Ensinando a Beijar escrita por Pakkuna


Capítulo 8
Desilusão




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Ele estava deitado na cama

Pensando

Muito

Mais do que nunca

Ainda com aquela voz na cabeça

Dele

Falando aquelas mesmas palavras

“Você... gostou?”

Esmagou a barra que comia com força entre suas mãos

Estava com raiva? Quem sabe...

Mas não estava

Pior que não

Ele sabia a resposta

Pelo menos achava que sabia

Mas estava confuso

 

— Argh! – Esbravejou Mello – Eu odeio aquele albino!

 

Ahh... Essas palavras

Tão comuns

Mas ele ainda se lembrava não só da pergunta

Mas do que se seguiu

 

Flashback ON

— Como?! – Mello teve que perguntar. Já que ele próprio não acreditava no que ouvia, precisava no mínimo, ouvir de novo.

— Estou perguntando se... – Near pausou. Era muito para um dia só! – você gostou do beijo... – Disse com a cabeça baixa. Não conseguia levantá-la

Melhor, não queria

— Bem... – Mello não sabia o que responder ou o que devia responder para uma pergunta como essa. Mas espera... – Por que raios está me perguntando isso, afinal?

Pausa

Silêncio

Por alguns segundos

— Só queria saber, curiosidade – Respondeu Near, do jeito mais medíocre que existe

“Curiosidade”, sei

— Acha que eu nasci ontem? Curiosidade? Fala sério, Near! – Retrucou Mello, com um tom que continha até deboche – Mesmo qual fosse a resposta para a sua pergunta não sou obrigado a dizer nada para a sua pergunta sem sentido! – Disse, se posicionando para sair do refeitório

Deixando o albino lá

Sem sua resposta

— Mello. – Falou o albino, alto o suficiente para Mello escutar mas mesmo assim não parou de andar – Devo ter esperanças de sua resposta ser a mesma que a minha?

Ele disse

E Mello foi

Mas ele ouviu

Mas não parou

Por que não parou? Quem sabe...

Flashback OFF

 

“Devo ter esperanças de sua resposta ser a mesma que a minha?”

Ahh

Essa frase ecoava na sua cabeça ainda

Ele queria saber qual seria a resposta do albino?

Seria igual a sua ou não? Quem sabe...

Essas perguntas todas... acabavam com a paz dele

Agora só queria dormir

E esquecer um pouco tudo

E tendo esperança que tudo não passasse de um sonho apenas

Um sonho...

 

—______________________________###_________________________________

 

Dia seguinte

Um novo dia

Para tentar se reorganizarem

Era sábado

Ou seja, não tinha aula

Assim todos podiam relaxar e descansar de todo o caos de ontem

 

Mello acordou perto das 10h da manhã

Levantou

Fez sua higiene matinal acompanhado de um banho

Pegou uma de suas barras e comeu

Já que perdeu o café da manhã que começara às 8h

Mas ele não se importava

Não estava querendo ver ninguém mesmo

 

Olhou para a outra cama

A do seu amigo

Aquele que dividia a quarto com ele

O ruivo

Estava tudo lá

Menos o ruivo

Deveria estar tomando café ainda

Ou brincando em algum lugar

Ou escondido em algum lugar com a Linda

Até parece que o ruivo iria parar de ver a Linda mesmo depois de tudo o que ouve

Não queria pensar em Matt

Porque se pensasse acabaria lembrando do que ouve no refeitório

Ou seja, do beijo

Ou seja, de Near

E não queria se estressar logo de manhã

 

Mas mesmo que evitasse

Sempre que fechava os olhos se lembrava daquela cena

E das palavras

Daquelas palavras

“Você... gostou?”

“Devo ter esperanças de sua resposta ser a mesma que a minha?”

Aquelas palavras viviam o perseguindo

Aonde quer que fosse

Ele tentava

Mas sempre era em vão

 

Acho que elas o perseguiam por ele não saber a resposta

Ou sabia? Sabia? Quem sabe...

Essas perguntas acabavam com sua paz

Ficava se remexendo na cama por simplesmente querer paz

 

— Ahh! Chega! – Extravasou Mello, não agüentando mais tudo isso

Foi para fora

Mesmo sabendo que poderia encontrar gente

Que poderia encontrar Ele

Mello quis sair

Para encontrar paz, que ironia não?

 

—_____________________________________###_________________________

 

Near estava no quarto

Com seus brinquedos

Tinha acordado às 7h

Já tinha tomado café no refeitório

Com direito a alguns risinhos e cochichos em direção dele

Mas ele já esperava por isso, claro

E também não se importava

Também já tinha adiantado alguns deveres para a próxima aula

Near era o oposto de Mello

Acho que a tal frase “Os Opostos Se Atraem” veio de pessoas como eles

Pelo menos na visão do Near

E na do Mello? Quem sabe...

 

— Já são 12h – Falava Near, mas nem olhando para o relógio. Intuição? Quem sabe... – Melhor eu já ir para lá – Disse, se levantando e indo em direção a porta

Ele gostava de ir para lá

Ele tinha paz

Era quieto, claro, com pouca gente e muito amplo

Perfeito para Near

Era a biblioteca

Seu lugar favorito

Ia lá para organizar suas ideias

E como estava precisando disso ele foi

Ele cruzou a porta e entrou no corredor com passos calmos

Mas só os passos estavam calmos

Ele ficava quieto enquanto acontecia uma guerra dentro dele

Ele queria respostas

Melhor

Ele queria um “Sim”

Mello também? Quem sabe...

Na verdade, os dois queriam respostas

Mas sempre se atrapalhavam

O orgulho de um impedia que continuasse

E a frieza de um não deixava as coisas seguirem

Assim ficava complicado...

 

—_________________________###_________________________________

 

Mello andava pelo jardim

Pensativo

Sabia o que tinha que fazer? Quem sabe...

Mas se existisse uma resposta para essa pergunta

Essa resposta era sim

Ele queria se livrar de toda essa agonia

De todas essas perguntas que rodeavam por sua cabeça

De toda essa confusão

E sabia, agora, o que tinha que fazer para tudo isso acabar

Admitir para você mesmo tudo o que passava

Tudo o que sentia

Admitir, ou seja, apedrejar e triturar o seu orgulho

Porque só matar não iria ser suficiente

Então ele foi em direção a escada

Para acabar com o seu orgulho mesmo não querendo

Foi ao encontro dele

 

Rodeou os corredores, em todas as portas

Mas estas não o interessavam

Só queria uma

Avistou seu alvo

Bateu uma vez:

Ninguém abriu

Bateu duas:

Ninguém abriu

Bateu três, quatro, cinco:

Ninguém abriu

Impaciente abriu a porta

E para sua surpresa

Não havia ninguém lá

Parou e pensou

Aonde?

Ah, sim. Na biblioteca, é claro

Ele sempre estava lá mesmo

Ele foi

Correndo? Não, só foi com passos rápidos e certeiros

Chegou lá, abriu a porta e o viu

Sentado, montando um castelo de cartas

— Saiam. – Falou Mello, para as pessoas que estavam ali

E todos o obedeceram

A sala logo se esvaziou

Mello, andando em direção a Near,

Ia percebendo os detalhes da sala

Tipo, alguns livros no chão e nas mesas

As janelas abertas soprando uma brisa leve

Parou na frente do Near

Ele estava sentado em sua posição

Como se o loiro nem estivesse aí

 

— Será que dá pra você olhar pelo menos para mim? – Falou Mello, com raiva – Eu vim te dar o que você me pediu

Parece que essas palavras atingiram Near

Nesse momento ele levantou e ficou cara a cara como Mello

— O que tem para me dizer Mello? – Falou Near, com a voz calma, mas por dentro estava nervoso

— A resposta para a sua pergunta – Disse Mello, virando o rosto. Com toda sua força reprimindo seu orgulho falou – Não importa qual é sua resposta, nem se ela combina com a minha mas eu sei qual é a minha resposta e é... – Ele respirou fundo e disse – É não.

 

Nesse momento uma brisa forte entrou pelas janelas

Derrubando o castelo de cartas do Near

Levando ele junto

Ele esperava por isso?

Estava pronto para isso?

Quem sabe...

 

 

 

CONTINUA...


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