Guilda Do Alvorecer: O Reino Caído escrita por Mandy, TenshiAkumaNoLink


Capítulo 21
Capítulo 20 - A Despedida Da Sereia - Hinata




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Hoje é um dia importante: fui chamada pelo comandante Volken para discutirmos minha situação de permanência na guilda. Após me vestir e tomar meu café, segui para a sala do comandante Volken. Mesmo estando a um bom tempo aqui dentro, continuo impressionada com a beleza da sede da Guilda Do Alvorecer. Chegando na frente da porta da sala, dei uma suave batida e abri dizendo:

— Com licença comandante Volken, posso entrar? - E abri uma pequena brecha da porta. 

— Claro, entre, fique a vontade. Por favor, sente-se aqui. - Comandante Volken gesticulou em direção de uma cadeira diante de sua escrivaninha, indicando para que eu me sentasse ali. - Lorelai contatou o rei de Mytra, o senhor Lyon Vaern, acerca de sua situação, Srta. Kaizen, e ele pediu para que a levássemos até a capital, Varsoven. Ele espera que você possa falar da situação diante do Grande Conselho De Mytra e prometeu garantir sua segurança durante sua estadia lá. Meus melhores homens disponíveis ficarão responsáveis por sua segurança até chegarmos a capital, mas se não se sentir segura, recusarei o pedido do rei. 

— Eu compreendo e confio em sua escolta comandante. Sou grata por tudo o que fizeram por mim até agora e sei que pus em risco todos daqui. Estou pronta para partir, quando quisermos. - Respondi confiante. 

— Risco diário é algo que faz parte do cotidiano daqueles que servem a Guilda do Alvorecer, e sua chegada não foi um deles. Você arriscou muito mais coisas vindo até nós, e sem você aqui, provavelmente não saberíamos de muitos pontos do plano de Vorsêris e estaríamos muito mais expostos. Nós é que devemos nossa gratidão a você, Srta. Kaizen. - Comentou ele, com um olhar terno. - Eu irei fazer todos os preparativos para a sua escolta. Se tudo der certo, partimos em três dias. 

—__________________________________________________

Ao cair da noite na Guilda Do Alvorecer, decidi aproveitar para ver Goro e Will pela última vez, afinal, devo tanto a eles por terem me acompanhado até aqui, o mínimo que eu poderia fazer é me despedir de ambos. Então segui para a taverna onde Goro trabalhava, e ao avistá-lo falei:

— Senhor Mokhar! - Comentei em tom animado. - Muito ocupado hoje?

— Senhorita Hinata! Nunca estou ocupado demais para você. - Disse Sr. Mokhar sorrindo e passando a mão em meus cabelos.

— Olá pessoal, cheguei! - Falou o Sr.Wood, com a voz animada, acenando. - Nem acredito que aquela demônia me deu uma folga! Fico feliz que vou poder revê-la antes de sua partida, Hinata. - Ele me abraçou e depois me disse, segurando minhas mãos. - Não se preocupe, tenho certeza que vai dar tudo certo. As pessoas aqui parecem ser completamente loucas, mas são lutadores habilidosos, certamente você estará segura. 

— Sim, eu agradeço muito a vocês dois por me acompanhar até aqui, sentirei saudades! - Falei deixando escorrer uma pequena lágrima de meu olho.

— Não se preocupe, como Will disse, você ficará em excelentes mãos, faça uma boa viagem e não se preocupe conosco. Quando estiver em segurança, peço-lhe que nos envie cartas para matarmos a saudade. - Falou Sr. Mokhar enxugando minha lágrima. - Agora vamos comer algo, para comemorar sua viagem!

Enquanto eu, Goro e Will comemos e nos divertimos, entrou na taverna o Sr. draconiano, Kyurem, se não me engano, então lhe dei um sorriso e disse:

— Sr Kyurem! Não quer sentar-se com a gente?

— Ahm, claro. Por que não? - Disse Kyurem sentando-se à mesa. - Parece que estão festejando algo.

— Na verdade, é mais uma despedida. - Respondeu Will. - Hinata partirá em breve para a capital. 

— Oh, compreendo, leve isso com você então. - Falou Kyurem puxando uma espécie de colar com uma pedra pequena em formato de lágrima de cor rubra. - Desde a última vez que nos falamos eu andei meio ocupado e não consegui lhe dar isso. Nós draconianos chamamos isto de Lágrima de Balshiran, é um amuleto de boa fortuna que damos a quem precisa de sorte.

— Puxa, obrigada! - Agradeci pegando o colar e colocando no meu pescoço. - Será meu amuleto da sorte.

Will olhou com uma expressão que parecia ter um misto de desconfiança com algo que eu não consegui captar, e semicerrando os olhos disse:

— Vocês parecem bem… íntimos. 

— Claro que somos, somos amigos afinal! - Falou Kyurem sorrindo.

— Ahã.. amigos, sei. 

— Não seja bobo Sr Wood, eu e o Sr Kyurem somos apenas amigos. - Falei enquanto meu rosto corava.

Will se aproximou de mim e cochichou: 

— Os indivíduos do sexo masculino são a mesma coisa, independentemente da raça. Eu conheço esse olhar dele pra você. Não confie em homem nenhum, só no Goro. Esse é um santo mesmo.

— Will. - Disse Goro olhando para Will com seriedade. - Pare de corromper a cabeça da senhorita Hinata com quaisquer que sejam as suas intenções. Te conheço muito bem quando você chega perto de uma mulher e cochicha coisas no ouvido dela. - E concluiu puxando a orelha de Will.

— Goro! - Protestou. - Eu não sou tão ruim assim. Só quase. - E soltou uma gargalhada. - Hinata é inocente demais, alguém precisa protegê-la do mundo. 

— Definitivamente esse alguém não vai ser você seu caçador de recompensas galanteador. - Respondeu Goro puxando ainda mais a orelha de Will.

— Eu não entendi, eles estão brigando? - Perguntou Kyurem confuso.

— Parem já os dois! Não quero ver meus amigos brigando por minha causa. - Falei desconversando. 

— Que briga? - Perguntou Will, soltando uma gargalhada logo em seguida. - Eu e Goro somos velhos amigos, e essas conversas eram bem rotineiras. Eu ia sempre na taverna dele com minha família, e depois comecei a ir com meu amigo Silas também. Bons tempos aqueles. - O semblante de Will se tornou obscuro enquanto ele olhava para o fundo da caneca de cerveja sem sequer piscar. - Me pergunto aonde Silas está, se é que está vivo. 

— Curioso, vi alguém bem idêntico a ele aqui na guilda. - Comentou Goro. - Mas supostamente essa pessoa não era o Silas, acho que era Keiran o nome dele ou algo assim.

Will ficou em silêncio por um instante e parecia estar distante da realidade.

— Sr.Wood, está tudo bem? - Perguntei. 

— Meses antes dele sumir, ele se meteu com gente perigosa…. ele se meteu com os Corvos. Nenhum lugar no reino inteiro é mais seguro e difícil de adentrar do que a Guilda Do Alvorecer. Poderia ele…? Goro, onde exatamente você encontrou ele aqui? 

— Aqui na taverna, no meu primeiro dia de serviço, depois disso não o vi mais. 

— Eu sinto muito pessoal, eu preciso ir. - Disse Will, levantando-se abruptamente. - Eu devo ter umas duas horas até ter que voltar para a torre, então tentarei encontrá-lo nesse tempo. - Com um olhar terno, acrescentou. - Boa sorte na sua jornada, Hinata. E não confie demais em ninguém. - E saiu apressado.  

— Obrigada Sr.Wood, até uma próxima!

— Ele parecia bem incomodado por conta desse tal Silas. - Falou Kyurem.

— Nós 3 eramos muito próximos. O sumiço de Silas foi quase tão avassalador para Will quanto a perda de sua mãe. - Disse Goro. - Bom, eu preciso ir, amanhã tenho treinamento junto aos guardiões, se cuide senhorita Hinata, que a mãe Eltharia lhe proteja em seu caminho. - E ele concluiu se retirando.

— Também preciso ir, meu dia foi cansativo e quero tirar um cochilo. - Falou Kyurem.

— Até mais Sr Mokhar, Sr. Kyurem.

— E a propósito, se algum dia precisar de ajuda, eu vou correndo para te salvar.

— Obrigada Sr Kyurem. - Falei enquanto ele partia. 

 

—__________________________________________________

Então finalmente o dia da escolta chegou. Eu estava tão ansiosa que mal podia me conter, mas precisava me manter calma, pois o futuro de Sunaria dependia de mim. Logo peguei todas as minhas coisas e fui até o ponto de partida combinado, o portão de entrada e saída da guilda, e lá estava o comandante Volken me esperando. Ao chegar mais perto, o comandante me olhou e disse:

— Você está pronta para partir, Srta.Kaizen? 

— Sim comandante, estou pronta! - Respondi confiante.

— Keiran e Anette, dos Campeões, serão seus guardas pessoais. Assim que chegarmos na cidade, se precisar ir a algum lugar, eles irão com você. Qualquer coisa que precisar, diga a eles, que eles me avisarão.  

— Entendi, conto com vocês. - Falei sorrindo para os dois, enquanto olhava para Keiran e pensava: “Mas esse não é o tal de Silas que Sr. Mokhar e Sr. Wood falaram ontem?”

— Faremos o nosso melhor para protegê-la, Srta. - Disse Keiran, sorrindo cordialmente para mim.  

— Não temos muitos cavalos, então venha comigo. - Disse Anette, e me ajudou a montar num belo cavalo marrom. - Segure-se firme, Srta.Kaizen. 

— Ok, estou pronta! 

Então após algum tempo de viagem chegamos na cidade de Yazeul, uma cidade pequena próxima a Yarzeth, um lugar pacato e aconchegante, com algumas tavernas e casas, decidimos parar em uma taverna próxima para um breve repouso para então prosseguirmos viagem. Anette me olhou e me explicou:

— Faremos uma pausa aqui em Yazeul por uma noite. Precisamos dar algum descanso para os cavalos, ou eles não aguentarão a viagem inteira. Você dividirá o quarto comigo na taverna, se não se importar. Se está cansada, aproveite pra dormir nas próximas horas. Ah, e se precisar de alguma coisa, pode pedir ao para mim e Keiran. 

— Claro, sem problemas, vai ser bom ter uma companhia durante a noite! Eu só preciso de alguém para me ajudar na hora do banho, fico muito vulnerável quando minhas escamas estão expostas. - Comentei.

— ...Escamas? - Perguntou Anette,confusa. 

— Ah sim, eu contei para muito pouca gente, mas na verdade eu não sou humana, sou uma sereia. - Respondi.

—…Sereia? - Parecendo um pouco assustada, arregalando os olhos cor de esmeralda. 

— Algum problema? - Perguntei.

— Nada não… - Respondeu ela, nervosa, colocando o cabelo loiro atrás da orelha. - Vamos, por aqui. 

— Puxa, apesar de tão pequena, é uma cidade tão bonita. - Comentei encantada, observando o cenário a minha volta.

— Verdade. - Comentou Anette. - O estilo de construção dessa região de Mytra é muito bonito, diferente daquelas construções de pedra sem nenhum charme do leste do reino. Eu cresci na capital, e quando eu saí de lá fiquei verdadeiramente impressionada com o como a simplicidade e a beleza andam juntos nesta região. Das cidades pelas quais passei em missão, Yarzeth, Yazeul e Yarvoth, são as mais charmosas ao meu ver, embora Yarzeth esteja ficando muito perigosa desde o surgimento dos Corvos. 

— O que exatamente são esses Corvos? - Perguntei-lhe, me lembrando que o Sr.Wood também os mencionara antes. 

— O grupo criminoso mais forte do continente de Valora, embora suas operações não sejam muito fortes na Sunaria. Na Sunaria, o Punho Sangrento é mais ativo, mas seriam quase equivalentes em tipos de operação. A diferença é que os Corvos são mais voltados a saques e contrabando do que assassinato, embora também o façam. Dizem que a sede de operações deles fica em Yarzeth, não sei se é verdade, mas eu não duvido. Todo início de estação aquilo vira um verdadeiro inferno. Os mercadores chegam com os produtos da estação, e os gatunos aproveitam o tumulto para realizar seus furtos. Você não pode se descuidar um segundo sequer. 

— Entendi... Espero que ninguém nos ataque aqui. De qualquer forma, aonde vamos ficar? Minhas escamas estão começando a ficar secas.

 - Há um lago na região, mas é muito aberto, alguém pode ver você. - Falou, Anette, pensativa. - Você precisa de muita água, ou se lavar em uma banheira é uma opção? 

— Se for em uma banheira não tem problema, mas eu gostaria de poder me esticar um pouco, já faz um tempo que não nado.

—  Honestamente, eu não acho seguro eu te levar para o lago daqui, mas mais adiante há um rio no qual devemos chegar amanhã. Posso pedir para Volken para pararmos por lá. É mais seguro, podemos fazer um acampamento perto e nos afastarmos o suficiente para não te verem, mas não tão longe a ponto de não termos como pedir ajuda se algum problema ocorrer. Eu te ajudarei com o banho aqui.  

— Tudo bem, uma banheira já serve.

Então após entrarmos em uma estalagem, finalmente tínhamos um tempo para descansar, seguimos para um lugar onde poderíamos finalmente tomar um bom banho. Era um alívio ter Anette por perto para me ajudar, o quarto de banho era bem simples, tinha uma tina com água grande, então eu me despi, e entrei dentro da tina de água, fazendo com que as minhas escamas lentamente aparecessem. 

— É a primeira vez que eu vejo uma sereia na vida, eu acho. Como você faz pra ter pernas? Poção mágica, feitiço ou você ganha pernas quando sai da água, como nos contos? - Perguntou ela com curiosidade. - Não estou sendo indelicada perguntando isso, estou? Se estiver, me desculpe. 

— De forma alguma! Após ficar um tempo fora d’água, as escamas secam e se transformam em pernas para que as sereias possam ficar na superfície, contudo não podemos ficar longos períodos sem água, ou podemos morrer desidratadas. - Respondi.

— Entendo… - Disse ela pensativa, me ajudando a lavar as costas. - E vocês comem o que? A mesma coisa que os humanos? 

— Podemos ter a mesma alimentação que os humanos, mas num geral sereias se alimentam de frutos do mar, peixes, algas entre outras coisas que habitam no fundo do oceano Súnaro.

— Oh, incrível. - Disse Anette, impressionada. 

— Se não tivessem tantos problemas em Sunaria, eu adoraria poder voltar para lá. - Falei em um tom cabisbaixo. - Queria poder ver minha mãe de novo.

— Eu tenho certeza que tudo vai dar certo e você poderá vê-la outra vez. Não sou do tipo que confia muito nas pessoas, mas colocaria minha mão no fogo pelo comandante Volken. Se ele diz que vai ajudá-la a libertar Sunaria e sua família, então ele vai. 

— Sim, comandante Volken tem sido um pai para mim desde que cheguei na guilda.

— Volken é um paizão com todo mundo. - Disse ela, rindo. - Ele ensinou os primeiros membros da guilda a lutarem para se defenderem e viu muitos ali nascerem e crescerem, e sempre buscou orientar a todos. Ele é o grande responsável por tornar a Guilda Do Alvorecer o que é hoje e dar um lar para aqueles que ficaram sem um após a queda de Isalys.  

— Compreendo. - Falei enquanto olhava o colar que Kyurem havia me dado. - Eu também vejo aquele draconiano como meu herói.

— Ah, sim, o Sr.Kenshi. Eu o conheci quando o comandante Volken me enviou com um grupo para resgatar nossos companheiros que tinham sido capturados, e acabamos ajudando os draconianos da vila da qual ele era chefe. Ele me parece boa pessoa. Qual o relacionamento de vocês? 

— Só nos conhecemos na guilda, foi ele quem me motivou a não desistir de fazer as coisas que eu quero fazer. - Comentei pegando o colar. - Ele me disse que sempre que eu precisasse de ajuda, era para eu fazer uma oração com esse colar que ele me deu. Eu não sei mas, eu sinto algo de especial que vem do Sr Kyurem. - Conclui sorrindo.

— Você se apaixonou por ele, é isso. - Disse, ela, sorrindo. 

— C-Claro que não! N-não seja boba A-anette. - Neguei, sentindo meu rosto ficar quente. 

— Você nega, mas sua expressão te entrega. Você é muito óbvia! Você ficou toda boba falando dele. E não há problema algum em gostar de alguém. 

— Não é nada disso… - Falei desconversando. - Eu sinto que ele é alguém predestinado a coisas grandes no futuro. Mas e você, tem alguém que goste aqui dentro da guilda?

— Conheci um rapaz recentemente que me deixou com uma boa impressão. Ele estava internado na clínica, pois tinha ido escoltar uma moça e foram atacados por um feiticeiro, ou algo do tipo, e ele se machucou feio. Conversamos um pouco, mas acabei não perguntando o nome dele. Nos vimos uma vez ontem, e ele me ajudou a levar alguns carregamentos de comida para o refeitório, e esqueci de perguntar outra vez. Ele é bem bonito e charmoso, bom de papo e ainda foi muito gentil. Queria ter lhe convidado para beber alguma coisa na taverna, mas depois de me ajudar ele saiu apressado dizendo algo como “Se eu me atrasar, ela vai me matar.”  

— Entendi. Bom, eu estou pronta, quer ajuda com o banho?

— Não será necessário, mas obrigada. 

 

—__________________________________________________

A noite passou, e com o raiar do sol prontamente seguimos com nossa viagem rumo a capital de Mytra, Varsoven. Eu estava ansiosa pela hora em que chegaríamos até o reino, entretanto, após um tempo de viagem, comandante Volken deu uma ordem para pararmos e disse:

— Vocês ouviram isso? 

— Ouvimos o que? - Perguntou Anette, confusa. 

Nesse instante, vultos encapuzados surgiram de entre as árvores e começar a nos cercar. Rapidamente, Keiran e Anette se colocaram de forma protetora ao meu redor e ele disparou uma flecha contra um dos sujeitos, errando por um triz. Reagindo ao ataque, o mago usou um feitiço na flecha de Keiran, fazendo-a retornar e acertar seu ombro, e ele gritou de dor. 

— KEIRAN! - Gritou Anette, desesperada. 

— Não se preocupa comigo. Proteja a Hinata. 

— Certo! 

Um dos encapuzados tomou a frente e disse: 

— Entreguem a sacerdotisa que ninguém precisa sair ferido. 

— Só nos seus sonhos, maldito. - Rosnou Volken. - Protejam-na a todo custo, campeões. Muita coisa estará em jogo se a capturarem. 

— SIM, SENHOR! - Disseram todos, em uníssono. 

— Levem-na para a carroça de suprimento e só saiam quando tudo estiver resolvido. - Ordenou Duncan, líder dos Campeões, para Anette e Keiran. - AGORA! 

— O que está acontecendo Anette? O Keiran está bem? - Perguntei enquanto corria para a carroça de suprimentos junto dos dois.

— Não se preocupe. Já passei por coisa bem pior e não morri. - Ele tentou sorrir para me confortar, mas pude perceber que estava com muita dor pelo seu olhar. 

— Espero que possamos sobreviver a isso. - Falei enquanto segurava o colar que Kyurem havia me dado. - “Sr Kyurem, por favor proteja a todos nós.”

Eu conseguia ouvir os sons da batalha vindo de fora da carroça de suprimentos. Numericamente estávamos em vantagem. Dez aliados nossos, tirando Anette e Keiran, contra oito inimigos.

— Eu sou uma clériga, então eu acho que posso cuidar do seu ferimento. 

— Eu ficarei grato, se o fizer. - Respondeu Keiran.  

— Talvez doa um pouco, então peço desculpas. - E puxei a flecha do ombro de Keiran. 

— AH AI! 

— Pronto, vou usar um pouco de minha magia para cicatrizar o machucado.

— Muito obrigado, Srta. Kaizen. Eu que deveria estar protegendo você, mas no final é você que está cuidando de mim. 

— Não se preocupe, vamos todos ficar bem. - E sorri tentando confortá-lo. 

Então, após algum tempo, o silêncio tomou o ambiente, não se ouviam sinais de luta mais. De repente homens encapuzados entraram na carroça, Anette e Keiran se puseram em minha frente tentando me proteger, Anette então disse:

— Eu não deixarei ninguém tocar… - Mas foi silenciada com uma forte pancada na cabeça, fazendo-a apagar. 

— ANETTE! - Gritou Keiran, sacando a espada e tentando nos proteger, mas um mago o empurrou com magia, rasgando a cobertura da carroça e jogando-o para fora. 

— SR.KEIRAN! - Gritei em desespero enquanto os homens encapuzados se aproximavam de mim. - O que vocês fizeram com meus amigos?

— O mesmo que eu farei com todos que ficarem no meu caminho e do mestre Iseu. - Disse um indivíduo de aparência andrógina, o mesmo que acertara Keiran com a flecha. Ele se ajoelhou diante de mim e colocou a mão no meu queixo. - Meu mestre ficará feliz quando eu entregá-la a ele. - Ele fez um sinal para outro dos encapuzados. - Amarrem-na. Precisamos sair daqui antes que a guarda da região apareçam ou os aliados dela acordem.

— Não façam nada a eles, eu irei sem resistir, só não matem eles… - Falei tentando impedir que algo de ruim acontecesse a Anette e aos outros. - Podem me levar... 

— Boa menina. 

Então, com minhas mãos amarradas, fui retirada da carroça sem oferecer resistência. Lá fora vi todos os membros da guilda desacordados e um sentimento de culpa tomou minha cabeça. Talvez se eu não tivesse vindo, nenhum deles teria se machucado. 

Do lado de fora, paramos diante de um rosto que me era familiar. O mago falou com sua voz aveludada:

— Conseguimos capturar a sacerdotisa, meu mestre. 

— Bom trabalho, Aloys. - Iseu se colocou em minha frente e com um sorriso no rosto disse a mim. - Nos encontramos outra vez, mocinha. É melhor você não causar mais problemas, pelo seu próprio bem. 

 

    FIM DO CAPÍTULO 20

 


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