O Pintor Sangrento escrita por Bianca Queiroz


Capítulo 10
Desejo por seus Toques




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CAPÍTULO 10: DESEJO POR SEUS TOQUES

O mais velho olhava impaciente para o rapaz pálido na sala. O silêncio tomava conta do cômodo a única coisa ouvida no apartamento era o relógio na parede e as gotas que pingavam da torneira e caiam na pia soltando um som metálico do objeto. 

O rapaz estava concentrado no caderno em mãos, estava tão submersos nas folhas brancas que parecia ter esquecido do mundo ao seu redor.

— Ei pirralho!

Chamou o mais velho sentado no sofá. O rapaz não mexeu um músculo de onde estava, continuava encarando o objeto em mãos fazendo o Uchiha franzir o cenho.

— Esta bem distraído estes dias, aconteceu algo?

Tentou novamente dialogar com o rapaz que continuava o ignorando.

— Sabe... - O homem se remexeu no sofá em que estava sentado. Madara tentava manter a paciência que não tinha. - Já faz semanas que você a pegou como modelo e mesmo assim não vi nem um quadro novo vindo de você. 

Finalmente o rapaz pareceu escultar o que Madara falava, porém não o olhava apenas mantinha o olhar no desenho que havia feito de Sakura. Madara percebendo que o mesmo o ouvia prosseguiu com o assunto. 

— Tem algo haver com ela? - O mais velho levantou uma das sobrancelhas prestando atenção a cada movimento do rapaz como se tentasse decifra-lo. - Briga de casal? Sabe...

— Estou insatisfeito.

Sai o cortou impedindo qualquer baboseira que o Uchiha pretendesse falar.

— Hum? - O olhar de Madara misturava indignação com confusão. - Insatisfeito? Que eu lembre você sempre a quis. Você mesmo iniciou isto tudo por causa de sua obsessão pela garota.

O rapaz permaneceu calado apertando o objeto em mãos, Madara o olhava como se tentasse decifrar as sobrancelhas levemente franzidas.

— Não estou satisfeito apenas a desenhando... - Colocou pra fora o que pensava ganhando todo o interesse do mais velho. - Comecei isto por causa da insatisfação de não poder desenha-lá, mas assim que a desenhei eu continuei insatisfeito. Inevitavelmente minha obsessão aumentou a cada dia que passei com ela. Toda vez que se aproxima ou quando a toco, quando sinto seu cheiro ou quando vejo sua pele, sinto algo estranho... - O rapaz levou sua mão até seu peito sentindo seu coração acelerar apenas ao imaginá-la. - O que seria isso?

O mais velho o olhava levemente surpreso, percebendo o olhar de Sai em si ele rapidamente ajeitou sua postura se reclinando no sofá. 

— Não pergunte a mim é você que está sentindo deveria saber. - O homem suspirou apoiando seu cotovelo no braço do sofá logo apoiando seu queixo nas costas da mão. - Diria que está apaixonado.

— Apaixonado? 

Madara suspirou em frente à tanta inocência.

— Você gosta dela, não? 

"Gostar" está palavra trouxe lembranças para Sai. Lembrava que Sakura já havia falado sobre esta palavra. Lembrava que estava palavras trazia sintomas dependo do "gostar" que se referia, algo como não tirar está pessoa da cabeça, coração acelerado, mãos suadas, e algo como borboletas no estomago, algo que Sai não entendeu muito bem, mas sabia que não conseguia tirar a rosada da cabeça e sempre sentia coisas estranhas quando ela estava envolvida.

— Ou talvez apenas seja a puberdade. - Continuou o mais velho abrindo um sorriso malicioso. - Você não está satisfeito apenas a olhando, mas também quer tocá-la, correto?

O rapaz não respondeu. Era verdade que tinha necessidade de tocá-la, de sentir a pele branca que tanto chama sua atenção e desperta desejos obscuros em sua mente.

— Isto seria um sim? Então em baixo desta máscara de porcelana na verdade existe um pervertido.

— Não deveria chamar outros de pervertido quando na verdade se aproveita de qualquer oportunidade em ficar uma noite com alguma moça. 

Sai abriu seu sorriso costumeiro se levantando de onde estava.

O rapaz seguiu ao pequeno corredor, planejava esperar Sakura em seu estúdio de pintura.

— Hunf! Moleque atrevido.

Resmungou Madara carrancudo enquanto o seguia com o olhar.

***

Deixando a porta entreaberta o rapaz sentou no chão gelado do cômodo, se encostando na cama que as vezes usava para dormir quando não queria voltar para seu quarto.

Seu olhar percorreu por todo o local. Era incrível como aquele lugar ficava frio e silencioso sem ela ali.

Sakura novamente preencheu seus pensamentos. Lembrou das palavras de Madara. Estava realmente apaixonado? Não sabia o que sentia e isto cada vez mais o deixava louco.

Suspirou cansado jogando sua cabeça para trás, sentiu o conforto do colchão da cama em que estava encostado.

A noite não fora bem dormida graças a seus pensamentos barulhentos e graças a isto seus olhos pesavam de sono.

Não queria dormir, queria ficar acordado até ela chegar, mas o peso do cansaço dominava seu corpo.

Sua resistência ainda durou algum tempo até que finalmente sua visão foi tomada pela escuridão. 

Antes que se desse conta estava em um lugar escuro e frio. Era incrível como a ausência dela sempre o deixou com esta sensação perturbante, sempre que ela não estava presente ele sentia solidão, e era nesses momentos que sentia necessidade de seu toque quente e do seu lindo sorriso. Precisava do seu brilho para iluminar sua escuridão. 

Não sabia quanto tempo havia passado enquanto dormia apenas foi recobrar a consciência quando algo tocou seus lábios. 

Um toque quente e gentil, algo macio e vicioso, algo muito familiar para o rapaz. Sim, já havia sentido aquilo antes. Um dia que não conseguiu tirar mais de sua cabeça, o dia em que havia pedido um beijo a Sakura. Um toque que fez o mesmo se viciar ainda mais na garotinha, algo que necessitava a tanto tempo.

Com pouco esforço abriu seus olhos, assim que os abriu sua visão foi preenchida por branco, o branco que tanto amava, a pele que observava tanto estava bem ali a sua frente tão próximo que conseguia sentir seu cheiro. Mas o que realmente tomava sua atenção não era o pescoço nu em sua frente e nem mesmo as mechas rosas que caiam sobre si. Mas sim o toque macio dos lábios que tanto saciou por anos. Era o mesmo toque de anos atrás, tão delicado e caloroso, mas não lhe era o suficiente, queria mais, queria descobrir mais, queria conhecer cada cantinho de sua boca, queria tocar no pescoço nu em sua frente, queria conhecê-la mais que qualquer um.

Perdendo seus pensamentos sãos o rapaz levou sua mão a nuca da garota, ela surpresa com o toque repentino iria afastar-se por reflexo, mas o rapaz não permitiu aprofundando seus dedos nos cabelos rosas a pressionando ainda mais contra seus lábios. 

Com a falta de ar os dois separam alguns centímetros continuando na mesma posição, as respirações ofegantes se chocavam, as esmeraldas e os ônix estavam tomados por desejo. Os dois queriam mais que aquilo e sabiam disso.

— Sai, eu...

Começou Sakura constrangida por ter sido pega em flagrante, não sabia se sentia alivio por ter sido correspondida ou envergonhada por ter feito algo tão incidente enquanto o rapaz dormia, provavelmente a imaginava como uma pervertida.

O rapaz não a deixou terminar. Se virou para ela e a pegou pelos ombros forçando ela para baixo até que se deitasse na cama. Ficou por cima do corpo tão delicado, os olhos verdes espantados encaravam os olhos escuros coberto por desejo.

O rapaz estava sendo dominado por seus desejos egoístas e obscuros sem se importar mais no que a garota pensaria sobre seus verdadeiros sentimentos.

Suas mãos deslizavam pelo tecido que cobria a pele da garota. Conseguia sentir o corpo delicado por debaixo das peças, delicadamente dedilhava suas curvas as vezes tocando algum osso.

A garota de cabelos rosas não recusava seus toques apenas mantinha seu olhar constrangido ligado aos olhos escuros do rapaz. 

Sai não gostava do tecido aquilo o atrapalhava em tocar diretamente a pele branca que tanto saciava, mas também não planejava se livrar das peças mesmo que quisesse, mesmo naquela situação conseguia ter um pouco de sanidade por enquanto...

Suas mãos deslizaram até o pescoço exposto da garota. Sakura sentiu um arrepio lhe percorrer com o toque repentino. 

Sai conseguia sentir o sangue pulsar no pescoço da mesma, aquilo denunciava o quanto seus batimentos estavam rápidos, a pele que tocava estava tão quente quanto a dele.

Seus dedos deslizaram até os lábios entreabertos da moça, seus olhos se focaram naquele ponto, a sensação estranha atacou novamente, seu coração acelerou e seu corpo esquentou ainda mais se misturando com a temperatura do corpo delicado abaixo de si.

A garota se sentia tocada por uma criança curiosa. Sakura não reclamava de seus toques e nem o afastava apenas permanecia as esmeraldas brilhantes vidradas no rosto do rapaz ela sabia que estava vermelha como uma pimenta, mas no momento tentava ignorar sua timidez, afinal foi ela que começou tudo aquilo.

Sai brincava com os lábios rosados da moça, ele a tocava gentilmente e sem pressa como se aproveitasse cada sensação, como se guardasse tudo em sua mente.

Sakura sentiu o polegar do rapaz entre seus lábios pedindo passagem para sua boca. A garota pareceu surpresa não tinha certeza do que ele planejava fazer.

Sai percebeu a mudança da moça, mas insistiu com o polegar entre os lábios macios. Sabia que esteva levando seus desejos um pouco longe demais por querer sentir cada canto de sua boca.

Sakura repentinamente trocou seu receio por curiosidade, finalmente abriu a boca dando passagem ao dedo de Sai que a adentrou gentilmente começando a explorar cada cantinho de sua boca.

Mesmo depois de tirá-los Sai conseguia ainda sentir a umidade e temperatura da boca de Sakura em seus dedos. Aquilo atiçava ainda mais seus pensamentos obscuros, queria sentir mais, queria descobrir mais de seu corpo, queria ficar assim com ela pelo resto de sua vida.

Egoistamente queria ela apenas para ele.

— Sa-Sai...

O nome do rapaz saiu em um suspiro trêmulo o que atiçou ainda mais o interesse do rapaz. Sakura percebendo isso fechou os olhos com mais vergonha ainda de olhá-lo. A moça ficou um tempo daquela forma como se tomasse coragem para algo, porém nem mesmo conseguia pronunciar seu nome sem gaguejar enquanto encarava os olhos ônix tão analisadores. Não havia imaginado isso quando o atacou enquanto dormia.

— Sinto muito eu exagerei...

Tomando sua consciência de volta o rapaz preparou para se retirar de cima dela porém foi impedido ao ser segurado pela manga de sua camisa. 

— Es-Espere!

Sai a olhou de cima confuso por sua reação, achou que ela estava querendo que ele parasse, mas não parecia ser o caso.

— Na verdade eu...

As esmeraldas tímidas abaixaram encarando os lençóis brancos da cama, mais e mais a rosada sentia sua bochechas esquentarem. Novamente Sai sentiu seu coração acelerar, era incrível como a garota conseguia fazer aquilo voltar em instantes.

A rosada respirou fundo fechando os olhos por um tempo como se acumula-se coragem para falar. Repentinamente seus olhos abriram encarando determinada as ônix surpresas.

— Eu te amo!

Aquela era a gota d'agua, aquilo o atingiu de uma forma inesperada era a primeira vez que alguém falava aquelas palavras para ele. Seu coração acelerou ainda mais e seu corpo esquentou, sentiu algo estranho no estomago e uma gota escorrer em sua bochecha. Aquelas eram todas as sensações da palavra "gostar" no termo de amar. 

Então aquilo era estar apaixonado?


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