Konoha Hiden – Tsuki Uchiha escrita por King


Capítulo 6
6. Capítulo




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O retorno para a fazenda levou menos tempo do que imaginavam, e novamente Haru não esperou que o cavalo parasse de correr, ele já foi pulando do animal assim que viu uma boa oportunidade, deu alguns giros no chão e se recuperou e correu entrando na casa e empurrou a porta com toda força que tinha.

—Pai! – Haru berrou na esperança de ouvir algo.

—Aqui, Haru. – A mãe do menino o chamou enquanto uma tosse de fundo era ouvida.

Haru olhou para trás, para a médica ninja que não esperou o convite para entrar na casa, ele a guiou pelos cômodos até onde tinha deixado seu pai, ou seja, no quarto de casal onde sua mãe estava agora, ela acabava de colocar um pano húmido na testa do homem mais velho que gemia de dor, as roupas do Yanozuka estavam sujas de sangue, sua respiração estava fraca, mas ele não deixou de exibir um sorriso amigável ao menino quando o viu retornar com outra pessoa.

—Desculpe se ele causou algum incomodo. – O Yanozuka já começou a dizer pausadamente.

—Ele é muito educado. – Sakura disse após gentilmente acariciar a cabeça do menino. —Teve uma boa educação. –

—Que bom. – O homem falou e olhou para cima. —Estava com medo que ele fosse sequestrar alguém só para ajudar um velho como eu. – O homem tentou rir com o comentário, mas sentiu dor. —Vá com sua mãe, Haru. –

A mulher que o acompanhava até aquele momento beijou a testa do marido e se afastou, Haru ficou no mesmo lugar apenas esperando algo acontecer, ele não iria sair do seu lugar até ver o pai em pé, era isso que queria só não adiantou, sua mãe o puxou pela orelha e mesmo com suas reclamações ela não o soltou, só fez isso quando chegaram à cozinha. Sakura gentilmente sorriu com aquela teimosia e preocupação do menino, mas assim que ele se afastou ela adotou uma maior seriedade e se aproximou do homem e colocou suas mãos na ferida que havia no mesmo. Uma energia da mesma cor que seus olhos emanava de suas mãos e ela tentava resolver aquele ferimento, o Yanozuka sentia seu corpo sendo curado, sua carne sendo costurada por algum Jutsu.

—Senhor Yanozuka. – Sakura o chamou.

—Fale criança. – O homem continuava com aquele sorriso.

—O que o feriu? – A rosada perguntou.

—Uma espada, provoquei a pessoa errada. – O Yanozuka respondia com dificuldade.

—Sinto veneno em seu corpo, senhor. – A Haruno falou. —Já curei muitos ninjas que foram envenenados, mas esse é diferente. Ele se ligou depressa em seu corpo, não consigo remover. –

“Veneno, não é mesmo? Keidan, o assassino da névoa, quis me matar da forma que ele começou sua carreira” o homem pensou e não abandonou aquele sorriso, apenas derramou uma lágrima enquanto a ferida em seu corpo se fechava graças às habilidades curativas daquela Kunoichi. Não, ele não tinha medo de morrer, sempre acreditou já ter feito o bastante, vivido mais que o suficiente, aproveitado o que a vida havia lhe dado, já estava mais que na hora de devolver aquela sorte.

—Quanto tempo? – O Yanozuka perguntou.

—Horas se eu continuar o curando. – Sakura respondeu e continuou. —Estou evitando que o coração seja pego o máximo que eu posso, mas caso eu pare aqui você terá alguns minutos. –

—Pode parar de gastar seu Chakra com um velho como eu. – O homem olhou para a porta. —E os dois saiam da porta, posso estar morrendo, mas ainda sou um ninja. –

Sakura olhou na direção da porta de entrada do quarto, era verdade mesmo, havia duas sombras passando pela fresta no chão, a madeira lentamente é puxada e de inicio quem entra no quarto era o garoto de cabelos róseos e olhos verdes, o mesmo tinha um brilho em seus olhos que a Haruno conhecia muito bem, ela sabia o sentimento que se passava naquele jovem coração, ele estava se aproximando e tropeçou o que rendeu uma das ultimas gargalhadas do Yanozuka mais velho, mesmo o astral do momento não sendo bom aquele homem ainda sim estava mantendo um sorriso em seu rosto. Haru nem se preocupou em se levantar, ele engatinhou para perto do pai e ficou em silêncio o olhando, não tendo ideia do que dizer. Já a mulher mais velha, de cabelos róseos desbotados, entrou um pouco depois do filho e ficou ao lado do menino, uma das mãos postas no ombro da criança, ao contrário dele, a mesma derramava algumas lágrimas. A Haruno olhou para o Yanozuka e aceitou o pedido dele, a energia que estava em suas mãos foi desaparecendo e ao fim disso ela se levantou e abandonou o quarto, era um ultimo momento dos dois com aquele homem, não iria interromper.

—Yuri. – O homem olhou para sua esposa. —Obrigado por deixar minha vida melhor. – Ele sorriu para ela.

—Nós melhoramos a vida um do outro, Toshi. – Yuri dizia passando a mão em seu rosto, secando as lágrimas.

—Haru. – O homem mirou seu filho. —Cuide da sua mãe, ela vai precisar de sua ajuda. – Ele já sentia um incomodo no abdômen. —Não quero que você faça bobagens, garoto. Escute a sua mãe e a obedeça, mas faça suas próprias escolhas. – O homem e Haru choravam juntos. —Não chore, você é meu filho, você é um Yanozuka. Eu amo vocês. –

O homem mais velho com esforço levou uma das mãos às bochechas do menino e enxugou uma das lágrimas que escorria, Haru abriu novamente seus olhos e lá estava uma cor diferente do verde, seus olhos por um breve momento estavam vermelhos na mesma cor que o sangue, e um círculo ao redor das pupilas, mas como disse foi por um breve momento, os olhos do menino retornaram a sua cor natural.

—Entendo. –

Falou Yuri Yanozuka enquanto sua mão deslizava pelo rosto do menino, sussurrou algo e sua mão finalmente caiu no chão, a cor de seus olhos foi adotando um acinzentado, o barulho de sua mão foi abafado pelo choro de Haru e de sua mãe, lágrimas escorriam e terminavam pingando no chão. Yuri mesmo estando morto manteve seu sorriso gentil, um sorriso que exibia para todas as situações, algo que todos que o conhecia entendiam como um “Vai ficar tudo bem”.


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