Harry estava ansioso pela chegada da tarde, tinha levantado cedo aquela manhã e evitará ficar no mesmo ambiente que Tio Valter que estava visivelmente de mau humor, mas ainda assim ignorava a presença do garoto, tomou seu café em silêncio as pessoas na mesa mau dirigiram a palavra a ele, como punição pela noite anterior Tia Petúnia passara uma carga enorme de tarefas para o garoto, no fim ele não se importou porque isso ajudaria a passar o tempo,  executou cada tarefa com perfeição para que a Tia não tivesse o que falar, as duas horas da tarde entrou na casa onde encontrou a tia que mandou que aparasse a sebe que estava alta, o garoto praguejou baixo para que ela não o escutasse, no fundo sabia que havia sido guardado a pior tarefa para o final pois essa iria demorar e ele se atrasaria para ver Alina, as intenções   ficaram bem claras quando ele observou a sebe mais de perto provavelmente os Dursley  combinaram com os Pierce de darem um jeito de Duda ir sozinho com Alina.

O garoto pegou a grande tesoura de jardinagem nas mãos e sentiu a raiva passando por seus dedos, lembrou que na noite anterior Edwiges havia retornado para casa trazendo cartas de seus amigos e de Sirius que eram tão vazias quanto o cérebro que Duda dizia ter, Hermione e Rony diziam a mesma coisa que não podiam dar muitos detalhes mais logo eles iriam se ver, Sirius dizia para ele tomar cuidado e se manter longe de encrencas, o garoto começou a cortar os ramos da sebe com raiva deixando um ramo maior que outro, motivo que teve que refazer algumas partes, sentiu o sol queimando suas costas e a raiva só aumentava mais de uma vez pensou em abandonar a tarefa mais continuou mesmo exausto, consultava o relógio de 5 em 5 minutos e as três e meia constatou que seria impossível terminar a tempo, quando um grande cansaço percorreu seu corpo sentiu o desânimo tomar conta dele, Harry se perguntava o porquê de nada nunca dar certo, seria tão fácil se pudesse usar magia, assim que concluiu esse pensamento sentiu a mão que segurava a tesoura formigar e tremer e por um passe de mágica a tesoura seguiu o caminho sozinha puxando Harry junto, seguiu pela sebe cortando ramos rapidamente, tão rápido que acabou por termina o serviço do garoto em menos de 10 minutos, ele olhou para janela certificando que ninguém tinha visto o que aconteceu, subiu rapidamente as escada para o quarto, tomou um banho e se trocou escolhendo as roupas com cuidado, desceu as escadas tentando fazer o mínimo de barulho possível mas quando chegou no patamar da escada encontrou Tia Petúnia.

—  Onde você pensa que vai?  – A Tia perguntou com os braços cruzados e uma expressão desconfiada no rosto.

— Vou dar uma volta – ele respondeu, tentando não relembrar a Tia que sairia com Alina mesmo sabendo que ela já sabia dessa informação.

— Está fugindo das tarefas? Por acaso eu deixei que você saísse?  – A Tia crispava os lábios apertando-os de forma que quase sumiram.

—  Mais eu já terminei – ele respondeu indignado.

—  Terminou é?  Você é um mentirosinho garoto, eu vou conferir a bela porcaria que você deve ter feito – Petúnia saiu em direção a janela pisando firme dando a chance a ele para fugir se quisesse mais ele não fez queria ver a expressão no rosto da Tia quando se desse por conta que ele realmente tinha terminado.

Harry esperou pela tia que não demorou muito a voltar apertava a boca fina, aparentemente procurava palavras ou algum motivo para manter o garoto em casa, mas antes mesmo que ela pudesse dizer algo Harry saiu porta afora e em menos de um minuto estava no patamar da casa de Alina, chegou quase ao mesmo tempo em que Duda que estava estranhamente arrumado, dividiu seus cabelos no meio, passando gel para que ficasse disciplinado porém seus cabelos estavam com a aparência de duros e engordurados e para piorar a situação estava exalando um perfume que poderia ser sentindo na rua das magnólias, assim que viu Harry olhou para o garoto com profundo desgosto concluindo que a mãe não fora vitoriosa ao tentar manter o primo longe.

Os dois se olharam com hostilidade quando Alina abriu a porta devagar ao vê-la Harry sentiu aquela sensação familiar, seu estômago deu cambalhotas circenses para trás, suas mãos instantaneamente ficaram suadas, notou que a garota estava usava um vestido na altura do joelho com mangas compridas que eram um exagero e não combinavam nem um pouco com aquele calor, cumprimentou a garota e os três subiram a rua dos alfeneiros em direção ao parque das Magnólias com Harry em silêncio e Duda tentando manter um diálogo com garota, ao chegar o parque estava fechado, Harry pulou a mureta oferecendo a mão para a garota se apoiar ela aceitou de bom grado fazendo com que Duda o fuzilava com os olhos semicerrados foram  em direção aos balanços sentando-se um de cada lado da garota.

O sol agora estava mais forte gotas de suor escorriam pelo rosto de Harry, tentou limpá-las disfarçadamente mais acabou encostando-se ao ombro de Alina, a garota se retraiu fazendo uma careta de dor, ele olhou para ela tentando fazer contato visual mais ela seguia olhando para os próprios pés, ele conclui que algo havia mudado da noite para o dia e agora ela estava com aversão dele talvez porque ele não estava tão arrumado quanto Duda, de repente se deu conta de quem era, sentiu seu ânimo despencar por completo, como ele não havia pensado nisso antes, ele era só o garoto pelo qual as pessoas desviavam ou mudavam de calçada para não passar do lado, sentiu vontade de sair dali, ir até a casa dos Dursley colocar o malão na vassoura e ir para A Toca, ele sabia que sua chegada seria de surpresa, mas certamente a Sra. Weasley ficaria feliz em vê-lo, o garoto mergulhou tão profundamente em seus pensamentos que nem notou quando surgiram do outro lado da mureta os amigos de Duda.

— E ai Dudão?  –  Disse um dos amigos pulando a mureta.

— Estávamos perguntando onde você esteve se metendo –  o outro disse.

— Eu tive um compromisso –  Duda respondeu sem jeito.

— Temos que cuidar do Luke, ele desacatou você, mas não irá fazer novamente!

— Vão espancar outro garoto de dez anos?  – Harry disse sem pensar.

— Ele me desacatou!  – Duda respondeu defendendo-se.

— E quem é você? Alguma espécie de oficial da lei do jardim de infância?  – Harry disse rindo do Primo fazendo com que os três avançaram na direção dele e Alina se colocasse em pé.

— Isso seria uma briga injusta! – Alina disse se metendo entre Harry e os três brutamontes.

— Eu não preciso que você me defenda!  – Harry disse nervosa a raiva aflorando pelo seu corpo.

— Eu não estou te defendendo, é só que é injusto três contra um.

— Olha só o Potter arranjou uma namorada –  Pedro disse debochado

— Ela não é namorada dele! –  Duda gritou visivelmente incomodado – Ele namora um tal de Cedrico!

— O que?  –  Harry disse alto demais, como Duda saberia sobre Cedrico?

— Não é o nome dele que você chama toda noite quando está na cama!  – Duda disse mais debochado abrindo um sorriso na cara de porco.

— Não fale do que você não sabe – o garoto sentiu a mão deslizando para a varinha escondida no cós do jeans mais parou no meio do caminho não poderia fazer isso com tantos trouxas por perto.

— Você é patético, tão patético que vamos deixar isso para resolver outro dia, vamos Dudão temos que resolver alguns assuntos – Pedro disse puxando um Duda contrariado – Ou você vai querer ficar aí com esses dois perdedores.

— Eu vou sim – Duda seguiu juntos com os amigos pulando a mureta e encarando furioso, os dois que ficaram para trás.

— Tudo bem não liga para eles – a garota disse colocando a mão sobre a de Harry.

O garoto sentou se no balanço cabisbaixo pensando no que a garota iria pensar dele, ele não teria como explicar quem era Cedrico sem falar de sua verdadeira natureza como ele irá explicar que na verdade era um bruxo e que estava sendo caçado por você sabe quem é que o próprio havia matado Cedrico? Seguiu em silêncio mais Alina não fez perguntas, ele olhou para a garota que sorriu para ele enquanto se balançava para frente e para trás seus cabelos balançavam mesmo sem vento, ele acompanhou o movimento.

—  Duvido que você consiga chegar mais alto que eu – ela disse ganhando velocidade com o balanço.  

—  Ah é?   –  ele disse desafiador, ganhou impulso junto com a garota e aos poucos foi atingindo a altura máxima sentiu o mormaço no rosto e o vento que ele mesmo criava com a velocidade o que fez com que sentisse falta de voar em sua firebolt.

—  Vamos pular Harry?  –  a garota gritou rindo alto.

—  Melhor não – Ele respondeu não sentindo muita vontade de cair e quebrar alguma parte do corpo os tios não ficariam felizes e Harry duvidava que quisesse levá-lo ao médico.

—  Está com medo? Não acredito! Nem é tão alto – Alina ria alto como uma criança que nunca havia subido em um balanço antes.

—  Eu não estou com medo!

—  Pois é o que parece – ela respondeu dando gostosas gargalhadas – Vamos lá Harry no três!

E então contaram juntos, no três ambos saltaram mais a queda veio rápida e dolorosa, menos do que ele estava imaginando, rolou na areia rindo e quando deu por si estava com Alina em cima de seu corpo que caiu quase junto a ele, a garota ria ainda mostrando o mesmo sorriso que fazia o estômago dele se encher de borboletas, ela encarou Harry com seus olhos negros, esquadrinhando seu rosto devagar quando ele fez menção de se levantar segurou ele pelos ombros e o manteve no chão e sem dizer mais nada beijou o garoto.

Harry não esperava pelo beijo mais gostou mesmo assim, a sensação dos lábios quentes da garota no seus fez seu sangue fervilhar, mal teve tempo de entender o que estava acontecendo ou onde suas mãos estamos indo quando deu por si estava com a mão no ombro da garota, o mesmo ombro que tocara mais cedo, a garota soltou um gemido baixo de dor, ele olhou para o local e notou que o vestido deslizou pelo ombro da garota revelando um hematoma recente e roxo.

— Quem fez isso com você? – ele perguntou sério.  

— Não quero falar sobre isso – ela disse se levantando subitamente e arrumando o vestido.

—  Você pode confiar em mim – ele disse olhando dentro dos olhos da garota.

—  Eu só não quero falar disso – ela disse ficando séria.

—  Talvez eu posso te ajudar eu só...

—  VOCÊ NÃO PODE ME AJUDAR, NINGUÉM PODE, EU JÁ DISSE QUE NÃO QUERO FALAR SOBRE ISSO – e dizendo isso ela saiu correndo pulou a mureta e seguiu em frente sem olhar para trás deixando Harry estupefato, ele sentou se novamente no balanço pensativo, o que será que a garota estava escondendo?  

Ficou por mais tempo ali refletindo quando viu que já estava tarde e se chegasse antes de Duda iria levar um sermão dos Tios, respirou fundo para se levantar quando ouviu o primo e os amigos subindo a rua empurrando as bicicletas caras e cantando músicas grosseiras, sentiu vontade de ir até lá e azara-los mas se manteve quieto, Sirius havia dito para que ficasse longe de encrencas, era o que ele ia fazer mesmo que contra sua vontade, pulou a mureta e entrou na travessa notou que os amigos de Duda tinham ido embora, rapidamente correu até Duda querendo extravasar sua raiva apontou a varinha para o primo não tendo como objetivo um feitiço para usar, só queria amedrontar o garoto, Duda gritou para que Harry abaixou a varinha quando a noite ficou escura, fria e silenciosa, Harry percebeu os sinais mais não podia acreditar, o que dementadores estariam fazendo em Little Whinging?