Meus olhos eram fixos na janela,lá fora Jacob e Nessie brincavam de vôlei.Jacob exibia um abdômen bem torneado.Que ele claramente exibia para Nessie,já que não era necessário porque mesmo se ele usasse saia ela continuaria olhando para ele do mesmo jeito.Ah,esqueci de mencionar que Jacob crescia muito rápido,a Rennesme havia parado e aparentava ter 17 anos,Jacob parecia ter 14 anos,no começo ele crescia mais devagar,agora era dois centímetros por semana.Pelo o que me lembro não havia crescido tão rápido é claro que 7 anos se passaram em um ano,mas ainda sim Jacob cresce muito rápido.

 Suspirei,senti o ar entrar pela minha boca.Esperava atordoada,não gostava de passar tanto tempo longe dele.As vezes me recuso a acreditar que a seis meses atrás eu estava planejando deixá-lo,me cortava por dentro.

 Me sentia estranha,parecia que eu havia nascido para ser vampira.Na verdade eu havia nascido,apesar de toda a natureza rejeitar isso,eu havia nascido assim e nada poderia mudar.

 Desci as escadas,estava sozinha naquela casa enorme.Não considerava que Jacob e Nessie estavam lá pois realmente não pareciam que estavam.Foi só eu pensar nisso que ouviu Jake entrando pela porta correndo,ele abriu a porta procurando algo lá.Não prestei atenção no que era,mas o cheiro me invadiu de uma forma estranha.Me provocando um embrulho peculiar no estomago.

 Coloquei minha mão sobre meu ventre,algo se movia lá dentro,meu estomago parecia irritado.Jacob se aproximou com aquele prato na mão,o cheiro me espantou fazendo com que eu levantasse como rapidez já ficando perto do banheiro.

 Jacob me fitava assustado,olhava aquele prato nas suas mãos.Me provocando cada vez mais embrulhos,de novo não.Eu era vampira,não devia sentir isso!Mas não podia ser nada grave,afinal a transformação já estava completa.Isso não podia estar acontecendo :

 -Isa? Você está bem ?

 Era nesses momentos que eu odiava esse meu olfato apurado,me afastei ainda mais de Jacob,minhas mão tatearam a porta do banheiro,antes de entrar nele sibilei para Jacob:

 -Estou ótima,só leve isso daqui.

 Entrei de costas no banheiro,fechei a porta com força,mas parecia que o cheiro havia impregnado em minhas narinas.Lutei com a com a vontade de vomitar todo o sangue,que Diabos estava acontecendo?

 Me apoiei sobre a pia e fitei meu reflexo,meus olhos azuis cintilavam.Não havia nada de errado comigo aparentemente.Abri o armário a procura de algum remédio humano,apesar de eu ter certeza que precisaria tomar um cartela inteira para fazer um pouco de efeito,agachei e puxei a caixa de remédio.

 Quando a puxei senti algo cair sobre meus pés,abaixei os meus olhos a caixa me fez parar.Era um teste de gravidez,peguei ele com agilidade.Já estaria vencido?Verifiquei a data e ainda faltava pelo menos 2 anos para vencer a validade,suspirei.Isso só servia para humanas e além disso.Não posso engravidar,era o que eu achava.

 Então porque tive esse enjôo inexplicável ?Li as instruções na embalagem,não era um teste convencional,era com o sangue.Bem,assim ficava mais fácil.Me sentei no chão frio e segurei o teste no alto,olhei fixamente para ele.

 Até agora,nunca havia pensando em ter filhos,em verdadeiramente formar uma família.Tinha consciência que podia ter tudo isso,mas a eternidade junto de Edward estava acima de tudo.Só que eu nunca havia pensando nisso,em ter um pequeno olhando para mim com os olhos brilhando.

 Provavelmente teria os cabelos bronze de Edward e puxaria os meus olhos,suspirei e percebi que era maluquice aquilo.Não era genético,minha mãe agora era apenas uma sortuda.Ah sim,agora isso tinha virado sorte?

 Bella,pare com isso,estava com os dentes na minha pele e deixei meu sangue sair e entrar em contato com o teste,agitei o mesmo no ar esperando alguns minutos para que o resultado aparecesse.

 Como um mero pedaço de plástico podia significar tanto assim,que ousadia.Como ele podia decidir que nascia ou quem deixava de nascer?Como um pedaço de plástico podia destruir todas as esperanças?Esperanças que eu não sabia que tinha.

 Suspirei fundo antes de olhar para o teste,senti as lagrimas invisíveis surgirem.Havia dado negativo.Joguei o pedaço de plástico longe a força empregada no meu braço foi tanta que ele se partiu ao se chocar com a parede.

 Isso nem sequer tinha importância,nunca teve importância.Porque justo agora importava?Eu não iria engravidar,nunca poderia dar um filho para ele.Mas tinha sido isso que eu havia escolhido,a eternidade.A eternidade é dificilmente acompanhada.

 Gritos incessantes interromperam meus pensamentos,eles vinham de perto.Antes que eu pudesse abrir a porta senti um doce cheiro inebriar  minha mente,chamando meu monstrinho interno.

 Sabia que cheiro era aquele,agora ouvia o coração batendo.Mas batia tão fraco que estava a ponto de parar.Abri a porta,a imagem era chocante até para mim.Minha mãe e Esme estavam com as roupas ensangüentadas,Carlisle olhava para a cena com atenção enquanto Edward e Jasper seguravam o corpo.

 Fui até eles,Alice entrou sua expressão era e total horror.Esperava que alguém me explicasse o que estava acontecendo,mas meus olhos se focalizaram no humano.Ele devia ter seus 17 anos,seu rosto diferente da sua perna estava sã e salvo.Seus olhos tinham uma cor esverdeada,que me lembrava Edward.Seu cabelo negro caia sobre sua testa.

 Apesar dos gritos e da sua expressão de dor,percebi que ele era bonito e agora via que nós éramos a única esperança dele e talvez ele a minha.

Olhei atenta para todos e perguntei ignorando os gritos e o cheiro delicioso :

 -O que aconteceu? – Ninguém parecia me escutar.Edward e Jasper pareciam conter o sangue que saia.

 Suspirei e puxei minha mãe para mim :

 - Me desculpe,mas ele apareceu e todos estavam tão concentrados na caça que não vimos que ele havia sido atacado.Não podíamos,deixá-lo.

 Estavam certo,mas o que eles tinham em mente?O mesmo que eu tinha talvez.Me aproximei de Edward,ajoelhei ao seu lado,apoiei minha mão em seu ombro,ele olhou para mim e conseguiu sorrir:

 -Amor,o que planejam fazer com ele?

 Edward engoliu a seco com a minha pergunta,ninguém sabia ao certo o que fazer.Era tão perfeito,ele parecia ter caído do céu.É claro que nunca queria que ele estivesse sido machucado,era tão jovem.Tinha tanto pela frente,mas o que ele tinha agora?

 Fui até o rosto do garoto,acariciei sua bochecha,era um estranho sentimento maternal que havia brotado em mim.Não podia deixá-lo morrer,todos concordavam comigo.Ele pareceu se acalmar aos poucos,usei minha voz mais amável ao perguntar :

 -Qual é o seu nome ? – Ele gaguejou um “Anthony”. – Bem,Anthony.Tem família ou parente próximo ?

 Tanto o rosto dele como os dos outros ficaram paralisado,apenas Esme parecia entender,Edward me fitou aflito,sua voz saiu esganiçada :

 -Bella,o que ...?

 Antes que eu pudesse responder Anthony cuspiu as palavras com dificuldade :

 -Não,meus pais adotivos morreram a anos.Tenho vivido sozinho a um bom tempo.

 Sorri,e murmurei “Tudo irá ficar bem”.Edward foi até mim,me segurando pelos ombros:

 - O que é isso ?

 Pressionei meus lábios contra os deles,o acalmando. Olhei em seus olhos com a intenção que ele percebesse o que eu queria dizer :

 -Ele é tão parecido com você,tem seus olhos.Não posso deixá-lo morrer,nem vocês puderam.

 Edward  entendeu o que eu quis dizer,como todos os outros.Olhei para Carlisle e para meu pai que agora se postava do seu lado,um sorriso de aprovação surgiu no rosto de ambos,Alice me olhava com tamanha compreensão,porque faria exatamente o que eu estava fazendo.

 Pude jurar que o olhar de Esme e de minha mãe era de emoção,Edward segurou minha mão  e disse:

 -Fui eu que o encontrei,não pude deixá-lo lá.Eu queria tanto matar ele,pois seu sangue é tão doce.Mas algo nele,me fez lembrar você,por isso eu tinha que agir.

 Respirei fundo,ambos sabíamos o que eu estava preste a fazer,apesar de tudo não sabíamos que conseqüências que isso levaria,aproximei meus dentes afiados da sua garganta o seu coração estava fraco a ponto de parar,tinha que agir rápido.Não podia perde-lo,não podia deixar ir a renovação de uma vontade que eu nem sabia existir.