31 de Outubro escrita por Karry


Capítulo 9
31 de Outubro de 1978


Notas iniciais do capítulo

Olá ♥
Agora nossos marotos estão formados, alguns trabalhando, outros prestes a casar e outros prestes a fazer coisas não tão cool assim!
Boa leitura e nos vemos nas notas finais ♥



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31 de Outubro de 1978

Palácio de Buckingham

James ergueu os olhos castanhos para a enorme construção à sua frente, um sorriso gigante lhe enchia os lábios carnudos e a face estava corada pelo frio em Londres. O rapaz ergueu a pequena câmera em suas mãos e tirou quatro fotos seguidas do Palácio. O Sr. e a Sra. Evans riram ao verem seu entusiasmo quando a cavalaria da rainha passou a frente deles.

— Esse é o Palácio de Buckingham da qual contei a você, James — Lily sorriu ao ver James exclamar um “oooh” como uma criança.

— O que são aquelas coisas gigantes? É decoração trouxa?

A Sra. Evans gargalhou e pousou uma das mãos no ombro de James.

— Não, querido! Aquilo são andaimes — exclamou.

— Anda… O que?

— Andaimes, James — Lily suspirou, segurando a risada diante do olhar confuso do noivo — Os trouxas usam essas estruturas de ferro para poder reformar e construir as coisas em lugares muito altos — em seguida, ela sussurrou — Nós não temos como levitar ou reformar tudo em um único dia.

James arregalou os olhos e fitou os três, em choque. Então os trouxas construíam coisas por dias seguidos? Pior, meses seguidos.

— E eles constróem tudo, sozinhos, sem mágica?

O Sr. Evans virou o rosto, disfarçando o riso, mas Lily não estava interessada em esconder o quão engraçada achava a situação.

— Sim, amor, todos os dias e sem mágica.

James tirou a varinha do bolso.

— Quanta paciência desnecessária, eu poderia reformar até a cara enrugada da rainha em segundos.

Lily puxou a varinhas das mãos de James e a guardou dentro da própria bolsa.

— Eu tenho certeza que eles são capazes de sobreviver, agora vamos para outro lugar.

Nova casa de Sirius Black

Para Sirius, os Black eram um erro descomunal. Toda uma família deturpada com a obsessão pelo sangue puro. Mas Sirius sempre fora diferente, a ovelha negra da família, um traidor de sangue, que irônico. Sempre que lhe perguntavam como era ser um Black, a resposta lhe saía automaticamente pelos lábios: “eu odeio minha família”, a maior mentira que já havia contado em toda sua vida.

Sentia prazer em mostrar o quão diferente era de toda a família Black, sentiu prazer em fugir e sentiu dor ao constar que estava sozinho. Ao morar com os Potter, Sirius se deu conta de que, pela primeira vez, estava conhecendo o amor familiar. Aprendeu a abraçar, beijar e conviver com pessoas que o amavam e respeitavam independente de sua aparência, seus ideais e sua personalidade.

Quando terminou Hogwarts, sem N.I.E.M’s suficientes para entrar no ministério, com James e Lily prestes a casar, Peter sempre ausente e Remus ocupado com seu novo cargo no ministério, Sirius havia percebido o quão duro era o mundo real. Sentia-se um aproveitador dentro da casa dos Potter.

Então seu tio Alfardo morreu. Após a fuga de Sirius, Alfardo era o único Black (com exceção de Andrômeda) que não ignorava sua existência, o único que ainda lhe mandava cartas de aniversário e Natal. A morte de Alfardo acabou por sinalizar que Sirius definitivamente não tinha mais uma família de sangue. Entretanto a morte de seu tio lhe rendeu uma herança, e agora Sirius não precisava viver mais às custas dos Potter.

— Em que está pensando, Almofadinhas?

Sirius despertou de seus devaneios e observou Marlene deitada ao seu lado. O rosto inchado e corado por ter acordado a poucos segundos, ela bocejou e sorriu para o rapaz.

— Estou pensando em como você fica excepcional de lingerie na minha cama — sorriu, zombeteiro.

— Você é ridículo, Black! — revirou os olhos — Você está bem? Não está com uma cara boa.

— Estou pensando em como estou velho, Lene — suspirou, esconder as coisas de Marlene era quase tão difícil quanto esconder as coisas de James — Você não tem a sensação de que foi ontem que McGonagall colocou o chapéu seletor na sua cabeça e você entrou pra Grifinória?

Marlene depositou a cabeça cacheada no peito de Sirius, lhe fazendo carinho na barriga.

— Você está assim porque James e Lily vão casar, não é?

— Acho que sim!

— Você está chateado?

— De jeito nenhum, Lene — Sirius lhe acariciou os cabelos — Conheço James desde que ele era um pirralho, estou muito feliz por ele, mas não consigo deixar de pensar em como vou ficar sozinho. Queria ter a sorte dele.

Marlene sentou-se na cama e encarou Sirius com um olhar raivoso. Aquele era o indicador de que havia dito algo de errado.

— Você é um imbecil — Marlene se levantou e passou a procurar por suas calças.

— O que você está fazendo?

— Indo embora, Sirius Black, para minha casa. Fala sério, eu deveria ter percebido que não passo de uma foda para você.

— O que você está dizendo? O que eu fiz?

— Vai se foder, Sirius, puta merda — esbravejou a loira — A anos venho me privando de conhecer pessoas novas por sua culpa, porque amo você, seu grandíssimo filho de uma puta, e a única coisa que você faz é empinar esse seu nariz e fingir que está sozinho. James está certo em se casar, ele ao menos vive a própria vida. Você é igualzinho ao resto da sua família, um legítimo Black.

Crack.

Marlene aparatou e o quarto ficou completamente silencioso. Sirius continuou sentado em sua própria cama, em choque, tentando convencer-se de que os gritos de Marlene não passaram de um sonho ruim. Mas o lugar vazio em sua cama ainda estava quente.

Dedos de Mel

Para Remo Lupin, poucos eram os momentos de sossego e calmaria. A semana que antecede a lua cheia era tão ruim quanto a própria semana de lua cheia. Vinham os enjoos e dores de cabeça, suas olheiras aumentavam e seu olfato ficava muito mais apurado para a carne (em especial a humana). Sua tática era sempre se empanturrar de doces dias antes, não fazia ideia, mas tinha a sensação de que os doces tiravam sua atenção do cheiro de carne, especialmente os chocolates¹.

Não havia lugar melhor para comprar doces no mundo bruxo que não fosse a Dedos de Mel. A variedade de cores e doces deixava Remo maluco. Além disso, sentia uma felicidade enorme em comprar os favoritos para seus amigos. Os chocolates amargos eram seus, os brancos para Peter, Sirius gostava de feijõezinhos de todos os sabores, James gostava dos sapos de chocolate, Marlene gostava dos abacaxis cristalizados, Lily gostava de bolos de caldeirão e Emmeline gostava de bombons explosivos.

— Mais alguma coisa senhor? — Remo balançou a cabeça negativamente e procurou pela carteira em seu bolsos — Remo?

O rapaz ergueu o olhar, dando de cara com um par de olhos grandes e cheios de cílios, um azul e outro castanho. Os cabelos cacheados presos em duas tranças sobre seus ombros e um sorriso enorme nos lábios. Era Dorcas Meadows.

— Dorcas? Não acredito, onde você…

— Fiquei em Paris por um tempo — sorriu docilmente — Tirei umas férias e decidi visitar alguns parentes, e você? O que fez durante esse tempo?

Só comi doces no lugar de carne humana, sabe como é!

— Estive trabalhando no ministério por um tempo — murmurou

— Que legal — Dorcas torceu os dedos nervosamente por baixo do balcão, não esperava encontrar Remo Lupin, sua paixão de escola, tão cedo. Ele continuava tão bonito! As cicatrizes sob os olhos castanhos e o cabelo cor de palha ainda o deixavam extremamente charmoso, até mesmo o sorriso tímido em seus lábios fazia seu coração palpitar — E os marotos? Como estão?

— James e Lily vão casar, acho que Sirius e Marlene estão se entendendo finalmente e Peter, bom… Ele tem ficado paranóico com essa guerra, mal o vemos.

— Pobrezinho… — Dorcas baixou os olhos, os doces de Remo agora flutuavam para dentro das sacolas — Você vai dar uma festa?

— Não — sorriu — Comprei para o pessoal, fazia um tempo que não comprava algo doce para comer — Dorcas voltou a olhá-lo e Remo percebeu que não conseguia continuar a conversa, sua boca estava secando — Er... à que horas você sai do trabalho hoje?

— Às 19h — as sacolas pousaram nas mãos de Remo — Te encontro no Três Vassouras assim que sair.

— Certo — sorriu

— São 15 galeões.

— É mesmo — Remo tirou os galeões da carteira e os entregou a Dorcas. A garota lhe sorriu e beijou sua bochecha.

Delícias gasosas. Estes eram os doces preferidos de Dorcas.

Mansão dos Malfoy

Peter Pettigrew nunca entendeu como se tornou amigo de James Potter, Sirius Black e Remo Lupin. Peter nunca entendeu como havia sido um membro da Grifinória, a morada dos corajosos. Peter nunca conseguiu compreender como havia se tornado Rabicho, o quarto Maroto.

Por nunca saber onde estava se metendo, não foi surpresa nenhuma Pettigrew não saber como havia entrado no grupo de Comensais da Morte. Mas tudo havia começado em 1977, seu último ano em Hogwarts, ano em que conheceu Severo Snape e Regulus Black, de fato.

Apesar de nunca ter percebido, Peter se identificava mais com Severo e Regulus do que com seus amigos de casa, por ser altamente influenciável, passar a estudar sobre as artes das trevas com ambos não lhe parecia, em nada, ruim. Entrar para o grupinho particular d’O Lorde das Trevas foi o que lhe assustou.

No começo, Peter não se sentiu culpado em dar pequenas informações a respeito d’A Ordem da Fênix para o Lorde, afinal, Dumbledore sempre conseguia proteger a todos. Mas naquela manhã, quando James e Sirius o abraçaram, o mundo de Peter desmonorou.

— Estou falando com você, Rabicho — a voz fria ressou sobre a sala, já gélida da Mansão dos Malfoy. Pettigrew estremeceu e ergueu o olhar para o Lorde sentado na ponta da mesa, seu corpo tremendo da cabeça aos pés.

Bellatrix Lestrange lambeu os lábios com impaciencia, Peter a reconhecia, a prima maluca de Sirius, sempre disposta a jogar azarações em Sirius no meio dos corredores, mesmo que Andrômeda Black lhe proibisse de o fazê-lo.

Snape cutucou Peter discretamente por baixo da mesa.

— Perdão, Milorde?

— Você precisa nos dizer sobre a nova sede d’A Ordem — O Lorde sorriu, com falsa bondade para Peter.


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Notas finais do capítulo

¹ Uma invenção minha, não tem nenhum registro em nenhum material da saga que diga isso.
A cena de Jily foi inspirada nesta fan art: https://www.instagram.com/p/BfcqY9eDIw1/?taken-by=potterbyblvnk essa garota é uma artista brasileira, indico o trabalho dela com muito amor (tem muita fan art Jily, dos marotos e outros shipps q são canon).
Por fim, agora o nosso amorzinho Peter não é mais o mesmo ): eu o deixei de fora do último capítulo e a justificativa está nesse capítulo aqui, Pete é oficialmente um comensal da morte.
O que acharam? Até o próximo ♥



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