Paradise Deluxe Resort escrita por anabfernandes8


Capítulo 2
Parte II


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!! Como prometido, eu tô aqui antes do tempo, iêêê! Sim, isso é raro de acontecer, mas como eu disse anteriormente, a fanfic tava quase pronta, e eu terminei hoje de escrever a parte que faltava! Hoje tem muitas emoções, espero de coração que gostem! Não vou me alongar muito na fala, beijos e boa leitura!



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“Bom dia, flor do dia.” Ouço um grito bem perto do meu ouvido e meu rosto se contorce em dor. Aí, como odeio minha melhor amiga neste momento.

“Sakura, o que você está fazendo?” Resmungo, abrindo minimamente meus olhos para encará-la com uma expressão de tédio, seu rosto a centímetros do meu.

“Nossa, amiga, você já acorda de mau humor, que coisa chata. A gente se divertiu tanto ontem, mas eu to quebradona. Como a gente já tinha combinado de ficar por aqui mesmo pela manhã, então a gente não tá estragando nenhuma programação né. Na verdade, a manhã já está acabando, são onze horas.”

“Quê?” Assusto-me com o horário, porque sério que dormi tanto assim? “Caramba, como é tarde.”

“Sim, eu sei, o café da manhã já se encerrou e acho que podemos nos sentar em alguma daquelas mesas e tomar alguma coisa. A gente pode almoçar por lá também, o que você acha?”

“Por mim, tudo bem. Também não estava muito a fim de sair hoje de qualquer forma.” Na verdade nunca estou muito a fim de sair e hoje não seria diferente.

“Engraçado né, a gente nem fez nada direito e tá cansada desse jeito. Mas o mar cansa as pessoas, só Kami sabe.” Ela suspira e quando abro os olhos de verdade percebo que ela já está devidamente vestida, com sua roupa de banho, enquanto ainda estou de pijama. “Aí que péssimas turistas somos, saímos um dia só e aí parece que nem queremos sair mais. Esse seu cansaço é contagioso viu, eu tava falando de você ontem, que você só queria ficar no quarto e hoje eu que não tô muito animada pra ficar batendo perna pra lá e pra cá.”

“Ainda bem que o mundo dá voltas, né, meu bem.” Pisco para ela, zombando de como as coisas acontecem. Ela me mostra língua e rimos uma da outra. Não perco tempo, pego logo minha toalha para tomar um banho e ficar mais apresentável para a sociedade.

Quando já estou pronta, devidamente banhada, cheirosa e vestida, eu e Sakura saímos para encarar, finalmente, a sociedade. Que se resume, no presente momento, às pessoas chiques que habitam este resort. Vamos direto para a área de lazer, pegando uma mesa próxima àquela que pegamos ontem. Surpreendentemente, hoje está mais cheio do que ontem. Bem mais cheio. Por muita sorte conseguimos um lugar bom, de onde dá para olhar para o palco sem obstáculos na frente.

“Por Kami, é possível que este homem esteja ainda mais gato hoje? Ah, Sasuke!” Reviro os olhos, porque sério?! Mal chegamos e ela já está olhando para ele? Ela vira seus olhos verdes para mim, fazendo me assustar pela proximidade e intensidade do seu olhar. “Eu sei o que você está pensando. E sim, eu já tô falando dele, eu já cheguei olhando pra ele. Se Kami me permitir, hoje eu vou olhar pra ele até meus olhos caírem. Contente-se com isso.”

Dou um sorriso simpático, ela me conhece tão bem. Ela sorri de volta, cúmplice, mas em instantes volta a olhar para o seu mais novo alvo. Argh, isso vai ser um inferno, ela vai ficar chata para caralho falando desse boy novo.

O mesmo garçom que nos atendeu no dia anterior volta, simpático como da outra vez, e fazemos os mesmos pedimos. Sakura, como a boa cachaceira que é, já começa logo cedo na caipirinha. Peço para ficar com o cardápio por mais tempo, para olhar as opções de almoço. Ou petisco. Essa hora da manhã não adianta tentar tomar algo de café da manhã, o melhor era agregar tudo e juntar logo com a próxima refeição.

“O Sasuke fica tão sexy dançando essa música, calma que eu preciso filmar para as minhas outras amigas. Já volto.” Levanto os olhos apenas para vê-la se levantar e dirigir-se à frente do palco. Dou um suspiro, não consigo me conter, porque ela é tão impulsiva. E completamente sem noção. Não consigo ficar observando-a com o celular porque sinto vergonha alheia. Então apenas escorrego meus olhos de volta para o cardápio.

Não sei muito bem o que escolher para comer e vejo algumas opções de pratos individuais. Acredito que dê para duas pessoas, porque vocês sabem como esses lugares são. E, bom, pelo preço, com certeza Sakura e eu comeríamos o mesmo prato, não há nem escolhas. Chamo Edson e faço o pedido, recebendo um aviso de que a comida chegará em trinta minutos.

“Voltei, miga! Caramba, vou guardar esse vídeo para sempre. Você já pediu alguma coisa para almoço?”

“Bem, eu tomei a liberdade de escolher. Tinha um prato executivo que servia uma pessoa, mas eu sei bem como essas coisas funcionam. Eles colocam bastante comida e fazem você pagar mais caro, então pedi um prato só, pra nós duas, com bife, carne vermelha. Tudo bem?”

“Eu como qualquer coisa.” Ela dá de ombros, finalizando sua caipirinha. Encaro-a, com as sobrancelhas levantadas, porque ambas sabemos como ela funciona com as bebidas. “Então, vamos dançar?”

Bufo, apenas porque preciso. Ela me encara com uma expressão ofendida, e então é a minha vez de dar de ombros.

“Por que você bufou dessa maneira? Eu disse alguma coisa engraçada?” Ela força uma cara irritada, mas no fundo sei que ela está se divertindo. O dia está leve e isso é tudo o que eu posso querer em um dia como esse.

“Sim, você disse. Algo muito engraçado. Olha bem pra minha cara e me diz se você acha que eu vou dançar ali com você.”

“Ué, qual o problema? Podemos pegar sol enquanto queimamos calorias. Edson disse ontem que eles tem professores de dança! Isso não é incrível? Tipo, caramba! Se tiver zumba vamos perder vários quilos e suar muito. Vai ser fantástico.”

“Você tem muitos sonhos na sua cabeça, minha pétala rosa.”

“Você falou que ia fazer o que eu quisesse nessa viagem.”

“Como você é chantagista!” Faço um bico e ela ri com vontade. Não estou com a mínima vontade de dançar, mas o que eu não faço para agradar minha melhor amiga agora que estamos prestes a ficar vários anos sem nos ver pessoalmente? Não por falta de vontade, mas sim porque o preço da passagem era absurdo, não dava pra ficar indo e vindo todos os dias como se fossem cidades vizinhas. E tínhamos que encarar a dura realidade. “Tudo bem, vamos antes que eu desista dessa ideia maluca.”

“Você é a melhor amiga do mundo.” Ela aperta minha bochechas e algumas pessoas nos olham estranho. Dou uma risadinha nervosa, porque odeio passar vergonha, e ela começa a tirar a roupa, ficando só de biquíni. Encaro-a, incrédula. Ela quer que eu dance dessa forma?

“Sakura…”

“Ah, Tenten, você não vai desistir não, você disse que ia. Por Kami, você desiste tão rápido das coisas. Mas dessa vez eu vou insistir até o fim, vai tira essa roupa que se não você vai ficar com uma marca horrível desse short.” Resmungo, mas um olhar que ela dá a mim me faz amuar no mesmo instante. “Desista, você não vai me convencer a te deixar ficar. Não demore muito tempo porque estamos perdendo a oportunidade de dançar com os caras gostosos. Não revire os olhos, meu amor, eu prevejo o que você vai fazer antes mesmo que você faça.”

Faço o que ela diz e, por fim, acabo saindo para dançar apenas de biquíni. Sim, estou totalmente envergonhada, mas não há muito o que fazer. Dançamos bastante e, no fim de tudo, acabara sendo bastante divertido. Só voltamos para a mesa quando somos chamadas porque nossa refeição está pronta. Sakura pede uma nova caipirinha e eu embarco no refrigerante.

A companhia de dança sai e uma humorista entra em seu lugar. Rimos bastante enquanto comemos, inclusive algumas garfadas entram pelo buraco errado e engasgo mais de uma vez. Não esperava que os dias fossem tão divertidos aqui e ainda bem que estão sendo. Estamos cheias, satisfeitas e completamente felizes quando a atração muda para um professor de dança. A Haruno ao meu lado fica completamente animada com a situação e me puxa direto para a pista de dança.

Não posso dizer que ela está exatamente bêbada, mas com certeza está mais feliz que o normal. E completamente mais louca que o normal. Percebo isso no exato momento em que ela se vira para mim, seu cabelo preso em um coque, seus olhos verdes astutos e um sorriso estranho em seus lábios.

“Nós devíamos tirar foto com os dançarinos!” O quê? Tenho a impressão de estar pensando, mas percebo que falei alto quando ela abre um sorriso malicioso para mim. “Qual o problema? Eu vi umas meninas tirando fotos com eles quando aquela humorista entrou. E de qualquer forma seria uma coisa maravilhosa poder abraçar um daquele corpos. Sabe, aquele cara Neji é bem bonito também, podemos tirar foto com ele.”

“Você disse que o Sasuke era muito mais bonito.” Ok, estou ofendida. Não disse que o Neji era o menos pior da boca pra fora, ele realmente era um pessoa que parecia incrível, esforçado pra caramba. Mas me sinto frustrada porque ontem ela nem havia reparado na presença dele e hoje já queria tirar várias fotos, tipo, como assim?

“Sim, minha amiga, o Sasuke continua a coisa mais linda desse universo. Mas eu tô abrindo uma exceção para o Neji, você disse que tinha gostado dele e aí eu reparei nele hoje, até que ele é bonito.”

“Eeeei, calma aí, eu não disse que tinha gostado dele. Disse que ele era o melhorzinho dali, o que mais se salvava.”

“Bem, a mesma coisa. Você quer tirar foto com ele ou não?”

Viro o rosto, não sabendo o porquê estar chateada. Voltamos para a mesa e então a companhia de dança entra novamente. Já é bem umas três horas da tarde e logo o sol desaparecerá, dando lugar a uma linda noite estrelada, como ontem. Sakura diz que prefere ficar na mesa, porque assim pode apreciar melhor os dançarinos. Contenho meu impulso de revirar os olhos e volto minha atenção para a atração atual.

Depois do que ela falou, não consigo tirar meus olhos de Neji. Acompanho cada passo que ele faz, como se quisesse gravar na memória. Arrisco-me a fazer uma filmagem, sem me deslocar, claro, continuo sentada bem plena no lugar em que estou. A bendita não me olha, ao meu lado, mas eu sei que aquele sorriso pateta na cara dela significa alguma coisa. Alguma coisa ruim, devo dizer.

Guardo meu telefone e volto a apreciá-lo. Bem, tanto quanto uma pessoa pode apreciar um artista. Percebo mais a cada momento sua garra e compromisso com a dança. E isso me deixa com uma sensação boa, começo a nutrir uma admiração por ele. Porque é uma pessoa completamente engajada no que está fazendo e, sendo assim, ele não precisa de beleza ou atributos físicos, ele tem pontos pelo jeito que é. E isso me faz sorrir.

A tarde continua a se passar e quando o apresentador anuncia que as atrações acabaram, percebo o quanto o dia foi legal. Bem, passar o dia no resort não era de todo ruim. Ou melhor, não seria de todo ruim se a minha amiga não fosse uma garota má.

“Hora da foto!” Ela exclama, fazendo uma careta estranha para mim. Como se me desafiasse de algo.

“Por favor, isso é ridículo. Por que você quer tirar foto com eles? Nada a ver.” Mas, no fundo, eu também estava louca para tirar a bendita foto. Depois de admitir minha mais recente admiração, eu precisava de um porta retrato desse homem para me lembrar exatamente de quais diretrizes eu devia me basear para seguir minha vida. Estar com essa mesma alegria e determinação todos os dias não deve ser nada fácil.

“Ridícula é você. A gente vai tirar foto com ele sim. Com o Neji, eu tiro sua foto e você tira a minha. A gente só precisa esperar ele sair…. Me peguei pensando numa coisa agora… quantos anos será que ele tem? Porque assim, eles ficam o tempo todo falando que ele é novinho, ele tem cara de novinho, será se tipo, ele tem uns 20 anos?”

“É sério que você acha que ele tem essa idade? Porque assim, você fala que ele tem cara de novo, mas eu conheço gente que tem cara de 16 e tem 23. Eu não me supreenderia se o cara tivesse, sei lá, 27.”

“27, Tenten? Você tá doida? Tipo, ter uns 23 tudo bem, agora 27 nunca. Você está delirando. Por que você não pergunta a idade dele quando a gente for tirar foto? Acho que ele não se importaria de responder.”

Balanço a cabeça, porque chega de passar vergonhas. Se bem que andar com a Sakura é exatamente fazer isso, passar vergonha o tempo todo. Mas eu que não iria fazer algo a esse ponto, jamais.

“Você é quem está louca, eu não vou perguntar a idade do cara, já vou parecer louca querendo tirar uma foto. Você pergunta, você é mais descarada.”

“Ok, vou perguntar. Tem que ser eu mesmo né, que não tenho vergonha nenhuma na cara. E não tenho mesmo, uma oportunidade dessas e tu achando que eu vou perder? Nem morta.”

“Oportunidade? Que oportunidade? Achei que tu fosse interessada pelo Sasuke!”

“É claro que sou interessada pelo Sasuke e pelo Neji, e também por aquele Gaara que é bastante bonito. Sempre tem espaço para mais um nesse grande coração da Sakura Haruno. Olha só, lá vem ele.”

“Onde é que você tá indo, doida? Tem um monte de gente na fila, vamos esperar a nossa vez, não vamos ser mal educadas né, por favor!” Ela suspira fundo, mas entende o que estou falando. Ela é doida, mas não completamente sem noção nenhuma das coisas.

Aguardamos calmamente fã por fã tirar foto com o Neji. Ele havia sido um dos primeiros a sair. Na verdade, o primeiro a sair mesmo havia sido o Sasuke. Mas ele não deu bola a nenhuma das fãs e saiu logo pelo cantinho como se estivesse fugindo. E isso resultou em uma Sakura bem frustrada ao meu lado, reclamando horrores, nem ao menos sei como meu ouvido aguenta isso.

Em seguida saiu Naruto, com seu famoso sorriso. É claro que a maiorias das meninas esperava ali para tirar foto com ele e, nós, que estávamos mais atrás, esperamos mais um pouco. Foi um tanto engraçado, porque quando a maioria das meninas foi embora, o loiro ficou olhando pra gente como se esperasse alguma coisa, como se esperasse que fôssemos tirar foto com ele. Minha amiga, que não é discreta nem nada, pôs-se a rir alto enquanto eu apenas abaixava minha cabeça, morta de vergonha.

E então finalmente ele saiu, quando eu já estava bem cansada de ficar ali parecendo uma idiota esperando. Fiquei com medo de ele sair igual o Sasuke, mas até que ele foi bem simpático. Tirou algumas fotos e algumas meninas até tentaram puxar assunto com ele, mas a impressão é que ele estava super cansado e louco pra ir pra casa, porque a todo momento olhava para sua mochila ou fazia menção de que ia tentar pegá-la para sair dali.

A mulher de cabelos róseos ao meu lado praticamente me empurrou para cima dele e quando ela percebeu que fui resistente, ela mesma foi para cima dele. A olhei com uma careta ofendida, mas ela já estava abraçada a ele, a danada que era, ambos com sorrisos nos rostos. Sorri também e tirei a foto, ela veio toda saltitante pegar o celular de minha mão para ver como havia ficado.

Era a minha vez e isso de alguma forma foi uma coisa estranha, porque eu não sabia muito bem o que fazer. Abracei-o de lado e ele colocou uma das mãos em minha cintura e então abri o sorriso mais verdadeiro que eu podia porque queria que a foto ficasse muito bonita para que eu pudesse enquadrá-la. Dois cliques depois, agradeço a ele e saio para junto de minha companheira.

Ela dá um sorriso ladino, quando sei que está aprontando alguma coisa e então vira-se para ele.

“Então, deixa eu te perguntar, quantos anos você tem? É porque fica todo mundo falando que você é novinho e tal…”

Ele dá um sorriso incrível, de tirar o fôlego e nos encara com uma expressão alegre.

“Tenho 25 anos. Os meninos adoram ficar dizendo que eu sou novinho, mas sou mais velho que muita gente aí.” Comemoro internamente, vendo a careta boquiaberta dele. Rá, ponto para mim. Porque ele não tem vinte como ela esperava, bem mais próximo de 27.

“Caramba, bem, obrigada pela foto.” Em uma cena que parece ser incrivelmente inacreditável, ela se aproxima dele para lhe dar um beijo no rosto. Me surpreendo ainda mais quando ele corresponde, cumprimentando-a com dois beijos no rosto. Naquele momento, fico em choque, não sei o que dizer. Como ela pode ser tão ousada ao ponto de… garota danada!

“Valeu.” Ele diz, finalmente pegando sua mochila para poder ir embora para casa. Ela se vira para mim, sorrindo e não tenho nenhuma reação.

“O que foi?” Ela disse, soando inocente. “Quê, você não achou que eu ia perder essa oportunidade do caralho, achou? Meu amor, se liga, eu sou solteira. Se um cara desses me quiser, eu não penso duas vezes.” Não sei exatamente explicar porque, mas isso me aborrece.

“Você é péssima.” É tudo que sai de minha boca e ela me abraça pelo ombro, animada.

“Amiga, ele cheira tão bemmmm! Que perfume incrível.” E o caminho para o quarto é totalmente preenchido pela voz da Sakura e só da Sakura, porque não tenho coragem de falar nada. O que eu poderia falar? Eu tenho um namorado, um compromisso e nada a ver com o cara solteiro que é dançarino. Não tenho direito nenhum de virar para a minha amiga e dizer a ela para tirar os olhos dele, afinal, como ela mesma disse, ela é solteira. E se ela quisesse ficar com ele, e ele também, o que caralhos eu poderia fazer? Bem, nada. E isso era o que me deixava mais irritada.

Chegamos no quarto, tomamos banho e ficamos prontas para dormir e ela ainda não para um minuto de falar sobre ele. Sento-me na minha cama, verifico meu celular e vejo que tem uma mensagem preocupante de Lee, alegando não conseguir falar comigo o dia todo, que eu não estava respondendo-o, como se eu tivesse esquecido da existência dele! Dou um suspiro e finalmente a outra para de falar, para me observar. Ela parece se tocar de que algo está acontecendo.

“Tudo bem?”

“Não sei, é o Lee. Acho que vou ligar pra ele pra saber se tá tudo bem.” Com o telefone em mãos, pressiono a tecla para ligar para o número. Chama várias vezes e quando eu acho que ele não vai atender, sua voz grave me surpreende. Ele me cumprimenta e já sei que seu humor não está dos melhores.

“Tudo bem?” Pergunto, com medo do que essa chamada significa. Ele responde de forma seca e então eu insisto na pergunta. Porque nada a ver ele me mandar mensagem e quando eu ligar ele ficar se passando de que não quer conversar.

Só tô me sentindo sozinho. Desde que você viajou eu não saí, porque nenhum dos meus amigos me convidou, eu não sei se eles acham que eu viajei com você ou algo assim. Falta pouco tempo para você ir embora e então você inventa a droga de uma viagem sem mim. Como você acha que eu estou?

“Você já pensou em você mesmo chamar os seus amigos para sair em vez de esperar um convite?” Sugiro, querendo deixá-lo melhor. Mas isso só piora seu humor.

É sério? Isso é tudo o que você tem a me dizer?

“Sim, isso é o que eu tenho a te dizer.” Começo a ficar irritada, elevando meu tom de voz. “Você precisa parar de ser essa pessoa egoísta e começar a tomar iniciativa das coisas. Não é só ficar esperando pleno achando que vão te convidar todas as vezes. As pessoas gostam de reciprocidade, ninguém tem paciência pra ficar correndo atrás o tempo todo.”

Realmente, ninguém tem paciência mesmo. Nem eu.” Sua fala me ofende, porque acho que foi algum tipo de indireta. E de jeito nenhum que vou escutar isso calada.

“O que você quis dizer com isso?”

Eu tô falando de você! Desde que você viajou que eu não consigo falar com você direito. Você raramente tá me respondendo, eu tento conversar mas você não olha, porque deve estar muito ocupada curtindo a praia com a sua amiga enquanto eu estou aqui sozinho né.

“Lee…” Sinto-me culpada por ele estar sozinho na nossa cidade, mas não quero deixá-lo fazer eu me sentir mal por ter viajado. Minha vida não era só ele e Sakura merece atenção também. Ou ele achava que só ele iria sentir minha falta quando eu fosse embora? E outra, eu também precisava de um tempo. Eu e os meus sentimentos.

Sabe, viajar foi a pior coisa que você fez nesse momento.” Meus olhos se enchem d’água com sua fala. Minha amiga me olhou preocupada, colocando uma das mãos na minha perna, dizendo sem palavras que estaria ali caso eu precisasse dela. Eu não sabia o que pensar. Ao mesmo tempo em que achava ruim ter viajado sem ele, eu acreditava que éramos pessoas diferentes que, mesmo num relacionamento, não precisavam ficar grudadas o tempo todo. E também, outras pessoas precisavam de mim, poxa! Sakura precisava de mim, eu amava a minha amiga e era recíproco. Qual parte disso era difícil para ele entender? Controlei minha voz e engoli o nó que se formou em minha garganta, para voltar a falar.

“Se é o que você acha, não há nada que eu possa fazer. A única coisa que tenho pra te dizer é que você precisa parar de pensar só em você, porque, acredite, não é a única pessoa que vai sentir a minha falta.”

Eu preciso desligar agora.” Ele simplesmente ignorou minha fala, o que fez meu coração se apertar ainda mais. Uma lágrima traiçoeira caiu dos meus olhos e eu rapidamente a limpei.

“Tudo bem. Nos falamos depois.”

Ok, tchau.” E então ele desligou sem me dar a oportunidade de me despedir. Tirei o telefone da orelha e a Haruno me abraçou, enquanto eu chorava de forma descontrolada. Ela tentou colocar minha cabeça em seu colo, mas eu neguei o contato e me levantei.

Precisava de um tempo sozinha com meus pensamentos, então pedi educadamente para que ela se levantasse para que eu pudesse me deitar para dormir, frisando que não queria falar sobre o assunto. Ela aceitou, com uma expressão de dor, e foi para sua própria cama. Deitei-me e fechei os olhos, as lágrimas ainda continuando a cair. Eu demoraria muito tempo para dormir, eu sabia, pois quando uma coisa ficava na minha cabeça, ela demorava a sair.

Iria ser uma noite longa.


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Notas finais do capítulo

Eu tô realmente muito animada com essa fanfic kk porque tá me fazendo relembrar minha viagem. Sim, gente, teve drama sim, porque nada é mil flores né! Espero que tenham gostado. O próximo capítulo é a parte III e o último também, já tô triste pelo fim! Ele sai provavelmente na semana que vem, depois do carnaval, mas não vou prometer porque não sei pra onde vou e imprevistos podem acontecer. Mas não demoro não ^^ Um grande beijos a todos, e até mais! Obrigada a todos que estão me acompanhando nessa mais nova jornada!



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