Corações Despedaçados escrita por Boadicea


Capítulo 5
As vantagens de se ter uma melhor amiga


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! ^-^
Bom, eu não gosto de enrolar muito nas notas iniciais, mas é o seguinte: quero estabelecer um tempo fixo de lançamento dos capítulos. Vou falar mais sobre isso nas notas finais, então leiam, por favor.
Espero que gostem do capítulo:



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— Obrigada – Lucy murmurou enquanto pegava a caneca de chá que Levy lhe estendia, deixando escapar um suspiro. Era muito bom poder ver sua melhor amiga depois de tantos eventos repentinos, mas ainda se sentia cansada e confusa em relação a tudo – principalmente sobre um certo rosado.

— Gray me ligou e disse para você não se preocupar com nada: pode tirar o resto da semana de folga da boate, se precisar, e ele já ligou para o pessoal da lanchonete.

— E o que eles disseram? - por favor, por favor, que não tenham me demitido.

— Que está tudo bem, contanto que você leve um atestado para eles. Ah, e também não precisa se preocupar com a faculdade, eu posso muito bem passar aqui todas as tardes e lhe passar minhas anotações.

— Obrigada – a loira agradeceu mais uma vez enquanto forçava um pequeno sorriso – Já são alguns problemas a menos.

— Não pense muito nessas coisas, no momento. Faça como o Gray falou e tire essa semana para se recuperar. Se recuperar de verdade.

— Sabe que isso é impossível.

— Não fale assim, Lucy.

— Prefere que eu minta? Ah, que droga, Levy. Que droga! Por que tudo isso tinha que acontecer bem agora?! Um ano, só falta mais um maldito ano até a minha formatura! Era para as coisas começarem a melhorarem, não era? Então por que eu sinto que está tudo desabando?

— Respire, Lucy, respire. Não quer ter outra crise, quer? - Levy sussurrou enquanto puxava as cobertas mais para cima da amiga e se sentava ao seu lado – Você ainda está mundo nervosa, não está vendo as coisas direito. Por isso mesmo que o melhor a se fazer é não pesar nisso por hora. Deixe para mais tarde: ele esperou três anos então pode muito bem esperar mais uns dias.

— Não consigo parar de pensar. É como se meu cérebro não me obedecesse! Parece até que voltei no tempo... Ah, Levy, por que o Natsu tinha que aparecer? Por que eu nunca consigo me livrar dele?!

— Eu não sei. Mas essa cidade é grande o suficiente para que vocês não precisem mais terem contato. É legal que ele tenha te ajudado, mas vocês podem parar por aqui. Tenho certeza que Gray pode falar com ele a respeito disso.

— Ele é amigo do Gray então é claro que vai continuar frequentando a boate. E isso significa que vou continuar vendo ele.

— Eu já lhe disse: posso falar com o Fullbuster. Tenho certeza que ele dará um jeito nisso, principalmente se for para o seu bem.

— E daí? Não adiantaria nada mesmo se eu conseguisse nunca mais vê-lo. Você não consegue entender?Agora o estrago já está feito. Tê-lo visto, falado com ele, sentido o seu toque... Isso tudo é o suficiente para que minha mente não fique em paz. É como se minha pele ainda conservasse a sensação de cada toque dele, por mais mínimo que tenha sido. Aqui, dentro da minha cabeça, é tudo tão vivido. E não estou falando só sobre esses últimos dias, mas também sobre... sobre todo o resto.

— Lucy – Levy olhou seriamente para a loira – Nós duas sabemos muito bem que, para você, as coisas nunca acabam muito bem quando se envolve com o Dragneel. E tudo, independente do tempo, sempre termina. Sei que é difícil, porém você tem que se esforçar em esquecer esses últimos dias. Finja que nada aconteceu, que você nunca voltou a vê-lo. Só assim você irá conseguir melhorar de verdade.

— Eu sei, eu sei. Mas, argh, é tão difícil! Aquele dia na boate... Bem, ele me ajudou. Sei que ele fez isso por bondade e que ele teria agido da mesma maneira com qualquer outra garota. No entanto, ela não precisava me visitar. Não precisava se preocupar com minha alimentação. Não precisava ter ficado comigo no hospital. Ah, Levy, são essas coisas que não consigo entender. Por quê? Por que ele fez tanto por mim? Por que ele me ajudou, mesmo quando eu não queria ajuda? 

— Essas são perguntas que só ele pode lhe responder. Porém, você tem mesmo certeza de que quer saber? Não seria melhor simplesmente apagar tudo isso da memória?

— Eu não consigo, Levy. Por mais que eu tente eu nunca consigo esquecer totalmente o Natsu. – Lucy puxou a coberta mais para cima e ficou um tempo em silêncio, ponderando sobre o assunto, antes de continuar – Levy... Tem mais uma coisa. Tem algo que eu ainda não te contei.

— O quê? Ah, não me diga que você e o Natsu ficaram. Você não se rendeu a ele de novo, não é? Por favor, me diga que não!

— É claro que não! Você acha mesmo que ele ainda pensa em mim dessa forma? Eu mal sei porque ele me ajuda! De qualquer forma, não é sobre o Natsu. É sobre minha mãe.

— Sua mãe?! – Levy falou com uma voz que esbanjava surpresa – Pensei que você já não pensasse mais nisso.

— Ela me ligou, Levy. Ela descobriu onde eu estou! – a loira mal acabara de falar e as lágrimas já brotavam em seus olhos e o conteúdo da xícara quase caia com o tremor de suas mãos – Foi logo depois disso que eu fui parar no hospital. Ela disse que meu pai me deserdou e não quer mais ouvir falar de mim. Em partes isso é um alívio, sabe? Mas ao mesmo tempo... Acho que uma parte minha ainda se ressente um pouco por tudo que aconteceu. E minha mãe... Ela disse que gostaria de me ver uma última vez.

— Última vez? - McGarden franziu as sobrancelhas – Como assim? Não consigo acreditar que sua mãe vá seguir seu pai nisso. Não consigo imaginá-la desconsiderando você como filha, independente do que aconteça.

— Eu também não conseguia. Acho que ainda não consigo. Quer dizer, eu sei que eu ter ido embora não foi algo fácil para ela – tampouco foi para mim – mas eu sempre pensei que ela entendia. Que ela estava um tanto magoada, mas que mesmo assim entendia minha decisão. Ela sempre me apoiou em meu sonho! E ela sabia que eu jamais poderia realiza-lo se continuasse lá. Sempre pensei que ela entendia e, por isso, tinha me perdoado.

— Talvez ela entendesse. Talvez ela ainda entenda, porém, a convivência com seu pai deve tê-la influenciado. Lucy, você tem que concordar que a chance de vocês voltarem a se verem algum dia era simplesmente mínima. Acho sinceramente que ela entende sua decisão, mas não pode suportar ficar longe de você. E por isso ela permanece magoada, ressentida.

— Não sei, não, Levy. Ela não parecia muito compreensiva no telefone.

— Foi a primeira vez em muito tempo em que vocês se falaram, ela devia estar nervosa. Provavelmente ainda está. Você falou com ela mais alguma vez?

— Não, nem tive tempo para absorver essa conversa, quanto mais tomar alguma atitude a respeito.

— Pois então. Espere ela lhe ligar novamente – McGarden falou delicadamente – E então marquem um encontro. Tenho certeza que ela irá reagir melhor á tudo isso e que, portanto, voltará para lhe ver mais vezes.

— E se meu pai descobrir?

— Ele te deserdou, não foi? Desculpe falar isso, mas nesse caso tenho certeza que ele não se importa mais. E aposto que sua mãe será cuidadosa.

— Talvez. Ah, Levy, eu não sei. Não consigo pensar direito sobre isso. Quando eu fui embora eu considerava como fato que nunca mais veria ninguém de lá. Que era toda uma parte da minha vida que eu estava deixando para trás. E agora minha Mãe e Natsu simplesmente aparecem do nada. Eu nunca imaginei estar nessa situação.

— Eu sei, eu sei – Levy murmurou enquanto passava as mãos pelo rosto da Heartfilia, limpando suas lágrimas – E é por isso mesmo que você tem que fazer como eu e o Gray falamos: relaxar. Esqueço tudo isso, pelo menos hoje. O que acha de vermos um filme? Você escolhe. Enquanto isso eu faço brigadeiro. Garanto que você vai se sentir melhor!

Lucy soltou uma pequena risada enquanto pegava o controle da televisão e o dvd.

— A Colina Escarlate. O que acha?

— Ah, você e esses seus filmes esquisitos. Que seja! Hoje nem mesmo eu quero saber de romance.

— Ah, Levy, o que seria de mim sem você? - Lucy murmurou enquanto via sua melhor amiga ir para cozinha, e se permitiu sorrir um pouco. Pelo menos por uma noite tudo estaria mais calmo, quase estaria bem.

E, dado as circunstâncias, isso era tudo que ela podia desejar no momento.

Que tudo finalmente ficasse bem. Ou quase isso.


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Notas finais do capítulo

Eu fiquei muito feliz com os comentários do capítulo anterior, e espero que - se possível - você continuem comentando!
Bom, sobre o período de lançamento é o seguinte: eu sou meio (leia-se "totalmente") perdida no tempo. Então acredito que ficaria mais fácil me organizar se eu tivesse um tempo delimitado certinho. Assim eu atraso menos para postar (se houver comentários, é claro).
Enfim, eu quero fazer um "teste" pois minhas aulas estão para começar (daqui uma semana e meia, provavelmente) e eu preciso me organizar com relação às aulas. O "tempo limite" de lançamento será de 1 semana ou 2. Farei esse "teste" durante essas duas semanas seguintes: se eu conseguir escrever em uma semana, então terá 1 capítulo por semana. Caso contrário será 1 cap a cada duas semanas semanas.
Enfim
Até o próximo pessoal ♥



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