Broken escrita por misskekebs


Capítulo 1
Prólogo




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Enfim terminado!

Lydia Martin ergueu-se e aprumou as costas para aliviar a coluna afetada pela má posição, colocando as mãos sujas de terra nos quadris. O sol brilhava esplendoroso no céu azul quase sem nuvens. O suor banhava-lhe a testa.

Olhou satisfeita para a arcada pintada de branco ornamentada com flores frescas em primoroso arranjo. Estava tudo em perfeita ordem, como idealizara! Os vasos de cerâmica foram distribuídos em intervalos regulares ao longo dos caminhos que circundavam o pátio. A antiga fonte, construída em pedra natural, recuperada e modernizada, agora jorrava jatos de água controlados por um equipamento especial, acompanhando o ritmo da música e retornando ao imenso reservatório, renovando-se de maneira automática.

Estava tudo pronto para a festa que seria realizada à noite. Lydia estava feliz por concluir com sucesso seu primeiro trabalho de grande monta como paisagista de jardins. A oportunidade lhe fora dada por Allison, sua melhor amiga desde os tempos de escola. E, ao lembrar-se dela, um sorriso quase infantil assomou aos seus lábios.

A amizade entre as duas sempre fora vista por todos como compatível, uma vez que Lydia se comportava como um menino e Allison era delicada e feminina. Mesmo assim, nada impediu que elas mantivessem os laços afetivos.

Quando terminaram o colegial, seguiram caminhos diferentes. Allison teve sucesso como top model e adotou um estilo de vida sofisticado. Ao contrário de Lydia, que prosseguiu os estudos, cursando a faculdade de horticultura levando uma vida modesta.

Lydia jamais teve inveja da amiga, nem mesmo quando Allison se casou com um magnata grego. Por isso mesmo, não ficou surpresa quando, após três meses das bodas, a amiga ligou oferecendo um lucrativo trabalho de jardinagem na luxuosa mansão que Scott comprara nos arredores de Atenas. Ela lhe dissera que a casa era perfeita, porém a área de lazer estava muito abandonada e confiava que Lydia pudesse fazer um excelente trabalho, pois conhecia bem seus gostos. E Scott afirmara que dinheiro não seria problema. O que importava para ele era ver a esposa feliz.

E o resultado não poderia ter sido melhor, concluiu Lydia para si mesma, exibindo, orgulhosa, um ar triunfante.

No dia seguinte, voltaria para a Inglaterra com um polpudo cheque, um bonito bronzeado e adoráveis recordações. E, quem sabe, a mãe tivesse anotado pelo menos uns dois pedidos de trabalho em resposta aos anúncios que Lydia colocara no jornal local, antes de ir para a Grécia.

Procurando dar uma conferida final no sistema de irrigação das plantas, percebeu que a pesada porta de madeira que conduzia ao pequeno pomar estava escancarada. Ao mesmo tempo, percebeu um homem bonito e de porte atlético aproximando-se.

Como as mãos estavam sujas de terra, soprou os fios dos cabelos louro-morango que lhe caíam na testa a fim de clarear a visão.

Ele estava com roupas casuais: uma calça jeans desbotada e uma camiseta de algodão preta. Talvez esteja procurando emprego, pensou ela. Apesar de que, comparado aos adolescentes que costumava contratar, estava fora da faixa etária para aquele tipo de trabalho. Pelo que aparentava, deveria ter uns 34 ou 35 anos, no mínimo. Quem sabe não fosse um daqueles eternos desempregados, com mulher e uma penca de filhos, procurando por um servicinho temporário?

E, se fosse isso, ele estaria desperdiçando seu maior talento, ela concluiu, em pensamento, que era a aparência fantástica: alto, bronzeado, musculoso e um rosto tão bonito que faria os joelhos de qualquer mulher bambearem.

Quando ele se aproximou, Lydia precisou engolir a saliva para molhar a garganta ressecada antes de poder falar. Os olhos fascinantes e a boca perfeita do estranho transpiravam uma sensualidade que ela nunca vira antes.

— O projeto está terminado. Não estamos mais empregando ninguém. Sinto muito.

— Ah, é mesmo? — respondeu ele, sem se mostrar desapontado. Na verdade, até sorriu. E erguendo uma das sobrancelhas negras e espessas perguntou: — E você, quem é?

— Lydia Martin, projetista de jardins — ela revelou, Lydia adorava os pais, mas se identificava demais com os irmãos. Sempre agia de forma a provar que seria capaz de fazer qualquer coisa que eles fizessem: desde escalar os mais altos troncos de árvores até ajudar a construir a jangada que costumavam usar para atravessar o lago na fazenda em que o pai era capataz.

A mãe até já havia se resignado a aceitar uma filha moleca, constantemente com os cabelos cobrindo-lhe os olhos e as roupas imundas de terra. E amar mais do que a amava era impossível!

— Pela sua pronúncia devo deduzir que é inglesa, não é? — perguntou o homem, lançando-lhe um olhar sedutor.

Lydia concordou com um gesto de cabeça e desviou o olhar para escapar da atração dos fulgurantes olhos que a intimidavam. Em seus 22 anos, jamais sentira uma sensação daquelas pela proximidade de um homem. Um frio estranho percorreu a espinha dela, fazendo com que um ligeiro tremor a sacudisse.

— Fala o meu idioma? — ele perguntou com uma voz rouca que soou agradável aos ouvidos dela. E, então, repousou o olhar nos lábios de Lydia como se estivesse pretendendo prová-los.

Lydia já começava a perguntar-se por que ele queria saber se ela falava grego quando a atraente voz, com forte sotaque, tornou a ser ouvida.

— Estou perguntando por que gostaria de saber como fez para se comunicar com os ajudantes.

— Ah, por isso! — exclamou ela, com certo alívio. Ainda bem que era apenas uma pergunta inocente. Ela poderia ficar à vontade se apenas se tratasse de amizade. Afinal, a vida toda se relacionara com amigos homens. Tanto no colégio quanto na faculdade. Estava tão acostumada com eles que nunca tivera interesse especial em nenhum dos colegas. E a recíproca era verdadeira. Os amigos a tratavam como se fosse um deles e, quando se tratava de romance, interessavam-se por mulheres mais femininas. Erguendo os imensos olhos verdes, respondeu:

— Não. Não falo grego. Sei apenas algumas palavras básicas. — E, alargando o sorriso, explicou: — Nikos, o jardineiro efetivo contratado por Scott, é muito fluente em inglês e me auxiliou como intérprete.

Lydia parou de falar assim que percebeu que ele não estava prestando atenção na resposta. Então, por que havia perguntado? Apenas para mantê-la entretida? E agora tinha certeza disso porque o estranho percorria com o olhar toda a extensão do seu corpo, demorando-se nas coxas douradas, onde terminava a barra do short curto.

Incomodada com o olhar indiscreto, ela se encolheu e decidiu se livrar da companhia dele.

— Há algo mais em que eu possa ajudá-lo? — perguntou, com uma entonação tão forte que até ela mesma se surpreendeu.

Aparentemente surpreso, ele apertou os olhos. Sem querer, ela admirou o bronzeado da pele máscula e sedosa. Imaginou como seria bom sentir-lhe a textura!

O homem nada respondeu, porém o sorriso educado que ele mantinha nos lábios era capaz de atravessar-lhe a pele e provocar um sentimento de atração que nunca experimentara antes. O que estaria acontecendo com ela?, perguntou-se Lydia, inconformada.

— Eu a aconselharia a procurar uma sombra — declarou ele, estendendo uma das mãos, e com um toque gentil afastou uma mecha úmida da testa encharcada de suor. — Sua pele está queimando! — exclamou o estranho, aparentando Preocupação. — Vejo-a depois.

Lydia aproveitou as últimas palavras dele para retirar-se apressada para a porta aberta e encaminhar-se para o interior da mansão. Ainda podia sentir o toque suave dos dedos fossos em sua pele, provocando-lhe uma sensação prazerosa.

Nos dias que passara em solo estrangeiro tinha tido a oportunidade de conviver com vários homens gregos. Inclusive os próprios auxiliares. De certa maneira, todos tinham quase a mesma postura: eram incapazes de conter o exibicionismo quando havia uma mulher por perto. Ela apenas os observava com o canto dos olhos. Nunca flertara com nenhum. E, mesmo que quisesse, não saberia como. Não tinha nenhuma experiência nesse tipo de coisa.

Com o estranho, porém, havia sido muito diferente. E como! Ele a fizera sentir-se “especial”. E possuía tanto carisma que, se tivesse á intenção de seduzi-la, talvez ela não fosse capaz de resistir. Mas o que estava pensando? Repreendeu a si mesma no momento em que entrava na suíte que lhe fora destinada. Devia estar ficando louca! Nem mesmo o conhecia e provavelmente ele jogaria o mesmo charme para cima de qualquer outra mulher que despertasse seus instintos sensuais.

Despiu-se e entrou no chuveiro, decidida a afastá-lo da mente. Porém, não foi tão bem-sucedida quanto desejaria.

A festa transcorria tranqüila, num ambiente calmo. Os convidados, muito bem vestidos, vagavam pelo jardim com as taças nas mãos, segurando-as de modo elegante. De vez em quando, alguns entravam no salão para se servirem do farto bufe.

Os comentários efusivos sobre os arranjos perfeitos das plantas e da iluminação eram unânimes. Muitos ressaltavam a conotação romântica emprestada à arcada com a escolha das perfumadas rosas e jasmins, colocadas ao redor dos pilares que a sustentavam.

Allison e Scott faziam questão de que todos soubessem que Lydia era a projetista responsável pelo fantástico efeito.

Lydia torcia para que algumas pessoas se lembrassem daquela criatividade e a contratassem, se um dia precisassem de algo semelhante.

Após responder a inúmeras questões sobre plantas e decoração, Lydia resolveu relaxar um pouco e procurou um local mais afastado das pessoas, que se distraíam conversando e rindo, e acomodou-se num banco de pedra ao lado de uma bonita roseira. Allison, que a vira de longe, aproximou-se e sentou-se ao seu lado.

— Está tudo perfeito! Os convidados adoraram! Garanto que logo terá um ou dois pedidos para projetos similares — declarou Allison, com um sorriso feliz.

— Tomara! — exclamou Lydia, risonha. — Adorei a Grécia! — E com um tapinha carinhoso nas mãos que a amiga mantinha cruzadas, sobre o colo, acrescentou: — Por mais que eu fale, não será o suficiente para agradecer por você ter-se lembrado de mim!

— Ah, bobinha! Em quem mais eu poderia pensar? — respondeu a amiga, com um sorriso tão amável que a mimosa covinha da bochecha parecia aprofundar-se. — Mas, deixe-me dar-lhe um conselho: se for procurada por um dos meus convidados, faça um orçamento em dólar e bem acima do que costuma cobrar. Esse pessoal pertence à classe mais alta da sociedade grega. Eles possuem mais dinheiro do que podem contar e irão avaliar seu trabalho pelo valor que você cobrar. Faça um preço muito baixo e não os verá mais!

— Pode deixar. Não vou me esquecer desse “detalhe” — afirmou Lydia, e após um longo suspiro afastou dos olhos os teimosos fios de cabelo e passou a observar um grupo de Pessoas que circulava ali por perto. Pôde até ouvir duas Mulheres trocando informações sobre os estilistas que haviam produzido os elegantes vestidos delas.

O comentário fez com que Lydia observasse a própria roupa. É claro que não tinha condições de compará-la aos suntuosos trajes das damas ali presentes. Também, como poderia? Ela jamais se importara com tais vaidades. Trouxera o único vestido que possuía para ocasiões como aquela: um chemisier básico, mas apresentável, confeccionado em tecido macio, na cor azul.

No instante seguinte, arrependeu-se de não estar mais bem vestida. Foi quando o viu!

Um incontrolável tremor nas mãos teve início. O coração disparou; o estômago se contorceu. O homem que ela imaginara estar procurando um serviço temporário se encontrava a apenas alguns metros dela. Trajado com elegância, certamente seria deduzível que se tratasse de alguém pertencente à mesma classe dos demais convidados.

A atenção do charmoso grego era dispensada à acompanhante que lhe enlaçava o cotovelo esquerdo de uma maneira tão possessiva que parecia estar grudada nele. Tratava-se de uma moça de pele bronzeada, cabelos claros e linda.

Allison remexeu-se no banco assim que avistou o casal, que acabara de chegar.

— Oh, convidados atrasados! É melhor fazer meu papel de anfitriã! — exclamou a amiga, e ergueu-se.

— Quem é ele? — Lydia não conseguiu impedir-se de perguntar.

— Ele é lindo, não é? — comentou Allison enquanto alisava as pregas do vestido com as mãos. Depois, esclareceu: — É Stiles Stilinski, um magnata de navios mercantes e nosso vizinho mais próximo. Hoje pela manhã ele veio discutir alguns negócios com Scott. A acompanhante dele é Malia. Dizem que a família dela tem antigos laços de parentesco com os Stilinski. Acredito que em breve os sinos da capela estarão badalando com mais um casamento. Por isso, não alimente nenhuma ilusão. O homem já foi “agarrado”! — brincou a amiga com um sorriso maroto.

Essa era boa!, pensou Lydia com desgosto. O aviso era desnecessário. Só de vê-lo ao lado daquela “musa” era como se lhe tivessem jogado um balde de água fria. E ainda bem que isso acontecera agora! Era a única forma de afastar da mente a maneira como ele a olhara naquela manhã. Transpirava tanta sensualidade que sem querer abalou as intransponíveis barreiras que ela imaginava ostentar! Sem dúvida, ele poderia ser o homem que a faria quebrar os votos de castidade a que se obrigara para dedicar-se inteiramente à profissão e provar aos pais que estavam errados quanto a acharem que uma mulher precisa de um homem para ter sucesso na vida.

Com o olhar ela acompanhou Allison, que naquele instante recepcionava o casal recém-chegado. E foi com espanto que viu Stilinski acenar com a mão livre na direção dela, demonstrando reconhecê-la.

Sentiu a face pegar fogo e recusou-se a retribuir o cumprimento, fingindo não ter notado o gesto dele. A última coisa que precisava era sentir-se humilhada por tê-lo confundido com um trabalhador braçal.

Ficou aliviada ao perceber que Scott, liderando um grupo de amigos, acercou-se de Stilinski. Embora o tenha surpreendido por diversas vezes espiando na direção dela por sobre o ombro de um homem posicionado na frente dele. E o olhar que lhe lançava não parecia nada casual!

De repente, ela ergueu-se e resolveu voltar para o quarto. Não pretendia ficar ali por mais tempo, sentindo-se ameaçada por aquele olhar devastador!

Além disso, precisava arrumar as coisas. Embarcaria pela manhã, de volta à Inglaterra.

Já escurecia quando Lydia estacionou a velha caminhonete na frente da casa modesta que tinha sido seu lar desde que nascera. Era pequena demais para abrigar quatro crianças, mas a mãe dava um jeito de torná-la confortável mesmo assim.

“Confortável até demais!”, exclamou para si mesma. Apenas Adam, o filho mais velho, se mudara dali dois anos atrás, quando se casara. Ele e Anne tinham tido a sorte de conseguir uma casa cedida pela Prefeitura numa fazenda a poucos quilômetros dali. Seu trabalho como guarda-florestal era plenamente recompensador e garantia a sobrevivência dos Martin com todo o conforto para a esposa, uma criança de oito meses e gêmeos a caminho.

Sam e Ben ainda moravam com os pais. A sociedade que mantinham num negócio que envolvia plantas ornamentais e que supriam os restaurantes e hotéis locais não lhes proporcionava renda suficiente para permitir a independência financeira. Ainda precisavam da comida caseira e dos serviços de lavanderia proporcionados pela mãe.

Lydia retirou a chave da ignição e soprou com força os cabelos da testa para afastá-los. Próxima de completar 23 anos, deveria ser a próxima a sair de casa para dar um alívio para a mãe. E o faria, tão logo obtivesse algum sucesso no trabalho.

O dinheiro recebido pelo serviço realizado na Grécia tinha sido empregado em novas ferramentas, na reforma da caminhonete e numa propaganda em jornais de cidades próximas, já que os anúncios locais só lhe deram pequeno retorno: um projeto de um pequeno jardim no estacionamento de um mercado próximo. Nó mais, os clientes comuns só desejavam serviços modestos que envolviam gramados e área de lazer para crianças.

As tarefas não levavam mais do que cinco dias para serem cumpridas. E, além disso, não havia mais nenhuma expectativa no horizonte.

Para alguém acostumada a ser sempre otimista, naquele dia, Lydia sentia-se estranhamente deprimida. Trancou o veículo e seguiu na direção da porta lateral que conduzia diretamente à cozinha. A mãe, provavelmente, estaria no fogão preparando o jantar para os famintos homens da família, que não tardariam em chegar.

Todas as quintas-feiras ela costumava assar uma enorme torta de carne moída. Lydia prometera preparar a salada de vegetais. E o faria assim que se livrasse das roupas sujas de terra e tomasse um banho ligeiro.

Antes de abrir a porta, encenou um largo sorriso para que a mãe não lhe percebesse o desânimo. Surpresa!

Foi o que teve quando deparou com um homem impecavelmente trajado e acomodado numa das cadeiras da mesa da cozinha. Era ele! Stiles Stilinski.

Lydia sentiu o coração vir à boca e os pensamentos ficarem confusos.

Ele ergueu os olhos e sorriu.

O dia seguinte amanheceu radiante como costumavam ser os dias de primavera.

Lydia estreitou os lindos olhos verdes ao ver Stiles percorrer a entrada da casa, pisando com cuidado nas lajotas de cimento cercadas pela grama aparada. Usava uma calça jeans que lhe destacava os quadris estreitos e as pernas musculosas. A camiseta pólo em tom acastanhado parecia ajustar-se ao bronzeado dos braços poderosos. O fulgor do sol nem mesmo a impedia de fixar o olhar no lindo grego.

Na noite anterior, atendendo ao convite de sua mãe, ele ficara para jantar e se entrosara perfeitamente com a família dela. Enquanto ceavam, Stiles comentara que conhecera Lydia em Atenas, através de uma amiga em comum, e que agora, como se encontrava em negócios nas proximidades, resolvera fazer-lhe uma visita de cortesia.

Ela poderia até acreditar nessa história se não o tivesse visto retomar agora pela manhã. Principalmente porque tinha deixado escapar durante o jantar que teria o dia livre e gostaria de conhecer a cidade, praticamente intimando Lydia a acompanhá-lo. E terminou por estender o convite a toda a família, para jantarem com ele no hotel em que estava hospedado, conquistando a simpatia geral.

Lydia estava assustada e olhava com desconfiança a atitude do grego.

O que levaria um homem bonito e rico, com uma noiva deslumbrante, a importar-se em agradar uma garota simples de uma família comum?, pensou ela, intrigada. Tinha percebido o interesse sensual que ele demonstrara no primeiro dia em que se viram. Afinal, ela não era tão ingênua assim. E o pior era saber que a atração física não era apenas da parte dele.

E, apesar de o bom senso estar alertando que o melhor era ela arranjar uma desculpa e manter-se a quilômetros de distância daquele homem, Lydia fez exatamente o contrário: correu para encontrar o grego, a meio caminho da porta de entrada.

Stiles parou e a aguardou, com o coração disparado. O nível de testosterona, provavelmente, alcançou o limite máximo!

Ele não saberia dizer por que uma garota vestida num jeans desbotado e camisa masculina o atraía tanto! Talvez fossem os cachos anelados que lhe caíam na testa, ou os lábios carnudos, conferindo-lhe um ar de sensualidade.

Lydia nada tinha a ver com as elegantes e refinadas moças que se atiravam aos pés dele onde quer que ele estivesse, insistindo nos mesmos tediosos truques de sedução. Provavelmente, estavam mais interessadas em sua fortuna do que em qualquer outro item.

E uma coisa era certa: a sensação de conquista e desejo físico jamais acontecera antes com qualquer mulher que ele tivesse conhecido, por mais bonita que fosse. E, desde que a conhecera, não tinha parado de pensar nela nem mesmo por um minuto. Ele a desejava, e a teria a qualquer custo.

— Diga a verdade: por que está aqui? — perguntou ela quase sem fôlego.

Ele se limitou a lhe tomar uma das mãos e levá-la carinhosamente aos lábios para depositar um beijo respeitoso. Depois murmurou:

— Quer mesmo saber a verdade?

Ela fitou os espetaculares olhos hipnotizantes e sentiu as pernas bambearem.

Ao mesmo tempo, obedecendo ao instinto comandado pelo corpo em brasa, sentiu os mamilos se enrijecerem por baixo do tecido de algodão da camisa.

— Sim, quero que me diga a verdade — ela pediu finalmente.

Como se soubesse exatamente o que fazer, Stiles enlaçou-a pela cintura e pressionou-lhe os quadris contra o próprio corpo, para que ela sentisse a extensão de sua excitação.

— Preciso retornar a Atenas dentro de um mês, e, quando voltar, irei levá-la comigo, como minha esposa!

Lydia deu um passo atrás.

— O quê? Está louco? Como pode querer se casar comigo se nem mesmo me conhece? — Erguendo o olhar para espiar através dos longos cílios falou, usando um tom zombeteiro: — É dessa maneira que normalmente conquista as mulheres? Prometendo casamento?

Ele sorriu, divertido. E a seguir afirmou:

— Sei que me deseja tanto quanto a desejo. Percebi no primeiro momento em que nos vimos. E, se isso é loucura, então gosto de ser louco. No jantar de hoje vou pedir sua mão aos seus pais.

— Você é mesmo louco! — exclamou ela, antes dele inclinar a cabeça e calar-lhe a voz com um beijo apaixonado.

 

 

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, beijos e até a próxima.



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