Lovestoned escrita por Ducta


Capítulo 10
Dance in the dark


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é quente :O



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/75071/chapter/10

POV Alethia

 

Naquela manhã eu acordei decidida a não sofrer, hoje era dia dele sofrer. Eu coloquei meu biquíni, apesar do dia estar frio, amarrei minha canga como um vestido e saí do quarto, descalça e sem bolsa e fui pra praia.

Mais uma vez entrei no mar sem me importar com água fria, água me fazia bem. Tal pai, tal filha – me lembrei da minha mãe dizendo quando eu e meu brincávamos na piscina de casa.

Pouco depois eu voltei pra areia e me deitei em cima da minha canga, eu comecei a cantar mentalmente “if we were” da Belinda, a cantora favorita da tia Angie, pra evitar pensar. Quando eu me distrai olhando o céu, eu senti alguém sentando ao meu lado. Eu me apoiei nos cotovelos e olhei pra minha companhia silenciosa:

-Christopher?

-É tão bom te encontrar assim sabia? – ele disse com o olhar correndo por meu corpo seminu.

-Enxuga a baba. – eu disse rindo.

-Não queria receber visitas ontem é? –ele perguntou meio decepcionado.

-Desculpa, eu não estava bem.

-Já está melhor?

-Sim, por quê?

-Hoje é domingo, vai ter festa. – ele disse abrindo um sorriso pra mim. – você vai?

-Não sei onde é e não fui convidada.

-Estão inaugurando uma balada a uma quadras daqui, todo mundo de 15 a 18 anos daqui vai. Quer se incluir nessa lista.

-Claro que sim! – eu disse sorrindo pra ele.

Festa. É disso que eu preciso!

-Legal, então eu passo no seu hotel pra te pegar as nove.

-Perfeito!

 

---------------------------------------------------------------

 

Depois que eu tomei banho eu me sentei na cama ainda enrolada na toalha e liguei pros meus pais. Eram pouco mais de sete da noite, eles já deveriam estar em casa. Os dois tinham vozes tristes ao telefone e eu tive que mentir dizendo que o celular estava descarregado pra não fazê-los ficarem pior. Disse pra eles não se preocuparem, eu voltaria logo. Não estipulei data, claro.

Eram pouco mais de oito e vinte da noite e eu ainda estava de toalha decidindo que roupa usar, minhas malas inteiras já haviam sido desfeitas e tudo estava espalhado pelo quarto.

No final das contas eu coloquei um short jeans azul escuro de cintura alta, uma regata branca, Nike dunk high fluorescente, muitas pulseiras coloridas, maquiagem com muito brilho e um batom rosa quente. Deixei meus cabelos soltos e coloquei a franja pra frente fazendo ela cobrir um pouco meus olhos.

-Tira essa franja daí – Christopher disse logo que abri a porta. – Você não pode esconder esses olhos lindos! É pecado sabia?

Eu sorri e joguei a franja mais pro lado.

-Vamos, eu deixei minha prima na fila com as amigas dela.

-Esperto – eu disse fazendo ele sorrir presunçoso.

 

A noite não estava tão fria hoje, o que era estranho já que daqui a alguma semanas começaria a nevar. “meus deuses” eu pensei assim que meus olhos encontraram o club. Ele era grande, com as paredes roxas cheias de luz vindas de todos os lados do jardim, muito brilho, música alta e muita, muita gente.

-Kelsey! – ele gritou acenando pra um grupo de menina mais a frente.

-Christopher! – ela gritou de volta.

-Hey você é primo da Kelsey? – eu perguntei surpresa enquanto ele me arrastava pra onde ela estava.

-Você conhece a Kelsey?

-Alethia?! OMG! – Kelsey disse assim que me viu.

Nós rimos e nos abraçamos. Ela estava linda; jeans skinny, uma blusa bege estampada, um colete da cor da jeans e os cabelos soltos com os cachos cor de mel bem definidos e os olhos bem marcados com lápis e delineador.

-Porque você não me disse que conhecia o Chris? – ela perguntou.

-Porque vocês não me disseram que se conheciam? – ele perguntou rindo.

Kelsey me apresentou a suas amigas, Anna, Blake e Georgie. Todas muito lindas e muito simpáticas. Christopher sumiu alguns minutos depois com a desculpa de que ia procurar os amigos dele. A última coisa que eu vi antes de abrirem as portas do club foi o ecko red dourado e branco e do Chris sumir na multidão. Kelsey segurou minha mãe e eu a apertei pra nos manter juntas. O lado de dentro era tão ou mais magnífico que o lado de fora: poltronas coloridas e macias, mesas também de cores variadas, palco, globos de luz espalhados pelo teto, camarotes de vidro no segundo andar, três bares com barmans já fazendo malabarismos; As luzes piscavam em azul, roxo, verde, vermelho e amarelo. Estava tocando o remix de crush crush crush do Paramore. Muita gente já estava dançando e a pista já estava dominada 5 minutos depois. Eu, Kelsey e suas amigas decidimos por fim, beber alguma coisa antes de ir pra pista. A maioria das bebidas era pra maiores de idade, isso não foi um problema pra mim. Mostrei meu documento de emancipação e acabei contrabandeando bebida pra todas as meninas e pra Chris e seus numerosos amigos, quais eu custei muito pra decorar os nomes, David, Richard, Thomas, Derick, Erick, Philip, Michael, Josh, George, Ernest, Joshua, Marshall, Timoth, Denzel,
Henry, Gregory e Willian.

Algumas horas depois eu todos nós já estávamos bêbados e completamente soltos. Quando começou a tocar “hot mess” do Cobra Starship já eram mais de 4 da manhã, e seguindo a letra, eu comecei a dançar em cima de uma mesa, sendo copiada pela Kelsey e as meninas. Em baixo, os meninos e mais alguns outros cantavam e dançavam nos incentivando. Kelsey começou um strip tease, mas parou assim que perdeu seu colete de vista. Eu fui tirada da mesa por um par de braços musculosos que me pegaram pelas pernas. Quando fui colocada no chão, vi que era Marshall, o cara moreno. Achei que ele ia tentar me beijar, mas ele somente riu e me pegou no colo de novo e me levou pra pista onde eu fui colocada em outros braços, esses eram mais magros, eu não vi o rosto do novo cara. Ele me abraçou por trás e nós começamos a dançar no ritmo da nova música. Eu estava com muito calor, minha maquiagem já tinha escorrido, eu mal conseguia ver por causa das luzes e da bebida que era contínua desde as nove da noite. As mãos do meu parceiro de dança começaram a passear por meu corpo, antes que eu pudesse reclamar, eu fui virada bruscamente pra encarar meu parceiro, era Christopher, isso me deixou um pouco mais aliviada.

-Posso? – ele perguntou aproximando o rosto do meu.

Eu engoli seco e assenti. Instantes depois seus lábios já estavam nos meus, sua língua pedindo passagem. Eu concedi. Sua língua começou a explorar minha boca enquanto a minha fazia o mesmo em sua boca; logo nossas línguas dançavam em perfeita sintonia assim como suas mãos que subiam e desciam com habilidade, provocando choques e arrepios em mim. Quando dei por mim, nós estávamos num dos sofás do canto mais escuro da boate. Eu sentei em seu colo, de frente pra ele e nós começamos a nos beijar de novo, as mãos dele voltaram a me acariciar dessa vez, um pouco mais abusadas indo desde minha bunda até meus seios. Enquanto ele beijava, mordia e deixava chupões no meu pescoço, sua mão foi até minha intimidade e ele começou a massageá-la por cima do meu short, arrancando um gemido baixo de mim. Se aquilo era bom por cima do short, imagina sem ele! Eu passei minhas mãos por dentro da camiseta do Christopher e enterrei minhas unhas em suas costas e deslizei com força, provocando um grunhido misto de prazer e raiva no fundo da garganta dele. Nós rolamos no sofá, hora ele por cima, hora eu. Tudo isso rolou ao som de “dance in the dark” da Lady Gaga. Apesar dos beijos quentes e das mãos bobas, nós não fomos mais longe por dois motivos: 1° Nós seríamos expulsos da boate se fizéssemos isso. 2° Eu ainda não tinha perdido todo o meu juízo, estava consciente ao ponto de me lembrar que eu não queria perder minha virgindade com um cara que eu nem conhecia direito, dentro de uma boate e por mero prazer. “Deuses, porque eu estava me deixando levar daquele jeito se eu sabia que quando saíssemos dali Christopher iria querer terminar o que começamos? Onde estava meu juízo quando eu mais preciso dele? Porque ninguém vem me tirar dessa situação extremamente gostosa que vai acabar me levando a insanidade?” – foram os pensamentos que me passaram na mente durante o momento que a música diminuiu o ritmo, mas foram totalmente esquecidos quando Christopher me pegou em outro beijo de se perder a cabeça.

-Chega – eu disse por fim, empurrando Christopher de cima de mim. Minha garganta estava seca, meu cabelo devia estar horrível, um dos meus tênis jazia esquecido atrás do sofá – como diabos ele tinha chegado lá, eu não faço idéia – Minhas pulseiras não estavam mais no pulso e sim espalhadas ao longo dos meus braços, meus brincos não estava mais na minha orelha e eu me sentia tonta e sem fôlego. 

Sem dizer nada, eu me levantei e fui até o bar; comprei uma garrafa de vodka e fiquei sentada no bar, ensaiando pra abri-la.

-Você estava se agarrando com alguém, não estava? – o barman que me deu a garrafa perguntou, apoiado no balcão.

-Está tão na cara assim?

-Meninas não costumam passar batom no queixo, andar com marcas roxas no pescoço e com os cabelos sem repartição certa.

-Droga, já está roxo? – eu perguntei passando a mão na parte dolorida do meu pescoço.

-Compressa de água quente e uma pomada anticoagulante resolvem em dois dias. – ele disse sorrindo.

-Valeu! Melhor eu ir ao banheiro me ajeitar né?

-Não se preocupe, você continua linda, só tem algumas coisas fora do lugar – ele disse sorrindo.

Isso me fez rir. Obviamente o efeito do álcool havia diminuído.

-Que você quer de recompensa? – eu perguntei sorrindo.

-Ajeite seu batom e venha aqui pra eu borrá-lo de novo. – ele disse passando a língua nos lábios.

Eu olhei bem pro cara, ele era bonito. Alto, olhos azuis, pele bronzeada de sol, sorriso encantador, musculoso. Devia ter seus vinte anos. O que mais me chamou a atenção nele foi à linha do seu queixo, era tão máscula... Ele era atraente de um todo, confesso que fiquei com água na boca só de me imaginar sendo agarrada por aqueles braços.

-Eu volto. Cuida da minha garrafa. – eu disse me tirando do transe antes que eu começasse a babar ali mesmo.

Quando me olhei no espelho, eu fique de boca aberta. Eu estava horrível! Além de descabelada, sem maquiagem e batom pelo rosto todo, eu estava toda amassada. Minha blusa já estava pra fora do short, minha meia tinha sido completamente engolida pelo tênis. Caos total! Eu me arrumei de novo, agradeci muito a menina que me emprestou o lápis de olho e o gloss. Eu dei uma última olhada no espelho e saí.

Ele continuava lá, escorado no balcão segurando minha garrafa.

-Você devia me dizer seu nome, não devia? – eu perguntei me sentando no mesmo lugar de antes.

-Acho que deveria, mas que diferença vai fazer?

-Não quer me dizer seu nome, não diga, oras. – eu disse tomando minha garrafa de suas mãos.

-é que meu nome é feio, não gosto dele.

-Agora eu fiquei curiosa.

-Afonso.

-Não é um nome feio.

-Obrigado, mas vamos parar de falar do meu nome. Qual é o seu?

-Alethia.

-Seu nome é muito legal!

-Nunca descobri o porque de todo mundo falar isso. – eu disse rindo.

De repente ele pulou o balcão, me deixando perplexa.

-E aí, eu posso te beijar ou não? – ele perguntou se encaixando no meio das minhas pernas.

Momentaneamente, eu perdi meu raciocínio.

-Você não devia ficar com meninas no seu horário de trabalho. – eu disse por fim.

Ele riu.

-Você não devia seduzir os caras assim tão fácil.

Minha vez de rir.

-É sério, você devia ser presa sabia? – ele continuou.

Eu olhei pra ele perplexa.

-Por quê?

-Porque ser tão bonita assim devia ser crime. – ele disse sorrindo de lado.

-Você é bom de xaveco. –eu disse relaxando, apoiando minhas mãos em seus braços musculosos.

-Sou bom em outras coisas também, quer experimentar?

AH MEUS DEUSES! Pelo amor de Afrodite, alguém me ajude! Ele estava aproximando o rosto do meu, uma expressão tentadora. Era a segunda vez naquela noite que eu estava perdendo o controle. Fiz uma anotação mental de nunca mais ir pra balada sem um namorado do lado. Quer saber? Que se dane! Todo mundo pode perder o juízo alguma vez na vida não é?

-Adoraria! – eu disse enterrando minhas unhas em seus cabelos negros e colocando fim na distância entre nossos lábios, com uma velocidade impressionante até mim, o que provocou um beijo duro no começo, mas que aos poucos foi se ajeitando. Confesso que não foi o melhor beijo da minha vida, talvez o mais acelerado, porque ele fazia movimentos muito rápidos pro meu gosto. Até tentei acompanhar, mas eu precisaria de muita prática pra poder alcançar aquele nível.  Mas eu confesso também que eu curti. Sei lá, eu me senti livre enquanto estava ali, naqueles braços musculosos que me puxavam e me mantinham sempre colado ao seu corpo quente. Eu acabei parando o beijo por falta de modos de obter ar.

Eu respirei fundo várias vezes enquanto ele roçava e deslizava seu rosto pelo meu,  curtindo suas mãos deslizando pelos meus cabelos.

-Alethia! – alguém disse antes que Afonso pudesse alcançar meus lábios de novo.

Rapidamente ele pulou de volta pra trás do balcão.

-Finalmente eu achei você! – Kelsey disse sentando ao meu lado no bar ela estava no mesmo estado que eu antes de ir ao banheiro, mas ao contrário de mim, ela continuava linda. – Eu e a Gê estamos indo, você vai ficar com a Anna e a Blake e os meninos?

-Não, eu vou com vocês. – eu disse me levantando ainda com a minha garrafa na mão. – Então, tchau. – eu disse acenando brevemente pro Afonso.

-Volte sempre.

-Obrigada. – eu disse lançando um último sorriso pra ele quando Georgie nos alcançou.

Nós não conversamos muito, só dividimos a garrafa de vodka e nos separamos algumas quadras depois.

Quando cheguei ao hotel, eu me joguei na cama sem nem tirar o tênis. Estava exausta, mas não dormi. Me mantive de bruços, as mãos em cima da cabeça e comecei a pensar em tudo o que tinha acontecido naquela festa e cheguei a conclusão de que Christopher nem tinha me feito sentir todo aquele tesão que eu imaginei. Eu só não estava acostumada a ser agarrada daquele jeito; foi diferente, só isso. E Afonso, ele podia ser um gato, mas definitivamente, nunca o beijaria de novo, eu sou do tipo que curte cada momento, principalmente beijos, com calma e paciência. Eu peguei meu celular no criado-mudo, ele marcava cinco e quinze da manhã, ligue o mp3 player, Queens of Noise – the Runaways.

Logo me veio a mente uma apresentação da quinta série em que eu e minhas amigas decidimos fazer uma performance pagando de rockeiras. Ainda me lembro do Justin rindo na platéia. “Você está simplesmente hilária de Cherie Curry, Ale!” ele disse depois do “show”, me fazendo rir com ele.

Quase inconscientemente eu coloquei no meu álbum de fotos, só tinham 3 fotos minha e do Justin no meu celular, a maioria já estava no meu computador. A primeira foi tirada pela Diana, há alguns meses, quando nós fomos pra uma pracinha no centro de Manhattan. A segunda foi no aniversário dele ano passado, a terceira nós tiramos por não ter nada pra fazer numa quarta nublada e sem nada pra fazer.

-Que será que você está fazendo hein Justin? – eu perguntei encarando os olhos castanhos escondidos atrás do Ray-Ban na primeira foto.

Eu tirei meus tênis e deitei de uma maneira mais confortável, tirando minhas pulseiras e jogando-as no chão. Minhas pálpebras começaram a pesar e eu decidi me entregar ao sono. Menos de duas semanas pro baile – foi meu último pensamento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!