BloodLust escrita por darling violetta


Capítulo 6
Ossos, parte I


Notas iniciais do capítulo

Por hoje esse é o último. Agora tenho que escrever mais pra postar. Mas eu estou sempre na área.



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Diana corria pela rua deserta. A menos de cem metros ela viu seus amigos, seu observador e Wally. J’onn tinha uma prancheta, enquanto Bruce segurava um cronômetro, e John e Wally conversavam. Quando ela achou que venceria, uma cabeleira vermelha passou por ela. Sem perder o foco, continuou sua corrida, porém Shayera chegou primeiro.

            Bruce parou o cronometro, enquanto Shayera sentou no chão.

            ─Acho que temos um novo recorde. ─Disse. ─Você também foi ótima, Di.

            ─Seus testes são excelentes, Shayera. Você e Diana estão quase no mesmo nível.

             A ruiva deu de ombros e foi ao encontro de John e Wally. Diana puxou J’onn para um canto.

            ─Por que temos que fazer isso? Essa falsa colaboração já dura quase duas semanas.

            ─Shayera é meio vampiro, isso é único na historia. Ela também é mais rápida e quase tão forte quanto você. É uma grande aquisição para a equipe.

            ─Seja o que for, não gosto dela. Ela não me inspira confiança.

            Nesse momento, Shayera que ria de algo, simplesmente parou e caminhou até a dupla.

            ─Um conselho. ─Ela disse. ─Se eu fosse você, não falaria mal de alguém com super audição perto dela. E só para saber, também não gosto de você.

            Diana segurou-lhe o braço, mas J’onn tossiu, intervendo.

            ─Por hoje está bom. Podem descansar.

            ─Não vou fazer ronda esta noite?

            ─Estas últimas semanas a atividade paranormal foi praticamente nula. Tudo bem tirarem uma noite de folga.

*****

Chovia. Uma trovoada cortou os céus e Shayera acordou assustada. Ela estava em sua casa sozinha. O relógio marcava três da manhã e seu corpo tremia. Não de frio, mas sim medo. Mais que depressa trocou o pijama pela primeira roupa que encontrou e correu na chuva atrás de Wally.

Ela chegou em sua casa e escalou a parede. Bateu na janela até ele atender. Wally apareceu com cara de sono, usando apenas uma calça de moletom. Shayera não demorou em abraçá-lo, deixando que o calor dele levasse seus medos embora. Mais tarde, após se acalmar, Wally emprestou-lhe uma camisa. As roupas dela estavam encharcadas.

─Pode me dizer o que houve?

─Senti uma força estranha, eu não sei explicar. E essa chuva, não me parece normal.

─Deve ter sido um pesadelo.

─Não foi um pesadelo. E se...

Wally a beijou.

─Sobre o que falávamos?

─Não me lembro. ─Mas ela ainda estava assustada. ─Posso dormir aqui?

Ele sorriu.

─Sinta-se em casa...

─Obrigada. ─Shayera disse e o beijou.

Logo, subia em seu colo, com as pernas em cada lado dele. As roupas molhadas da garota se amontoavam em um canto no chão, então Wally sabia que ela não usava nada por baixo da camisa. Só o pensamento já o excitava, e tê-la na posição em que se encontrava, não ajudava em nada. Wally rolou com ela na cama, colocando-se por cima.

Shayera sentia a pressão na parte inferior de sua barriga. Soltou um gemido baixo e foi silenciada com beijos...

Ela mexeu na cama e Wally olhou para a forma adormecida de Shayera. Apenas há pouco ela voltou a dormir. Encarou o relógio digital ao lado da cama. Tinham cerca de uma hora até precisarem se levantar e dormir parecia uma boa idéia. Aconchegou-se com ela e fechou os olhos.

*****

─Oh, céus! Wally, você ainda está dormindo?

A mulher abriu as cortinas do quarto, deixando a luz invadir. Wally abriu os olhos, assustado. Ele olhou as horas no relógio e viu que estava atrasado. Shayera ouviu uma voz feminina, e a luz invadindo seu sono. Ela cobriu sua cabeça, recusando-se a abrir os olhos.

─Mamãe, eu preciso me trocar. Eu...

Mary, a mãe de Wally, estava a ponto de sair, por sorte sem notar que seu filho não estava sozinho. Mas então um resmungo vindo debaixo das cobertas a fez notar.

─Wallace Rudolph West! Quem é esta aí com você?

Shayera ouviu alguém gritar e se ergueu assustada. Ela olhou ao redor, acostumando-se com a luz do sol, e logo notou a mãe de Wally no quarto.

─Acho que eu devia ir.

─Não, mocinha. Temos muito a conversar...

*****

Eles estavam atrasados quando chegaram na escola. As aulas da manhã foram perdidas, então eles foram para a biblioteca. Apesar de Wally dizer-lhe que era apenas um sonho, Shayera insistia para falar com J’onn.

Shayera sentou em uma das mesas, ao lado de Wally. J’onn ouviu sua história e parecia interessado. Foi até seu gabinete e voltou com um jornal.

─Na floresta, você disse?

─Qual o problema?

─Encontraram uma ossada nos arredores da floresta.

─Como no meu sonho...

─Gostaria de fazer algumas pesquisas. Poderiam ficar depois da aula?

─Eu tenho que ir pra casa. ─Disse Wally. ─Estou de castigo.

─Castigo? ─John indagou curioso. Ele, Diana, Bruce e Clark acabavam de chegar. ─Por que?

Wally olhou para Shayera, que ainda vestia a blusa que ele lhe emprestou na outra noite.

─Pergunte a ela.

─E então?

─Eu tive um sonho estranho e corri para a casa de Wally.

─Você atravessou a cidade debaixo de chuva por causa de um pesadelo? ─Era Diana.

─Acontece que não me parece um simples pesadelo. ─J’onn mostrou-lhes o jornal. ─Talvez seja algum tipo de sonho premonitório.

─Não deveria ser eu a ter premonições?

J’onn deu de ombros.

─Pode estar ligado ao fato de Shayera ser metade vampiro.

─Sim. ─Disse John. ─Isso ainda não explica porque nosso amigo aqui está de castigo.

─Minha mãe... ela...

A cor do rosto de Wally logo era igual a seus cabelos. Ele estava vermelho só de pensar. Não foi preciso terminar a frase, pois ficou muito claro o que houve. O casal ganhou olhares interessantes e aquilo era demais para ela.

Shayera ficou de pé e saiu. Ela caminhou até o banheiro e se olhou no espelho. Estava péssima. Ouviu dizer que sangue fresco e sexo eram as melhores coisas que um vampiro poderia ter, mas se sentia apenas como uma viciada. Bastou a primeira vez. Uma única gota.

Estava mais rápida e forte, contudo, sentia uma fome louca. Destino lhe disse para parar enquanto ainda tinha controle, mas ela não parou. Achava que pararia quando quisesse, mas é isso que todos os viciados dizem, certo?

Abriu a torneira para lavar o rosto. A água límpida escorreu, mas logo dando lugar a uma água vermelha. Sangue.

Em seguida, a voz veio em sua cabeça. Shayera...

Ela cambaleou meio tonta.

*****

Como o tempo passava, e nada da ruiva voltar, os adolescentes ficaram preocupados. Como Diana era a única menina, ela entrou no banheiro, apenas para encontrar uma Shayera encolhida. Agachou-se ao lado dela.

─Shayera... tudo bem?

─Eu só precisava de um minuto. ─Disse.

─Mas você está aqui há horas. Ficamos preocupados. Wally está preocupado.

─Não sabia que fiquei fora tanto tempo.

As duas meninas se levantaram. Shayera lavou o rosto. Apesar de ainda tremer, e sentir-se estranha, usou de toda a força que possuía para caminhar para fora. A luz do sol incomodava seus olhos e pele, porém resistiu a fugir.

Wally aproximou-se dela, e tocou seu braço.

─Está ok, Shay?

Apesar dela assentir, ele viu os olhos amarelos e sabia que ela escondia algo.

─Vou te levar em casa. ─E para Diana. ─Obrigado.

─Mas você não tem que ir pra sua casa?

─Depois eu me resolvo. Agora vou cuidar de você.

O ruivo não deixou a garota protestar. Pegou sua mão e a arrastou. Diana observava a cena sem entender, e viu os dois amigos se distanciarem. Em seguida, ela mesma voltou para a biblioteca. J’onn se virou para Diana quando a viu chegar.

─Aí está você. E Wally e Shayera?

─Eles foram embora. ─Diana sentou ao lado de Bruce. ─Aquela garota é muito estranha, me pareceu atormentada, sei lá.

─Não devemos julgar sem antes conhecer os motivos de cada um...

─Eu sei, mas ela está estranha. Mais estranha que o normal.

J’onn tossiu, e lembrou-se de algo. Pegou o jornal, onde marcara algumas frases.

─Seja de quem for, esta ossada parece estar lá há muito tempo. Sem a tempestade da outra noite, talvez jamais o encontrariam. Isso é estranho, gostaria que desse uma olhada.

─Certo. E onde está a ossada?

─Delegacia. No entanto, seria interessante que olhasse também a floresta.

Diana olhou de J’onn para seus amigos.

─Vai levar muito tempo se eu for sozinha. ─Fez uma pausa. ─Ok, eu e Bruce vamos até a floresta. Clark e John, vocês vão na delegacia e tentam descobrir algo. J’onn...

─Sim, sim, eu irei junto.

*****

Diana e Bruce foram até a floresta. Já escurecia, então levaram lanternas. Diana trazia sua balestra nas costas. Seus passos faziam barulho nas folhas e galhos secos.

─Com tanto barulho, seremos logo vistos.

Aproximaram-se da faixa da polícia, e viram movimentação na cena. Diana segurou o braço do namorado e o impediu de ir até lá. Apagou as lanternas rapidamente. De sua posição, mesmo não estando muito claro, ela via alguém caído.

─São vampiros. ─Disse.

Na cidade, John, Clark e J’onn chegaram à porta da delegacia. Estava escuro e do lado de dentro e a porta estava trancada. Eles tinham duas opções. Esperar o outro dia para voltar ou encontrar uma nova entrada. Decidiram que precisavam investigar.

*****

Shayera acordou e estava em um jardim ensolarado. Olhou ao redor, e havia um estranho homem. Ele era de estatura baixa, cabelos escuros e compridos. Usava um terno cinza. Seus olhos brilharam em vermelho.

─Olá, querida. ─Ele sorriu.

─Quem é você?

─Seu pai. Não sou seu pai biológico, mas, sem mim, você seria uma garotinha comum.

─O que eu não daria para ser comum. ─Retrucou.

─Deixe te contar uma história.

O homem pegou a mão de Shayera, e a levou para uma rua escura e deserta. Logo ouviram passos apressados. Uma mulher corria, olhando para trás se não era perseguida, quando bateu em um vampiro. Estava prestes a mordê-la, porém algo a livrou. Então, Shayera viu o mesmo homem a seu lado salvar a mulher.

Quando a visão terminou, ele disse:

─Eu salvei sua mãe, e a protegi.

─Não acho que seja porque gostava de nós. ─Soltou-se e cruzou os braços.

─Não, não. Contudo, eu sabia que era perseguido e precisava de um substituto. Sua mãe morreu em seu parto, e dei a você meu dom, o que te faz minha filha. Entreguei-a a um velho amigo para que ele lhe criasse.

─Espere! Você e tio Destino são amigos?

─Conhecidos de longa data soaria melhor, mas sim. Ele seria o único a lidar com suas particularidades.

─Particularidades? Serio?

─Não seja debochada, garotinha. Você agora precisa acordar.

─Eu quero saber mais.

Ele balançou a cabeça.

─Não dá tempo, ou seus amigos morrerão. Agora acorde.

─Espera!

Shayera acordou e se encontrava em sua própria cama. Seu coração batia forte, e respirava difícil. Estava escuro, porém alguém ligou o interruptor. Seus olhos precisaram se acostumar com a claridade, e ela percebeu uma figura na porta.

─Wally? ─Piscou diversas vezes até reconhecer o amigo. ─O que faz aqui? Está tudo bem?

─Eu é que pergunto se está tudo bem. Ouvi você gritar.

─Um pesadelo, só isso...

Ela chutou as cobertas e saiu da cama. Wally deu as costas e saiu e ela o seguiu para fora. Sua pele não formigava como sempre fazia durante o dia, então já devia ter escurecido.

─Sabe me falar as horas?

─Umas sete e pouco. ─Franziu o cenho. ─Por quê?

─Eu dormi o resto do dia, e isto não é normal.

─Você estava mal desde a escola, faz sentido que durma. É seu corpo tentando se recuperar.

Colocou o rosto entre as mãos. Que interminável dia ruim. Quando o sonho ficou lúcido em sua mente, seu corpo se arrepiou.

─Wally, onde estão os outros?

─Não tenho certeza, mas acho que John disse que eles iriam na delegacia investigar a ossada. Por quê?

Sem responder, pegou sua espada e correu para fora. Wally seguiu-a, e tentou acompanhá-la, mas a garota era mais rápida. Ele ao menos sabia aonde ela iria.


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Notas finais do capítulo

Gratidão!!!
volto quando puder.



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