. Mas, um alívio o percorreu quando constatou que Nick estava bem.  Dryade transfigurou suas roupas em um uniforme de couro preto e justo que usava durante a guerra. Com os dois nas macas ela levitando-os para a ala hospitalar. Chamou pela curandeira que veio preocupada até a morena.

- O que aconteceu Noxon? – perguntou Madame Pomfrey já pegando sua varinha.

– Madame Pomfrey, já estabilizei minha sobrinha, ela foi estuporada durante um transe, só precisa ser monitorada, o garotinho só está dormindo. Pode ficar com eles, por favor?  Tenho uma emergência. – Dryade tinha urgência na voz.

- Claro professora! Quer que eu avise alguém? – Perguntou solicita.

- Não! Apenas fique com eles. Se o estado dela piorar leve-a para o Saint Mungus, por favor. – Dryade tinha certo desespero nos olhos.

Esperou por Harry minutos intermináveis. Andava de um lado para outro em silêncio. Draco a acompanhava com o olhar, silencioso, apenas segurando as mãos frias de Nina.

- Dry, tem certeza de que quer fazer isso? Ele está morto. Tem que aceitar. Olha...

- Não Draco ele está vivo eu sei, eu sinto. Sei que me acha insana no momento, mas acredite, seu padrinho está vivo! – Dryade havia chegado perto do afilhado e seu olhar passou o que ia ao seu coração.

Draco ainda ia falar alguma coisa, mas achou melhor voltar ao seu silêncio, nesse momento ele apenas a abraçou. Estreitou a morena em seus braços como se o gesto fosse o suficiente para aplacar a dor de sua querida amiga. Como naquele momento, queria compartilhar da esperança da morena. Como queria que Severus estivesse vivo. Perdido em seus devaneios afastou Dryade um pouco, sorriu e depositou um leve beijo em sua testa.

Dryade sentiu todo o carinho do afilhado e sua preocupação também. Ele estava mudado. Não se lembrava de demonstrações de carinho como aquela. Seu querido garoto não era dado a abraços, mas milagres aconteciam e tinha nome: Nick e Nina. Uma lágrima correu ao sentir o toque leve dos lábios do loiro. Então sorriu.

Harry chegou a Hogwarts muito preocupado. Em que enrascada Draco tinha entrado dessa vez? Ele tinha um talento surpreendente para isso. Como aquele loiro atraia problemas! Harry e Ginny não especularam muito. Um chamado de Dryade àquela hora não deveria ser para tomar chá e conversar sobre a previsão do tempo.

- O que há Noxon? – perguntou Harry que ainda transparecia um pouco de sono.

- Nina encontrou Snape preciso de ajuda. – e voltando-se para Draco. – Ele está na mansão Lestrange. Pode nos levar até lá Draco?

- Sim... – Draco estava meio confuso, o que ele estaria fazendo lá? Harry havia dito que estava morto.

- Dryade, Snape está morto, Harry disse... – ponderou Ginny já com pena da amiga.

- Sim Noxon eu o vi morrer e... – Harry ia repetir a história quando foi cortado pela morena.

- Vão me ajudar ou não? – A medibruxa perguntou com tamanha certeza que os garotos se olharam e sentiram que não tinham escolha.

Draco aproximou-se de Nina retirando uma pulseira que a garota usava, depositando um delicado beijo em sua testa, fazendo Harry virar os olhos e as garotas suspirarem. Encaminharam-se para fora dos muros da escola. Draco programou o objeto para a mansão da tia.

O imóvel estava em ruínas. Depois da guerra, os aurores invadiram o local e prenderam alguns comensais, ninguém teve o interesse de fazer nada com a mansão. Narcissa sua única herdeira, nunca esboçou nenhum interesse pelo lugar. Olharam pelo hall de entrada. Não havia nada ali com certeza.

- Não tem nada aqui Dry. Olha, encare os fatos Sev está morto. – Draco disse se aproximando da amiga, que tinha lágrimas nos olhos.

De súbito lembrou-se do que a sobrinha havia descrito, Nina achava que estava em um porão. Dryade correu em busca de uma escada para descer, com certeza na cozinha, os garotos correram atrás dela a contragosto, no meio do caminho encontraram o elfo. Que só não atacou os invasores, pois reconheceu a magia de Draco. O auror por sua vez fez com que o elfo mostrasse a entrada para o porão. O pequeno ser não teve como recusar. Dryade via exatamente o que a sobrinha havia descrito. Entraram e encontraram Severus envolto por um feitiço. Draco interrogou rapidamente o elfo sobre o feitiço, teve que enfeitiçar a criatura para que ele o obedecesse.

Belatrix havia encontrado Severus, ainda com um fio de vida, então o levou para a mansão e o colocou naquele feitiço para que mais tarde pudesse se vingar dele. Colocou o elfo tomando conta. A criatura como temia a senhora, mesmo depois que ela fora levada para Askabam com o marido, colocou Severus em outro feitiço parecido.

Dryade tinha que ser rápida, assim que o elfo retirasse o feitiço ela tinha que extrair o veneno de Nagine dele. E depois com feitiços estabilizar sua condição. Ele havia sido mantido congelado por cinco anos. Então sua consciência onde quer que estivesse bem como sua magia demoraria em voltar. Talvez nunca voltasse. Mas Dryade o tinha de volta finalmente.

Draco, Harry e Ginny não acreditavam no que viam. Os três estavam felizes e apreensivos com tudo que havia acontecido nas duas últimas horas. Então se colocaram em alerta na porta do aposento, para que Dryade pudesse conjurar seus feitiços em segurança. Não se sabia o que ou quem poderia passar por ali, a casa estava abandonada e poderia sim se um esconderijo de qualquer um.

Dryade concentrou-se e ordenou ao elfo que retirasse o feitiço. A aura luminosa que envolvia o corpo de Severus dissipou e ela fez um feitiço rápido e retirou o veneno que ainda contaminava o corpo do bruxo. Em seguida fez uma varredura, ele tinha sinais de início de falência múltipla nos órgãos, seu coração estava assustadoramente fraco. Por um momento pensou que iria perdê-lo.

- ENERVATE!

Os garotos voltaram o olhar para o interior sentindo que as coisas estavam saindo do controle. Dryade estava lívida.

- EU NÃO VIVI CINCO ANOS A SUA PROCURA PARA TE PERDER AGORA! REAJA MEU AMOR! ENERVATE!

Dryade havia apontado a varinha diretamente para o coração de Severus. A intensidade da energia que empregava naquele feitiço era grande. Os aurores ali presentes podiam sentir. Dryade lutava contra um inimigo obscuro. Eles já haviam presenciado cenas como aquela durante a guerra, mas Harry não suportaria enterrar mais um, não depois de cinco anos. Draco não suportaria ver a amiga sofrer mais do que havia sofrido durante todos aqueles anos em que mantinha uma silenciosa esperança de encontrá-lo vivo. A vida não poderia ser tão cruel era o que todos pensavam naquela sala.

A medibruxa foi aplicando outros feitiços aliado a poções que fez com que seu amor bebesse. Então ele foi chegando a um nível mais aceitável, no momento era tudo que ela poderia fazer. Finalmente Dryade achou seguro remover Severus daquele lugar. Ela tinha sinais de cansaço quando olhou para os aurores, seus amigos, que estavam apreensivos.

- Consegui estabilizar a situação dele. No momento é só o que posso  fazer, já o preparei para a chave de portal.

Draco colocou a pulseira nas mãos do padrinho que havia sido seguro firmemente por Dryade e Harry. Sentiram-se aliviados por estarem na escola novamente. Dryade levou Severus para a área de isolamento da ala hospitalar, começando novos procedimentos ali com ele. Com a ajuda de Madame Pomfrey, finalizou com uma poção, colocou um feitiço de monitoramento e foi para área da enfermaria da ala hospitalar ver sua sobrinha. Não se permitia pensar no futuro só em procedimentos médicos. Manter sua mente ocupada a acalmava. Encontrou Draco ao lado da sobrinha. Tinha a mão dela entre as suas. Ele a amava com certeza. Sorriu para a cena. Madame Pomfrey se aproximou.

- Ela está bem minha cara. Fique tranqüila. Estarei nos meus aposentos se precisar. – A curandeira saiu deixando Dryade ainda pensativa.

- Como ele está Dry? Vai sobreviver? – Draco estava apreensivo.

- Só o tempo dirá Draco. – Ela disse com uma esperança redobrada.

- Bem, acho que essa missão está encerrada para mim. Noxon, Malfoy, se precisarem de nós, só chamar.

- Obrigada Harry, Ginny é bom poder contar com vocês. – Dryade abraçou o auror de tantas missões. E a garota igualmente.

Draco estendeu a mão para o companheiro. – Sou grato pela ajuda. Estou te devendo mais uma cicatriz! – Disse Draco tentando quebrar o clima, mas falhou. A amizade que havia se instalado entre os dois era sincera.

- Quem está contando doninha? – E todos acabaram rindo, e segurando o riso imediatamente, lembrando-se de onde estavam e do avançado da hora.


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Notas finais do capítulo

Depois de um longo e tenebroso inverno voltei, agora sem atrasos!

Espero que gostem!

Jinhos da Belle



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