A Luz Que Ilumina a Escuridão Dentro de Mim escrita por teffy-chan


Capítulo 8
Capítulo 8 - Ficar ou Partir de Escuridown?




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Finalmente tinha chegado o 31° dia. O grupo tinha amanhecido na beira da praia, exatamente como no dia em que tinham chegado lá. E finalmente poderiam ir todos para casa.

Ou não.

 

— Como assim você não vem com a gente?!

— Ah, bem… como posso dizer… - Kotarô coçava atrás da cabeça, sem saber como explicar sua decisão.

 

Não podia contar a verdade. Não podia dizer que não se sentia mais parte daquele grupo de pessoas felizes, bondosas e animadas depois de ter relembrado todos os erros que cometeu no passado. Também não podia viver com Natsumi para sempre, ele já tinha incomodado a garota por tempo demais.  Mas, se voltasse a viver sozinho na cidade, tinha medo de acabar voltando à vida que levava antes de conhecê-los. Mas não havia a menor possibilidade de isso acontecer se ele permanecesse em Escuridown.

 

— É que essa ilha é cheia de perigos, então eu quero viver novos desafios, ter novas aventuras, sabe?

— Nós passamos um mês inteiro em uma ilha tão quente que você passou mal a viagem inteira, e depois ficamos presos aqui durante malditos 31 dias – Asuna lembrou – Não acha que já é aventura o suficiente?

— Mas não é só isso! – o garoto respondeu, sem ter a menor ideia do que dizer a seguir – É que… bem, vocês ficaram comigo esse tempo todo, me ajudaram a buscar comida, e foi o Negi, a Setsuna e a Kaede quem construíram a cabana onde estivemos acampando, nem abrigo eu consegui sozinho! Quero ficar aqui mais um pouco. Acho que será um bom treinamento.

— Até concordo que seria um bom treinamento, mas mesmo assim… como você pretende sair da ilha depois que terminar? – Kaede perguntou.

—Eu… não pensei nessa parte.

— Pois deveria pensar – Asakura respondeu – Não seria nada fácil voltarmos aqui apenas para te buscar, sabia?

— Claro que sei – ele respondeu – E também não sei quando meu treinamento vai terminar, por isso não precisam se dar ao trabalho.

 

E então Natsumi percebeu o que ele estava fazendo. Kotarô estava inventando essa desculpa esfarrapada sobre fazer um treinamento na ilha porque, se fosse um treinamento, ninguém poderia saber quando ele iria terminar, de modo que não saberiam quando poderiam vir busca-lo. O que era perfeito, porque ele não pretendia voltar.

 

— Vem aqui um instante – Natsumi segurou a mão do menino e o puxou para longe dos outros, ignorando as risadinhas e os comentários maldosos das amigas.

Quando já estavam longe o suficiente para não serem ouvidos, ela colocou as mãos na cintura e o encarou furiosa:

 

— Que história é essa de ficar aqui na ilha?

— Eu já disse. Quero ficar mais forte. E esse lugar é cheio de perigos. Ainda não vi o que raios tinha naquela floresta, acho que será um bom treinamento…

— Treinamento uma ova! – Natsumi o interrompeu - Você está inventando essa história para não voltar com a gente. Você vai nos deixar, não é? – ela cerrou os punhos, tentando conter a vontade de chorar - Nós não vamos… nos ver de novo…

— Não posso voltar com vocês – Kotarô baixou a cabeça – O tempo que passei aqui me fez lembrar de quem eu realmente sou, das coisas que eu fiz. Vocês são um grupo de pessoas maravilhosas e boas de coração. Eu não sou assim. Já cometi erros demais, não posso mais ser salvo.

— Kotarô, já te disse que eu não me importo com isso…

— Mas importa para mim – Kotarô levou a mão ao rosto dela e enxugou uma lágrima que escorria por sua bochecha – Natsumi, quando te conheci, eu era uma pessoa horrível. Tinha acabado de perceber meus erros, sentia como se meu coração estivesse coberto de trevas. E então você me acolheu e foi como um ponto de luz que purificou aos poucos essas trevas em mim. Por isso eu não quero te machucar. É melhor você ir com eles para a Academia Mahora, onde estará segura, longe de mim. Eu já te incomodei o suficiente, morando de favor no seu alojamento.

— Você vai me machucar se me deixar sozinha – Natsumi respondeu, tocando a mão dele que estava sem eu rosto - Se você quer ficar em Escuridown, então eu vou ficar aqui com você.

— O que?! – Kotarô recuou um passo, sem acreditar no que tinha ouvido – Não, espera… você não pode fazer isso…

— Posso e vou. Sou sua Ministra Magi, então é lógico que vou ficar ao seu lado.

— Natsumi… estou fazendo isso justamente para me afastar de você – Kotarô massageou as têmporas – Por favor, não complique as coisas.

— Não complique você as coisas! – ela rebateu – Deixe de ser teimoso e volte com a gente, ou eu fico com você aqui em Escuridown.

— Você não sobreviveria um dia nessa ilha.

— Como não? Você prometeu que iria me proteger, não foi? – Natsumi lembrou, arrancando um pequeno sorriso dele.

— Não me diga que eu devo proteger a sua felicidade também? – ele perguntou – Não me lembro de ter prometido isso.

— Está tudo incluído no pacote – Natsumi estendeu a mão para ele – Vamos voltar para casa.

— Francamente, as mulheres têm uma lábia incrível – Kotarô reclamou, mas segurou a mão dela. E então o sorriso dele desapareceu. Natsumi olhou na mesma direção que o garoto e viu que o barco que tinha vindo buscá-los havia chegado. E ela duvidava que fosse esperá-los – Mas que porcaria. Vamos correr!

 

Kotarô segurou a mão dela com mais força e a arrastou até a beira da praia. Ao longe, via os amigos embarcando, um a um, demorando-se o máximo possível, provavelmente para que os dois pudessem alcançá-los. Natsumi tropeçou e caiu na metade do caminho. Era impossível para ela acompanhar a velocidade de Kotarô, ela era rápido demais. Ela surpreendeu-se quando o garoto a segurou no colo e continuou correndo na direção do barco, avançando mais rápido do que antes. O barqueiro já estava recolhendo a âncora e o barco estava começando a se afastar da ilha. Era tarde demais, os dois ficariam presos em Escuridown para sempre.

Ou não.

 

A âncora ainda não havia sido recolhida. E o barqueiro jamais voltaria para buscar duas pessoas. Era arriscado, mas era a única chance que eles tinham. Kotarô usou seu Kage Bunshin, criando vários clones de si mesmo, que serviram como ponte entre a margem da praia e o barco. Mas é claro que não seria permitido que dois passageiros clandestinos embarcassem de repente. Pensando nisso, Natsumi usou o poder do seu Artefato, Adiutor Solitarius, que permitia que ela se misturasse ao cenário, tornando sua presença completamente indetectável, bem como qualquer pessoa que estivesse em contato físico com ela. Kotarô deu um último salto e pulou na ponta da âncora que estava sendo recolhida, e dela para dentro do barco.

— Essa não… perdemos eles – Nodoka murmurou preocupada, olhando para a ilha, que se afastava cada vez mais.

— Como pude perder minha aluna e meu melhor amigo ao mesmo tempo?! – Negi exclamou, descabelando-se.

— Não fale como se eles estivessem mortos! – Asuna censurou.

— É tudo culpa do Kotarô – Yue resmungou – Quis bancar o herói solitário e ficou preso naquela droga de ilha… e ainda arrastou a coitada da Natsumi junto!

— O que estão falando aí de mim? - Kotarô perguntou, sobressaltando a todos. Natsumi tinha desativado o efeito do seu Artefato e agora os dois estavam visíveis de novo.

— Vocês conseguiram embarcar! – Konoka exclamou sorridente. Os dois foram envolvidos em um sufocante abraço coletivo. Vários segundos depois, quando conseguiram se soltar dos amigos, eles explicaram como fizeram para embarcar a tempo.

— Uau! Belo trabalho em conjunto – Asakura deu uma piscadela para eles.

— E também foi incrível você ter conseguido convencer o Kotarô a desistir daquela ideia maluca sobre treinar em Escuridown, hein Natsumi – Haruna elogiou – O que você disse para ele enquanto estavam sozinhos? Aproveitou para se declarar?

— Não comece com isso de novo, Haruna! – a menina pediu – Já disse várias vezes que não gosto dele!

— O que? – Kotarô a encarou pasmo. Parecia um pouco ofendido também - Que maldade você falar isso desse jeito depois de eu ter dito que gosto de você…

— O que?! – os outros exclamaram em uníssono.

— Não diga esse tipo de coisa em voz alta, seu idiota! – Natsumi socou a cabeça dele, fazendo o garoto soltar uma exclamação de dor – Não é esse tipo de “gostar”… quero dizer… ele está dizendo que não me odeia, mas não está dizendo que gosta de mim daquele jeito, sabe?

— Não entendi nada do que você falou – Kotarô disse confuso.

— Tudo bem, não se preocupe, Natsumi. Vocês querem manter segredo, eu entendo – Haruna falou, exibindo um sorriso maldoso – Aliás, isso me lembrou uma coisa. Professor, o senhor ainda tem aquele guia turístico?

— Hein? Ah, sim. Está aqui – Negi o entregou para ela, que o folheou até chegar quase no final – Nós viramos o Arquipélago Nyah de cabeça para baixo, e em cada lugar onde estivemos um lindo e novo casal se formou – Haruna falou em tom romântico, ignorando os protestos de Natsumi sobre ela e Kotarô não serem um casal e a reclamação de Setsuna sobre sua indiscrição – Mas existe um lugar chamado Ilha Korassaum em que ainda não estivemos. Quem sabe lá o senhor não consegue finalmente encontrar a sua alma gêmea, professor Negi…

— Não! – Asuna socou a cabeça da garota e tomou o guia turístico das mãos dela, rasgando-o em pedaços – Já chega de viagens em ilhas malucas!

 

~*~ THE END ~*~


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Notas finais do capítulo

Eu nunca escrevi uma fic tão rápido em toda a minha vida!!! Tirando oneshots, é claro, mas mesmo assim... não acredito que consegui, gente, que emoção *-*
Bom, acho que esse shipp é meio flopado (como a maioria dos meus shipps ;-;) mas é um dos poucos casais que eu shippei certo, e também o meu segundo shipp favorito de Negima!
Eu espero que vocês tenham gostado da história =)
Deixem reviews por favor e façam uma autora feliz! *-*



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