O Diário de Sir William escrita por Andressa Becker


Capítulo 16
Capítulo XV


Notas iniciais do capítulo

Olá florzinhas(/os?)
Como anda a vida de vocês?
Outro capítulo em menos de uma semana!!!Agradeçam a essa greve que me deixou em casa uma semana e a um livro que estou lendo,que tem me inspirado ♥
#SomosTodosCaminhoneiros
MeuDeusAGasolinaTáMuitoCaraScrr
Gente,só tagarelando,mas vocês já leram a coleção "As Quatro Estações do Amor" da Lisa Kleypas?Eu estou em love pelos livros dela,eu geralmente leio algum livro para ter inspirações para escrever capítulos,e as histórias dela são simplesmente muito boas!(São de época) Recomendo!(A louca recomendando livros)
Boa leitura!



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William poderia ter imaginado aquele beijo milhares de vezes e nenhuma delas se igualaria a perfeição daquele momento.

Devo estar no paraíso, ele pensou, talvez eu tenha caído do meu cavalo e quebrado o pescoço, talvez...

Margaret ofegou tirando Will de seus devaneios e o provando que ela era real e estava bem ali em seus braços. Lentamente, ela pôs as mãos nos ombros dele e William sentiu os dedos em sua nuca, deslizando para seus cabelos para impedi-lo de se afastar. Como se houvesse a menor possibilidade dele se afastar. Nada se comparava a aquele momento, nada. E Will queria prolongá-lo pelo máximo de tempo possível. Não se importava mais com a opinião de seu pai, tudo o que queria era ela e esperava que ela também o quisesse.

Ele deslizou suavemente sua mão pela linha do maxilar dela e sorriu, se afastando um momento apenas para observá-la. Seus olhos passando desde os olhos tomados de desejo até suas bochechas coradas e sua boca entreaberta de uma maneira adorável.

—Você é tão linda.-Ele falou acariciando a bochecha dela e ela riu, inclinando-se contra o toque carinhoso de seus dedos.

—Estou ensopada.-retrucou ela e Will se inclinou,pegando uma mecha dos cabelos molhados dela entre seus dedos e a fitando sonhador.

—É a garota ensopada mais linda que eu já vi.

—E foram muitas?-perguntou ela fingindo estar brava e Will balançou a cabeça com o sorriso ainda intacto no rosto.

—Nenhuma delas chegaria a seus pés.-Ele respondeu e ela sorriu, entrelaçando seus dedos nos dele.

—Eu devia adivinhar que o nosso primeiro beijo seria em um momento como esse.

—O que a senhorita quer dizer com "em um momento como esse"?-Will perguntou erguendo uma sobrancelha.

—Só que podia ter sido em uma situação menos...molhada?-Ela limpou delicadamente uma gota de chuva que ainda estava na bochecha de Will, como se para comprovar seu argumento.

—Eu acho que essa situação é perfeita.-Ele começou de modo provocante-Agora me vi desafiado a prova-la do mesmo.

William a puxou para perto e voltou a tomar seus lábios com os dele, suas mãos envolvendo a cintura dela, o cobertor entre eles. Ele não conseguiu evitar o ruído que saiu dele quando os lábios dela se abriram sob os dele, permitindo sua passagem. As mãos dele foram para as costas dela, seguindo o contorno da coluna dela, perfeitamente arqueada sob o toque dele. Havia muito, muito que ele queria tocar, explorar, mostrar e parecia que seu desejo se tornava mais avassalador a cada instante.

—Bem,acho que ainda não estou convencida o suficiente.-Margaret sussurrou com um brilho de divertimento no olhar quando eles se separaram em busca de ar.-Terá de se esforçar mais.

—Seu desejo é uma ordem.

William percorreu com os dedos o contorno vulnerável da clavícula de Margaret, sentindo sua pele tão macia contra seus dedos.Aquele cobertor era um problema, que teria que ser resolvido logo. Ele ergueu os olhos para a menina, que o fitava com os lábios entreabertos e as bochechas coradas. Tempo, havia muito tempo, nenhum dos dois precisava se apressar. Will ergueu a mão de novo e afagou o rosto dela, incapaz de se conter,ela estava tão linda,tão perfeitamente arqueada em seus braços e tão quente. Esperaquente?

—Margaret?-Will se afastou preocupado e a garota gemeu em protesto.

—Você não terminou de me convencer.-Ela reclamou.

—Você está quente.-Will falou colocando as costas de sua mão na testa dela.

—As pessoas não costumam ficar quentes em momentos assim?-Ela perguntou, com uma expressão confusa tão adorável que Will teve vontade de beijá-la novamente.

Concentre-se.

—Não tão quentes.-Will respondeu, fitando-a com preocupação, há apenas alguns momentos atrás ela estava tremendo de frio,como podia estar tão quente agora?-Você está com frio?

—Um pouco.-Ela admitiu com a voz trêmula-Não percebi antes quando você estava...err...nós estávamos...Ah, você sabe. Mas agora está bastante frio.-William deu um sorriso diante da enrolação dela, que logo se transformou em um sorriso apreensivo quando ele a viu tremer e puxar mais o cobertor para o corpo.

—Venha, acho que seria melhor se você se deitasse na cama, vou tentar acender mais a lareira.

—Estou bem.-Ela retrucou, mas não protestou quando William colocou a mão na cintura dela e a conduziu gentilmente até a cama.

—Talvez eu consiga achar outro cobertor.-Ele comentou, tentando soar esperançoso. A verdade era que ter achado um cobertor já havia sido uma sorte tremenda, considerando que aquela casa já estava desabitada fazia um bom tempo.

—Talvez.-Ela concordou deitando na cama e se aconchegando-Você acha que-Ela se interrompeu tendo uma crise de tosses, William foi na direção dela com a testa franzida de preocupação.-Não, não. Eu estou bem. Só estava perguntando se você acha que os cavalos estão bem, está ventando tanto lá fora.

Will seguiu o olhar dela e franziu o cenho, pensando no mesmo. Os cavalos deviam estar ficando encharcados lá fora, a pequena parte coberta em frente à porta da casa não seria suficiente para protegê-los.

—Vou lá fora ver se consigo encontrar um abrigo melhor para eles, e posso aproveitar para procurar mais lenha.-Will falou e Margaret assentiu, empolgada.

—Ótimo, vou com você, deixa eu s...-Ela começou já se levantando, mas Will a interrompeu:

—Nem pensar, lá fora esta congelando.

—Mas você vai.-Ela protestou.

—Eu não estou ficando doente.-Ele rebateu e ela o fitou irritada.

—Eu também n-Ela se interrompeu dando um espirro.

Will ergueu uma sobrancelha e deu um sorriso superior.

—O que dizia?

—Odeio você.-Ela murmurou se jogando de volta na cama, Will se segurou para não dar risada.

—Tudo bem.-Ele falou alegremente e caminhou até a porta.

Ela podia o odiar agora, mas pelo menos não morreria de pneumonia mais tarde.


             *                        *                       *

William voltou uns bons quinze minutos mais tarde, ensopado e tremendo. Tivera que improvisar um estábulo com o que um dia tinha sido um pequeno galinheiro. Era pequeno, mas protegia melhor os cavalos da chuva. Por sorte tinha achado algumas tábuas soltas por ali e conseguiu carregá-las de volta para casa.

—Estou de volta.-Ele anunciou, adentrando o lugar e apoiando as tábuas no chão, exaurido.

Margaret estava encolhida enrolada no cobertor perto da lareira, ela ergueu os olhos quando ele entrou e abriu um sorriso radiante, que sumiu logo depois quando ela teve outra crise de tosses-

—Você não parece bem.-Will se aproximou aflito e colocou as costas de suas mãos na testa dela,a garota estava fervendo de febre.

—Obrigada, se você não tivesse falado eu não teria percebido.-disse ela, seca, e Will sorriu, afagando a bochecha dela.

—Ainda me odeia pelo que eu posso ver.

—Pode se transformar em amor se você conseguir deixar esse lugar mais quente. Está tão frio.-Ela falou, olhando esperançosa para as tábuas perto da porta.

William conseguiu aumentar o fogo da lareira e quase ao mesmo tempo os dois suspiraram aliviados. Ele se sentou ao lado da garota e ficou observando ela. Estava preocupado, ela precisava de um médico, não estava nada bem, se ele ao menos tivesse como levá-la de volta para a casa principal...Mas a chuva lá fora não dava sinal de cessar, e uma viagem corrida sob a chuva até lá talvez deixasse Margaret ainda mais doente.

—Você está tão quieto.-Margaret sussurrou, com a cabeça enterrada entre os joelhos, os cabelos loiros, agora já quase secos, bagunçados ao seu redor.

—Estou pensando em você.-Will respondeu a fitando com um sorriso.

—Costuma fazer isso com muita frequência?-Ela perguntou em um tom entretido e William assentiu.

—O tempo todo.

Ela riu, engatinhando até ele e se aconchegando em seus braços.

—Ah, isso é tão bom-Ela falou quando ele começou a afagar seu cabelo-É estranho que nos conheçamos há tão pouco tempo mas eu me sinta tão bem perto de você?

—Não, me sinto exatamente da mesma forma-Will sorriu-É como no recital.

—Então você sentiu aquilo também?-Ela perguntou surpresa e Will assentiu.

—Se a Sra.Hinxstone não tivesse nos interrompido eu teria te beijado.

—Teria sido um escândalo.-Margaret falou, rindo.

—Não acha que a sociedade londrina precisa de uns bons escândalos de vez em quando?-Ele perguntou e ela riu.

—Absolutamente, só acho que seria melhor para saúde da minha mãe que eles não me envolvessem.

Will pegou as mãos dela entre as dele na tentativa de esquentá-las,o toque fazendo todo seu corpo se arrepiar. Ainda estava maravilhado com tudo aquilo, nunca na vida havia se sentido assim antes.

—Acho que estou apaixonado.-Ele sussurrou, sem conseguir se conter, e a viu arregalar os olhos.

—Isso não é possível, nos conhecemos há menos de um mês.-Ela afirmou, embora ela mesma não parecesse muito certa de sua afirmação.

—Um mês foi o suficiente.-Will sorriu e se inclinou para beijar a parte interna do pulso de Margaret, ele a sentiu estremecer e seu sorriso se alargou. Ao que parecia ele não era o único que se sentia daquele jeito.

—Você não sabe quase nada sobre mim, nem eu sobre você.-Ela falou, ainda incerta.

—Então podemos descobrir agora, já que estamos presos aqui até a chuva parar.

Margaret seguiu o olhar dele até a janela, a tempestade lá fora fazia com que ela tremesse e ameaçasse abrir.

—Não sei-Ela abriu um sorriso cintilante-Eu não costumo ser a mais confiável das pessoas quando estou com febre.

—Mais uma coisa que descobri sobre você-Will disse travessamente-Fala besteira quando está com febre, gosta de andar a cavalo, odeia insetos e sonha em viajar pelo mundo.

—Você se lembra disso.-Ela sussurrou.

—Claro que lembro, você me disse isso naquele jantar na minha casa.

—E que lindo jantar.-Ela murmurou sarcasticamente e Will pegou um cacho do cabelo dela entre seus dedos.

—Sinto muito por meu comportamento deplorável nele, te garanto que eu não tinha, nem tenho, o menor interesse na Srta.Galesmith.

Ela ergueu uma sobrancelha.

—É uma informação difícil de acreditar, Cecília é extremamente bonita.

—A Srta.Galesmith que me perdoe, mas não acho que ela chegue nem perto de você.-Will declarou sorridente, se inclinando e roubando um beijo da menina, que o fitou com um sorriso bobo.-Amo o seu cabelo, seus olhos-Ele deu dois beijos suaves nas pálpebras de Margaret,que riu e se inclinou para mais perto quando ele pousou a mão na bochecha dela-Amo quando você cora quando está envergonhada, amo absolutamente tudo em você.

—Acredito em você-Ela sorriu-Também amo muitas coisas em você.

—Por exemplo?-Ele perguntou em um tom provocativo.

—Adoro quando você ri, suas covinhas aparecem e eu as acho tão lindas, e seu cabelo...-A menina traçou o caminho, da bochecha do garoto até seu cabelo e enroscou os dedos em alguns cachos escuros e sedosos-Ah-Ela suspirou-Você é bonito demais pro seu próprio bem.

—Olha quem está falando-Ele riu e se inclinou para beijá-la de novo,por um momento se esquecendo do foco da conversa-Mas onde estávamos?Me conte sobre você, eu quero saber tudo.

E Margaret contou. Contou sobre como ela adorava a família dela, parando para falar sobre cada membro em especial. Ela adorava o quanto seus pais amavam um ao outro, o como eles pareciam se apoiar um no outro e a maneira apaixonada que eles se olhavam, além do carinho e afeto que eles dedicavam aos filhos. Margaret adorava a personalidade sonhadora e ingênua de Charlotte, assim como a inteligente e astuta de Harriet. Edward era protetor e brincalhão e Maggie amava passar o  tempo com ele. E Ethan era simplesmente a coisinha mais fofinha que ela já tivera o prazer de conhecer, com exatamente essas palavras. Ela contou também sobre o quanto gostava de tocar piano, embora ficasse muito constrangida se alguém estivesse olhando. E o como ela gostava de sentir os cabelos soltos em suas costas, embora usa-los assim na frente de outras pessoas fosse considerado totalmente inapropriado.

E Will também contou sobre a vida dele. Sobre o quanto ele amava e sentia falta da mãe, que sempre fora tão carinhosa e preocupada com ele. Sobre como ainda não perdoara-e achava que talvez nunca conseguiria-o seu pai, por não ter levado a saúde de sua mãe a sério. Contou também sobre suas desconfianças a respeito dele com Lady Somerset, os dois tinham algum passado juntos, e Will desconfiava de que ainda gostassem um do outro. Ele gostava da Lady Somerset, mas a ideia de ver seu pai feliz com outra pessoa, enquanto sua mãe não tinha tido essa oportunidade o irritava. O garoto contou até sobre seu diário de desenhos, e o quão dolorosa era a falta dele, nunca na vida tinha se separado mais do que um pouco daquele caderninho, e agora se via tateando o bolso e encontrando-o vazio, tinha tantas coisas que gostaria de desenhar, e outros desenhos que queria relembrar, mas agora não podia, e isso o desesperava. A ideia de se esquecer do rosto da mãe ou perder para sempre o desenho de Margaret naquela primeira vez que a vira o deixava angustiado.

—Posso sempre usar aquele vestido novamente.-Ela sussurrou em resposta e Will sorriu. Ele a queria tanto, a amava tanto, não estava mais ligando para o pai ou o que quer fosse, só queria ela, bem ali, ao lado dele.

—Você precisa saber que estará se comprometendo com um conde falido.-Will alertou, divertido e a menina ergueu uma sobrancelha.

—Então é o meu dote?-Ela perguntou risonha-Seu pai me escolheu por causa dele?

—Em grande parte, mas acho que ele gostou de você também, não que a opinião dele valha muita coisa.-Will falou acariciando a bochecha dela e ela sorriu, se aconchegando.

—Eu não me importo, só quero ficar perto de você.

Eles continuaram conversando sobre as coisas que mais gostavam por um longo tempo. Ele adorava azul, e ela gostava de verde. Margaret detestava tomates e Will odiava ervilhas. Ela amava o sorriso dele e ele adorava a maneira como ela ria.

Conversaram e compartilharam sonhos até tarde. Will se inclinava e acariciava as costas dela toda vez que a garota tinha uma crise de tosses, e em algum momento no meio da noite ele achou um pano e o colocou, molhado com um pouco de água, na testa dela, na esperança da febre abaixar.

Em algum momento enquanto ele cuidava dela, a garota acabou dormindo, com o rosto encostado no peito dele. Will beijou a testa dela e sorriu sonhador, queria que o resto da vida dele fosse exatamente assim, ele cuidando dela e ela aconchegada em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Gente eu ia interromper o beijo deles com ela espirrando,mas nem eu consegui ser tão antiromântica ahshshsh (Se bem que seria bem engraçado)
Mas então,o que estão achando?Adoraria saber a opinião de vocês!
Eu estou shippando muito esse casal!
Muito obrigada a Naah e a Lala por comentarem no último capítulo,adoro saber a opinião de vocês e também acho que esse beijo já passava da hora de rolar kkkkkkk
Vejo vocês nos comentários?(Por favor T-T)
Bjsss



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