Konoha Hiden – Tsuki Uchiha escrita por King


Capítulo 11
11. Capítulo




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Haru andava sozinho pela vila que agora estava com mais movimentos do que nas vezes anteriores. “Estão vindo ninjas de todos os lugares” pensou olhando discretamente para um garoto de cabelo escuro e olhos cinzentos tendo seu rosto coberto por maquiagens, na testa estava uma bandana com o símbolo da Vila da Areia. O outro garoto percebeu que estava sendo observado e dirigiu sua atenção ao rosado que sorriu de um jeito forçado. Haru continuou a andar e vez em quando observava alguns ninjas e o que faziam. Sua atenção acabou mudando para duas pessoas, uma criança e um adulto, que enquanto davam bananeira aumentavam a própria velocidade, os dois usavam roupas verdes e exibiam o mesmo corte de cabelo, ele deu espaço para que passassem.

—A Vila da Folha é estranha. – Fez aquela breve observação.

“Naruto-nii-san deve estar ocupado então é melhor nem ir atrás dele. Vou logo me desculpar com a Sakura” pensou dirigindo seus olhos ao prédio de maior importância da Vila da Folha e alterando o caminho, seguindo em direção à casa que havia ido outro dia. “Só vou me desculpar e já vou embora” pensou e aceitou aquela ideia e tornou aquelas passadas de uma caminhada em uma corrida. Em poucos minutos correndo ele já estava cansado, mas a casa já estava a pouco mais de quinze metros, só precisava terminar de passar pela ponte que agora descansava para recuperar seu folego.

—Correr é uma droga. – Novamente fez uma observação.

—Tsuki? –

O garoto olhou na direção que veio a voz. Lá a poucos metros do mesmo caminho que havia feito estava à ninja médica com algumas sacolas em suas mãos, era mais do que evidente um olhar de surpresa. Ela tomou alguns passos chegando ainda mais perto do menino e o observou, ele estava um pouco suado e pela sua respiração ela diria que estava cansado.

—Oi. – Haru falou olhando para outro lado. —Só vim me desculpar. – Enquanto dizia aquilo já se levantava. —Então... me desculpe. – E após seu comentário ele começou a se afastar.

—Não. – Sakura respondeu negando o pedido de desculpa. —Vamos, entre em casa e beba algo. –

Haru estava para contestar, mas seu braço foi segurado firme pela ninja médica que o carregou para dentro da casa com a maior facilidade. A mulher de cabelos róseos soltou o braço e se adiantou indo para a cozinha e descarregando as sacolas e iniciando o preparo da bebida do garoto.

—Tsuki. – Sakura chamou o menino. —Porque estava tão suado? –

—É Haru. – O garoto falou baixo, mas continuou. —Quando percebi já estava correndo. –

A Haruno retornou com um copo de água com gelo e entregou ao garoto que deu alguns goles. Sua garganta seca agradecia por aquilo. Ele colocou o copo na pequena mesa à frente e suspirou enquanto cruzava seus braços, Sakura compartilhava da mesma bebida que ele, porém mal havia tocado no copo. Ele a olhou com mais cuidado, seus cabelos róseos eram realmente iguais ao dele assim como a cor de seus olhos, compartilhavam até do mesmo bordão (Shannaro).

—Minha mãe. – Haru iniciou a conversa. —Ela tem broncopneumonia. – E dirigiu seus olhos para os da Kunoichi. —Você, como uma Ninja Médica, não conseguiria cura-la? –

—Não. – Sakura respondeu e continuou. —Existem doenças que ainda não somos capazes de curar. – A rosada falou e olhou o menino. —O que pode ajudar são os remédios que ela já consome. –

“Nem eles estão ajudando” Haru pensou e se lembrou de ver Yuri com uma péssima aparência antes de sair do apartamento, a mulher exibia sua clássica exaustão com uma demorada tosse seca. Ele olhou para trás afinal algo, ou melhor, alguém chamou o seu interesse. A outra garota de cabelos negros até os ombros e olhos ônix com um par de óculos vermelhos, trajando um vestido vermelho e sandálias escuras, em sua cabeça uma bandana vermelha da Vila da Folha.

—Sarada. – Sakura chamou a menina. —Veja, é o Tsuki. –

—Haru. – Ele falou em voz baixa, mas a aumentou novamente. —Oi. Você é uma Genin, não é mesmo? –

—Sou. – A Uchiha respondeu.

—Boa sorte no Exame Chunin. – Haru gaguejava aquelas palavras. —Passeando pela vila pude ver alguns ninjas com fortes indícios de serem fortes. – Ele mirou seus olhos verdes nos ônix da menina. —Derrote-os. –

A menina não deixou de corar seu rosto com aquele comentário. Ela inclusive deu indicio de um sorriso. Sakura a todo o momento ficou em silêncio, apenas observando. Tsuki, ou Haru como gostava de ser chamado, estava desejando boa sorte para a única irmã. A Ninja Médica enquanto observava as duas crianças, deu um pequeno gole em seu copo de água.

—Eu agradeço. – Respondeu a Uchiha e se voltou para a mãe. —Vou ficar o dia fora. O Boruto vai aprender algo com o Konohamaru-Sensei, vou assistir. – Após dizer aquilo ela já se afastava. —Tchau Tsuki. Até mais, mãe. –

“É Haru” pensou enquanto a Ninja Médica respondia a menina. A Sannin bebeu mais um pouco de água enquanto olhava para o menino que mantinha a todo o momento seus braços cruzados. Ela suspirou e se pôs de pé e aproximou-se dele, mas não invadiu seu espaço pessoal. A única coisa que a Haruno gostaria é que tivesse um bom relacionamento com aquela criança, e o mesmo estava dificultando aquilo, talvez se abrindo um pouco com ela, mas ainda era devagar demais.

—Vamos lá para fora. – Sakura falou e apontou para o jardim. —Quero ver se você é forte. Se eu ganhar você vai passear comigo amanhã. Se eu perder aceito o pedido de desculpa e te deixo ir. –

—Vai querer lutar com uma criança? – Haru perguntou, mas ainda sim não havia negado. —Tudo bem. –

O que Sakura estava querendo com uma luta? Se tentar se relacionar com ele por meio da conversa era difícil, tentaria se relacionar com o mesmo em uma luta. Claro que aquele não era seu pensamento. Yuri lhe contou que muitas vezes Haru e Toshi conversavam durante os treinos, que o menino costumava se abrir um pouco durante um combate. O menino vagamente se lembrou da luta em conjunto que tiveram contra Terikate e Keidan, aquela mulher abusava de uma força bruta, tudo o que ele teria que fazer seria atacar a distância. Haru se pôs de pé e os dois saíram da casa e tomaram uma distância do outro de vinte metros quando chegaram ao jardim.

—Katon: Hosenka no Jutsu! –

Haru disparou de sua boca algumas saraivadas de fogo que não acertam a rosada, mas sim acertam uma a outra criando uma luminosidade quase semelhante a fogos de artifício, a ninja médica colocou uma das mãos acima dos olhos para se proteger de possíveis fagulhas.

—Shannaro! – Haru gritou enquanto corria.

A Haruno sorriu ao escutar aquele bordão. Haru corria em sua direção e a poucos metros fazia um selo criando um clone que o jogou para cima, passando a alguns metros da Kunoichi, aterrissando atrás dela e dirigindo seu punho ao encontro dela. A mulher desviou do soco e segurou o braço do garoto e depois o jogou para o mesmo lugar que ele havia saído. Ele poderia ser rápido, mas não o suficiente. Ele olhou para o braço que fora agarrado, a marca da mão da rosada era pouco visível.

—Você é bom, Tsuki. – Sakura comentou.

—Obrigado. – Haru respondeu. —Meu pai me ensinou. –

—Me desculpe por Yuri nunca ter revelado. – A rosada comentou. —Me desculpe ter perdido você. –

Haru ficou em silêncio e correu em sua direção. Ele sabia o que a Kunoichi estava fazendo, seu pai costumava fazer aquilo sempre que o via descontente por menor que fosse a coisa, a intenção dela era que ele se abrisse da mesma forma. Seu punho que estava fechado para dar um soco foi se abrindo enquanto a distância entre eles ia diminuindo. Ele foi parando de correr pouco a pouco até aquilo se tornar somente passos rápidos.

—Não vou te desculpar por isso. – Haru respondeu e continuou. —Meus pais me criaram com todo amor que podiam. – Ele corou um pouco enquanto falava aquilo. —Se não fosse aquilo eu não teria conhecido eles. Então, não peça desculpas. –

Haru olhou para a própria mão aberta, que a poucos estava fechada e iria ser usada para dar um soco na ninja médica, depois olhou para a rosada e fechou o punho e esticou o braço, um gesto que havia feito somente com o Hokage quando aprendeu com o mesmo sobre a Vontade do Fogo. A Kunoichi compreendeu o que ele queria e fez a mesma coisa. Seus punhos estavam quase se tocando quando Haru se afasta um pouco.

—Meu clone. – Haru falou para si mesmo.

Algumas imagens vinham à mente do rosado; Yuri em sua cama tossindo e com febre, a mesma reclamando de dores pelo corpo e contando algumas histórias da infância do menino, e ela por fim vomitando sangue. Haru ignorou a ninja médica e o que estava acontecendo naquele momento, ele imediatamente correu na direção que o apartamento, talvez estivesse correndo mais rápido do que na ida para a casa Uchiha. O rosado pouco antes de sair do apartamento havia deixado um Bunshin cuidando de sua mãe, e caso ela piorasse o mesmo deveria desaparecer como um aviso ao original. Ele olhou para trás e confirmou o que imaginava, a Kunoichi seguia a poucos metros e balançou a cabeça para ele. Minutos mais tarde Haru chegou ao apartamento e abriu a porta e correu pelo aposento até chegar ao quarto de sua mãe, a mulher ainda estava sentada na cama com a coberta suja de sangue, o líquido vermelho escorria de sua boca, era evidente o cansaço em seus olhos.

—Haru. – Falou com a voz seca. —Como tá a aldeia? –

—Com movimento. – Haru se aproximou. —Os remédios. Você os tomou? –

—Não ajudam mais. – A mulher respondeu com dificuldade. —Haru. Deixe-me com a Sakura. –

—Por quê? – Haru perguntou e olhou a ninja médica na entrada no quarto.

—Só saia. – Yuri pediu ao garoto. —Veja se na farmácia tem algum mais forte. –

Haru concordou. Com certeza remédios mais fortes poderiam ajudar com a broncopneumonia de sua mãe. Ele se afastou da cama e depois correu para fora do apartamento em direção a uma farmácia que haviam conhecido e que o dono se simpatizou com a mulher. A Kunoichi entrou no quarto pouco depois de Haru sair e se aproximou da cama e fitou os olhos cansados de Yuri e depois para as caixas de remédios, aquelas eram as dosagens mais fortes, o garoto não encontraria nada mais forte do que aquilo.

—Sakura. – Yuri a chamou. —Estou deixando ele em suas mãos. – A mulher disse e continuou. —Por favor, tenha paciência com ele. – Após aquele comentário cobriu a boca e novamente vomitou sangue.

Ela limpou a boca com a outra mão e fingiu um sorriso. A Haruno continuou em silêncio, mas apenas concordou balançando a sua cabeça. Haru estava a pouco mais de vinte metros da farmácia quando sentiu um toque com jeito em seus ombros que se transformou em um abraço, a sensação era a mesma de quando era abraçado por seus pais. Ele parava aos poucos de correr e virou seu rosto na direção do apartamento.

—Esta chovendo. – Comentou.

Mas não estava.


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Notas finais do capítulo

A ultima frase de Haru faz conexão com o comentário de Roy Mustang no funeral de Maes Hughes (FMA)



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