O Diário de Sir William escrita por Andressa Becker


Capítulo 3
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Olá meus anjinhos,estou aqui com mais um capítulo!
Espero que gostem ♥ Gostaria muito saber o que vocês acharam do Will,do pai do Will,da Margaret,do Edward,de tudo!
Obrigada a Larissa Mendonça e a Branca Fell por favoritarem a história,vocês são demais e fico muito feliz por saber que estão gostando ♥
Obrigada de novo a Larissa por comentar no último capítulo,você é um anjo e não tem ideia do quanto seus comentários são animadores!
Por favor me deixem nem que seja um "Oizinho" eu amaria ler suas opiniões!
Bom,vou parar de tagarelar.
Vejo vocês no próximo capítulo!
Prometo que ele não vai demorar!
Bjsss



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William tinha que admitir que aquele era um fruto proibido muito tentador. Quando seu pai o avisou que havia arranjado um casamento para ele,com uma moça com um dote que os tiraria da situação financeira difícil que se encontravam-A que Will fez questão que estivessem,com os gastos que o garoto dava em suas viagens e idas aos clubes-William imaginou tudo,menos que a garota teria a cabeça adornada com perfeitos cachos loiros,nem que teria grandes e inocentes olhos castanhos,na verdade,tudo no rosto dela era muito agradável,não era uma beleza de ficar deslumbrado,mas ainda assim...Até o vínculo de irritação que havia se formado na testa de Margaret era adorável,espera,vínculo de irritação?

—E Vossa Graça poderia me dizer o porquê eu não sou boa o suficiente?-Ela perguntou com certo sarcasmo na voz e William piscou,pego de surpresa.

—Como?

—Deve ter algum motivo para eu ser rejeitada sem nem ao menos termos trocado três palavras um com ou outro.-Ela cruzou os braços e o fitou esperando uma resposta.

—Você tem me evitado desde que eu adentrei o salão de baile.-Ele apontou,se sentindo um completo idiota,parecia tão fácil...Ela não parecia ter o menor interesse nele.Com sorte,ele havia pensado,estaria interessada no homem que a convidou para dançar,como era mesmo o nome dele?Will havia imaginado que ela ficaria aliviada com o esclarecimento dele,ele não havia imaginado essa situação.

—Não tenho não.-Ela murmurou com teimosia e Will suspirou.

—O problema não é você,eu não tenho interesse em me casar.-Ele mentiu. Não era nem perto da verdade,ele tinha interesse em se casar sim,só não com a mulher que o seu pai escolhera,por mais adorável que fosse a aparência dela. 

—Se é o que o senhor diz.-Ela disse,não parecia acreditar nem um pouquinho nele. Céus,como isso era difícil.

—Não tive a intenção de ferir seus sentimentos.-Ele acrescentou educadamente visto que a garota estava o encarando,não,fuzilando com o olhar,em silêncio.

Vossa Graça não feriu meus sentimentos,nem um pouquinho.-Ela disse com firmeza e Will suspirou novamente.

Como ela conseguia colocar tanto sarcasmo em apenas duas palavras?William precisava desesperadamente dar um jeito dela chama-lo pelo primeiro nome.

—Fico feliz por isso. A senhorita não precisa ser tão formal comigo,pode me chamar de William e espero que eu possa te chamar de Margaret.

—Para que tal intimidade?O senhor não acabou de falar que não tem interesse em se casar comigo?-Ela perguntou com doçura. Meu Deus,como alguém tão pequena podia ser tão irritante? 

—Como quiser,senhorita.-Ele murmurou entre dentes e olhou para os lados procurando qualquer brecha para sair daquela conversa. Will sentia o olhar avaliador da menina em sua nuca. Por que aquelas mães casamenteiras nunca apareciam na hora que se precisava delas?Por Deus,ele nem devia estar sozinho com Margaret!

—Acho que vi o meu pai,se Vossa Graça me der licença,sabe como são os pais,se ele me ver aqui sozinha com o senhor imagina...pode até imaginar que o senhor quer se casar comigo.-Ela abriu um sorriso dissimulado diante do olhar incrédulo de Will.-Espero que o senhor tenha uma ótima noite.

Ah ela não parecia esperar,não parecia esperar nem um pouco.

E sem mais um olhar ela se virou e foi embora. William encarou estupefato o lugar onde Margaret havia estado há apenas alguns segundos. Ela podia trata-lo assim?As consequências seriam muito graves se ele a estrangula-se?A ideia parecia perigosamente tentadora. Com a ideia ainda fresca Will foi na direção do jardim,a sala para os fumantes estava menos silenciosa do que ele pensou que estaria,parecia que metade dos cavalheiros de Londres fumavam. Com sorte no jardim ele não teria interrupções.

O garoto adentrou o jardim e sorriu,a residência dos Walsh era conhecida por ter um jardim espetacular,aparentemente o Visconde Walsh gostava de jardinagem. Will localizou um banco vazio e se dirigiu para lá,foi surpreendido por encontrar um garoto escondido atrás de uma árvore,os dois se encararam com uma evidente curiosidade.

—Você é o Sir William de quem todos estão falando.-O outro garoto falou de forma sagaz.

—E você é Edward Walsh,estou certo?-Will perguntou,os cabelos loiros e o formato do rosto o denunciaram para o futuro Conde. William notou com surpresa que o garoto estava segurando sua própria mão,que estava sangrando,contra o corpo.

Sir William ergueu uma sobrancelha curioso.

—Claro-Edward estreitou os olhos-Devo me preocupar com você também?

William o encarou confuso por um momento,antes de entender que ele provavelmente estava se referindo ao arranjo do pai do garoto para que ele se casasse com Margaret.

—Não há necessidade,não tenho intenções de me casar com sua irmã.-Will esclareceu e viu Edward piscar surpreso.

—Por que?Margaret é maravilhosa!-Ele ralhou.

—Tenho certeza de que é,mas não tenho intenções de me casar tão cedo.-William revelou,o outro garoto o avaliou por um momento antes de sorrir.

—Entendo.

—Devo perguntar a respeito de sua mão machucada?

—De maneira alguma,na verdade será bem melhor se fingir que não me viu aqui. Meus pais estão me caçando.-Edward confidenciou olhando alerta para os lados e Will sorriu,lembrava ainda com vivacidade de se esconder de sua mãe após aprontar alguma com convidados indesejados ou mesmo com seu pai,era um sentimento indescritível e que fazia muita falta.

—O caminho por onde eu vim está vazio.-William confidenciou e o rosto de Edward se iluminou.

—Ficarei em dívida com você.-Afirmou sério antes de desaparecer pelo mesmo caminho que Will havia feito.

William se sentou no banco e tirou seu diário de dentro do seu colete. Com a conversa com Margaret ainda em sua mente,ele começou a desenhar a garota,algo na teimosia dela o atraia de uma maneira surpreendente,nunca em sua vida ele havia conhecido uma dama que o tratasse com tanto atrevimento,todas simplesmente caiam a seus pés,até mesmo as mulheres casadas não conseguiam ser discretas na presença dele,não que ele se envolvesse com muitas delas,Will gostava de ter como amantes apenas viúvas e atrizes,não queria arriscar ferir a honra de uma donzela ou arruinar uma família,mas o garoto gostava bastante de passar seu tempo em bordéis e outros lugares nada respeitosos,ele diria com orgulho que a maior parte da sua reputação era verdade,ele era incorrigível e se orgulhava disso toda vez que via a expressão de desgosto no rosto de seu pai,não que o Conde Davies passasse muito tempo na presença do filho,mas quando passava as alfinetadas e trocas de insultos eram sempre memoráveis.

Will havia começado o diário de desenhos desde jovem quando sua mãe morreu,ele havia ficado com medo de se esquecer do rosto dela,a ideia era tão apavorante que no dia seguinte começara o diário,o primeiro desenho havia sido dela,ele havia adorado o modo como conseguiu captar o brilho no olhar de sua mãe e as pequenas rugas abaixo dos olhos dela,que ela havia adquirido por estar sempre sorrindo. Ela teria gostado dos desenhos dele,Will tinha certeza. Will terminou o desenho de Margaret e sorriu satisfeito,era uma moça muito bonita e tinha personalidade,o que estava em falta ultimamente nas donzelas solteiras de Londres. Will estava se preparando para desenhar Edward,algo no sorriso zombeteiro do menino lembrava William de si mesmo,quando ouviu passos se aproximarem dele,o futuro Conde ergueu os olhos surpreso e se deparou com a Sra.Baddiley-que Will lembrou que tinha duas filhas,muito tagarelas e na idade de se casar-O garoto abaixou o diário e tentou conter um gemido.

—Vossa Graça,que maravilha encontrá-lo por aqui!-A mulher exclamou e Will sorriu,se inclinando para beijar a mão estendida dela.

—É uma adorável surpresa vê-la aqui Sra.Baddiley.-Ele disse gentilmente-Imagino que queira me apresentar suas filhas.-Will foi direto ao ponto,parecia perda de tempo enrolar mais naquela conversa,com alguma sorte ele cumprimentaria as filhas dela,ouviria algumas baboseiras sobre piano e aquarelas e iria embora o mais discretamente possível,ele já havia falado tanto com o Visconde quanto com a Viscondessa Walsh,os dois haviam sido bastante agradáveis e eram tão evidentemente apaixonados um pelo outro que Will se sentiu estranho,seus pais nunca haviam sequer gostado um do outro,ver duas pessoas que deixavam tão claramente evidente que o amor existia e era só encontrá-lo era desconcertante.

—Minhas filhas?Ah não,o senhor não gostaria de nenhuma delas,são umas cabeças de vento.-A Sra.Baddiley falou para surpresa de William,que levantou uma sobrancelha confuso,não era muito comum as mães apontarem os defeitos de suas filhas diante de um possível pretendente,era muito mais comum elas as endeusarem.-Eu estou muito mais interessada no senhor.-Ela falou com um sorriso malicioso.

Will avaliou a Sra.Baddiley por um momento,não era uma mulher feia,devia ter pouco mais de trinta anos,possuía cabelos e olhos escuros,Will por diversas vezes havia se deitado com mulheres de aparência menos agradável do que a dela,mas ainda assim o marido da Sra.Baddiley estava vivo e a mulher ainda tinha dois filhos com pouco mais de dez anos,além das filhas.

—Perdoe-me,mas não sei o que pode interessa-la em mim.-William falou,decidido a se fingir de desentendido até ter uma chance de sair daquela conversa. Contrariando sua vontade a Sra.Baddiley se aproximou dele e abriu mais um sorriso malicioso.

—Eu acho que você sabe exatamente o que eu desejo milorde,conheço a sua reputação.-Ela sussurrou roçando os lábios na orelha de Will. Céus aquilo estava ficando tentador.

—A senhora tem filhos pequenos,minha reputação não envolve mulheres casadas.-William disse,áspero. A Sra.Baddiley inclinou a cabeça para o lado parecendo ainda mais determinada,seus olhos brilhavam com desejo.

—O senhor não se arrependerá.-Ela colocou a mão sobre a coxa dele de modo nada discreto. William estremeceu,meu Deus eles estavam em um jardim,qualquer um poderia pegá-los naquela situação,pior ainda,o marido da Sra.Baddiley poderia pegá-los naquela situação.

—Sra.Baddiley.-Will gemeu e tentou se afastar,a mulher se inclinou quase sentando no colo do jovem.

—Hortência.-Ela sussurrou perto da boca dele,perto demais.

Will sabia que deveria se afastar,ele era mais forte que ela,com certeza a afastaria sem dificuldade,mas algo no fundo de sua mente o fazia hesitar,por que se afastar?Ela estava ali se oferecendo livremente para ele,por que recusar?E daí que ela tinha filhos pequenos?Não eram dele mesmo,não era culpa do garoto se o marido da mulher não conseguia controla-la. William posicionou as mãos sobre o lombar da mulher e a colocou em seu colo,Hortência arfou quando o garoto beijou-lhe o pescoço e Will deu um sorriso de completo deleite. Era sempre tão fácil,as mulheres o adoravam,bastava um beijo e elas já estavam aos seus pés. Ele empurrou todos os protestos contra aquilo para o fundo de sua mente e se concentrou nos lábios de Hortência,eram carnudos,nada como os delicados lábios de Margaret.

Will se afastou dela abruptamente.Margaret que era a sua noiva,mesmo que ele não houvesse concordado com isso,Margaret que ficaria com a reputação em cacos se alguém o visse com os lábios em outra mulher. Por maior a vontade de contrariar o pai que Will tivesse,Margaret não tinha culpa,ele não podia fazer isso com ela. A Sra.Baddiley piscou confusa pelo afastamento do garoto e então seus olhos se arregalaram,não olhavam para Will e sim sobre o ombro dele,e Will soube mesmo sem se virar que havia alguém ali. 

—Perdoem-me,interrompi algo?Estava a procura de seu marido Sra.Baddiley,que incoveniente flagá-la em um momento tão inoportuno.-Will ouviu a voz de seu pai e uma onda de raiva o invadiu.

—N-não é o que o s-senhor está pensando,E-e-eu não e-estou...Eu N-não...-A mulher falou,seus olhos transmitiam o completo horror e medo que ela estava sentindo.

—No colo do meu filho?-Will quase conseguia ver o pai erguendo uma sobrancelha-De certo que deve haver algum motivo,e os beijos...Ah os beijos,deve ter sido uma ilusão minha,não?Por que uma senhora casada e respeitada como a senhora estaria aos beijos com um jovem solteiro e comprometido?Decerto há um motivo.

—S-sim,eu e-estava pedindo a-a-ajuda do Sr.William-Will suspirou,era de se esperar que a  Sra.Baddiley tivesse desculpas melhores,parecia que assim como o bom senso lhe faltava um cérebro.

—Ajuda?Com os laços de seu vestido posso ver,deviam estar apertados demais,entendo,entendo. Não se preocupe,tenho cereza absoluta que o Sr.Baddiley também entenderá.-Will conseguia ouvir o divertimento na voz de seu pai,a mulher em seu colo empalideceu.

Chega,era o suficiente.

—Céus,pare de tortura-lá.-Will resmungou,tentando ser delicado ao tirar a Sra.Baddiley-que parecia que iria desmaiar a qualquer instante-de seu colo e levantar. O garoto lançou um olhar irritado para o pai,que estava calmamente os observando,mas Will sabia que aquela calma era uma máscara,a postura do Conde Davies estava tensa e o maxilar estava travado,William já conseguia prever o sermão que viria.-Sei muito bem que você não irá contar isso a ninguém,pois arruinaria minhas chances de se casar com a adorável Srta.Walsh.

—Uau,que esperto o meu filho,não é mesmo Sra.Baddiley?-Seu pai direcionou um sorriso frio a mulher.

—Com certeza,milorde,m-muito esperto.

—Se nos permite,eu gostaria de conversar com ele,a sós.

—Claro,Vossa Graça,com licença.-Hortência praticamente correu para fora do jardim.Will fuzilou o pai com o olhar.

—Espero que você tenha um bom motivo para interromper um momento que eu descreveria como muito agradável,na verdade extremamente agradável.-Will deu um sorriso zombeteiro,ele sabia que o pai odiava quando ele sorria assim,o que tornou o sorriso um hábito ainda mais constante.

—Você faz ideia do tamanho do escândalo que seria se outra pessoa tivesse visto vocês?-Conde Davies perguntou entre dentes.

—Imagino que muito grande,mais uma mancha incorrigível para minha reputação e céus,pobre Sra.Baddiley,ela ficaria arruinada.-Will respondeu,afetado. Seu pai se aproximou dele e o agarrou pela camisa.

—Eu me esforcei muito para arranjar uma moça com um dote decente para que você se casasse...

—Ah,imagino como você se esforçou.

—Cale a boca-Seu pai vociferou-Você terminou de nos lançar no fundo do poço,conseguiu piorar a situação financeira difícil que estávamos por culpa de sua mãe.

Will cerrou os dentes,não suportava ouvir o pai falar de sua mãe,ele não era e nunca forá digno de falar sobre ela.

—A doença dela nos custou milhares de libras,aquela mulher podia ter nos feito o favor de ter morrido antes e teríamos econo...

Will se livrou do aperto do pai e com um urro se lançou em cima dele,o imprensando contra o tronco de uma árvore.

—NÃO OUSE FALAR DA MINHA MÃE,INSULTE-A NOVAMENTE E EU ME CERTIFICAREI DE ACABAR ATÉ COM O ÚLTIMO RESQUÍCIO DO NOSSO DINHEIRO.-Ele gritou,sentindo cada pedacinho do seu corpo tremer de raiva. Seu pai lhe lançou um olhar superior.

—Você irá se casar com Margaret Walsh.-Ele falou com firmeza,Will o soltou e deu alguns passos para trás,com um olhar enojado estampado em seu rosto.

—Não,não me casarei com ela a menos que seja arrastado até o altar.

—Então assim será.

Com um último olhar de desprezo o Conde Davies se virou e foi embora.William se apoiou no banco e tentou controlar sua respiração. Ele nunca daria ao seu pai o que ele queria,ele se negava com todas as forças. Não haveria maneira alguma dele se casar com Margaret Walsh. 


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