Maneira de Lidar escrita por Lura


Capítulo 2
Segundo Mês


Notas iniciais do capítulo

Eu não sei se deu para entender, mas a fic se passa aproximadamente dez anos após o surgimento de Ladybug e Chat Noir. Esclarecendo, caso alguém tenha estranhado. Isso fica claro em "Maneira de Dizer" e, como é sequência, acabei indo no ritmo, sem repetir muitas informações.

Bom, é isso. Espero que gostem.

Lembrando que a fic trata de situações cotidianas dos nossos heróis, por isso é curtinha. Porém, mais adiantes, veremos um pouquinho de ação.



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Adrien constatou, ainda no segundo mês de gestação de Marinette, que os enjôos faziam parte da nova - e complicada - rotina do casal. E eles pioravam.

Embora a médica que acompanhava a asiática continuasse dizendo que aquilo era comum, aos olhos do loiro, não parecia nada normal que sua companheira estivesse emagrecendo, quando, na verdade, deveria estar engordando.

A situação estava tão crítica, que praticamente todas - e não é exagero enfatizar a palavra “todas” - as coisas que exalavam qualquer tipo de aroma estavam sendo abolidas do apartamento. Marinette, em um surto de desespero, tinha proibido o uso de desinfetantes, sabonetes, detergentes, amaciantes, sabão em pó, aromatizantes e qualquer tipo de produto de limpeza que não fossem classificados como neutros.

Em determinados dias, o ex-modelo sequer conseguia cozinhar dentro de casa - porque, obviamente, com os enjôos, Marinette já não conseguia desenvolver essa tarefa -, tendo que, obrigatoriamente, comer fora ou filar as refeições no apartamento de Nino e Alya.

E era exatamente em um desses dias que se encontravam.

O rapaz terminou de subir o par de escadas do sobrado, que davam acesso ao apartamento que dividiam. Em suas mãos, trazia uma sacola plástica com a janta da namorada: uma mistura estranha de vegetais sem muito cheiro ou gosto, uma das poucas coisas que o estômago dela vinha aceitando ultimamente. A refeição dele, tinha sido feita momentos antes, no mesmo restaurante em que comprara os vegetais, um tanto as pressas. Afinal, preferia negligenciar a própria alimentação do que a dela.

— Mari? - Chamou tão logo abriu a porta, não precisando de muito esforço para localizá-la, já que permanecia no mesmo local em que a havia deixado: Completamente estirada no sofá. - Hora de comer. - Anunciou, deixando o pacote sobre a mesa de centro, oportunidade em que Plagg deixou seu casaco e voou rumo a cozinha.

— Perdi a fome. - Respondeu, desanimada.

— Marinette, faça um esforço! - Tikki, que observava a portadora do encosto do sofá, pediu, preocupada.

— Você não comeu quase nada hoje. - Lembrou o ex-modelo, enquanto pegava os talheres.

— Seu filho não deixou. - Brincou ela, inflando as bochechas. Adrien sorriu.

Adorava quando ela usava as frases "seu filho"  e "nosso filho". Fazia com que ele se sentisse mais próximo da paternidade. Ele estava se tornando um pai e isso era tão "uau"!

— Vamos! - Insistiu, aproximando-se novamente do sofá.

— Não quero! - Negou a jovem, tampando o rosto com uma almofada.

O loiro suspirou.

— Vou precisar lhe dar comida, tal qual uma criança? - Questionou.

— Talvez eu coma, se for assim. - Puxando a almofada para deixar só os olhos de fora, Marinette respondeu, piscando os cílios.

— Então tá. - Adrien concordou, sentando-se no espaço disponível próximo aos pés dela e pegando a vasilha com os vegetais.

— Eu estava brincando. - Um tanto corada, rolou os olhos para cima, enquanto se sentava.

Marinette pegou o vasilhame e os talheres das mãos do namorado e removeu a tampa de plástico, imediatamente franzindo o cenho ao encarar o alimento. Sabendo que não teria paz enquanto não colocasse algo para dentro, espetou o garfo em um pedaço e pôs na boca, mastigando como se estivesse prestes a ingerir areia.

Com certa dificuldade, conseguiu empurrar o alimento garganta abaixo, repetindo o procedimento mais três vezes.

— Vai ficar aí, me encarando? - Forçou um tom casual.

— Se eu não te vigiar, você não come. - Adrien respondeu, fazendo o desânimo crescer na garota. Afinal, estava justamente contando que ele baixasse a guarda para que pudesse se livrar da comida por outros meios.

Demorou cerca de dez minutos para que a morena finalmente desistisse de continuar tentando e, ao contrário do que esperava, Adrien não contestou. Afinal, ela tinha conseguido ingerir mais da metade da porção, o que era um bom avanço, não sendo confiável forçá-la além de seus limites. Melhor que o alimento permanecesse em seu estômago, afinal.

Não demorou muito para que o casal se dispersasse, com Marinette seguindo para o banho em companhia de sua Kwami, e Adrien tratando de descartar os recipientes de plástico da comida que comprara e lavar os poucos talheres utilizados, enquanto Plagg lhe azucrinava. Em seguida, o loiro seguiu para o quarto, e ficou matando o tempo checando suas redes sociais, aguardando a companheira terminar.

Não muito tempo depois, Marinette deixou o banheiro da suíte, já trajada com uma calça de moletom preta e uma blusa cinza larga, do mesmo material, onde lia-se na estampa a palavra “meow”. Adrien sabia que ela tinha adquirido a peça apenas para tirar sarro dele.

Enquanto a morena se acomodava sob as cobertas, junto aos dois Kwamis, foi a vez do loiro dirigir-se ao banheiro e tomar um banho cauteloso, de modo que não usasse nenhum dos produtos que vinham causando aversão na companheira.

Qual não foi a sua surpresa quando, após terminar e tentar se unir a namorada em um abraço carinhoso, sentiu-a afastar-se bruscamente de si.

— Qual o problema? - Indagou, ligeiramente confuso.

— Seu cheiro. - Reclamou ela, contendo a ânsia repentina. - O que você usou?

— Apenas produtos neutros, Mari! - Exasperou-se.

— E o desodorante? - Indagou, desconfiada.

— Sem perfume. - Afirmou ele. - Você chegou ao cúmulo de pregar uma lista de produtos proibidos na parede do banheiro, acha mesmo que eu ia arriscar depois disso? - Questionou, e estava sendo sincero. Não por insatisfação com a situação, mas porque era perceptível o fato de que a namorada estava sofrendo no início da gestação. Então, o que ele pudesse fazer para amenizar a situação, faria.

— Veja, sem cheiro algum. - Afirmou, tentando se aproximar. Contudo, cessou o movimento ao ver que a companheira tornou a enjoar-se.

— Não dá! - Respondeu ela, levantando-se. - Desculpa Adrien, não sei o que está acontecendo. - Emendou, chorosa.

Foi quando uma risada, um tanto quanto zombeteira, chamou-lhes a atenção.

O casal, então, desviou a atenção para o pequeno Kwami negro estirado no colchão, dono da gargalhada maldosa inconfundível.

— Eu não acredito nisso. - Começou Plagg, sem conseguir esconder o quanto estava se divertindo com a situação, de modo que até mesmo Tikki decidiu observá-lo. - Marinette enjoou do cheiro do Adrien! - Exclamou, tornando a gargalhar, como se tivesse contando a melhor piada do mundo.

E o loiro, estarrecido, limitou-se a encarar a namorada, em uma súplica muda para que ela negasse aquilo.

— Isso não pode estar acontecendo. - Derrotado, murmurou por fim.


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Notas finais do capítulo

E então? Como foi?

Espero, sinceramente, que tenham gostado.

Só para reforçar, a fic retrata momentos cotidianos e fofinhos do casal. No caso, eles aprendendo a lidar com as complicações de uma gestação. Tadinho do Adrien, eu adoro fazer ele passar uns sufocos. E isso só está começando, hehe.

Bom, é isso.

Até o próximo!



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