Can I Crash Into Your Life? escrita por andeinerseite


Capítulo 2
Capítulo II - Angels really exist




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Acordei com a voz da aeromoça anunciando que havíamos chegado ao destino. 


No aeroporto, meu pai me esperava. Ele parecia a mesma pessoa, estava igualzinho à última vez que eu o tinha visto, tipo, oito anos atrás. 


- Seja bem-vinda à Alemanha, querida! - ele me abraçou. - Nossa, como você cresceu.


Eu simplesmente não acredito que ele disse isso. Ele pensa que eu ainda tenho oito anos?!


- Hum, legal. - foi a única coisa que consegui dizer. Sério, eu não me sentia íntima dele, como sua filha.


Ele me levou para casa, e no caminho me  fez mil perguntas sobre a escola, sobre os meus amigos, sobre a minha vida no Brasil. Eu menti em quase todas delas, ou em todas talvez. “Nossa, como essa cidade é linda” eu pensava, olhando a rua pela janela do carro. Sério, era mil vezes mais bonita que São Paulo.


A casa do meu pai (a  partir desse momento nossa casa, como ele mesmo disse) era bonita também.  Ele me levou até o meu quarto e disse:


- Agora vou te deixar sozinha para você desfazer as malas. - e fechou a porta.


Deitei-me na cama, que estava coberta por uma colcha com estampa de flores roxas. “Tenho certeza que ele pagou à alguma mulher para arrumar esse quarto” pensei. Ao lado da cama havia uma escrivaninha e do outro lado, um armário. As cortinas tinham a mesma estampa da colcha. Me levantei da cama e olhei a rua pela janela. 


Algo me dizia que eu seria feliz. “Depois das trevas sempre vem a luz”, eu havia lido isso em algum lugar, não conseguia me lembrar onde. 


***


Depois de duas semanas na cidade, eu já me sentia uma garota alemã. Sério, nem acredito que passei dezessete anos da minha vida no Brasil.
Bem, posso dizer que me acostumei mais rápido com a cidade do que com o meu pai. Ele estava tentando ser legal comigo mas... Não adiantava. Às vezes ele até parecia meio bobo, haha. 


- Pai, eu vou sair um pouco. Vou dar uma voltinha pelo bairro, volto mais tarde. 


Meu pai estava fazendo panquecas, e pude ver que boa parte delas já estava queimada. 


- Mas, você não vai se perder? - ele parecia preocupado. Meu Deus, eu já tenho 17 anos, ok?!


- Pai, eu já me acostumei com esse bairro. Não vou me perder! - ri baixinho.


- Hum, então pode ir. Mas não demore, viu? - ele voltou a mexer com as panquecas.


- Pode deixar. - falei e saí correndo da cozinha.


Estava um pouco frio e precisei colocar um agasalho. Haviam apenas casas naquela rua e poucas pessoas passavam por ali. Resolvi ir para um lugar um pouco mais movimentado, aquele silêncio já estava me incomodando.


Depois de algumas quadras, estava no centro da cidade. Eu já havia ido até lá mais de uma vez, por isso tinha total segurança de que não me perderia. Havia uma livraria do outro lado da rua, então resolvi ir para lá.


Quando estava atravessando a rua, fui surpreendida por duas luzes brancas. 


Era o meu fim. 
Bem, pelo menos eu achei que fosse. 


Antes que eu pudesse ser atingida pelo carro em alta velocidade, alguém me empurrou, me tirando da frente dele. Caí no chão. O mesmo alguém me levantou em seus braços. Eu estava tonta e  minha vista estava escura, não conseguia ver quem era...


- Você está bem? - uma voz macia perguntou.


- Acho que sim... - respondi. 


Esforcei meus olhos para enxergar. Primeiro, tudo ficou embaçado. Segundos depois, a visão estava nítida e finalmente pude ver quem era o anjo que havia me salvado da morte.


Não, não acredito! Não poderia ser ele! Bem, na verdade poderia, já que agora eu estava vivendo em Hamburgo...


Eu devia estar sonhando, só pode ser.


Eu estava nos braços do vocalista da minha banda preferida.


Eu estava nos braços de Bill Kaulitz.




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Notas finais do capítulo

O Bill aparece no finalzinho desse capítulo, espero que gostem *.*