Lovestoned escrita por Ducta


Capítulo 11
Decisões as vésperas do baile




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Uma semana depois

POV Justin

 

-Justin - Bonnie sussurrava pra chamar minha atenção enquanto tirava a blusa.

-Que foi Bonnie?

-Olha pra mim.

Eu olhei. Ela fez uma espécie de dança sensual antes te tirar a calça.

-Bonnie nós estamos no vestiário masculino, qualquer um pode entrar aqui. – eu disse enquanto ela se aproximava de mim.

-Ninguém vai entrar. – ela disse balançando uma chave na mão.

-O treinador tem a chave.

-Que chave você acha que é essa? – ela perguntou sorrindo maliciosamente.

Eu retribui o sorriso só que de uma forma sem tanta maldade. Era a terceira vez aquela semana que a Bonnie queria transar, pelo amor dos deuses, ela está achando que eu sou uma máquina de sexo? Até alguns dias atrás eu me achava, mas agora eu não estava com cabeça praquilo.

-Agora me pega daquele jeito que só você sabe, me faz sua de novo Justin! – ela pediu em meu ouvido e logo depois mordeu o lóbulo da minha orelha.

Normalmente ela não precisava de muito mais do que aquilo pra me fazer perder o controle, mas hoje eu só senti um leve arrepio que logo passou.

-hm, Bonnie deixa isso pra depois OK?

-Porque? – Ela perguntou me olhando perplexa.

-Não to com cabeça pra transar no vestiário da escola sabendo que eu vou tremer mais do que pau de vara de verde quando eu tirar a roupa, porque aqui não tem aquecedor e está nevando lá fora.

-Você está bem? – ela perguntou enquanto se vestia de novo.

-Acho que sim, porque?

-Você percebeu que acabou de negar sexo?

-Percebi.

-Mais que diabos esta acontecendo com você?! – ela esbravejou e saiu do vestiário carregando sua jaqueta enquanto dava passadas fortes

-Porque ela saiu desse jeito? Não foi bom hoje? – Dean perguntou entrando no vestiário com uma expressão curiosa.

-Nós não fizemos nada.

-Por isso ela saiu assim. Mas me diz, porque não? Você mesmo disse que ela era fogosa e que você não negaria fogo enquanto ela pedisse.

-Tenho outras preocupações na cabeça, não consigo pensar em sexo agora.

-Essa preocupação é loira dos olhos verdes?

Eu deitei no banco mais próximo e assenti.

-Não sei onde ela está... Quero dizer, eu sei exatamente onde ela está, mas não posso ir atrás dela, ela está de férias de mim, não posso fazer nada.

-Peça desculpas depois que as férias dela acabarem então. – ele disse se sentado ao meu lado.

-Se eu sobreviver à ausência dela até lá, quem sabe?

-Ainda não consigo entender como você precisou de tanto tempo pra sentir a falta dela.

-Minha mãe me levou a um psicólogo essa semana, ele disse que eu demorei todo esse tempo porque a ficha não tinha caído ainda. Realmente não tinha caído, eu ainda não estava acreditando que ela tinha me dito adeus.

Em algum lugar acima de nós, o sinal tocou.

-Você vai ficar bem?  - Dean perguntou se levantando.

-Vou sobreviver.

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Depois da aula, eu fiquei na escola pra ajudar na decoração do baile. Eu estava fazendo aquilo porque sabia o quanto a Alethia estava se preparando praquele baile. Lembro-me tão nitidamente quando ela recebeu a função de cuidar da organização do baile, ela olhou pra mim com o sorriso mais lindo do mundo, os olhos brilhando como duas estrelas. Por duas semanas ela não me falou de outra coisa a não ser o baile. Mas é claro que ninguém sabia o verdadeiro motivo de eu estar ali, pra todos eu estava fazendo aquilo pela Bonnie, já que ela havia pegado essa tarefa de cuidar do baile. Eu decidi não demonstrar pra ninguém o que eu realmente estava sentindo agora que a falta da Alethia havia me atingido como se fosse um balde de água fria jogado em minha cabeça. Só aquela semana eu já havia assistindo “um verão pra toda vida” mais de 35 vezes.

-Filho, você está bem? – Minha mãe perguntou aquela noite quando eu me sentei de frente pra TV sem realmente ver o que estava passando.

-Acho que sim.

Ela se sentou ao meu lado me puxou pro seu colo. Ela não disse nada, beijou o topo da minha cabeça e começou a afagar meus cabelos.

-Será que um dia ela vai me desculpar? – eu perguntei com a visão ainda desfocada.

-Ela vai sim. Você só precisa dar um tempo pra ela. Ela é igualzinha a Annabeth nesse ponto. – minha mãe disse sorrindo.

-Como assim?

-Quando eu fiquei amiga do Percy, a Annabeth ficou pouco mais de um mês sem olhar na nossa cara.

-Mas você tinha beijado o tio Percy, não tinha?

-hm... Você pediu a Bonnie em namoro não pediu? – ela disse astutamente.

-Não tenta tirar o seu da reta, mãe!

Ela riu com gosto.

-Tá bom, vamos continuar falando de mim então.

-Que aconteceu depois que a tia Annabeth começou a ignorar vocês?

-A Annabeth arrumou um namorado. Um filho de Apolo que por acaso, é seu sogro.

-Deuses, isso é mal de família! – eu lamentei arrancando outra risada da minha mãe.

-Qual é o motivo de tantas gargalhadas? – meu pai perguntou entrando na sala comendo uma maçã.

-Eu estava contando pra ele do meu rolo com o Percy e Annabeth. – minha mãe disse tentando conter o riso.

-E eu lamentei que isso é mau de família, está acontecendo comigo, com a Alethia e a Bonnie a mesma coisa que aconteceu com a minha mãe, o tio Percy e a tia Annabeth.

-Então faça como eu filho, seja um coadjuvante invés de ser o protagonista. – meu pai disse sentando na mesinha de centro, ficando de frente pra mim e pra minha mãe.

-Ele não pode fazer isso, Nico! Ele é o Percy nessa nova versão da nossa história. – Minha mãe disse.

Foi a vez de o meu pai rir.

-Como vocês saíram dessa confusão, mãe?

-Bom, nesse ponto a história foi diferente. Eu estava ajudando o Percy a testar e conquistar a Annabeth, não estava disputando ele como a Alethia e a Bonnie estão fazendo.

-A Alethia nem tá aqui pra disputar minha atenção.

-Ela foi embora e você fica pensando nela vinte e quatro horas do seu dia, que eu sei. – minha mãe disse – enquanto a Bonnie fica tentando tirar ela da sua cabeça. Aposto que ela faz coisas extremamente sem noção pra chamar sua atenção não faz?

Eu me lembrei de hoje no vestiário.

-A tendência é piorar? – eu perguntei temendo as idéias que viriam a correr na mente da Bonnie.

-Pode apostar. – meu pai disse.

-Que eu faço? – perguntei quase desesperado.

-Como medida prévia, dê a atenção que a Bonnie quer se você quiser evitar idéias piores. – minha mãe disse.

-Depois você começa a pensar em jeitos de se desculpar com a Alethia. – meu pai disse dando tapinhas na minha perna.

-Quantas vezes por dia você diz “eu te amo” pra Bonnie? –minha mãe perguntou.

-Nunca disse. – eu confessei ficando encabulado.

-Vai ver é isso que ela quer escutar. –minha mãe continuou.

-Mas se eu disser que amo ela, vai ter outro problema. – eu disse.

-Você não a ama não é? – Meu adivinhou.

Eu só assenti e criei um interesse grande pelo meu cadarço azul. 

-Mulheres são criaturas complicadas! – eu disse por final.

-Pioram se elas forem filha do Percy e da Annabeth. – meu pai disse rindo.

-Não entendi. – eu disse.

-A Alethia é teimosa que nem o Percy, orgulhosa que nem a Annabeth, cheia de si como Poseidon e esperta como Atena. – minha mãe disse.

-Resumindo, eu to na merda. – eu lamentei.

-A diferença entre você a Alethia é a mesma que a da Angie a Annabeth, sabe? – meu pai disse.

-Qual é? – eu perguntei.

-A Annabeth sempre pensa antes de agir,sempre tem um plano, sempre sabe as conseqüências. –minha mãe disse lentamente.

-A Angie nunca pensa antes de agir, nunca tem um plano, nunca pensa nas conseqüências. – meu pai disse fazendo minha mãe sorrir.

Eu pensei na questão um instante.

-Então, basicamente, eu fiz ela sofrer sem querer?

-Você não pensou nas conseqüências dos seus atos. –meu pai disse. – Esse foi seu erro.

-Droga, eu tinha que puxar justo essa parte de você mãe? – eu disse fingindo estar chateado.

Minha mãe abriu a boca em choque e ficou me olhando congelada. Segundos depois ela me atacou com cócegas e mais alguns instantes depois, eu, ela e meu pai rolávamos no chão em meio a cócegas.

 

 

Aquela noite eu levei a Bonnie pra jantar, na escola eu dei um buquê de rosas e um ursinho de pelúcia cor de rosa, pedi pra ela me dizer tudo o que tinha vontade, fiz daquele dia o nosso. “Sem loucuras por alguns dias” – eu pensei enquanto ia pro estacionamento, Bonnie ficaria na escola pra ver algumas coisas pro baile. Foi quando eu levantei meu olhar e vi a Diana encostada no capô do meu carro.

-Diana? – eu chamei – Aconteceu alguma coisa?

-Não, eu só quero falar com você. –Ela disse se virando pra mim

-Pode falar. Ou você prefere um lugar mais reservado?

-Prefiro sim. – ela disse e começou a andar em direção ao campo de futebol.

Eu a segui até chegarmos à última arquibancada que, assim como o campo e tudo em volta, se encontrava vazia.

-Pode falar agora. – eu disse me sentando ao lado dela.

Ela hesitou e nem sequer me olhou por um longo minuto.

-Eu não te entendo sabia? – ela disse por fim.

-Por que? Como assim? – eu perguntei confuso.

-Porque você deu aqueles agrados pra Bonnie?

-Ela é minha namorada, eu...

-Sim, disso eu sei. Mas você gosta dela?

-Por que a pergunta? – eu tentei desviar.

-Por que eu não vi uma gota de amor nos seus olhos quando você entregou as flores pra ela.

-Porque eu não fiz com amor. – eu confessei de cabeça baixa.

-Então porque você está com ela? – Diana perguntou colocando a mão no meu joelho.

Eu olhei pra ela procurando a resposta dentro de mim mesmo.

-ó não quero estar sozinho.

-Você não quer é sofrer. Não quer pagar pelo seu erro.

-Não, eu não quero.

-Enquanto você foge da dor, a Alethia está sentindo ela toda por vocês dois! Já pensou nisso?

-Sim. E você? Você já pensou que eu sofro também? Já pensou em tudo o que eu sinto pela Alethia, em tudo o que eu sinto falta, de tudo o que ela é pra mim, no quanto me dói saber o quanto covarde eu sou? Você nunca poderia imaginar a dor que eu sinto quando vou dormir, sabendo que quando eu acordar ela não vai estar lá!

-Sim, você está certo nesse ponto, eu só não quero que você viva se enganando. Não tente tapar o sol com a peneira.

Ela não olhou pra mim de novo enquanto saia do meu campo de visão.

No fundo eu sabia que a Diana estava certa.  Eu não podia viver daquele jeito. Suspirei pesadamente ao decidir que terminaria meu namoro com a Bonnie. Mas só depois do baile. Não estragaria o baile pra ela como estraguei pra Alethia.

 

 

POV Alethia

 

Três dias depois.

 

“Ale, começou a nevar aqui, falta tão pouco pro baile! Queria que você estivesse aqui” – Era o que dizia a mensagem que Kimberly havia me enviado aquela tarde.

Eu estava esperando a Kelsey na porta da escola dela, nós havíamos decidido almoçar juntas, fazíamos isso freqüentemente agora só que com as outras migas de Kelsey também. Hoje pedi pra que fossemos só nós duas, queria dizer algumas coisas pra ela.

-Que você tem? – ela perguntou logo que me viu

-Como assim?

-Você está com uma carinha triste. Não tem notícias boas pra mim é? – ela perguntou quando começamos a andar.

-Prefiro conversar sobre isso no restaurante.

E assim fizemos. Ela me olhava nervosamente enquanto caminhávamos, vez ou outra subindo mais a gola do casaco.

Em Palm Beach não neva, por ser uma área tropical, mas estava frio agora, muito frio.

-Fala logo antes que eu coma até o prato de tanta ansiedade! – Ela disse depois que almoçamos.

Eu respirei fundo. Apesar de ter tomado uma decisão, não tinha certeza se era a correta.

-Eu vou embora. Vou voltar pra casa, encarar meus problemas de frente e seja o que os deuses quiserem. – eu disse por fim.

-Oh. – ela fez. – “seus problemas” no caso são seu primo não é?

Eu contei toda a história pra ela tinha uns três dias.

-Sim. – eu confirmei. – Não consigo mais fugir, quero que seja eu e ele, frente a frente.

-Boa sorte então – ela me disse apertando minhas mãos pousadas em cima da mesa.

-Obrigado por tudo. Mesmo!

-Quando você vai?

- Amanhã. Quero chegar a tempo pro baile.

-Vou te perder então?

-Não! Claro que não. Eu vou voltar, todo verão! – eu prometi

-Espero que sim!  – ela disse, enquanto uma lágrima caia por seu rosto.

Sentiria tanta falta dela.

Nós saímos do restaurante quase sem nos olhar, já na rua nos abraçamos, choramos e nos despedimos com muito exagero e melodrama, como garotas fazem.

Quando cheguei ao hotel, arrumei minhas malas e aproveitei minha última noite no hotel com chocolate, cobertor e TV.

 

Às sete da manhã eu estava embarcando de volta pra Nova Iorque. Estava tão eufórica, na realidade desde que cheguei a Palm Beach estava querendo voltar pra casa. Finalmente havia chegado à hora. No avião eu comecei a repassar meu plano mentalmente pela qüinquagésima vez sem conseguir achar um desfecho pra ele.

Até agora eu tinha pensado em ir pra casa e só ver o Justin no baile. Mas como entrar no baile depois de ter fugido daquele jeito? Como encarar o Justin? Que aconteceria depois? Todas essas perguntas eram as falhas no meu plano.

Encontrei meus pais me esperando na plataforma de desembarque e logo comecei a chorar. Como fui idiota ao ponto de deixá-los por causa do Justin? Como não pensei na dor deles? Agora eu podia ver toda a tristeza que eu deixei em meus pais. Nos abraçamos demoradamente, eu e minha mãe chorando uma no ombro da outra, nosso cabelo se misturando escondendo nossos rostos.

-Desculpa! Desculpa pelo o que eu fiz! – eu implorei entre soluços enquanto apertava minha mãe o máximo que podia.

Fiz o mesmo com o meu pai.

-O importante é ter você de volta, meu amor. – ele disse pouco menos choroso que minha mãe.

Era tão bom estar ali, de volta pros braços do meu herói. Sentia-me novamente com seis anos de idade. Aquela era uma das melhores sensações que eu já senti.

 

Quando cheguei em casa, tudo me parecia estranho. Sentia como se tivessem se passado mais de dez anos que eu parti.

-Lar doce lar. – eu murmurei sorrindo.

 

Aquela noite eu decidi deixar tudo rolar, iria aquele baile e dali pra frente seria tudo como teria de ser.


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Notas finais do capítulo

qtal ler uma one-shoot agora?
http://fanfiction.nyah.com.br/historia/79448/Presente_De_Uma_Noite_De_Despedidas



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