A Megera Domada escrita por Dani Ribeiro


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Com medo de que Christian sucumbisse a uma nova crise de choro, Dr. Flyn achou que era hora de interromper o momento, por mais que doesse o coração desfazer uma cena de tanta emoção.

— Christian, receio que esteja na sua hora de ir e Grace você precisa descansar para ficar boa logo, porque seu filho precisa muito de você. – John explicou com sua calma costumeira.

— E ele vai ficar bem? Vai encontrar a sua mãezinha? – Grace perguntou olhando para Christian que sentiu novamente as lágrimas chegarem à garganta.

— Ele vai sim, te asseguro que sim. – Dr. Flyn garantiu olhando-a com firmeza, para passar confiança em suas palavras.

— O seu nome é Christian, não é? – Grace perguntou voltando sua atenção ao filho que só balançou a cabeça que sim, pois não confiava em si para falar uma palavra sequer sem chorar como um frouxo qualquer, o que ele abominava. Fraqueza para ele era não era permitido.

— Eu gosto de Christian, é um nome bonito. Acho que se meu bebê for um menino vou dar a ele o seu nome. – ela o respondeu com um sorriso meigo no rosto, fazendo-o novamente lutar contra as lágrimas.

— Tenho certeza de que ele terá muita sorte em ser seu filho. – ele respondeu com a voz embargada, antes de sair do quarto apressado. Se escorou na parede do lado de fora e se permitiu por alguns instantes expressar sua dor, até perceber a presença de John. Então secou rapidamente os olhos, se preocupando que sua saída repentina pudesse ter assustado sua mãe.

— Não se preocupe! Ela ficou bem.  - Dr. Flyn se apressou em dizer já prevendo as preocupações de Grey. - E você não deveria esconder suas emoções. Por para fora alivia a dor. - ele acrescentou.

— Minhas dores não são uma preocupação no momento. Só quero saber se minha saída repentina não a assuntou. - Christian respondeu em seu tom naturalmente mal humorado.

— Sua mãe está vivendo uma realidade que não é a nossa. - o médico começou a explicar enquanto indicava o caminho de volta ao consultório. - Mas por mais confuso que possa ser de certa forma é. Ela consegue compreender que está em um hospital se tratando de um mal estar. Acredita que o marido está em uma viagem de negócios. - Dr. Flyn explicou enquanto caminhavam.

—Ela só não consegue compreender o passar do tempo, que sua barriga não cresce, que o pai da criança nunca volta, enfim... Sua atitude não a assustou, é o que eu quis dizer porque ela compreende a tristeza de outras pessoas a sua volta, mais um ponto positivo, por mais que novamente não pareça. - ele concluiu quando chegaram novamente ao seu consultório.

—  Eu vou conseguir a grana para o tratamento que o senhor falou que pode trazer minha mãe de volta para mim definitivamente. - Christian sentenciou.

— Por favor, não vá fazer nenhuma loucura. - Dr. Flyn pediu verdadeiramente preocupado.

— Não se preocupe, não farei nada que me faça ir em cana, não quero que minha mãe volte a vida tendo um filho marginal e também não vou fazer nada ilegal, eu garanto. - Grey garantiu colocando um falso sorriso convincente no rosto, afinal, não existiam leis que falassem contra seduzir uma garota e não pretendia estender tal mentira ao ponto de precisar transar com Anastásia, então, mesmo que ela ainda fosse menor idade, não estaria realmente cometendo crime nenhum.

— Só me diz quanto eu preciso. - ele pediu fazendo o médico se resignar e escrever em um pedaço de papel o valor que julgava necessário. Christian se surpreendeu ao ver quantia, mas aquilo não era problema seu. Os idiotas apaixonadinhos que se ferrassem para pagá-lo e ele daria um jeito em fazer a garota deixar de ser um problema.

***

Christian chegou à escola bem antes do horário de início das aulas. Ele queria esperar que Ethan e Elliot chegassem para terem uma conversinha sobre o serviço que prestaria a eles e com o imaginado a dupla de nerds chegou também bem antes do horário de entrada.

— Acho que temos um assunto pendente. – ele falou por detrás deles, fazendo-os se assustarem.

— Não! Não temos nenhum assunto pendente. Já entendemos  que não devemos te procurar, falar com você e nem mesmo te olhar. – Elliot se apressou em responder enquanto enumerava os nãos nas mãos.

— Vem cá, é desse jeito que você pretende conquistar a princesinha intocada? Se borrando nas calças desse jeito? – Christian perguntou sorrindo com ironia para ele. Antes que Elliot tivesse a chance de tentar se defender, Ethan o interrompeu.

— O que você quer? Pensei que tivesse deixado claro que se negava a nos ajudar. – o loiro perguntou erguendo o queixo para diminuir a distância entre Grey e ele. Assim como o amigo, também tinha uma pequena/grande parcela de covardia dentro de si e sabia que poderia estar assinando sua sentença de morte ao encarar o valentão da escola, mas se fosse para morrer seria com honra e além do mais, ninguém falava mal seu melhor amigo, somente ele.

— Bom, eu pensei melhor e resolvi fazer esse serviçozinho, mas claro que tudo nessa vida tem um preço, principalmente o aluguel de um gigolô de classe como eu. – Christian explicou com o mesmo sorriso irônico no rosto, enquanto por dentro lamentava que realmente fosse fazer um papel tão barato e sendo comprano tão caro. Em todo tempo repetia para si que era por sua mãe. Grace merecia.

— E quanto Isso nos custaria? – Ethan perguntou interessado.

— A modesta quantia de cinco mil dólares. Metade do início do serviço e metade quando o caminho estiver livre para seu amiguinho conquistar a princesinha. – ele respondeu apontando a cabeça para Elliot que parecia estar à beira de uma crise de nervos.

— O quê? Cinco mil dólares? Você ficou maluco? Eu sabia que essa era uma péssima idéia, eu te avisei. – Elliot explodiu se referindo a Christian e ao amigo, respectivamente.

— É pegar ou largar. – Grey sentenciou.

— Nós pegamos. – Ethan garantiu.

— Não, não, não. Não pegamos nada. Você sabe que não temos esse dinheiro. – Elliot sussurrou desesperado para o amigo.

— Nós não, mas sabemos quem tem. Nós já conversamos sobre isso. – Ethan rebateu entre os dentes.

— Espera aí, como vocês não têm a merda do dinheiro? – Christian perguntou com a raiva crescendo dentro de si.

— Acontece que o José Rodrigues está também de olho na Kate e ele tem dinheiro e motivos para usá-lo para tirar a Anastásia do caminho dele. Ele vai achar que você está o ajudando quando na verdade você vai liberar o caminho para o Elliot. – Ethan explicou.

— Você quer calar a droga dessa sua boca grande e idiota? – Elliot brigou com ele.

—Essa Kate deve ser boa mesmo! – Christian afirmou enquanto coçava o queixo debochadamente. – O que ela tem? Uma boceta de ouro e que todos querem?

— Não fala assim dela! – Elliot exigiu partindo para cima de Grey, sendo impedido por Ethan. – Ela é uma garota doce, encantadora e que não merece cair nas mãos de um mau caráter como o Rodrigues e que só vai querer usá-la e jogar fora depois.

— Eu acredito que você tem razão, mas quer saber? Eu não ligo. – Christian garantiu. – E eu acabo de ter uma idéia brilhante: porque não ir até o Rodrigues, contar a historinha linda de amor verdadeiro que acabei de ouvir e me oferecer para quebrar dois corações pelo preço de um, claro que com um bônus extra pelo serviço?

— Você pode me odiar, pode odiar todas as pessoas dessa escola, mas eu tenho certeza de que você deve ter alguém que você ama e por ela eu te peço que não entregue a Kate nas mãos dele, mesmo que ela não venha para a minha. – Elliot pediu segurando as lágrimas.

Christian reconheceu esse tom de voz. Nas muitas vezes em que sua mãe pediu que seu pai não a deixasse. Nas muitas vezes que ele pediu que ela voltasse. Ele tem sim alguém que ama e mesmo sendo por ela não poderia ser tão canalha.

— Vocês têm até o final da semana para aparecer com o dinheiro na minha frente. – ele sentenciou antes de dar as costas aos amigos deixando no ar se cumpriria ou não a promessa de ir até o tal Rodrigues. Ele não faria isso, mas eles não precisavam saber.


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