Asas douradas - Fremione escrita por Lumos4869


Capítulo 30
Capítulo 30 - Fim do ano letivo.




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Capítulo 30 – Fim do ano letivo.

— Você vai apagar a memória de seus pais? – Fred observou os traços de Hermione com seriedade.

— É o que eu devo fazer para protege-los. – ela suspirou e se encolheu nos braços dele. – Meus pais são meros dentistas e não têm nenhuma chance de se defenderem dos comensais. – o ruivo franziu a testa ao ouvir o termo “dentista”. – Temo não conseguir protege-los.

— Sabe que não precisa passar por isso sozinha, certo?

— Tenho a absoluta certeza que você sempre vai estar ao meu lado. – ela tentou sorrir. – Se é essa é a única maneira de mantê-los salvos, então eu farei. Não é hora de ser egoísta e pensar no vazio que eles vão me deixar. – ela deixou escorrer uma lágrima.

— Eu te admiro por ser essa pessoa tão forte e madura. – ele a apertou. – Eu teria a mesma linha de raciocínio que você, mas não sei se eu teria coragem de continuar.

— Obrigada por estar aqui. – ela o beijou carinhosamente em sua bochecha.

— Sempre, Mia. – ele sorriu.

*****

Nicholas passou o resto dos dias em Hogwarts auxiliando Madame Pomfrey. Para ele, poder ajudar o próximo era algo que aquecia seu coração. Já não sabia ao certo o que pensar ou sentir. Às vezes, pensava em vingança e acabar com a sociedade que um dia chamou de lar. Outras vezes, apenas respirava fundo e se convencia de que Leo não ia querer aquilo. Com o fim do ano letivo em Hogwarts, ficou decidido que Nicholas iria para à Toca e passaria as férias lá.

— Madame Pomfrey? – uma voz chamou a atenção de Nicholas que ajudava alguns alunos que sofreram acidente na aula de poções.

— Madame Promfrey não está. – sua voz saiu mais rouca do que esperava. – Em que posso te ajudar? – ele observou a garota com cabelos lisos se apoiar na parede.

— Eu preciso dela agora. – ela tentou falar firme.

— Ela não está. – Nick voltou a repetir e se aproximou dela.

— Não me toque! – ela se encolheu levemente e lançou um olhar superior. – Nem ao menos sei quem você é... – a garota sentiu tudo rodar e antes que atingisse o chão, Nicholas a segurou. – Outch. – ela fechou os olhos com força e ele a levou até uma maca disponível.

— Com licença. – ele falou antes de desabotoar a blusa que ela vestia. O anjo, agora humano, arregalou os olhos e deu alguns passos para trás com a visão que teve. O corpo da garota estava coberto de roxos e arranhões. – O que fizeram com você, menina? – ele se recuperou do choque e a examinou melhor. – Duas costelas quebradas.

— Eu estou bem. – ela tentou se levantar da maca sem se importar com sua blusa aberta. – Eu quero Madame Pomfrey!

— Deixe de ser arrogante, garota! – ele disse firme e a manteve na maca. – Não sei o que te aconteceu, mas se está aqui é porque precisa de ajuda. E fique quieta, por céus! – ele falou olhando nos olhos dela que se calou ao deparar com o par de olhos dourados.

— Você não possui uma varinha? – ela perguntou ao vê-lo preparar algumas ervas.

— Não sou um bruxo, criança. – ele falou e passou a mistura de ervas na pele dela. A garota fechou os olhos quase que imediatamente de alívio.

— Não me chame de criança. – ela sussurrou e adormeceu. Nicholas suspirou e terminou de passar a mistura nos lugares mais críticos. Ele observou os cabelos de altura mediana dela. O tom castanho claro era parecido com o seu, mas diferente dos cabelos lisos dela, os seus eram enrolados.

— Descanse quanto precisar. – ele falou sem ter a certeza de que ela estava lhe escutando e se afastou da maca, sem antes fechar a cortina em volta do local.

*****

Mais tarde daquele mesmo dia, Madame Pomfrey voltou e logo foi encaminhada até a maca da aluna que permanecia de olhos fechados.

— Essa já é a terceira vez que ela vem aqui desse jeito. – a senhora suspirou. – Ela insiste em dizer que foi um acidente e que já está para resolver o assunto.

— O que acha que pode ser isso? – Nicholas pergunta curioso.

— Não tenho certeza, mas acidente definitivamente não foi. – ela balança a cabeça. – Pode nos dar licença, querido? Preciso ter uma conversa com a senhorita. – a bruxa pede gentilmente e o anjo se afasta da maca ainda curioso com o caso. Assim que a senhora fecha a cortina em volta da maca, a garota se levanta com cuidado.

— Ele já foi? – ela perguntou e sentiu sua garganta secar.

—Sim, somos só nós duas. – a senhora respondeu séria e se aproximou da aluna. – Vai me dizer o que realmente está acontecendo ou terei que conversar com o diretor e sua irmã?

 Pansy não! – ela falou alto e depois se encolheu sentindo dor em seu corpo todo. – Pansy não.- ela voltou a repetir mais baixo agora. – Eu vou resolver essa história sozinha, por favor, não a coloque nisso.

— Como posso confiar em você se já é a terceira vez que me aparece aqui com os mesmos machucados? – Madame Pomfrey colocou as mãos na cintura. – Me diga criança, tem alguém te fazendo mal?

— Não se preocupe com isso. – ela colocou os pés no chão. – Obrigada.

— Você ainda não pode sair daqui. – a bruxa tentou manter a garota na maca.

— Estou boa o suficiente. – ela falou curta e saiu da enfermaria, sem antes esbarrar em Nicholas. Ela apenas o olhou agradecida e partiu sem dar uma palavra.

— Esses sonserinos... – Madame Pomfrey suspirou.

*****

George caminhava pelos corredores com a mente cheia. Como era bom a época em que sua única preocupação era elaborar pegadinhas pelo castelo. O ruivo andava olhando para seus pés e não percebeu quando esbarrou em uma figura menor.

— Saia do meu caminho. – Malfoy o encarou feio antes de dar um empurrão no ruivo e voltar a andar.

— Espera, Malfoy! – George o segurou pelo cotovelo. O loiro ficou brevemente chocado pelo contato repentino, mas logo se recuperou e puxou seu braço de volta.

— Não tenho assuntos para tratar com você. – ele falou frio sem nem ao menos olhar o ruivo e continuou caminhando.

— Desse jeito você vai acabar congelando os corredores de Hogwarts. – George tentou fazer piada, mas recebeu apenas um olhar cortante do outro. – Okay, certo. – ele suspirou. – Malfoy, eu não sei ao certo o que você está passando...

— Falou certo, você, melhor, vocês não sabem nada do que eu estou sentindo! – o loiro perdeu sua paciência e avançou na direção do ruivo maior. – Não vem com papos de ser positivos, muito menos venha me dizer o quanto você sente muito. Você não sente porra nenhuma! Eu não preciso da pena de vocês.Vá a merda. – Draco falou/gritou e deu um soco no peito de George que cambaleou alguns passos para trás.

— Estou quase nela. – George foi sarcástico e bufou irritado. Ao ver o sonserino dar as costas para ele, o ruivo puxou o outro de volta e o jogou na parede. Em seguida, George deu um soco na parede ao lado do loiro, deixando ele preso ali. – Não coloque palavras em minha boca sendo que você nem ao menos me deu ouvidos!

— O que pensa que está fazendo? – uma veia saltou da pálida testa de Malfoy. – Se afaste de mim! Eu estou pouco me fodendo para o que você pensa ou sente!

— Caralho Malfoy, eu vim aqui pedir desculpas! – George deu outro soco na parede sem se importar em se machucar e Malfoy se encolheu levemente com o susto. – Acha que eu não me sinto culpado por tudo o que te aconteceu? Entenda que dói aqui quando eu penso que eu poderia ter feito mais por vocês. – George bate forte em seu próprio peito. – Não é algo comparado a sua dor, mas você não está sozinho nessa.

— Não venha com esses papos esquisitos para cima de mim. – O loiro finalmente juntou forças para empurrar o ruivo. – Está querendo me dizer que está comigo? Que vai me ajudar a superar isso? – Draco riu. – Não faça piadas, Weasley.

— Ao menos, se vai culpar alguém, que me culpe então. – o ruivo o encarou sério. – Não jogue isso em cima de Hermione quando nós dois sabemos que sou em quem devo ser culpado.

— Então isso é sobre a Granger? – o loiro arqueou sua sobrancelha. – Vou te dizer mais uma vez e dessa vez mais lento porque acho que seu minúsculo cérebro não entendeu: EU. ESTOU. POUCO. ME. FODENDO. PARA. O. QUE. VOCÊ. PENSA. — Draco deu um passo em direção a George antes de respirar fundo e dar meia volta, andando para longe do ruivo. George deu um soco na parede e xingou alto quando finalmente sentiu a dor em sua mão.

*****

A volta para casa foi surpreendentemente silenciosa. Cada um perdido em seus próprios pensamentos e sentimentos. Os gêmeos Weasley, por não serem mais alunos, haviam partido antes e esperavam seus amigos na plataforma 9¾. George não comentou com ninguém o episódio com o Malfoy e quando foi questionado por sua mãe (depois de ter levado uns bons cascudos dela) estar enfaixada, ele apenas disse que havia sido um acidente na loja de logros. Fred nada disse para contrariar o irmão, apesar de ter ficado curioso.

— Como eu senti sua falta. – Fred fez gestos exagerados e abriu seus braços em direção a Hermione. A castanha riu e desviou do ruivo indo em direção aos pais. Fred fez um biquinho e uma cara de falso coração quebrado.

— Fred, essa é a minha mãe e meu pai. – a castanha puxou o namorado para perto e apresentou seus pais. – Mãe, pai, esse é o meu Fred. – ela sorriu e logo ficou vermelha ao perceber o que havia falado.

— Com licença. – Fred a afastou levemente e ficou de frente aos dois adultos. – Muito prazer, eu sou o Fred dela! – ele abriu um sorriso enorme enquanto Hermione escondia seu rosto nas costas dele.

— Ó céus, minha menininha está crescendo. – o pai de Hermione bagunçou os cabelos enquanto a mãe dela cumprimentava sorrindo Fred.

— Cumprimenta direito, homem! – ela deu um tapa de leve no marido que fuzilou o ruivo com o olhar.

— Você vai conosco, querido?

— Se não for um incômodo. – o ruivo sorriu.

— Então vamos que eu tenho uma conversa muito longa para ter com você. – o pai de Hermione novamente o fuzilou e Fred engoliu um seco.

Enquanto os pais da castanha iam na frente (com a sua mãe ralhando a atitude do marido), Fred e Hermione os observavam com um sorriso simples. Ambos trocaram o olhar e suspiraram.

Aquelas férias seriam longas.

Muito longas.


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Notas finais do capítulo

Personagem original na área! hehe'



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