(In) Justice escrita por Kia Araujo, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 2
Do Direito


Notas iniciais do capítulo

Primeiro eu queria agradecer a quem acompanhou e comentou. S2
Queria dizer tb que eh assim meio complicadinho fazer um julgamento em 1000 palavras, fiz o melhor que pude.
Por fim, Feliz Natal



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Estava nevando em Londres, tinha tudo para ser um bom natal. Por isso mesmo ninguém entendeu a indelicadeza de colocar o maior julgamento criminal dos últimos anos justamente no dia 24.
O júri já estava na corte bruxa, bem como o juiz, as testemunhas e todos que queriam assistir o show que o Auror Weasley tinha prometido. Ministra Granger, Auror Potter e sua esposa estavam lá para assistir o que achavam ser o fim da dignidade de Rose. Os primos e irmãos da advogada estavam todos lá, torciam pelo réu e pela ruiva. Só não estavam o próprio Malfoy e sua advogada.
Eles chegaram calculadamente atrasados o suficiente para fugir da multidão de jornalistas e causar um impacto mas não o bastante para insultar o juiz e o júri. Ela estava bem vestida, poderosa, lembrava mesmo a postura de um Malfoy. Dava passos firmes, que prendeu os olhares de toda a corte.
O show começara e eles iam atuar no papel que precisam. A advogada invencível e convicta, o réu inocente e assustado.
— Eu sou o Juiz Rufus Montgomery. Declaro iniciado o julgamento de Scorpius Malfoy pelo crime de associação com magia das trevas, artigo 854 do Código Penal Bruxo. Com a palavra a Promotoria.
— Estamos aqui nesta manhã de natal para limpar o mundo bruxo dos terrores que ameaçam voltar a assolar-nos. Este homem - apontou para o réu - foi o responsável indireto por centenas de crimes ao salvar a vida de diversos comensais da morte. Sim, senhoras e senhores jurados, não enganem-se pela cara inocente deste rapaz. Ele é um homem, associado com os piores tipos de bruxos que podem existir. Deve ser mandado para Azkaban sem passagem de volta. - Malfoy se encolheu. Ele realmente era um rapaz sensível e aquilo acabava com ele. Rose notou e por um momento vacilou. Segurou em sua mão em forma de apoio discreto.
— Com a palavra agora a defensoria. - Ela ergueu-se. Não havia espaço para fraquejar.
— Jurados. - olhava firmemente para eles, a voz era firme mas mansa - Hoje é natal, um feriado trouxa que trata-se de despertar o melhor em cada um de nós. É isso que esse rapaz é. Scorpius Malfoy é o melhor que os Malfoy jamais fizeram pela humanidade. Honesto, trabalhador, um médico dedicado a salvar toda e qualquer vida, porque a vida é o valor supremo a ser defendido. Me entristece saber que alguém como ele está sendo brutalizado por defender aquilo que todos nós prezamos mais: a vida humana. Por favor, não destruam a vida de um jovem por ele fazer o que é certo, absolvam esse rapaz que apenas cumpriu com seu dever profissional e moral. - Houve impacto. Era isso que ela queria. Os jurados pareciam favoráveis. Eram em maioria jovens. Isso era bom para eles: os mais velhos viveram a guerra e tem tolerância zero para qualquer indício de arte das trevas. Os jovens eram mais razoáveis.
— Muito bem. Comecemos a ouvir as testemunhas. Primeiramente a testemunha da promotoria, por favor entre Auror Weasley. - Rose sabia que aconteceria mas não pode evitar um suspiro. Malfoy notou e olhou para ela, como quem passava força. Seria um caso difícil para os dois.
Ronald sentou-se a cadeira de testemunha e fez o juramento. O promotor iniciou:
— Senhor Weasley. O senhor pode compartilhar com a corte seus feitos heróicos até aqui?
— Claro. Eu lutei na segunda guerra bruxa, perdi meu irmão para as forças das trevas. Continuei a caçar esses criminosos após a guerra.
— Protesto. Irrelevante a morte da família. Todos nós perdemos parentes na guerra. - Ronald ficou vermelho de raiva.
— Mantido. Senhor Weasley, limite-se a responder as perguntas.
— Senhor Weasley, o que viu no dia 13 de fevereiro deste ano?
— Eu vi o Malfoy salvando a vida de John Nott, um comensal da morte ferido por mim em batalha. Depois eles ainda se comprimentaram, sorrindo. Pareciam muito amigos.
— Sem mais perguntas. - Com isso, Rose se preparou para o embate de sua vida:
— Ronald Weasley. O senhor nega que sua família tem um notório histórico de rivalidade com a do meu cliente?
— Graças a Merlim sim. Bons Weasley não se aliam a comensais. - Doeu, mas não podia demonstrar.
— Então, o senhor confirma que faria de tudo para destruir os Malfoy?
— Eles são assassinos. Então sim.
— Até mesmo mentir na corte? - Ele foi pego de jeito. O promotor tentou protestar mas o juiz pediu para que fosse respondida a pergunta
— Jamais. Sou um herói de guerra.
— Pois então. Ainda assim acha justificável condenar um homem por feito de outros da sua família?
— Definitivamente sim. Quem puxa aos seus não degenera;
— Então como explica Sirius Black?
— Protesto. Fugindo do assunto.
— Procedente. Doutora, o caso Black já aconteceu. - Ela sorriu. Não precisava da resposta, aquilo já era o bastante pra causar o efeito desejado.
— Sem mais perguntas
— Difícil é explicar você, sua traidora. - Ronald gritou.
— Auror! Comporte-se ou quem parará em Azkaban será o senhor. Vamos agora à testemunha de defesa. Entre por favor Auror Potter. - Todos ficaram estupefatos, inclusive a testemunha. Fez os juramentos e Rose começou:
— Chefe dos Aurores Potter! - Ela saudou - Nem preciso perguntar as suas credenciais. O senhor é um herói de primeira. O menino que sobreviveu. O rapaz que matou aquele que não deve ser nomeado.
— Protesto. Ela está divagando
— Mantido. Faça a pergunta doutora Weasley.
— Potter, a família do meu cliente é composta de malignos comensais da morte? - Draco Malfoy quase deu um treco. Aquela menina estava louca?
— Sim. Os Malfoys são conhecidos bruxos das trevas desde sempre.
— Perigosos?
— Definitivamente.
— Então porque o senhor testemunhou em defesa de Draco Malfoy na guerra bruxa? Deixou um comensal livre?
— Eu…
— Protesto. É um caso fechado. Do que importa?
— Preciso entender qual é a visão que os aurores têm da família do meu cliente.
— Auror Potter, responda a pergunta
— Ele foi um comensal. Mas eu testemunhei em sua defesa pois a avó do réu salvou a minha vida antes da batalha final.
— Ah. Mas não eram todos cruéis e perigosos? Então uma Malfoy salvou o salvador do mundo bruxo minutos antes da batalha que definiu tudo?
— Sim, mas….
— E por isso você deixou um comensal perigoso as soltas? Para retribuir um favorzinho pessoal?
— Não foi assim… Ele não era perigoso - Potter estava nervoso.
— Ahh, entendi. - Ela sorriu - Sem mais perguntas
— Sem perguntas também, meritíssimo.
— Encerro, então, a fase de conhecimento. Declaro que este tribunal está em recesso para que o júri tome sua decisão. - o juiz bateu o martelo.


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