O Encanto da Serpente escrita por Isa G


Capítulo 1
01




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Scorpius a odiava. Tudo nela o irritava terrivelmente.

O jeito patético que as sardas eram distribuídas no seu rosto; a risada, alta o suficiente para ser ouvida pela Londres bruxa inteira; o cabelo, que parecia nunca ter visto um pente; o sotaque do interior misturado com o vocabulário tedioso que ela certamente leu em algum livro igualmente chato; as vestes, sempre muito coloridas e chamativas; o corpo, esguio e sem algum anúncio de que era uma mulher que o ocupava...

Conhecia aquela garota mais do que gostaria. Prima de seu melhor amigo, era obrigado a trocar cumprimentos pelos corredores ou em algum almoço que fosse convidado por Alvo.

Scorpius não tinha ainda caído em si do que aquele noivado realmente significava. Somente quando, apenas um dia após seus pais terem tido uma reunião particular com o Weasley, recebeu um berrador zombateiro de Alvo Potter.

Nenhum dos dois suportava a ruiva. Eram muito parecidos em vários aspectos; e estavam sempre um ao lado do outro. Unidos pela Sonserina, o quadribol, a paixão por Transfiguração e pelas mulheres. Ah sim. Mulheres. Era bem comum os velhos amigos trocarem figurinhas. Não importavam-se e ainda bebiam madrugadas a dentro relatando cada noite sem dó ou pudor.

Um tremor involuntário o sobressaltou, sendo notado por seu pai, ao seu lado na mesa de jantar. Draco o olhou de canto de olho e imediatamente voltou sua atenção para um de seus convidados, que encontrava-se no meio de um monólogo sobre um cavalo, uma bruxa e uma mala amaldiçoada.

Vez ou outra, sua esposa dava pequenos sorrisos incentivando Ron Weasley a continuar. Elegância sempre foi a maior qualidade de Astória.

Do lado oposto da mesa, mãe e filha encaravam seus pratos intocados. Era de conhecimento geral o desgosto de Hermione Granger Weasley para com o noivado. Fora preciso longas conversas, promessas e (para a infelicidade de Draco e Astória), jantares, para convencê-la.

Na realidade, todos ali encenavam com maestria seu papel. Sabiam que tudo se tratava de negócios.

De um lado, encontrava-se a família Weasley: Ronald e Hermione, considerados heróis de uma Era, estavam falidos graças aos exageros e uma má administração dos negócios por parte do primeiro. O que quase acarretou em um divórcio e uma avalanche de matérias nas principais mídias do país.

Precisavam pagar as dívidas (e também, pelo que chegou aos ouvidos de Scorpius, impedir que a filha mais velha fugisse com a Companhia de Teatro ou o circo, que acampou alguns dias no povoado aonde moram, novamente).

De outro lado, os Malfoy: mesmo com o passar dos anos, o sobrenome causava repulsa na comunidade bruxa. Ainda ricos, poderosos e puros, passam diariamente por percalços decorrentes de um passado jamais esquecido.

Com o noivado, todavia, isso poderia mudar.

Casar seu único filho com uma Weasley teria um efeito avassalador na popularidade da família de sangue nobre.

Além disso, refrearia a vida ainda agitada que Scorpius insistia em levar, mesmo agora, prestes a representar uma parte dos negócios da família.

No mundo bruxo, não era raro famílias optarem por casamento arranjado, mesmo nos tempos de hoje. Todos se conhecem na comunidade mágica, não restando tantas opções.

—- ...Ninguém ao menos notou o artefato escondido sob a capa da Bruxa! Vignoff, aquele duende espertinho, até tentou testemunhar contra Cassandra, mas os aurores não deram bola... Sabem bem o tipinho daquela criatura! -- Ron bebeu um grande gole de vinho tinto, vitorioso consigo por ter a total atenção da mesa -- Mas como se não bastasse, um enfermeiro intrometido do St. Mungus presenciou o começo de tudo e foi ouvido... Imaginem só! Puras lorotas! Fiquei sabendo ainda-- Prosseguiu, com a camisa já um pouco desabotoada e rosto corado pelo álcool.

Rose torcia com todo seu íntimo que essa noite não prolongasse mais do que parecia. Ainda, para sua infelicidade, faltava servirem a sobremesa.

—- Com toda licença, minha senhora -- praguejou a elfo da mansão para a ruiva, retirando seu prato. Podia sentir sua mãe rígida ao seu lado, observando a pequena criatura, com as vestes em frangalhos e arranhões por toda a extensão do seu corpo.

Instintivamente, pegou a mão de Hermione por baixo da mesa de mogno e a apertou com força.

Mãe e filha se olharam por uma fração de segundos. Tudo tão rápido, mas com muitos significados. Um pedido mudo de socorro de ambas.

Soltaram-se com a mesma velocidade. Estavam, por pelo menos dois anos, passando por momentos difíceis, e brigas diárias entre as duas eram facilmente ouvidas do lado de fora da bela casa que moravam.

O estopim fora, com toda certeza, o término da escola e a decisão da filha de seguir a carreira de chef de cozinha na Londres trouxa. Ia e vinha todos os dias do restaurante em que trabalhava. A cada dia, tornando-se uma Rose diferente. Tão diferente, que Hermione não conseguia enxergar qualquer traço de familiaridade.

Na época de Hogwarts, Rose era a melhor de sua turma. Com um dom natural para Feitiços e um futuro promissor em qualquer área. Participara de todos os clubes e fora monitora-chefe, coroando seu já brilhante histórico. Toda família imaginava com facilidade a pequena Rose em algum dos maiores cargos do Ministério.

Mas então, logo após a formatura, Rose pediu autorização para viajar toda Europa trouxa, com o pretexto de conhecer melhor o modo de vida de seus avós e antepassados sem magia. Relutantes, mas sabendo do grande juízo que a menina possuía, concordaram.

Não tardou as coisas começarem a mudar, e Rose decidir sair de vez da mansão dos pais. Mudou-se para uma cidade pequena da Inglaterra, e, pelo que conseguiram extrair da garota, ela estava em um relacionamento com um não mágico, planejando deixar para sempre seu lado bruxo. Até mesmo abdicar de sua varinha.

Com isso, os pais não tiveram outra saída além de aprisioná-la em casa e fazê-la passar por terapia. Fora terminantemente proibida de deixar o povoado que moravam. O que apenas piorou a situação e as fugas tornaram-se corriqueiras.

Mas, no auge de seus vinte e três anos, cansada de lutar contra tudo e todos, além do ato desesperado em arranjar-lhe um pretendente... Rose parou.

Parou de lutar pela sua felicidade e optou por apenas seguir e acatar o que lhe era mandado. Estava definhando.

Uma das poucas coisas que sobrara, e que era comum entre a Rose de Hogwarts com a Rose Trouxa, era as roupas alegres. Mas agora, vestidas em um corpo triste e apagado.

A sobremesa chegara ao alcance de seus olhos, pelas mãos ossudas e dedos longos e encardidos da Elfa velha. Era, a primeira vista, um delicioso muffim de cacau e folha de laranjeiras.

O restante dos presentes pareciam apreciar a opção e comiam com prazer o doce. Rose, apenas observando, pôde notar ao menos dois erros de execução: ovos demasiadamente batidos, conferindo altura e textura não característica do bolo e pouca aromatização das folhas (que provavelmente foram postas em momento errado, causando queima das mesmas). Com um garfo, cortou um pequeno pedaço e o colocou na boca. Queria não o ter feito.

Era o pior muffim que comera na vida. Dona Mary, sua professora e melhor confeiteira de todo Reino Unido, teria batido até o amanhecer as mãos do responsável, com sua inseparável colher de pau.

Um pequeno sorriso, um misto de aperto e calor, brotou em seu rosto. Fazia muito tempo desde que a viu pela última vez. Isso a fez lembrar-se de Conrado, outra pessoa que deixou para trás.

Com um embrulho repentino na boca do estômago, cruzou os talheres.

—- Excelente sobremesa, Helga. -- Com a voz rouca pela falta de uso na noite, Hermione sussurrou quando a Elfa passou. E então, dirigiu-se aos anfitriões: -- Somos muito gratos pela recepção, Astória. Tenho absoluta certeza que organizar um casamento será uma tarefa fácil para você.

—- Oh! Podem ter minha palavra de que será uma cerimônia inesquecível. Casar o único filho é uma tarefa que não permite falhas. Aliás: Rose, querida, não gostaria de ir ao clube que frequentamos este final de semana? Poderá conhecer alguns amigos próximos da família e se acostumar com a rotina de Scorpius... Como também, se conhecerem melhor, claro! -- A última frase saiu um pouco trêmula, mas não menos educada.

Scorpius não fixou o olhar em ninguém em especial, mas falou alto o suficiente para todos:

—- Nos conhecemos há anos. Não vejo alguma necessidade disso. E até onde sei, meus amigos e ela igualmente se conhecem.

"E não se suportam" completou mentalmente.

Em outros tempos, Rose retrucaria essa insolência, mas concordava totalmente com o rapaz.

Os Zabini, as gêmeas Parkinson e o idiota do Nott não eram o que Rose chamaria de diversão para um final de semana.

—- Não seja tolo, querido. É claro que seria uma ótima oportunidade para ambos.

—- Bem! Está tudo muito bom, tudo muito ótimo, mas temos que ir! -- Ron largou o guardanapo na mesa e cambaleou para fora da cadeira. -- Vamos. Hermione, Rose. Amanhã haverá almoço na casa de minha mãe, meu irmão Carlinhos virá, sabe como é. -- Não, eles não sabiam.

Draco e Astória os acompanhou até a porta. Scorpius desapareceu de vista. Mas ouviram bem a porta de seu quarto bater no andar de cima.

—- A carruagem a buscará perto das três, no sábado, querida.

Com acenos, os visitantes vestiram suas capas e rumaram para além do território da mansão, podendo assim conseguir aparatar.

=.=.=.=

Sempre que havia almoço na casa da vovó Molly, o coração de Rose voltava a bater mais forte.

Seus avós, Dominique, James e Carlinhos eram suas pessoas favoritas no mundo todo. Tio Harry também se esforçava para terem conversas em comum, mas, normalmente, não o deixavam em paz para interagir com quem quisesse: sempre muito bajulado e procurado por todos.

Tia Ginny era a maior incógnita da família, na opinião de Rose. Nunca conseguiram trocar muitas palavras, e, mesmo com o esforço de ambas, sempre acabavam por não ter papo algum. A ruiva mais velha respirava quadribol, a outra, pagaria para manter distância desse esporte.

O dia estava ensolarado, então, vovô Arthur conjurou tendas no jardim e feitiços que impediam a entrada de demasiado calor no interior destas.

As flores estavam em sua cor mais vívida nessa época do ano. Do lado extremo direito do jardim havia um local reservado para as rosas. De todas as cores possíveis e imagináveis... Brancas, vermelhas, cor-de-rosa, azuis, lilases, verdes... E as negras. As rosas negras eram suas preferidas. Não sabia bem dizer o porquê, já que normalmente gostava das coisas mais coloridas que o normal. Mas, algo sempre a inquietou sobre elas. E a fazia refletir sobre como aquelas flores não se encaixavam no cenário como um todo. Como se o jardim inteiro fosse um arco-íris brilhante e elas, perdidas, ofuscadas e tímidas em seu cantinho.

Quando criança, Hermione fazia questão de lhe contar repetidas vezes do dia em que soube que estava grávida de uma menina. Disse, que no momento em que falara para vovó Molly que seu nome seria Rose, a velha senhora correu para os jardins plantar as mais lindas rosas que conhecia. Todas as rosas existentes no jardim foram sua mãe e sua avó quem plantaram. Menos as negras. As negras simplesmente aparecem, como uma erva daninha, em meio as outras. Elas eram sempre que possível arrancadas. Mas em alguns verões, apareciam novamente.

Por volta dos oito anos, Rose bateu o pé e não deixou que nenhuma roseira negra fosse retirada - pelo menos, não totalmente.

—- Ei, Rose! Não se isole, sente aqui, sua bobona! -- Dominique acenava freneticamente, quase caindo da cadeira. Havia muitas mesinhas espalhadas, e a garota ruiva optara por sentar-se só com seu livro.

Suspirando, olhou atentamente na direção da prima e seu ânimo caiu gradativamente. Sentados junto a Dominique, estavam Victorie, Alvo e James. Os dois primeiros eram o grande impasse.

Victorie simplesmente não conseguia se dar bem com Rose. E motivos não faltavam. As duas eram um oposto genuíno: a primeira era envolvente, o tipo de pessoa que pagariam para ouvir. Gostava muito de aumentar as histórias para criar espanto, e não ligava quando a acusavam de mentirosa. Estava sempre bem arrumada, preparada para qualquer situação -- principalmente se a tal situação for tomar uma xícara de chá com o Ministro ou coisa parecida, observava Rose. Detestava o universo trouxa e qualquer coisa meramente relacionada. Gostava era da magia e do poder entre seus dedos, e sabia que não existia algo melhor e mais interessante que merecesse sua atenção. Nem mesmo Teddy fora capaz de mudá-la.

Estava rumando devagar para o destino, com imenso cuidado para não olhar na direção dela ou do garoto menor da família Potter.

Alvo. Outro caso problemático: melhores amigos na infância, tornaram-se pouco amigáveis na adolescência e totalmente desconhecidos agora na fase adulta. Ela lembrava-se bem quando tudo começou.

Era metade do primeiro ano dos dois em Hogwarts. Alvo fora para Sonserina e Rose para Grifinória. Aos poucos ele parou de fazer questão de tomarem café juntos aos finais de semana. Também não aparecia mais na biblioteca nas terças e quintas à tarde. Nos recessos e férias, encontrava-se colado à Scorpius, de quem Rose nunca foi com a cara.

"O que é totalmente inapropriado, pois, dentro de um mês sairei de uma igreja abraçada a ele" pensou amargamente.

Com o passar dos anos, a coisa toda piorou. Responder a pergunta de um professor em uma aula compartilhada com a Casa de seu primo era um pesadelo. Debochavam baixinho e soltavam risadinhas sempre que possível. Rose parara por definitivo de tentar ganhar pontos para Grifinória e cada vez mais se escondia. Apenas quando soubera que teria chances de se tornar monitora-chefe no seu próximo e último ano, é que resolveu não ligar para os dois e sua gangue, respondendo toda e qualquer pergunta, levantando a mão para completar a fala do professor com alguma curiosidade, nas aulas práticas, era a primeira a querer demostrar a tarefa para os demais e, para seu total espanto, mas também, ato de coragem, alistou-se para ser comentarista de apoio nos jogos de quadribol (quase todo final de semana era um pesadelo diferente essa atividade extracurricular).

Arrastou a cadeira vaga, ao lado de James.

—- Oi, pessoal -- Cumprimentou timidamente. O primo mais velho deu um soquinho em seu braço e sorriu.

—- Achamos que tínhamos te perdido para alguma traça desse seu livro velho aí, Rose -- Disse em tom zombateiro, enquanto bagunçava o cabelo distraidamente.

A ruiva apertou o livro contra o peito e lhe deu um pequeno sorriso. Enquanto isso, Victorie revirava os olhos.

—- Ok. Como eu estava falando: eu realmente acho que papai aceitaria de bom grado a oferta, claro, se falássemos com jeito e Dominique não sair fofocando para qualquer um por aí. -- Terminou olhando feio para a garota ao lado.

—- Ah! Seria meu maior prazer te ver implorar -- Devolveu a outra, estalando a língua. -- Além do mais, esse sábado não é a noite daquela festa na casa do Zabini? Kaleb mandou uma coruja hoje de manhã comentando.

—- E daí? O tipo de pessoas que chamaremos não são dessa laia. Não me olhe assim, fedelho. -- completou James para o irmão.

—- Você pode não querer. Mas Richard sim. A família dele é tradicional. Conviveu com todos os puros sangue a vida inteira. -- Richard Olivaras era o amado e nobre noivo de Victorie.

Rose normalmente tentava se controlar, mas a prima era intragável.

—- Ninguém mais é dividido em puro sangue ou não.

—- Rose, por favor, você nem ao menos está no assunto.

—- Ei, vocês duas! Não comecem. -- Dominique virou-se para Rose. -- Estamos ajudando minha querida irmã com a despedida de solteiro dela e de Richard. Ela quer fazer nesse sábado, no Chalé das Conchas, já que papai apenas o usa para veranear. Além de ser um local isolado, obviamente.

—- Sabe, posso mandar uma coruja agora para Zabini, ele cancelaria fácil o evento. -- Alvo falou pela primeira vez desde que Rose chegara. -- No entanto, quero colocar o nome de pelo menos cinco pessoas na lista por esse pequeno favor.

—- Você é péssimo, Alvo. Mas, negócio fechado.

O garoto levantou-se rápido da mesa.

—- É sempre um prazer conversar com você, Vic. -- Com um beijo estalado na bochecha da prima, rumou para dentro em busca de pergaminho.

—- Se alguma das raparigas que ele pensa em convidar encostar um dedo em meu noivo, seu irmão será um cara morto, Potter.

—- Você quem permitiu isso, Victorie. Agora aguente. Não que alguém ousaria fazer algo do tipo. Qual é! Vocês estão organizando uma despedida de solteiro juntos! Isso nem se quer existe! Então, relaxe. Olhem! A comida já está sendo servida.

E, realmente, a mesa longa e central estava sendo recoberta pelas maiores delícias feitas pelas mãos habilidosas de Molly Weasley. Um dia Rose queria ser tão boa quanto ela na cozinha.

Mas, para seu completo descontentamento, não entrava em uma cozinha para tal tarefa havia muito tempo.

Na mansão de seus pais não tinha os equipamentos necessários para os pratos que gostava e aprendera a fazer. Alem disso, cozinhar virou sinônimo de encrenca aos olhos de Hermione e Ron. Principalmente pelo fato de Rose preferir fazer ao modo trouxa, exatamente como lhe foi ensinado na faculdade de gastronomia que frequentou.

O terapeuta a avisou que esses hábitos seriam tóxicos para seu avanço. Como também, atrapalharia suas aulas de magia, que fora obrigada a fazer, pelo longo período sem realizar qualquer feitiço.

Sua vida era resumida, há algum tempo, em dormir, tentar comer, ir a terapia, ir para a aula de magia e repetir todo o processo na semana seguinte.

Exceto, é claro, quando havia os almoços na casa da vovó. Era um caso a parte, que a preenchia por dentro.

A confirmação disso veio com James engasgando, como sempre, com um osso de galinha, a fazendo rir um pouco.


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