O Clube dos Quatro escrita por spyair


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu juro solenemente que não vou fazer nada de bom.
SEGUINTE.
Cada capítulo será narrado por um dos quatro personagens principais, e esse aqui é narrado pela linda Kurome.
Enjoy!



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KUROME

 

Aquilo perdurou na minha cabeça pelo resto do dia.
Mal consegui executar meus feitiços nas aulas práticas, minhas poções deram totalmente errado, a Adivinhação foi perda total e, incrivelmente, passei a aula de História da Magia acordada.
No fim do dia, restava apenas uma aula para assistir e eu poderia me enfiar nas profundezas das minhas cobertas para refletir a respeito daquela mulher.
— Ei, Kurome — uma voz conhecida soou, tirando-me de meus devaneios. Ergui o olhar, dando de cara com a cabeleireira ruiva caindo sobre minha cadeira. — O que houve com você? Esteve sonhando acordada o dia inteiro.
— Não é nada, Irina… — tentei olhar para o lado, mas os cachos tubos cobriram minha visão, restando-me apenas olhar para Irina.
— Kurome, não minta pra mim, te conheço à tempo suficiente para saber quando algo está mexendo com você — protestou, estapeando minha carteira. Olhei para suas mãos, em seguida pra ela.
— Eu não posso te contar ainda… Na verdade não sei bem o que estou pensando... — mordi o lábio. Claro, isso poderia ser apenas coisa da minha cabeça, mas a idéia de que aquela mulher tinha algo de errado não saía de mim.
— Então descubra o que é e me diga! — ordenou, bufando e marchando rumo à sua carteira, uma cadeira de distância da minha. Não demoraram nem dois segundos e alguém jogou-se na referida carteira que separava nós duas.
— Uh, perdi a briga? — Jack assoviou, mas o olhar assassino que mandei para ele tratou de fazê-lo calar a boca.
A porta foi aberta de rompante, batendo contra a parede e causando um barulho alto, que anunciou a chegada de alguém na sala. E esse alguém era a nossa nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas.
Agora, darei alguns instantes para que vocês tentem adivinhar quem é a professora. Tá, eu não sou burra e sei absolutamente que você, curioso, vai pular para o parágrafo seguinte onde eu direi o nome da professora.
Confirmo-vos, leitores, o que já estão pensando! Sim! A professora de Defesa Contra as Artes das Trevas é justamente a mulher que falou com Sam e eu hoje pela manhã!
Ela cruzou a sala com uma pose imponente, sua aura empoderada fez pairar um medo naquela sala. Medo de dar qualquer passo em falso diante daquela mulher que poderia custar-lhe a vida.
— Por quê essas caras? — a dita cuja soltou uma risadinha, enquanto virava-se de costas para nós e estendia a varinha para o quarto negro. Uma letra desenhada e complicada de entender surgiu na lousa, formando o nome da professora.
"Emanuelle Weissbier"
— Há tempos que eu não ficava tão animado pra uma aula… — Jack sussurrou ao meu lado, uma expressão nojenta de malícia em seu rosto.
Virei o rosto bruscamente para encará-lo, dando de cara com um Jack totalmente vidrado na professora. Ele levou às mãos aos cabelos loiros e os bagunçou, deixando-os incrivelmente despenteados, mas era incrível como até nisso ele conseguia ser bom.
— A professora McGonagall me informou que o monitor chefe é desta turma... Quem seria? — a professora indagou, depositando a varinha em cima de sua mesa.
— Jack Zummach, ao seu dispor, professora — o descarado ficou de pé com uma pose pomposa, ainda fitando a professora.
— Vai ser bom contar com o seu auxílio, senhor Zummach. Agora, se me fizer o enorme favor de se retirar da sala de maneira civilizada, eu agradeceria.
Vi Jack empalidecer, e por trás dele, pude fitar Irina prendendo o riso.
— Perdão? — o loiro piscou algumas vezes antes de processar o que lhe fora dito.
— Saia da sala, Zummach — ordenou, elevando a voz uma oitava.
— Por que motivo, eu poderia saber? — numa tentativa bastante falha, ele procurou manter a calma.
— Eu não admito sob hipótese alguma que um aluno olhe pra minha bunda enquanto eu falo — esclareceu, sustentando o olhar firme sobre ele — Faça o favor de se retirar ou terei que lhe dar uma detenção.
À contragosto, Jack recolheu sua mochila e saiu pisando duro da sala de aula. Troquei um olhar significativo com Irina, e foi como se nossos pensamentos estivessem sincronizados.
Nós iríamos zoar muito com ele.

 

Chegada a hora do jantar, entramos de braços dados, a ruiva e eu, direto para a mesa da Grifinória. Distingui rapidamente um pontinho loiro naquele borrão vermelho, e não hesitamos nem um segundo ao sentar ao lado do garoto que estava com uma cara emburrada e parecia de muito mal humor.
— Olá, senhor monitor — Irina começou, debruçando-se sobre o braço dele e o fitando com divertimento.
— Demorou, mas finalmente apareceu um professor que visse sua verdadeira forma — alfinetei. — "Os olhos astutos do falcão sempre vêem tudo", certo?
— Parece que o falcão — Irina sibilou, os lábios próximos do ouvido do loiro. — foi apanhado.
— Okay, podem calar a boca? — disse, por fim, o Zummach, assumindo uma carranca. — Não sei como diabos aquela vaca complexada me pegou…
— Olhando descaradamente pra bunda dela — interrompi.
— Mas — continuou, não fazendo objeção alguma ao que eu havia dito — isso não vai ficar assim.
— Uh, a ira do monitor-chefe foi despertada — a chegada de Sam foi anunciada com essa fala, e ele se juntou a nós na mesa da Grifinória.
— Ninguém — Jack afirmou, muito mais convicto do que deveria. — vai manchar meu histórico perfeito! Eu vou…
— "Me tornar Ministro da Magia" — completamos, em uníssono, antes que ele terminasse a tão dita frase. Dentro dos cinco anos em que fomos amigos, Jack disse mais vezes essa frase do que piscou os olhos.
— Que bom que já sabem. — levantou-se, arrumando a capa preta sobre os ombros. Ele nunca gostou de usar o uniforme completo. Detestava usar gravata, o colete o irritava, e ele só usa a capa porque diz que o deixa "imponente". — Tenham uma boa noite, meninas. Vamos, Sammy — chamou o melhor amigo, e deixaram o Salão Principal juntos.
Quando perdemos eles de vista, eu suspirei e comecei a me servir das costeletas de porco. Os grifinórios me encaravam com estranheza, alguns até com um certo nojo, mas ninguém contestou.
Dois anos atrás, quando uma garota tentou me impedir de jantar ao lado de Irina, ela passou três semanas no St. Mungus.


O silêncio mortal pairava sobre aquela sala. A única presença além da minha era a do Barão Sangrento, que vez ou outra passava pela Sala Comunal, murmurando e praguejando.
Faltavam setenta e seis páginas para que eu terminasse aquele livro, e eu definitivamente precisava acabá-lo o mais rápido possível. Essa era a razão pela qual eu estava debruçada no sofá em frente á lareira, devorando freneticamente cada uma das palavras daquela divindade literária.
— Kurome — uma similar voz soou, e eu pude sentir o jantar voltar do fundo do meu estômago para a minha garganta. Levantei de supetão daquele sofá, fechando o livro com tamanha brutalidade que ecoou na sala inteira. — Senti sua falta nas férias…
— Ótimo. Continuará a sentir — cruzei a sala e passei por ele, rumando para as escadas. Mas, antes que eu pisasse no primeiro degrau que levaria aos dormitórios femininos, senti-o agarrar meu pulso e me puxar bruscamente para junto dele. Agarrei minha varinha instantaneamente, e quando meu corpo chocou-se contra o dele, minha varinha estava diretamente apontada para o seu pescoço. — Me solte.
— Relaxe, Kurome… — a voz suave soou, e eu pude sentir seu hálito de hortelã bater em meu rosto. — Apenas queria te desejar boa noite.
E me soltou. Saiu da Sala Comunal pelo buraco do quadro de Salazar Slytherin.
Maldito infeliz. 


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Notas finais do capítulo

E aí, bruxinhos?
O que acharam do ponto de vista da Kurome? Comentem, façam uma autora feliz!
Malfeito feito.



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