Mero Professor Mpreg escrita por AloisFox


Capítulo 18
XVIII Desaparecido




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Me acordei com algo úmido e um pouco melequento passando e saindo do meu rosto repetidas vezes. Isso passou e saiu do meu rosto até eu abrir meus olhos e verificar do que se tratava. Assim que os abri, vi um pequeno cachorro branco na beira do sofá em que eu estava deitado. Acariciei sua cabeça e ele me lambeu novamente. Ri baixinho. Ele parece ter gostado de mim… da minha cara pelo menos.

— Olá. Qual o seu nome? – Perguntei, acariciando seu pescoço. – Você também está com fome? – Perguntei, me sentando no sofá. Bati algumas vezes no estofado e ele subiu. – O que você come, hem? Onde seu dono coloca sua ração? -Perguntei, me levantando do sofá para procurar algo para ele comer. Procurei um pote ou saco de ração em cada canto da cozinha, mas em nenhum deles achei. Coloquei minhas mãos nas costas (para alongá-las um pouco) e, sem perceber, acabei deixando o volume de meu abdômen bem evidente. Alongar as minhas costas me trouxe certo alívio, já que eu sentia um pouco de dor nelas. Suspirei e coloquei uma das mãos sobre o, ainda pequeno, volume e o acariciei. – O que acha de eu cozinhar alguma coisa e dar um pouco para você até o seu dono acordar? – Perguntei, ainda acariciando o volume em mim. O cachorrinho inclinou um pouco a cabeça, parecia ter notado algo que não tinha percebido antes. Ele cheirou o meu pé e acabou encostando o nariz, o que me fez rir e sentir cócegas. Ele se afastou um pouco e sentou-se no chão, ficou olhando para mim enquanto abanando o rabinho para lá e para cá. Eu queria abraçá-lo forte de tão fofo que era. Mas apesar de querer isso, eu estava com medo de ele me morder. Comecei a procurar nos armários, alguns ingredientes que precisava para fazer panquecas. Não demorei e achei tudo que precisava em um deles. Peguei os ovos e leite na geladeira, e a farinha, óleo e sal no armário. Bati os ingredientes e, antes de pôr a massa na frigideira, coloquei óleo nela. Não demorou muito e tudo estava pronto. Dei uma panqueca inteira ao cachorrinho, que não parou de me observar e abanar o rabinho por um minuto sequer. Eu só precisava de mel para acompanhar as panquecas. Admito gostar de panquecas com mel. Procurei um pote do mesmo nos outros armários, mas não achei em nenhum deles. Só me restava procurar no que restou… o mais alto armário da cozinha, o mesmo que eu não alcançava nem se ficasse na ponta do pé. Eu não sei por que este armário está há uma distância tão grande do chão, já que o Jimin é menor que eu e, provavelmente, também não alcança. Cogitei subir em uma cadeira, mas decidi não fazer isso. Namjoon pode não gostar da ideia de alguém pondo os pés em uma de suas cadeiras. Então eu fiquei na ponta do pé, vez ou outra pulando na tentativa de alcançar ao menos o puxador do armário. Fiquei cerca de 15 minutos só tentando alcançar aquilo. Me surpreendi ao ver uma mão abrir o armário com facilidade. Me voltei para a pessoa e não me surpreendi ao me deparar com Namjoon, já que sabia que o único capaz de alcançar era ele.

— Bom dia. – Ele disse, esfregando um dos olhos.

— Bom dia, Nam. Dormiu bem?

— Sim. E você?

— Também.

— Você precisa de alguma coisa?

— Eu fiz panquecas, queria um pouco de mel.

— Me acordei com o cheiro…

— Me desculpe, Namjoon, não foi minha intenção.

— Você não tem pelo que se desculpar, Jin. Acho que esse foi o melhor jeito que acordei essa semana.

— Ha… tá. Fico feliz por isso então. – Na verdade, eu ficava era aliviado. Não queria aborrecê-lo de maneira nenhuma. – Eu fiz para você e para o Jimin também. Se você chamá-lo, podemos comer todos juntos.

— Ele já está de pé. O vi indo ao banheiro.

— Alguém falou Jimin? Panquecas?

— O Jin fez panquecas para nós.

— Oh… bom dia, professor SeokJin. – Acho que ele esqueceu de que eu estava aqui, já que se surpreendeu ao me ver novamente.

— Bom dia, Jimin. Quer comer conosco?

— Eu quero! Tem calda, tio Namjoon?

— Eu acho que não, mas o Jin sugeriu comermos com mel.

— Pode ser também. – De repente, o cachorrinho começou a latir e pular nas pernas de Namjoon.

— Eu acho que ele está com fome, Nam. Ele me acordou mais cedo. Dei um pedaço de panqueca a ele, mas acho que não foi o suficiente para alimentá-lo.

— Janggu costuma comer mais tarde. Mas dê ração a ele e aos outros agora, Jimin.

— Mas eu que quero comer agora.

— Dê comida a eles e depois venha. Eu e o Jin arrumaremos a mesa enquanto isso.

— Hm… tá bom. – Respondeu, com desanimo. – Professor SeokJin, posso ver sua barriga depois?

— Hmm… pode. Mas não tem nada de mais nela.

— Você está de quantos meses?

— Jimin, para de enrolar e vá alimentar os cachorros.

— Tá. Eu vou lá. – Disse, depois de alguns resmungos.

— Jimin. – Chamei-o, antes de ele sair da casa para dar ração aos cães. – Você pode me chamar só de Jin, se quiser. Mas não me chame mais de professor, por favor.

— Ahm… tudo bem. Sem problemas, Jin. – Ele disse, sorrindo fechado.

— Obrigado. – Agradeci e ele saiu da casa, junto com Janggu. – Depois de alguns instantes, eu e Namjoon começamos a arrumar a mesa.

— Por que não quer que ele te chame de professor? – Namjoon perguntou, estendendo a toalha na mesa.

— Porque… eu não sou mais professor. – Respondi, e depois disso, nos mantivemos calados por um tempo. -- Vocês tem quantos cães?

— Três com o Janggu. Aliás, ele é aquele cachorro que atropelei sem querer, lembra? O motivo pelo qual eu me atrasei para a nossa primeira consulta.

— Lembro. Aquele mesmo dia que você caiu nos arbustos e cuspiu terra com esterco perto de mim, não é? – Perguntei, risonho.

— Esse mesmo. – Ele respondeu, rindo também.

— Voltei! – Jimin disse, entrando na casa. – Posso comer agora? – Perguntou, sentando-se à mesa. Peguei o prato com as panquecas e Namjoon o pote de mel. Depois de alguns minutos comendo, Namjoon e Jimin se entre olharam e fizeram uma espécie de sinal um para o outro.

— Jin… sobre o assunto de ontem. Queríamos saber se você fez ocorrência depois do que fizeram contigo. – Me mantive em silêncio por mais alguns segundos, falar sobre qualquer coisa relacionada ao que aconteceu não me deixam nenhum pouco confortável.

— Não. – Respondi.

— Por quê? – Jimin perguntou.

— Eu não queria falar disso agora. – Queria ao menos terminar de tomar café da manhã em paz.

— Jin, isso é uma coisa importante. Você sabe que deveria ter acionado a polícia.

— Namjoon… eu agradeço por tudo que você está fazendo por mim e pelo meu filho. Mas, esse, é assunto muito pessoal. Eu não queria que ninguém soubesse disso, nem mesmo o Hoseok.

— Mas, Jin…

— Namjoon, por favor, não insista.

— Eles te ameaçaram? – Jimin perguntou. Me levantei da mesa e dei as costas para eles. Suspirei fundo, eu não quero ser rude com nenhum dos dois, mas ambos estão passando dos limites.

— Por favor… chega desse assunto. Eu não quero falar sobre isso. – Disse, ainda de cotas para eles. Esfreguei as pálpebras com uma das mãos, já estava começando a ficar com dor de cabeça.

— Jin, eu sei que esse é um assunto delicado. Mas eu e o Jimin queremos o seu bem, só queremos te ajudar.

— Eu só… ainda não estou pronto para falar sobre isso.

— Mas você sabe que o quanto antes acionarmos a polícia melhor, não é? – Assenti em resposta e limpei os meus olhos, que sim, já estavam marejado em lágrimas. Esse assunto me deixava abalado rapidamente, pois junto a ele, todas as lembranças voltam para me atormentar. Namjoon, quando me notou chorando, veio até mim e me abraçou.

— O que eles disseram para você? Jin, você sabe que eu vou proteger você deles, não é? Você e o cookie… mas, agora, eu preciso que você me conte o que eles disseram para você.

— Eles deixaram um bilhete… um bilhete que dizia que se eu contasse para alguém, eles voltariam e fariam pior.

— Mas se você não contar ai sim que eles poderão voltar e fazer pior, Jin. – Jimin comentou, me fazendo desmoronar em lágrimas. Ele parece não entender que eu tenho medo daqueles dois.

— Cala a boca, Jimin. – Namjoon disse ao Park, baixinho e arregalando os olhos. – Jin, está tudo bem agora. Você não precisa chorar, ok? Fique calmo. Eu ainda quero conversar sobre isso contigo e não me importo em te esperar sentir-se pronto para falar desse assunto. Mas não chore, ok? – Assenti repetida vezes em reposta.

— Posso ver a sua barriga? – Jimin perguntou, destoando do assunto.

— P-pode. – Respondi, tentando parar de chorar enquanto Namjoon seguia limpando as lágrimas que caiam.

— Venha cá, sente-se aqui. Eu também quero ver como o cookie está, Jin. – Namjoon disse, me puxando para o sofá. Me sentei no estofado e, depois de alguns instantes, ergui um pouco a camisa que usava. Eu não chorava mais, mas ainda soluçava um pouco. Jimin sentou-se ao meu lado e Namjoon também. O Park parecia hipnotizado pelo volume. Antes de tocar, ele olhou para mim, como se pedisse permissão para prosseguir, logo assenti para ele.

— Ainda não está grande. – Comentou, acariciando o volume com o polegar, enquanto mantinha os outros dedos parados sobre.

— Ele só está com 3 meses, Jimin. – Namjoon disse, colocando uma das mãos sobre a minha barriga e a acariciando, assim como o Park. – Daqui a pouco ele começa a chutar.

— Estou ansioso por isso. – Comentei, sorridente apesar de ainda estar um pouco triste. O fato dessa criança não ser só minha me perturba, eu querendo ou não. Mas eu não tenho mais aquele remorso pelo meu bebê. Afinal, ele não tem culpa do que aconteceu.

— Você já pensou em algum nome? – Jimin perguntou.

— Por enquanto eu o chamo só de cookie.

— Por quê?

— Foi o apelido que Hoseok deu a ele por ser do tamanho de um biscoitinho.

— Jin, o que ele te falou? – Namjoon perguntou.

— Ele… disse que eu deveria voltar hoje para pegar minhas roupas e levá-las de volta para o meu apartamento. Hoseok ficou muito bravo comigo depois do que viu, Namjoom. Me desculpe ter te envolvido nisso tudo. Eu não quis causar nenhum transtorno a você.

— Eu também tive culpa, Jin. Não se sobrecarregue tanto, ok?

— Certo…

— Tio, você não tem que se arrumar? Está quase na hora de ir para o hospital. – Jimin comentou, logo Namjoon se voltou para o relógio e conferiu o horário.

— Você quer carona? Eu passo perto do porto quando estou indo para o hospital, posso te deixar lá.

— Eu agradeceria.

 

~*~*~

 

Pov’s Namjoon

 

O meu expediente no hospital já estava quase chegando ao fim, só atenderia mais uma paciente e depois… buscaria Jin onde ele trabalha. Assim que acabou, fui até meu carro e tentei ligar para ele, queria perguntar se o seu expediente também havia chegado ao fim e se eu poderia buscá-lo. Mas Jin não atendeu. Foram duas… três chamadas não correspondidas. Dissidi ir até o porto de qualquer maneira, eu poderia esperá-lo. Afina, eu não tinha pressa para voltar para casa. Jimin já é quase um adulto e sabe cuidar de si próprio muito bem. Quando cheguei ao porto, não o vi. Resolvi descer do carro e perguntar ao homem (que seguia trabalhando no local) sobre Jin.

— Olá. Você… sabe me dizer onde o SeokJin foi?

— Ele pediu para sair mais cedo hoje. Disse que precisava pegar alguma coisa na casa de um amigo. O garoto se esforçou bastante hoje, então deixei ele ir.

— Certo. Obrigado. – Agradeci, antes de voltar para o meu carro e ir até a casa de Hoseok. Quando cheguei, não me surpreendi ao vê-lo me olhar torto.

— O que você quer?

— O Jin está aqui?

— Por que quer saber?

— Eu só estou preocupado com ele. – Disse e Hoseok deu de ombros. – Olha… eu só quero saber se ele está bem. Pensei que você gostasse dele e ao menos se preocupasse um pouco.

— Ele deve estar no apartamento dele. SeokJin só veio buscar as roupas que deixou aqui.

— Ah… tá. Obrigado. – Agradeci, antes de dar as costas para ele. Mas antes de voltar para o meu carro, me voltei mais uma vez para Hoseok. – Você… não sente nenhum peso na consciência? Jin te considera como um irmão. Ele gosta muito de você. E só por que ele não corresponde ao tipo de amor que você sente por ele… você acha que é motivo para mandá-lo voltar para o mesmo lugar onde foi estuprado? Ele me contou, Hoseok. E eu fiquei perplexo, não sabia que você era capaz de tamanha crueldade. Ontem à noite, ele me ligou em prantos. Você não acha que voltar para esse lugar machuca ele e o bebê? O mesmo bebê que você se ajoelhou e implorou para mim cuidar.

— Você pode me deixar em paz? Por que não vai atrás dele agora, já que se importa tanto. – Ri anasalado. Era ridículo o modo como ele agia.

— Licença. – Pedi, novamente dando as costas para ele, mas dessa vez, entrando no meu carro e o deixando para trás. Fui até o apartamento de Jin. Perguntei ao porteiro sobre ele, que me contou que Jin apenas largou algumas sacolas e foi para algum lugar a pé. – Ele não disse se voltava? – Perguntei e o homem negou. Suspirei pesadamente, não sabia mais onde procurá-lo. Voltei para o meu carro e tentei ligar para ele. Mais duas… três chamadas não correspondidas. Liguei então para Jimin, mesmo sendo longe, Jin pode ter voltado para minha casa a pé.

— Tio?

— Jimin, o Jin está ai contigo?

— Não, por quê?

— Eu não estou encontrando ele em lugar nenhum. Estou começando a me preocupar. – Disse, um pouco nervoso.


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