Lovestoned escrita por Ducta


Capítulo 18
Veneno de deus e suas consequências


Notas iniciais do capítulo

luluh obrigada pela recomendação amor *-----------*



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POV Alethia

 

Eram pouco mais de nove da manhã, eu tinha acabado de acordar graças a alguém no andar debaixo que ligara o rádio no volume máximo e ouvia música eletrônica, me impedindo de voltar a dormir. Levantei e prendi o cabelo em um coque frouxo, escovei os dentes e voltei pro quarto pra trocar de roupa – mini short roxo de malha e regata branca – antes de descer pra tomar café.

- Porque essa cara de sono Ale? –Justin perguntou aos risos enquanto descia as escadas ainda sonolenta.

-Então foi você não é? Seu cretino! – resmunguei quando ele me puxou pra um abraço.

Todos estavam na sala, exceto Peter que ainda tomava café e me fez companhia.

Quando eu voltei pra sala, ouvi a campainha tocar apesar do volume do som e foi Diana quem abriu a porta, mas eu estava perto o suficiente pra ficar de queixo caído como ela. Parado, com um sorriso torno se encontrava um rapaz alto, pele bronzeada de sol, cabelos escuros, olhos azuis profundo, vinte e poucos anos.

-Pois não? – Diana perguntou bobamente.

- Vocês foram ao karaokê ontem? – ele perguntou.

Justin me abraçou por trás e pela minha visão periférica, eu vi Peter fazer o mesmo com Kimberly.

-Sim, por quê? – Perguntou Dean se aproximando de Diana.

- Então é aqui que mora a loira dos olhos verdes que cantou Summerboy?

- Que você quer com ela? – Justin perguntou e eu senti seu maxilar travar na curva do meu pescoço.

- Só quero olhar nos olhos dela. – e dizendo isso, seu olhar encontrou o meu pela primeira vez.

 

POV Justin

 

Enquanto o estranho olhava pra Alethia, eu senti seu corpo estremecer e amolecer em meus braços.

- Quer sair pra tomar um suco comigo Alethia? – ele perguntou sorrindo, ainda mantendo contato visual com ela.

- Como você sabe o nome dela? – eu perguntei sem soltá-la.

-Eu quero. – ela disse devaneando se soltando dos meus braços.

- Quê? Alethia você nem sabe quem é ele! – Eu disse, mas ela não me deu atenção enquanto caminhava pro estranho.

Os outros a chamaram também, mas ela simplesmente nos ignorou.

-Não quero ninguém atrás de mim! Principalmente você, Justin! – ela disse repentinamente raivosa, me sobressaltando.

- Que foi isso? – perguntou Kimberly ainda chocada.

 

Eu comecei a andar de um lado pro outro pensando, ou tentando. Aquilo não era normal! Amor a primeira vista a te vai, mas assim é exagero! Isso não é humano! Inumano... DROGA! Tinha que ser! Mas era homem... Tenho certeza que Afrodite não teria pachorra o suficiente pra seduzir a Alethia. Teria?

 

- Vem cá, nós vamos ficar sentando aqui ou vamos dar um jeito nisso? – Kimberly disse de repente. – O cara pode ser um maníaco! Sabe-se lá o que ele fez com a Ale!

- E aí Justin? – Peter perguntou.

Eu ainda andava de um lado pro outro.

-Pensa Justin! Pensa seu retardado! – Eu dizia a mim mesmo enquanto passava as mãos freneticamente pelos cabelos.

Acabei ligando pra casa dos meus pais.

-Mãe, qualquer Titã, deus primordial, olimpiano, deus menor... Qualquer um fora Afrodite que represente o amor, a luxúria, sexo, paixão... Todos esses ou um deles. Rápido, por favor!

- Que aconteceu filho? – ela perguntou já ansiosa.

-Depois eu explico tudo!

- hã... Eros é o único que eu consigo lembrar agora. – ela disse depois de um minuto pensando.

-Perfeito. Tchau mãe, te amo.

Desliguei o telefone antes da resposta dela.

- Beleza ô da mitologia, pra que serviu isso? – Diana perguntou com sarcasmo.

- Diana e Kimmy, vão atrás da Ale, ela não deve estar longe. Não deixem elas verem vocês por nada! – eu disse e elas se foram sem dizer nada.

- Onde tem uma lan house por aqui? – perguntei aos restantes.

Logo depois entramos no meu carro e saímos procurando uma lan house até que achamos uma quase no centro da cidade.

Por mais pressa que eu tivesse, me obriguei a ler todo o artigo do Wikipédia sobre Eros.

- Maravilha, o cupido veio nos visitar. – eu disse com sarcasmo enquanto saia do estabelecimento.

- Vai dizer o porque de tudo isso? – Dean perguntou quando entramos no meu carro de novo.

- Com certeza não, você me internaria em um hospício.

- Arrisca, cara, vai que a gente acredita. – Peter disse.

-OK, aquele cara com a Ale é Eros, filho de Afrodite e Dionísio, mais conhecido como cupido.

- Cara, você tá usando drogas? – Dean perguntou evidentemente preocupado com a minha sanidade mental.

- Eu disse que vocês não acreditariam. Peter liga pras meninas, pega o relatório da situação.

Peter apenas ligou pra Diana e deixou o celular no viva-voz.

- E aí, Di, cadê eles? – Perguntei.

- Sinto te informar, ela acabou de entrar em condomínio de apartamentos luxuosos e nós fomos barradas na porta.

- Puta que pariu! – eu xinguei. – Eles já se beijaram?

- O quê? Só faltaram se engolir no meio da rua! – Diana disse.

Meu estômago começou a queimar de raiva e ciúmes, basicamente, vontade de matar Eros. Peguei o endereço do local e Peter desligou o celular.

- Supondo que a história do deus seja verdade, o que isso quer dizer? – Dean perguntou exasperado.

- Ele hipnotizou a Ale pra levar ela, depois que eles se beijaram ela foi enfeitiçada, vai fazer o que ele quiser enquanto ela tiver sobre o efeito da “heroína” dele. – eu disse a contragosto enquanto acelerava o carro. – maldito limite de 90 km/h!

- A primeira coisa que ele vai fazer é transar com ela então... – Peter disse.

- Isso não pode acontecer de jeito nenhum! – eu disse sentindo a raiva queimar todos os meus órgãos.

- Por quê? – eles perguntaram simultaneamente.

“PORQUE EU AMO ELA PORRA, NÃO QUERO ELA GRÁVIDA DE OUTRO!- Queria muito ter dito, mas tive que engolir minha resposta.

- Porque deuses são muito férteis. – eu disse simplesmente.

 - Ou seja... – Dean começou.

- Ou seja que se ele transar com ela, ela vai ficar grávida de cara! – Peter disse.

De repente minha visão ficou turva.

- Peter troca de lugar comigo, minha cabeça... – eu disse e logo Peter estava dirigindo e eu estava no banco do carona, reprimindo as pontadas que atingiam minha cabeça.

- Falta muito? – Dean perguntou.

- Mais uns dez minutos. – Peter respondeu.

-Acelera! – eu disse.

- E o limite? – Peter rebateu.

- Foda-se, a Alethia é mais importante que multas! – eu disse segurando um grito de dor.

- E quanto a ser preso? Que se foda também? - Peter perguntou, eu ignorei. 

- Você tá bem? – Dean perguntou quando Peter acelerou o carro. Não respondi.

Como eu previ, chegamos ao prédio em menos de seis minutos, um único porém: uma viatura atrás de nós.

Fui o primeiro a descer do carro, abri o porta-malas e peguei uma chave de rodas que tinha lá. Encontrei Kimberly e Diana parada na porta do prédio, implorando algo ao segurança mal-encarado.

- Justin, eles apareceram naquela janela! – Kimberly disse apontando pra uma janela entreaberta no quinto andar.

- Tem certeza?

Ela assentiu.

Eu me dirigi ao segurança.

- Aonde você pensa que vai? – ele perguntou.

- Da licença, ou eu te faço dar. – eu disse sem nem levantar a chave de rodas.

- Parado! Polícia! – gritaram à minhas costas.

- Merda. – eu murmurei. – Desculpa cara. – eu disse ao segurança e o golpeei no estômago com a chave de rodas.

-PARADO! – um policial gritou e eu vi uma arma apontada pra mim.

Puxei Kimberly e posicionei a chave em seu pescoço como se fosse feri-la. “Meu pai vai me matar!” Era meu pensamento no momento.

- Faz cara de pânico, finge que não me conhece e tudo vai ficar bem. – eu sussurrei no ouvido de Kimberly.

Ela começou a gritar e a implorar pra que eu não a matasse. A essa altura os moradores do prédio já tinham saído pra ver o que aconteceu, menos quem eu queria. Meu coração deu palpitadas mais lentas ao pensar em Alethia lá em cima, à essa hora ele já devia ter concluído o serviço.

- ah deuses, por que comigo? – eu lamentei em voz baixa enquanto via vários olhares assustados pregados em mim.

- Abaixem as armas ou eu faço um rombo na jugular dela! – eu disse.

As armas foram postas no chão, eu vi mais viaturas atrás da primeira, tomando a linha na frente do prédio.

- Peter, Dean as armas e uma refém cada um! – eu disse e eles seguiram minhas ordens puxando duas meninas que estavam curiando ali.

Se saíssemos vivos disso, eu devia muito a eles!

-Todo mundo pra fora! – eu gritei e os moradores do prédio correram pro lado de fora da guarita. – Se alguém tentar alguma coisa, essas três morrem! Eu já volto pra gente negociar.

Sem dizer mais nada, eu levei Kimberly pro elevador. Ela agora me olhava em pânico, eu retribuía seu olhar.

- Você pirou menino?! Como a gente vai sair dessa sem irmos presos?

- Não faço idéia. – eu disse rompendo pra fora do elevador quando ele parou no quinto andar.

Achei a porta que eu queria e a arrombei com um golpe de chave de rodas. Encontrei quem eu queria. Eros estava completamente vestido, já Alethia estava deitada na cama de dossel, coberta por um lençol branco e rindo bobamente enquanto admirava o deus.

- Bel show lá fora, mas você chegou tarde Justin. – ele disse com um sorriso e se dissolveu em fumaça azulada.

- Alethia! – eu disse correndo até a cama.

Ela me olhou com raiva e puxou o lençol mais pra cima.

-Sai de perto de mim! – Eu a olhei surpreso, aí ela viu Kimberly parada no canto, ainda chocada com a fumaça azul. – Kimmy! Vem aqui amiga, deixa eu contar pra você! AAAA foi tão bom! – ela disse chamando Kimberly com as mãos, rindo como uma criança de cinco anos que acabou de ganhar o melhor presente de natal do mundo.

- Justin vai. Eu vejo o que aconteceu com ela. – Kimberly disse e eu assenti.

Saí do quarto com o coração partido, os olhos marejados. Eu ia morrer!

Eu deslizei pela parede do corredor até sentar no chão, apoiei minha cabeça nos joelhos e deixei as lágrimas rolarem enquanto pensava em um método pra me livrar da confusão lá fora e pra fazer a Alethia não me odiar mais.

- Justin. – chamou uma voz feminina acima de mim, me sobressaltando.

Quando eu olhei pra cima, uma mulher de cabelos castanhos, olhos de cinza tempestuoso, jeans e tênis me encarava sem demonstrar emoção nenhuma.

- Atena?

- Olá. Enfim, todos no Olimpo já sabem o que aconteceu e ouvimos suas lamentações e pedidos de socorro. Viemos te ajudar.

- Viemos? – eu perguntei me levantando.

- Olhe pela janela, o que você vê?

- O mar.

- Preste atenção, só vou dizer uma vez.

Eu assenti.

- Poseidon criará uma onda que distrairá momentaneamente os expectadores lá embaixo, Hades abrirá uma cratera na fundação desse prédio e em questão de segundos ele cairá, Bóreas está pronto pra levar os entulhos pelos ares, fazendo todo mundo correr. Seja rápido, pegue seus amigos e suma daqui.

- Obrigado senhora! – Eu disse fazendo uma reverência e beijando sua mão.

Entrei no quarto correndo e, ignorando os gritos de Alethia, a peguei no colo. Ela começou a me bater.

- Para já com isso! Kimberly, pega as roupas dela. Vamos! – eu disse observando meu grito ter feito Alethia ficar quieta.

No elevador eu pude sentir o prédio começar a tremer. Alethia começou a se vestir no elevador enquanto Kimberly a ajudava com um olhar de puro terror.

- Calma, já está tudo certo, nós vamos sair vivos! – eu disse confiante. Ela apenas assentiu.

Quando saímos do elevador eu pude ver a onda gigante se formando no horizonte fazendo todos olharem.

- PETER, DEAN! – eu gritei apontando pro carro. Eles entenderam.

As atenções voltaram pra nós, e no momento que atravessamos a guarita o prédio veio abaixo e nós fomos açoitados por um vento mais forte que o normal. Peguei as meninas pelo punho e corremos em direção ao carro que já nos aguardava ligado enquanto Dean corria segurando Diana pelo braço pouco mais a frente lutando pra ver entre a poeira que nos rondava e desviando das pessoas que corriam em todas as direções.

 Peter e Diana e eu nos jogamos no banco de trás com Alethia deitada sobre nossas pernas enquanto Kimberly foi na frente com Peter que arrancou o carro antes que pudéssemos bater a porta.

Alethia voltou a rir histericamente.

- Que ela tem? – Diana perguntou olhando a amiga.

- Ela está drogada. – eu disse soltando um suspiro.

- Puta que pariu estamos vivos! – Peter gritou apertando a buzina algumas vezes fazendo a todos sorrirem aliviados.

- Foram seus deuses, Justin? – Dean perguntou.

- Que deuses? – Kimberly perguntou.

Eu contei a todos minha conversa com Atena e Diana chegou à conclusão que eu também estava drogado. Eu ri.

Alethia foi parando de rir até que dormiu poucos minutos depois.

- O efeito tá passando. – eu disse.

Quando chegamos na casa do condomínio, guardamos os dois carros na garagem e fizemos as malas imediatamente, mas esperaríamos até a noite pra viajar de volta a Manhattan já que a vigia era menor.

Deixei Alethia dormindo no sofá enquanto nos arrumávamos, ela acordou uma hora depois, segundo ela, sua última lembrança eram meus braços em torno da sua cintura enquanto Eros conversava com Diana. Ela pediu desculpas várias vezes enquanto chorava, mas se divertiu ao contarmos nossa jornada pra salvá-la.

Alethia ainda era emancipada, a usamos pra alugar outro carro já que com certeza o meu seria procurado pelo país inteiro. 

O plano de fuga era o seguinte: Alethia iria dirigindo o carro alugado, Kimberly no banco do carona, eu quase escondido no banco de trás; no carro do Peter, Diana iria dirigindo e os outros dois escondidos. Porque Alethia e Diana não tinham aparecido no meio da confusão. Tomamos banho, comemos, nos disfarçamos o melhor possível e deixamos a casa assim que o relógio bateu meia noite.  


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Notas finais do capítulo

Acharam que a parte de ação tinha acabado? hm G_G
Esse capítulo eu dedico à Dean e Sam Winchester e principalmente à 5ª temporada de Supernatural
Outra coisa, eu ia escolher o Jensen Ackles pra ser o photoplayer, mas ele ra muito old pra Alethia, então foi o Jared mesmo, que é tão... tão... deixa pra lá...(66' Enfim se tiver erros de português, perdão... Estava dormindo, sonhei com esse capítulo e tive que vim escrevê-lo e eu não tirei os "efeitos colaterais" do Eros do Wikipédia, eles sairam da minha cabeça E só pra constar, agora são 02:49 da manhã ;*



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