Ensinando a Beijar escrita por Pakkuna
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura
~Pakunna
Não sabia o que pensar
Tentava se distrair com seus brinquedos
Mas nada adiantava
Roger já tinha vindo falar com ele
Explicar a loucura no refeitório mais cedo
Explicação...
Mesmo com essa “explicação” dada por ele ainda não compreendia
Tentava repassar as imagens na sua cabeça
De tudo
Quando ele se lembrava ele ria
Ria por ter sido idiota e não tê-lo parado
Mas nem ele ao certo sabe o porquê
De não tê-lo parado
Mas ele nunca parava
Não importava o que seja
Ele nunca dizia “Chega!”
Mas por que nunca dizia “Chega!” ?
Eu poderia então por que não fiz? – Ficava com essa incerteza
Apesar de tudo aquele beijo tinha sido seu primeiro
Devia estar feliz, certo?
Ele não sabia o que sentia
Não sabia o que deveria sentir
Mas sabia que tinha algo errado
Ia dormir pensando naquilo e acordava pensando nisso também
Não saia da sua cabeça
Nem de seus lábios
.
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.
— Cara, tudo bem?
Essa voz era de Matt. Estava preocupado com o amigo.
— Sim. Por que não estaria? – Falava Mello, nem olhando para o amigo.
— Ah por nada não. Eu já te disse obrigado? – Dizia Matt, com um sorriso no rosto em direção ao amigo
— Hoje? Ainda não. – Mello se permitiu soltar uma risada – Não precisa mais me agradecer cara.
— Claro que preciso! – Matt falava já se colocando de pé – O que você fez por mim... muitos amigos não teriam essa coragem de fazer o que você fez! – Parabenizava Matt
— Sim, mas eu tive essa coragem – Falava Mello se colocando de pé na frente do amigo – Você é especial pra mim Matt. Sinto-te como se fosse um irmão. – Mello dizia enquanto já estavam abraçados.
Um abraço de colegas
De irmãos
De mães diferentes
— Mello, ahh obrigado – Abraçou mais forte ainda Mello – Eu sei que o que você fez deve ter sido difícil, não?
— Sim, muito! – Falava Mello, com certo desprezo – Ainda não acredito que beijei aquele albino desgraçado. – Completava já se deitando novamente e pegando uma barra de chocolate
E logo a comendo
Só aquilo lhe trazia paz
— Eu ainda não entendi por que você beijou ele. – Falava Matt já deitado com seu DS na mão
— Eu já disse pô! Eu o beijei porque se alg..
— Tá, eu já sei disso. Mas poxa, eu sei que isso não é a verdade. – Retrucava Matt sem tirar os olhos de seu jogo
— Como assim?! – Mello tentava entender o que o amigo quis dizer com aquilo
— Ahh Mello, fala sério não? – Matt falava dando um Pause no jogo - Você saberia dizer melhor que ninguém que o Near nunca impediria aquele beijo! Quando você o bate não importa quantos socos você já tenha dado nele e NUNCA te impede de dar outro. Ele é assim, e você sabe disso – Matt sabia que estava certo
Mello também sabia que ele estava certo
Mas não encontrava na sua cabeça outra explicação
Outro álibi
Teria que se contentar com essa mesmo
— Sei lá... – Mello pensava – Acho que calor do momento... vai ver que era uma forma de me sentir superior não acha? – Perguntava Mello, achando que conseguiu o álibi perfeito
Ah, como estava enganado
— Mello, eu te conheço. Você nunca o venceria assim. E você também sabe disso. – Falava Matt, com um sorrisinho no rosto de “eu ganhei”
Matt estava certo
De novo
Mello nunca iria vencer por manipular os sentimentos alheios
Seria golpe baixo
E ele não desceria tanto assim
— Ahh... – Bufou o louro, já saindo do quarto. Não queria mais continuar aquela conversa
Matt nem se importou
Não sabia direito que acontecia
Por isso precisava passar de fase
Precisava zerar o jogo
Aqueles jogos
Só aquilo lhe trazia paz
Fala sério! – Pensava Mello – Por quê? Por quê?
Eu não consigo entender!
O pior de tudo é que não foi... um dos piores
Foi até legalzinho...
O quê? Ah Fala sério!
.
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.
Por quê? — Essa mesma pergunta ecoava na cabeça de Near
A mesma que ecoava na de Mello
Será que eu não quis pará-lo?
Será que eu quis continuar? — Pensava Near
Near era esperto
Não precisava mais dessas perguntas bobas
Sabia que a resposta de todas as perguntas
Seria a mesma
Sim. – Concluiu Near
Sim, eu não quis pará-lo
Sim, eu quis continuar
Sim, eu gostei
Sim, eu queria mais
Será que Mello também gostou?
Será que Mello continuaria se pudesse?
Ahh, como Near queria que fosse “Sim”
Tentou voltar aos seus jogos
Ao se mundinho
Á sua bola de cristal
Mas não conseguiu
Não tirava ele da cabeça
O gosto que teve aquele beijo
No momento seus jogos e brinquedos
Não lhe traziam mais paz
Só aquilo lhe traria paz de novo
Tinha tentar
Tinha que perguntar
E foi
Saiu do quarto com convicção
—_________________________#____________________________________
Mello vagava pelos corredores sem rumo
Só queria pensar
Na verdade queria parar de pensar naquilo
Naquele beijo
Uhh... Por que estou assim, afinal? Nem foi um dos melhores...
Ele tentava
Tentava
Como era teimoso?
Queria achar alguma coisa
Alguma razão que explicasse o porquê de estar assim
Pensando naquele beijo
Não poderia simplesmente admitir que gostou?
Não, não podia
Seria como se rebaixasse
E isso ele não iria fazer mesmo
Sentou-se num banco no refeitório. Ele estava vazio, quieto, calmo.
Era o que ele precisava
Paz
Até que ela foi interrompida
— Oi Mello
Falou aquele ser do seu lado
Mello nem quis se virar
Apenas retrucou
— Saia
A última pessoa que ele queria ver era esse albino
— Quero conversar com você – Tentava Near o que seria uma conversa – Posso me sentar?
Mello nem respondeu
Nem se mexeu
Não queria dizer sim
Mas também não queria dizer não
E Near sentou ao seu lado
— Podemos falar sobre o que aconteceu? – Falou ele, enrolando uma mexa do cabelo
— Pra quê? Do que adiantaria? – Mello falou, se endireitando e olhando para Near – O que aconteceu aconteceu. E além do mais foi só um beijo e eu tinha meus motivos então pare de cena! – Disse Mello, com certa raiva
— Eu não vim aqui falar sobre o beijo especificamente. Eu sei qual era os seus motivos – Falava o albino, com calma e serenidade até – Apesar de ainda não entender por que eu.
Near não entendia
Mello não entendia
— Uh.. – Foi só o que Mello conseguiu dizer – Tá bom, veio aqui falar sobre o que então?
— Vim te perguntar algo – Disse, virando um pouco o rosto pro lado
— Então pergunta logo!
Near estava tentando encontrar as palavras certas
E a voz que nesse momento tinha sumido
Então ele só conseguiu dizer isso
— Mello, você... gostou?
Mello não acreditou quando ouviu
Essa pergunta o abalou por dentro
Até por já saber a resposta
E aquilo acabava com a paz de ambos
CONTINUA...
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