Luisa Parkinson: A Companheira Fantástica escrita por Gizelle PG


Capítulo 21
Um Guia nunca é demais


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Hoje postando mais cedo! ;)

"A sra. WormWood está de volta, com um objetivo incrivelmente espantoso. Luke está preso na Esfinge, e tem as crenças em sua mãe diariamente contestadas. Enquanto a "equipe" do Doutor está tentando entender porque vieram parar em um deserto escaldante.
Muitas surpresas ainda os aguardam no coração das velhas tumbas".



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Como se não bastasse já haver um garoto aprisionado na Esfinge e um grupo de pessoas recém chegadas em uma espaçonave que caiu do céu; mais um terceiro grupo chegou ao deserto, dessa vez composto por três pessoas. Surgiram através de um tele-transporte, e vieram parar exatamente no interior de uma das grandes pirâmides, próximas a Esfinge. O ambiente não tinha iluminação alguma e eles tiveram que ligar uma lanterna para que pudessem enxergar um palmo que fosse, à sua frente.

—Tem certeza que o Luke foi trazido pra cá? –perguntou uma menina de cabelos castanhos e crespos presos em uma trança que descia ás costas.

—Essas foram as coordenadas que o Sr. Smith nos deu. Sem dúvida o lugar tem que ser este... –disse uma mulher de cabelos castanho claro na altura dos ombros, com feições esperançosas e ao mesmo tempo, preocupadas.  

Deve? Do verbo: “você não tem certeza”? –perguntou um rapaz negro, de cabelos bem ralos e nariz de batata, revirando os olhos.  

—Não se preocupe Clyde, o Sr. Smith é cem por cento confiável... –afirmou a mulher certificando-se e, ao mesmo tempo, mostrando-lhes as coordenadas de um Scanner de pulso que ela tinha consigo. –Planeta Terra, Egito, Pirâmides. Estão vendo? É aqui mesmo.

—Bom, isso não ajuda muito não é? Ainda não sabemos exatamente para onde o levaram –admitiu a menina de cabelos crespos.

—Tem razão Maria, é por isso que nós vamos fazer o resto do trabalho –disse a mulher. –O Sr. Smith nos forneceu a localização certa, agora cabe a nós encontrarmos o Luke...

—E eu que pensei que essa noite ia ser só curtição!—bufou Clyde, apanhando uma lanterna para si. –Ah, cara! A gente nem pode querer ir a uma festa, que esse tipo de coisa tem sempre que acontecer... Será que nós temos cara de ímã, por acaso? Porque nós sempre atraímos encrenca... 

—Bem pensado, Clyde. –sorriu a mulher. –Se meu filho estivesse aqui, ele com certeza concordaria com você.

—Queria que tivéssemos trazido a Rani, ela é muito boa com investigações... –continuou Clyde, entediado.

—É, mais aí quem ficaria cuidando da Sky? –interveio a mulher guiando-os pela escuridão. -Ela só tem doze anos, muito nova para ficar sozinha, não acha?

—Francamente, eu acho que ela já sabe se cuidar... –disse Clyde, rindo logo depois de um pensamento que tivera após seu próprio comentário. –Lembram quando ela fez a cidade inteira apagar porque estava com fome?

—Ela era só um bebê naquela época... –defendeu-a a mulher.

—Isso foi semana passada!—retrucou Clyde. –Sky cresceu da noite para o dia, literalmente. Ela já é uma adolescente agora... Você tem que começar a confiar nela! 

—Não é tão fácil quanto parece... -a mulher balançou a cabeça, com certa dificuldade em admitir aquilo.

—Pessoal, venham ver isso aqui! –chamou Maria, apontando para uma parede com alguns tijolos empurrados para dentro.

—Muito bom, Maria! –elogiou a mulher dando as costas para eles, indo scannear a parede. –Tem uma câmara atrás dessa parede, como se fosse uma passagem. –então virou-se novamente para os garotos. -Precisamos entrar. Alguém sabe como se abre uma passagem secreta?

Talvez eu saiba, ama!—disse uma voz um tanto aguda e robótica.

K-9!—sorriu a mulher radiante, falando com um cachorro de lata que surgira sem mais nem manos ao seu lado. –Não sabia que você tinha vindo. Quando foi que chegou?

Esta unidade chegou com alguns minutos de atraso ocasionados pela confusão da ama Rani com os botões de ativação do tele-transporte...—anunciou o cão robô. –A ama Rani me pediu para avisá-los de que está tudo em ordem em casa e que ela, a ama Sky e o Sr. Smith estarão monitorando toda a missão à distância e que irão auxiliá-los sempre que for necessário.

—Viram? Nós não estamos sozinhos. –sorriu a mulher, sendo acompanhada pelos demais no ato. –Vamos lá K-9, abra essa passagem para nós... Você consegue garoto!

Afirmativo!—o cão pediu que todos tomassem distância e acertou a porta com seu laiser. –Tarefa executada com sucesso, ama! 

A parede inteira cedeu desmoronando e o chão ficou cheio de pedras empilhadas, levantando uma poeira fina, que preencheu todo o ambiente, deixando todos sem visão.

—Eu pensei que ele só fosse destrancar a porta! –falou Clyde, tossindo por causa do pó.

Chequei meus registros mais recentes e contatei que o mecanismo dessa passagem estava enguiçado há séculos;—falou K-9. –A melhor maneira de executar o que me foi pedido seria mesmo ter colocado a parede a baixo.

—Tenho certeza que o K-9 se esforçou ao máximo, agora vamos em frente... –animou-os a mulher. –Vamos por aqui...

Mas antes que conseguissem passar por cima de todas as pedras, um novo susto: Uma sombra se mexeu do outro lado da câmara, dando passos cambaleantes, de modo que sua sombra parecia estranhamente sinistra. Haviam também alguns sons parecidos com latidos e rosnados vindos de lá, e quando a lanterna da mulher focalizou o causador de todos esses estrondos, todos gritaram pela presença inesperada de... Um outro ser humano na pirâmide.

—Quem é você? Identifique-se! –gritou a mulher, pondo-se na frente das crianças e do cão.

—Ah! Me desculpem... Estão todos bem? –disse um rapaz ruivo com um topete, e olhos pequenos, que usava roupas e um chapéu de explorador. –Eu não quis assustá-los, me desculpem mesmo pelo susto! –pediu ele, envergonhado. –Eu sou Tin Tin, estou aqui cobrindo uma reportagem particular sobre mistérios ocultos nas tumbas... –ele se deteve por um instante, percebendo que estava dando todas aquelas informações a meros estranhos. –E quem seriam vocês?

Sarah Jane Smith, eu também sou Jornalista. –disse a mulher estendendo a mão para o rapaz, ainda meio duvidoso. –E esses são meus amigos, Maria, Clyde e K-9. Pode confiar em mim, eu não vim roubar suas idéias para uma reportagem se é o que pensa. O fato é que temos coisas mais urgentes para fazer agora, do que simplesmente investigar essa velha pirâmide...

—Estou vendo. Nem se incomodaram em derrubar esta parede, não é? –censurou ele. –Onde estavam com a cabeça quando puseram a parede abaixo? Essas câmaras são antigas, sabiam que o lugar inteiro podia ter desabado em cima de suas cabeças?

Negativo—interrompeu K-9, chamando a atenção do rapaz. –De acordo com meus arquivos, essas pirâmides foram feitas para resistir a todo tipo de tranco eminente...

Isso é um cachorro de lata?—espantou-se Tin Tin, assumindo agora uma expressão mais divertida que antes. –Milu! Venha até aqui, acho que vai gostar de ver isso...

—Tem mais gente com você? –perguntou Maria.

—Eu não diria “gente”. –falou Tin Tin, com um sorriso descontraído. –Milu! Venha até aqui, rapaz!

Rapidamente um cachorrinho branco e bem peludo correu ao encontro do dono. Aquele era Milu, sem dúvida companheiro, e o melhor amigo de TinTin. Milu ficou encarando por alguns segundos o cão de lata que, apesar de não ter os olhos à mostra, (estes eram uma grande placa vermelha que acendia toda vez que ele falava) parecia ter feito o mesmo. Um cão robô e um cão normal encarando-se amistosamente, como se fossem dois primos distantes. De início, Milu estranhou um pouco a criatura canina de metal a sua frente. Parecia ter um certo receio de se aproximar do ser quadrado com as iniciais K-9 marcadas em cada lateral, com rodinhas ao invés de pés, com uma antena no lugar do rabo, duas parabólicas em lugar das orelhas, uma cabeça retangular, com uma placa vermelha no lugar dos olhos e um laiser no focinho de metal... Mas aos poucos, ambos foram se entendendo.

“Au! Au! Au!” –cumprimentou Milu animado.

Muito prazer em conhecê-lo também, Milu. –disse K-9 com a sua voz de robô, sendo simpático.

—Eu acho que eles vão se dar muito bem... –riu Tin Tin.

—Isso é ótimo, mas temos que continuar... Luke não pode ficar aqui para sempre! –lembrou-os Clyde.

—Luke? Vocês estão procurando por alguém? –perguntou Tin Tin e os olhos sinceros de Sarah Jane deram-lhe a resposta.

—Luke é meu filho. Ele foi capturado. Trouxeram-no até aqui à força e eu preciso encontrá-lo antes que alguma coisa de ruim aconteça... –disse ela evidentemente cansada. Tin Tin percebeu a necessidade que ela tinha naquele momento de receber um abraço reconfortante, mas Sarah Jane não era esse tipo de mulher. Ela não iria se render tão facilmente. Se seu filho estivesse na Lua, era bem possível que ela roubaria um foguete, e daria um jeito de ir correndo para lá, só para ir buscá-lo. O problema é que o próprio Luke já tinha tido seus maiores medos e dúvidas, atiçados pela Bane. “Será mesmo que sua mãe não desistiria em vir buscá-lo?” Para Sarah Jane, essa questão nem merecia ser pensada, a resposta era mais do que obvia. Mas Luke ainda precisava de uma prova de que sempre seria querido por ela e, agora que encontrava-se em apuros, não era hora de nenhum deles desanimarem. Ela precisava de um plano, de um pouco de sorte e, alguma ajuda também não faria mal algum...

—Está me dizendo que seu filho foi capturado e trazido para dentro da pirâmide? –repetiu Tin Tin, parecendo desconfiado.

—Eu sei que parece loucura, mas é a pura verdade –disse Sarah Jane, sincera.

—Então está certo! –ele arrumou o chapéu na cabeça e seguiu câmara escura à dentro. –Começaremos a procurar por aqui, depois seguiremos por aquele corredor ali atrás... Ele nos levará direto ás tumbas.

—Desculpe, mas o que você está fazendo? –perguntou Sarah, intrigada.

Ora, ajudando! É o mínimo que eu podia fazer...-disse ele, sendo cavalheiro. -Vocês precisam de um guia, alguém que conheça essas câmaras muito bem, e esse sou eu! –ele fez uma pausa. -Por acaso queriam que eu deixasse vocês partirem assim, sem mais nem menos, depois de tudo o que você me contou? –perguntou ele à Sarah Jane. –Não! De jeito nenhum... Vocês vem comigo!

Milu e K-9 já foram se movimentando rumo à câmara por onde Tin Tin saiu mais cedo, já que sabiam no que resultaria aquela conversa.

—Ah! Bom, então vamos andando... Vai ser uma longa caminhada. –disse Sarah Jane, tomando a frente do grupo novamente, deixando Tin Tin, simultaneamente desorientado por alguns segundos, sob a determinação dela.

—Não acha que eles fazem um belo casal? –cochichou Clyde no ouvido de Maria.

O quê?—riu ela. –Ah, você quer dizer... Eles dois? Sarah Jane e Tin Tin? É sério?

—Bom, você viu o jeito que ele olha pra ela? –provocou Clyde. –Não me admira se até o fim dessa aventura eles acabem trocando telefones...

—Não seja bobo Clyde. As coisas não acontecem assim, tão rápido... –disse Maria, ao que ele revirou os olhos. –Sarah Jane é uma mulher adulta e responsável. Ela nunca gostou de mais ninguém depois daquele seu amigo, o Doutor, que viajava com ela por todos os lugares do universo, lembra? Nós a conhecemos muito bem, e sabemos como ela é critica e reservada! Ela nunca sairia com o primeiro que visse pela frente... –eles voltaram a contemplá-la lado a lado com Tin Tin, parecendo bastante animada com sua contribuição na busca por seu filho; uma animação pouco conferida em todos aqueles anos que haviam convivido com ela... –Você não acha que eles realmente poderiam ficar juntos, acha...? –Maria sorriu.

Nunca diga nunca!—argumentou Clyde pretensioso, às suas costas. –Eu pessoalmente acho que eles podem sim, acabar ficando juntos...

*     *     *

Melissa só sabia reclamar. Primeiro começou por causa do frio, depois por conta do calor excessivo, pouco tempo atrás o motivo foi o celular que estava fora de área –sendo assim ele não captava nenhuma rádio de música. Agora, o motivo atual era o jeito como o amigo tentava comandar aquela abordagem complicada que era invadir uma Esfinge, sem saber onde se originava a verdadeira entrada subterrânea, já que ninguém nunca a havia encontrado. Enquanto o Doutor quebrava a cabeça, usando a chave sônica em cada bloco da parede, tentando “acionar uma possível engrenagem de abertura simultânea de uma passagem oculta”, como ele mesmo diria; Melissa infernizava-o de todos os modos possíveis que encontrou. Começou jogando em sua cara que não fora tão louca em “jogar a nave contra o nariz da Esfinge” e que ela merecia mais do que “os parabéns” pelo excelente trabalho. Depois culpou-o pela queda da nave e pela quebra do ar-condicionado interno desta. Faltava só começar a culpá-lo pelos efeitos catastróficos do Aquecimento Global! Foi só quando começou a reclamar sobre uma unha lascada que ele finalmente perdeu a paciência:

SERÁ QUE DÁ PRA PARAR!?—gritou irritadiço. –Eu também não estou nem um pouquinho feliz de termos caído aqui, então, por que diabos você está me julgando sem parar?

—Por que eu lhe devo isso. –disse ela, como se aquilo fosse a coisa mais obvia do mundo.

—Hein? –indagou ele. –Melissa! Não me venha com gracinhas...

—Não estou com gracinha nenhuma! –retrucou ela. –Você é que é um cara muito esquecido! E eu tenho culpa se você não cumpre com a sua palavra?

—Espere aí mocinha... –ele largou o que estava fazendo para encará-la nos olhos. –Do que é que você está falando?

—Estou falando da nossa primeira discussão, há dois anos atrás, na qual você me pediu um tempo “porque tínhamos que salvar Luisa daquele Vórtice Temporal maluco”, e você prometendo continuar aquela discussãozinha nossa, mais tarde... Bem, agora já é bem mais tarde, moço!

—Como você ainda pode se lembrar de uma coisa dessas? –disse ele inconformado. –Isso não faz o menor sentido...!

—Não, rapaz! –interveio ela. –A pergunta que deve ser feita é: Por que você não se lembra disso?

O Doutor ficou em silêncio, aparentemente ela pegara de leve em algum ponto fraco dele.

—Por que vive sempre passando por cima das coisas? Fingindo que esquece de tudo... –quis saber Melissa. –Será que você não podia ser um pouco mais razoável de vez em quando?

—Por que você não é como a Luisa? –retorquiu ele, dando-lhe as costas e voltando ao seu trabalho. –Ela não fica me infernizando com esse tipo de pergunta tola...

—Ela não fica porque nunca teve coragem. –o Doutor ergueu os olhos ao ouvir aquela afirmação. Melissa emparelhou-se rapidamente, ficando novamente de frente para ele. –Só estou fazendo o que ela não consegue ter coragem de fazer... Acredite ou não, ela gosta demais de você, até para conseguir ser capaz de gritar uma vez só, mesmo que ela queira muito fazer isso! –anunciou Melissa. -Estou apenas fazendo o trabalho por nós duas. É o que você merece por ter partido aquela noite sem dar qualquer explicação!

—Eu não tive a intenção de deixá-la chateada, eu só fiz o que era melhor para ela...

—Opa! Opa! Corrigindo: “Você fez o que era, sem dúvida, melhor para ela ou fez o que você achou que seria “o melhor” para ela?”.

—Você não entende mesmo não é? –disse ele, as feições cansadas. –Eu tive que ir embora. Se você acha que ela se magoou porque eu fui embora, nem imagina como ela teria ficado se tivesse ficado comigo...

—É, só que ela não se magoou. Ela ficou arrasada!—disse Melissa séria. –Você teria mudado logo de idéia se tivesse visto...

—Não teria não. –interrompeu ele, sério. –Eu tive meus motivos, entendeu? Acredite ou não, eu já vi muitos rostos tristes por causa de minhas partidas e não estou nem um pouco a fim de aumentar essa lista.

—Só que a Luisa não é só mais uma garota comum, não é? Eu creio que até o seu “cérebrosinho genial” tenha notado isso. –interveio Melissa, mais focada que nunca. –Sabe o que eu acho? Acho que você tem passado tanto tempo sozinho naquela sua cabine, que já se esqueceu do que é ser querido por alguém... –ela virou as costas e foi embora, deixando-o sozinho com seus pensamentos.

Havia voltado ao seu serviço, a chave sônica novamente enfiada contra a parede, quando avistou ao longe uma Luisa distraída, brincando com um punhado de areia nas mãos, enquanto conversava com Allonso, Jack, Martha e Melissa. Por um momento ele pareceu sentir as mãos gelarem, uma sensação estranha na boca do estômago, e de repente, ele já não conseguia mais tirar os olhos daquela figura tão alegre e jovial, sentada a alguns metros dali.

Então um zumbido conhecido chamou sua atenção, cortando-lhe o transe. A chave sônica encontrara a freqüência certa para abrir a passagem oculta, logo o chão começou a tremer, a areia a escorrer e uma escadaria submersa surgiu inesperadamente por um vão entre as esticadas patas dianteiras da Esfinge.

—Ei! Parece que eu consegui! –disse ele animado, recompondo-se dos pensamentos antigos e focando nos acontecimentos novos. –Venham até aqui! Venham ver essa maravilha...

Todos correram em sua direção e ficaram bem de frente para as patas do animal, vislumbrando espantados a imagem da escadaria que descia iluminada pela luz solar até a metade e, daí para frente, a escuridão dominava todo o restante dos degraus de pedra empoeirados.

—Caramba! –balbuciou Jack, impressionado. –Isso é incrível...

É tudo velho e empoeirado!—retrucou Melissa. –Não fazem uma faxina apropriada nesse lugar há quantos séculos? Alguém mais tem rinite atacada, aqui?

—Nós ficaremos bem, Melissa –acalmou-a Martha. –Lembre-se de que eu sou médica, e que se você ou qualquer um de nós passar mal pelo motivo que for, eu saberei o que fazer.

O Doutor tomou a frente do grupo, imitado pelo Capitão Jack, em seguida por Luisa e Melissa, acompanhada por Martha, seguida de perto por Allonso. Rapidamente todos já haviam ultrapassado a metade da escada, adentrando agora, na parte pouco iluminada pela luz do sol.

—Será que alguém tem uma lanterna? –perguntou Jack, sem esperar retorno algum.

—Eu tenho! -disse Luisa, pela surpresa de todos. -Eu tenho um monte de coisas que acendem... Vejam se alguma dessas servem -disse ela tirando duas lanternas avulsas, um farolete, um chaveirinho de unicórnio que acendia a ponta do chifre cor de rosa, um capacete de exploração com uma lanterna embutida no topo (o mesmo usado na aventura em Pisa) e uma vela, de dentro da “Bolsa Que Tudo Tem”.

—Nossa! Isso foi incrível... –disse Jack apanhando o chaveirinho de pelúcia para si. –Como é que cabe tudo isso aí?

—É um legítimo “efeito TARDIS” –informou Melissa. –A bolsa é maior do que parece.

—Mais que interessante! –comentou Martha. –Você tem que me dizer onde se encontra uma dessas... –brincou ela. Luisa sorriu e eles continuaram a caminhas.

—Allonso, tome este aqui para você... –Jack lançou-lhe uma piscadela ousada e apanhou uma lanterna para si, atirando ao companheiro o tal chaveiro de unicórnio de pelúcia, em seguida concluindo: -Combina com seus olhos!

Allonso deu uma risadinha tímida e apertou o bichinho para que o chifre se acendesse.

—Ah... Eu não creio que isso irá iluminar muito. –disse ele ao ver que a luz emitida pelo chifre da pelúcia não era forte o bastante.

—Ah, não se preocupe com isso! Se der pra pelo menos enxergar o resto do grupo na sua frente, já é o bastante. –falou o Doutor, fixando o capacete na cabeça. –Todos prontos? Ótimo, então vamos nessa!

—Mas e eu? –perguntou Martha ao Doutor. –Eu fiquei com a vela.

—Não seria a primeira vez... –murmurou Jack, levando um tapa no braço, dado pela própria Martha. –Ai! Que foi que eu disse? Eu só falei a verdade!

—Eu estava me referindo ao fato de não haverem fósforos aqui! –interveio ela. –Como é que eu vou acender isso?

—Fique com a minha lanterna –ofereceu Melissa. –Eu posso ficar com o farolete da Luisa.

—Mas e a Luisa? Ela vai se guiar usando o quê?—perguntou Martha preocupada, enquanto Luisa fazia menção de se manifestar.

—É simples. A Luisa pode ir à frente, junto do Doutor. –disse Melissa, já empurrando a menina na direção do rapaz. –Tenho certeza que eles dois tem muito que conversar...

Luisa nunca ficara tão zangada com Melissa. Ela entendia o que a amiga estava tentando fazer, mas não queria de modo algum que ela continuasse com aquilo. Ao ter o rosto iluminado pela lanterna no alto do capacete do amigo, ela sentiu a face corar, porque no fundo sabia que se aquela luz a estava ofuscando, então os olhos do rapaz também estariam sobre ela. Por um segundo ele pareceu avaliá-la com cuidado.

—Está bem então. –decidiu, estendendo o braço para ela que hesitou um momento antes de aceitar. Foi nesse momento que o Doutor constatou o que ele mais temia: Melissa tinha razão. Luisa não só andava distante dele, como também relutante em aceitá-lo de volta; como se tivesse medo de que a qualquer momento ele pudesse novamente partir e sumir de vez da sua vida. Sem dúvida ela queria muito que ele voltasse, só não esperava que sua própria reação em revê-lo seria essa. Às vezes, o coração acaba definitivamente surpreendendo as pessoas.

—O que há com esses dois? –sussurrou Jack, para Melissa.

—Nada não. É só um acerto de contas, já há muito tempo adiado... –explicou ela, deixando-o na mesma.

Andaram por um longo corredor, escutando pequenos ruídos aqui e ali, presenciando teias de aranha aos montes, e vire mexe, tropeçando em elevações estranhas no caminho poeirento.

—Mais que será isso? –murmurou Martha iluminando o caminho, para tentar ver o que era a tal coisa em que tropeçara pela quinta vez seguida. A surpresa maior foi não encontrar nenhum calombo no caminho percorrido. –Que estranho. Eu podia jurar que tropecei em alguma coisa bem ali...

—CUIDADO! –gritou o Doutor, quando alguma coisa se ergueu na sua frente, tentando agarrar seus pés. Ele puxou Luisa para junto de si e fez sinal para que todos corressem dali, ao som de *Ronnawey Baby –Bruno Mars. Sem dúvida, havia algum tipo de armadilha para visitantes indesejados. O calombo novamente cresceu, revelando a mão, depois o resto do corpo de uma figura esquelética. O esqueleto começou a perseguí-los, fazendo-os desviarem do trajeto em linha reta. Quando entraram em uma câmara estreita, outro susto: Centenas de bilhares de escaravelhos começaram a sair de rachaduras nas paredes, caindo em cima de todos. As garotas gritaram, enquanto os rapazes tentavam amassá-los com algumas pedras que pegaram do chão. A tenção aumentou quando um deles voou nas costas do Doutor e beliscou sem dó, seu braço, arrancando até um pedaço do casaco consigo. Ele gritou de dor e Martha correu para ajudá-lo, dando uma pedrada no inseto. Foi com grande horror que vieram a descobrir que aqueles escaravelhos eram carnívoros. Do machucado no braço, escorria um filete de sangue e a dor queimava feito fogo.

—Doutor! –Luisa passou o braço bom do amigo em volta de seu pescoço para poder ajudá-lo.

Eles são venenosos!—gemeu o Doutor, sem poder se conter. –É assim que eles caçam! Primeiro atacam aos montes, depois picam a vítima, esguichando nesta o veneno para que ela morra aos poucos... –ele grunhiu, ao sentir as pernas cederem ao peso do corpo. –Mas que ótimo. Uma morte lenta e dolorosa... Eu não iria querer nada melhor!

—Doutor, você tem que parar de se esforçar! Isso pode anteceder o término do ciclo do veneno em seu organismo! –advertiu Martha, examinando com dificuldade o machucado do amigo. –Será que alguém pode iluminar aqui? –naquele mesmo instante, Melissa correu para ajudá-la, deixando Jack e Allonso dando conta de todos os escaravelhos que, a cada minuto, apareciam em maior número.

Nós temos que sair daqui! Temos que sair agora!—alertou-os Jack, vendo que já não podiam controlar a invasão dos insetos. –VAMOS!

Todos desataram a correr através de uma porta que se abriu às suas costas, Deus sabe porquê. Eles correram e a câmara dos Escaravelhos se fechou, revelando algo ainda pior:

—Ah! Não... –choramingou Melissa.

Ao seu redor estava uma porção de cobras peçonhentas amontoadas no chão. E como sempre dá pra piorar ainda mais, várias aranhas caranguejeiras começaram a cair do teto, em direção aos visitantes. Em meio a gritos e sustos –naquele momento em que você vê a sua vida inteira passar bem na frente de seus olhos, porque tem certeza de que é o seu fim –Luisa parou e olhou para cima, achando ter visto um aglomerado de luz na outra extremidade do teto, muito pequena dentre a ampla escuridão. Esta refletiu meramente o teto que ao contrario dos tetos normais, retos e planos, parecia ser fundo, extenso e circular. De repente a verdade veio à tona e Luisa finalmente se tocou sobre o que realmente estava acontecendo ali: a câmara em que estavam era, na verdade, a parte de baixo da construção. Como se fosse um tipo de calabouço, muitos metros abaixo do verdadeiro piso da Esfinge. Pensando bem, a criatura mitológica de pedra realmente era muito grande vista do deserto, o que confirmava a teoria de que seu interior não podia se basear apenas no subsolo. Foi nessa hora que Luisa percebeu o azar que tiveram de terem corrido justamente para o lado mais escuro, fundo e sombrio da Esfinge. Ao invés disso, poderia ter seguido o outro caminho, e teriam! –se não fosse por aquela caveira velha e assustadora, que mudou totalmente os seus planos. Por fim, quando eles achavam que mais nada poderia acontecer, ouviram batidas fortes na passagem de pedra fechada ás suas costas: parecia que a caveira e os escaravelhos não queria ficar de fora da “festinha”. Luisa voltou-se para o amigo ao seu lado, com urgência. O Doutor parecia cada vez mais fraco, estava pálido feito papel, seus lábios estavam perdendo a cor e seus olhos, ficando a cada segundo mais vagos. Ela precisava fazer alguma coisa...

—SOCORRO! –começou a gritar, afinal, se havia luz lá em cima, talvez também houvesse gente.

—Não adianta! –gritou Martha agitada, fazendo um curativo improvisado no braço do Doutor. –Ninguém vai nos ouvir...

Foi então que a coisa mais incrível aconteceu: Ao mesmo tempo que a porta se rompeu e uma mão esquelética atravessou um buraco feito na pedra, anunciando a chegada do esqueleto, uma corda foi lançada do teto, ricocheteando ao trazer consigo a companhia de um homem, que usava um chapéu de caubói, botas de couro, e vestimentas de aventureiro. Ele flutuou sob suas cabeças e segurou pela cintura a primeira pessoa que conseguiu: Martha Jones, puxando-a para cima consigo.

—Quem é você? –perguntou Martha, sendo carregada no colo por aquele estranho homem de porte forte, rosto amigável e barba por fazer.

Indiana Jones, moça!—disse ele, por um instante afogando a adrenalina e ficando a contemplá-la, ao mesmo tempo que colocou-a no chão, num local seguro. Estavam pisando agora na superfície da passagem circular do teto da câmara de horrores. A mesma passagem da qual Luisa vislumbrara sair uma luz, anteriormente.  –Com licença, acho melhor eu ir resgatar o restante dos seus amigos, agora. –disse ele jogando-se novamente buraco abaixo (*Ao som do tema principal de Indiana Jones), pendurado na corda que, logo Martha veio a descobrir ser na verdade, um chicote.

Tome cuidado! –pediu, aflita ao observá-lo fazer a mesma investida de antes, para salvar o restante de seus amigos. Ficou por alguns instantes hipnotizada, observando o jeito como ele se balançava no chicote, como se fosse acostumado a sempre fazer esse tipo de coisa. Depois ficou a notar impressionada, como o seu chapéu nunca despencava de sua cabeça, independente da posição ou da investida traiçoeira que viesse a executar no salvamento, para se desviar dos insetos. –Mais que homem!—murmurou ela com seus botões, ao vê-lo retornar com a segunda pessoa salva: Luisa.

Um a um, Indiana Jones veio trazendo todos para cima, até que sobrou apenas uma: Melissa.

—Ah... Não quero ser inconveniente, porque sei que o senhor já está ciente da gravidade da minha situação, mas eu realmente gostaria que me tirasse daqui bem depressa... Pra não dizer já!—gemeu Melissa, ao ver que as cobras começaram a se atiçar em sua direção.

—Fique calma e tudo dará certo –aconselhou o sr. Jones, descendo no chicote. –Eu já estou chegando aí...

—Eu espero que sim... –Melissa engoliu em seco ao presenciar um bolo de cobras se desenrolarem perto de seus pés. Por apenas um segundo, Indiana Jones pareceu também hesitar, pois uma cobra estava tentada a enrolar-se em sua bota e subir por sua perna (e ele odiava cobras mais do que tudo na vida). Por um momento pareceu prender a respiração para se controlar e não fazer nenhuma idiotice, afinal, se caísse agora, haveria muito mais cobras lá em baixo do que ele poderia sonhar, e é claro que isso seria ainda pior. No fim, concentrou-se e chutando-a longe, dando impulso o bastante para lançar-se contra o ninho de cobras, que se atiçou todo ao vê-lo passar à apenas alguns metros de suas achatadas cabeças, salvando finalmente, uma Melissa aterrorizada.

—Eu morri? –perguntou ela ao ser colocada de pé por ele, já no topo do buraco.

—Não que eu saiba... –brincou ele, olhando a vista ao redor. –Se aqui for o céu, então não quero nem ver a cara do inferno. –disse com um quê impactante.

—Gente! O Doutor... –chamou Luisa, com a voz fraca.

—Que diabos tem o rapaz? –perguntou Indiana Jones.

—Foram os escaravelhos... –lamentou Luisa, acariciando o rosto do amigo, com a cabeça em seu colo. Ele já respirava com dificuldade e seus olhos estavam fechados. –Por favor, senhor Jones, ajude-o! Ele não pode morrer assim... –desabafou ela começando a chorar.

—Tenha calma, vou ver o que posso fazer... –Indiana Jones ia se debruçar sobre ele para ver o machucado quando Martha o deteve.

—Não, deixe comigo. Eu sou médica... –ela abaixou-se para ver a recente situação do machucado no braço. –Antes eu não pude fazer muita coisa porque não estava vendo direito com toda aquela escuridão e os perigos... –ela fez uma pausa, em que desamarrava a atadura improvisada, envolta ao braço do rapaz. –O Doutor sempre foi corajoso. Ele é uma pessoa incrível e eu não vou deixá-lo morrer assim... –de repente, sem mais nem menos, Martha deu-lhe uma pancada no peito, bem em cima do coração, da qual todos reagiram assustados.

—O que você está fazendo? Vai acabar de matar ele! –reagiu Jack, abalado.

Eu estou fazendo o que é certo Jack, o que ele próprio me orientaria a fazer!—retrucou ela, mais selvagem que nunca, e depois, voltando a se acalmar, continuou: -O Doutor não é fraco, na verdade ele é o homem mais resistente que já conheci, talvez pelo simples fato de não ser inteiramente um... –ela voltou a olhá-lo com piedade. –Enfim, só ele é capaz de nos dizer o que precisa para que o veneno seja expelido totalmente de seu corpo. Precisamos reanimá-lo a todo custo! É o único jeito de reverter o estado atual dele... –Martha bateu outra vez contra o peito do rapaz, dessa vez do lado oposto ao do coração.

—Espera! Por que você bateu nele do lado direito? O coração não fica do lado esquerdo? –interrompeu Melissa.

—Bem pensado, mas você deve saber que ele não é provido de apenas um coração... –anunciou Martha, para o assombro e espanto de Melissa e Luisa.

—Quer dizer que ele tem dois corações? –repetiu Melissa, pasma. –E eu que achava que ele era insensível...

—Mais do que é que vocês estão falando? –indagou Indiana Jones, totalmente confuso.

—Desculpe Indi, mas o Doutor precisa de nós agora... –disse Martha, dando uma terceira e última batida, dessa vez, novamente do lado direito. O Doutor despertou com um grito, como se tivesse estado todo esse tempo fora de área, e agora que recobrara os sentidos, voltasse a sentir a dor que o veneno causava em seus vasos sanguíneos. Luisa segurou-o pela cintura para que ele não se debatesse, enquanto Martha fazia-lhe as perguntas certas: -Doutor, nós estamos aqui! Do que é que você precisa? Queremos ajudá-lo! Nos diga o que precisa... –gritava ela. Ele se contorcia de um jeito horrível, mas depois de um certo intervalo de tempo, conseguiu finalmente dizer o que queria.

—Preciso de soro! Soro! Água e sal...–Luisa segurou-o junto do corpo, acariciando seus cabelos, enquanto ele falava. –Soro e algo ácido... Bastante ácido!

Luisa retirou um punhado de sal da Bolsa Que Tudo Tem, mas onde arranjaria um copo com água? Espantou-se ao ouvir Jack indicar um copo cheio d’água ás suas costas. A garota apanhou-o com assombro, sem nem ao menos fazer perguntas e despejou o sal neste, com urgência, fazendo o amigo tomar o soro. O soro tudo bem, mas onde conseguiriam algo ácido? Por sorte Indiana Jones tirou de dentro de sua mochila, atirada à um canto naquele andar da Esfinge, um punhado de limões, da qual Martha rapidamente espremeu no copo e deu-lhe de beber. Por ultimo, ele se inclinou para frente cerrando os olhos, e uma fumaça negra saiu de seu machucado, livrando-o por inteiro do veneno dos escaravelhos carnívoros. O Senhor do Tempo suspirou aliviado e tombou para trás, exausto, suando frio, indo de encontro com o ombro de Luisa que por sorte, continuava ali parada. Ela suspirou, também aliviada, ao ver que em fim ele estava curado.

Agora, que todos estavam calmos, puderam finalmente apreciar o grande salão em que se encontravam. Era bonito, com grandes partes feitas de ouro, estátuas de deuses egípcios antigos por todos os lados e paredes repletas de Hieróglifos. O Doutor logo se recompôs e, quando já conseguia ficar em pé, começou a analisar todas as coisas nas proximidades, enquanto todos tentavam explicar à Indiana Jones, quem exatamente o Doutor era e o que eles estavam fazendo lá –tentando não deixá-lo alarmado demais com as informações, o que era um bocado difícil; ao mesmo tempo que ele falava um pouco sobre seu trabalho como arqueólogo, e como se tornara um grande aventureiro. Cada coisa que ele dizia soava como música para os ouvidos de Martha... Ela se sentia tão empolgada com a presença do dr. Jones (era assim que o chamavam profissionalmente —prestar atenção nos detalhes de uma conversa, de acordo com ela, pode ser bem útil de vez enquanto...), que nem se incomodou em ir atrás do Doutor quando ele se afastou do grupo para investigar melhor os Hieróglifos. Foi nesse meio tempo que ele descobriu a coisa mais incrível de todas:

—Pessoal! Venham ver isso aqui... –ele chamou-os sem tirar os olhos dos desenhos um só instante. –Estão vendo? O que isso aqui parece pra vocês? –perguntou apontando para um único desenho.

Ai meu Deus! É uma espaçonave... –disse Luisa incrédula.

—Exatamente. E sabe ao que isso nos leva? –perguntou ele. –Nos leva a crer que aconteceram mais coisas no passado desse planeta do que nós possamos imaginar...

—Eu ensino história, Doutor, e em todos esses anos nunca vi um Hieróglifo como esse... –concordou o dr. Jones.

—Mais é claro, porque essa não é uma câmara qualquer, é a “Câmara Mãe” de todas as demais. Foi com ela que tudo se originou... –explicou ele animado. -Obviamente ninguém nunca havia chego até esse andar da Esfinge, provavelmente por terem morrido logo na entrada, como nós mesmo quase fizemos, mas agora que estamos aqui finalmente podemos descobrir tudo o que foi mantido em segredo da raça humana por todos esses séculos... Enfim, o começo de tudo será desvendado!

Todos pareceram confusos com aquela afirmação. Como assim aquela sala teria a explicação para todas as coisas? O Doutor praticamente leu aquela indagação nos olhos de cada um e por fim, disse-lhes:

—Vamos falar de história –ele passou a mão sob a areai no chão, analisando um punhado desta, deixando-a escorrer aos poucos, de volta ao solo. –Os seres humanos são criaturas inteligentes. Desde a pré-história podemos ver seu desempenho em tentar deixar, de algum modo, a sua marca no planeta com a criação da pintura rupestre. Mas os anos se passaram e então surgiram muito mais coisas inexplicáveis do que as pinturas das cavernas... –explicou ele, seguindo em frente. -Dizem por aí que os egípcios ficaram muito famosos por suas habilidades impressionantes em criar construções complicadas, detalhadas e particularmente impossíveis. –começou o Doutor, andando de um lado para o outro, com as mãos no bolso. -Isso tudo porque, nunca ninguém conseguiu comprovar exatamente como os antigos egípcios conseguiam carregar aqueles pedregulhos ardilosamente “moldados” no formato por eles desejado, e depois, empilhá-los um a um para que formassem pirâmides e outras construções ainda mais estratégicas. Esses homens foram capazes de erguer estruturas magníficas, que continham passagens secretas, armadilhas, câmaras mortificas... Eles foram verdadeiros gênios nesse conceito. –tagarelou ele empolgado. -Mas seria algum tipo de pacto, feitiçaria, ritual de magia ou qualquer outra coisa, o motivo a torná-los capazes de ter essas idéias? Seriam eles, meros seres humanos com pensamentos iluminados ou aparições divinas? Será que vocês nunca se perguntaram como tudo isso poderia ser possível em uma época desprovida de recursos? Quer dizer, hoje em dia os seres humanos tem maquinários incríveis, tecnologias espantosas e recursos inigualáveis, mas mesmo com tudo isso, não foram capazes de erguer um só pedregulho gigantesco, como aquele. Então eu lhes pergunto: Como seria possível os egípcios algum dia terem conseguido fazer uma coisa que hoje, com tantos recursos, é considerada impossível? Será que nunca sentiram um pequeno incômodo por nunca obterem a resposta certa? –falou ele indignado com a conformidade que a raça humana vinha demonstrando sobre as coisas. -Se pensarmos bem, os Incas, os Maias, os Astecas, os egípcios, os gregos, os romanos... Todos eles tinham algo em comum: eram providos de mentes sábias e brilhantes! Mentes sábias e brilhantes que com certeza sabiam o que estavam fazendo... Ou pelo menos é o que nós supomos. -disse ele pensativo, com uma mão no queixo. -Agora, supondo que um dia, um simples arquiteto daquela época tenha feito nada mais que apenas sonhar com tudo isso... Como faria para por seus planos em prática? Quem seria capaz de erguer construções que desafiavam seus próprios limites? –contrapôs ele, agitado. –E pior: o que teria acontecido se esse alguém tivesse se detido por esse pensamento de impossibilidade física e não tivesse continuado com todos os seus fantásticos planos?—falou ele sem conseguir conter o entusiasmo. -É isso que diferencia as pessoas determinadas das demais. É a simples insinuação de se conseguir visualizar sua obra terminada, bem ali, na sua frente, independente de quantos anos, séculos ou milênios, demorará a ficar pronta... Esse é o pensamento que move os grandes inventores e as mentes brilhantes da humanidade! Leonardo Da Vinte, Einstein, Thomas Alva Édison, Galileu Galilei, Santos Drummond, Shakespeare, Vincent Van Gogh, Mozart e tantos outros! Todos com capacidades e talentos diferentes, mas sempre com uma coisa em mente: Eles sabiam que seriam capazes de fazer aquelas coisas! Mesmo com todo um mundo cético para carregar nas costas, de algum modo, eles sabiam!  –o Doutor fez uma pausa nostálgica. –Sabem o que mais me intriga? O fato de alguns deles, como Leonardo Da Vinte, por exemplo, terem conseguido captar pensamentos e idéias totalmente futuristas, quero dizer, como eles conseguiram pensar em tudo aquilo? A invenção de máquinas voadoras, o automóvel, a luz elétrica, a Terra que gira em torno do Sol e não o contrario, a interpretação do psicológico do próprio ser humano! Não acham que eles estavam evoluídos demais para a época em que viveram?—ele parou no embalo, porque sabia que se estenderia muito no assunto e logo voltou à questão inicial: -Então, mesmo constatando tudo disso, continuamos sem saber como os egípcios seriam capazes de construir, por exemplo, a fabulosa e enigmática Esfinge, e que mente brilhante seria capaz de conseguir ter imaginado um modo de se erguer aquelas pedras pesadíssimas sem que fosse preciso usar a força bruta, já que a raça humana não é provida de tal força... –continuou ele, chegando no ápice da história, o ponto que esperara chegar desde o princípio. -Será que nunca passou pela cabeça de nenhum de vocês, que esses mistérios foram feitos para serem desvendados? Vocês precisam começar a correr atrás e tirar o atraso de todos esses séculos! Afinal, como pretendem expandir-se universo afora se não são nem capazes de descobrir os segredos mais profundos sobre seu próprio planeta?—atinou ele. –É hora de começar a por também suas mentes brilhantes para funcionar! Ou esperam que a resposta caia do céu? Pelo que eu soube, nada cai verdadeiramente do céu, a não ser que não pertença particularmente a ele –comentou o rapaz, franzindo a testa ao tentar lembrar daquela afirmação. –Então pensem: O que acham que aquelas estranhas estátuas enormes da Ilha de Páscoa, estariam fazendo lá? Como será que os Incas foram capazes de construir aquelas coisas, e depois, fixá-las verticalmente, metros abaixo da superfície da Terra? Como vocês acham que foi erguido o Quartenon, em Roma? Os Templos, em homenagem aos deuses gregos? Ou até mesmo, a estranha aparição daqueles desenhos gigantes chamados de: As Linhas de Nazca, no solo do Peru, que só podem ser vistas do alto, por via aérea? –continuou ele, finalmente parecendo cansado. –É tudo um grande mistério... Mas cabe a vocês desvendá-lo—concluiu pacifista, sorrindo com admiração.

—Então você está dizendo que acharemos aqui a explicação para todas essas coisas? –perguntou Jack.

—Estou apenas dizendo que, se existe um dia em que devemos tirar de uma vez por todas essas dúvidas freqüentes... –disse ele, seus olhos esbanjando um brilho de determinação. –Esse dia é hoje.

—Muito interessante! Mas como ele é esperto... –zombou uma voz feminina, que dessa vez não pertencia a Melissa.

—Quem é você? Quem está aí? Identifique-se! –exigiu o Doutor com autoridade.

—Meu nome é sra. Wormwood. –falou a mulher loira, de olhos azuis e vestes casuais. -E você?

—O Doutor. –disse ele sério. –Por que estava nos espionando?

—Eu não estava espionando. –disse ela bancando a inocente. –Eu só estava admirando seu brilhante intelecto. Por Deus, Doutor... Você me parece um verdadeiro perito em história antiga! Parece saber tanto quanto os próprios Bane...

—Ah! Agora estamos nos entendendo... Então você é uma Bane?—indagou ele altamente interessado.

—O que é um Bane?—perguntou Luisa, curiosa. –É um alienígena?

—É sim. –disse ele. –Eles são como polvos gigantes, literalmente. Polvos gigantes com um olho só e muitos tentáculos... É mais ou menos isso –então ele voltou-se para a Bane, ainda falando com Luisa. –Eles parecem com humanos, como podemos ver, mas na verdade é tudo feito à base de hologramas. Se você danificar o projetor da imagem, o verdadeira Bane estará logo embaixo. Ah! É por isso que o nariz da Esfinge foi reformado com o uso de hologramas... Isso eu até entendo, mas o que eu ainda não cheguei a compreender é o que uma Bane como você faz num lugar como esse?

—Sou sim uma Bane, mas não sou só uma Bane comum, sou a Vice-líder dos Bane –ela acrescentou, parando para pensar por um segundo. –Ah, sim! O que torna vocês, meus prisioneiros...

—E se a gente não se render, o que acontece? –perguntou Jack, bancando o “garoto rebelde”.

—Então o menino morre! –ela gritou mostrando o garoto Luke, amarrado à uma maca de ouro, inconsciente.

—Esse não é o Luke, o filho da Sarah Jane? –indagou o Doutor reconhecendo o garoto. –Por que você pegou ele? Solta ele agora!

—Acho que não –disse a outra, sorrindo sinistramente. –Tenho contas a acertar com ele e com você também Doutor...

Sarah Jane? Que engraçado, é o mesmo nome da nossa vizinha... –comentou Melissa.

—Diga logo suas intenções, antes que eu mesmo resolva descobrir por conta própria! –ameaçou ele a Bane, trincando o maxilar.

—Ele é muito bom... –comentou Indiana Jones, falando do Doutor para Jack, que concordou.

—Eu só quero pegar o que é dos Bane por direito! –brandiu ela.

—Como assim, por direito?—o Doutor passou os olhos lentamente pelos Hieróglifos nas paredes e a resposta veio á tona. –Ah... Entendi. Aquela nave, pousando na Terra no início dos tempos... Ela era sua?

—Nós os Bane já estávamos de olho nesse planeta há muito tempo... Ele tem uma coisa que nos pertence, e nós queremos de volta! –informou a sra. Wormwood, ríspida.

—E o que seria isso que vocês tanto desejam possuir? –perguntou o Doutor, agora sem mais palpites.

—Queremos a Freqüência Bane. –disse a mulher, deixando-os na mesma.

—Tudo bem, e isso seria algum tipo de...? –instigou o Doutor.

—É uma jóia. –explicou a Bane, sem muita cortesia. –Acredite ou não Doutor, mas foi ela quem deu aos seres humanos a capacidade de criar as coisas. Antes dela, esses macacos imundos só sabiam caçar e procriar! Depois que ela caiu acidentalmente na órbita desse planeta e chocou-se contra sua crosta, seus poderes fizeram logo efeito. Ela irradiou uma transmissão diretamente para o cérebro de todas as criaturas vivas procurando selecionar a mais desenvolvida delas para poder presenteá-la com um dom poderosíssimo: a criatividade. É fato que a criatura escolhida foi o ser humano, ainda em desenvolvimento, desse modo tudo realmente começou para eles... Pinturas rupestres, roupas feitas de peles de animais, armas criadas a partir de pedras lascadas, a descoberta do fogo... E mais tarde, A construção das pirâmides e tudo mais que vocês conhecem. –a Bane pareceu estar um tanto desgostosa com aquela história. –É claro que a pedra garantiu-lhes poderes especiais além da criatividade: Como uma força impressionante e a desenvoltura de seu cérebro, fazendo com que aquele homem antigo fosse ainda mais forte e poderoso do que jamais fora em qualquer outra época de sua existência. –ela fez uma nova pausa, pondo uma mão na cintura e checando as unhas pintadas de vermelho, da outra, depois continuou, sem mais olhá-los nos olhos. –É muito simples o poder dessa preciosa pedra, mas o fato, é que ela não deveria ter caído na Terra; a Freqüência Bane pertencia a apenas uma espécie: os Bane. Meu povo não tinha problema algum ainda quando a pedra jazia em nosso planeta, foi depois do dia em que foi roubada que as coisas começaram a mudar. Estávamos tão acostumados com os efeitos da pedra que, quando ela veio a faltar para nós, não apenas o nosso ecossistema entrou em desequilíbrio, como também nós todos fomos amaldiçoados com os efeitos colaterais da falta da pedra... –então ela voltou-se, do alto do patamar onde se encontrava, exclusivamente para o Doutor. –Nós acabamos padecendo ao sentir qualquer freqüência, sinal ou transmissão, muito próxima de nós. A pedra nos dava estabilidade, nenhuma maldito sinal irradiado por naves espaciais era capaz de nos afetar, mas depois, ficamos sensíveis a qualquer tipo de transmissão vinda de aparelhos elétricos! Não podemos nem ao menos ficar no mesmo ambiente que uma pessoa está utilizando um celular... –contou ela. Nesse ínterim, Melissa lamentou amargamente estarem na Egito, onde celular não tinha sinal, senão poderiam liquidar aquela “ameaça” rapidamente. Entrementes, a sra. Wormwood finalmente revelou suas intenções: -Sei que os humanos já passaram muito tempo com a Freqüência Bane nas mãos; vim até aqui com apenas uma justificativa: Quero a pedra de volta. Se eu levá-la de volta ao meu planeta, ainda poderei concertar as coisas com sucesso... Eu preciso da pedra!

—Entendi –disse o Doutor pensativo, começando a andar em círculos. –Então você está nos dizendo que o que deu toda aquela capacidade incrível aos seres humanos, não foi ele propriamente sozinho, mas com a ajuda da Freqüência Bane... Muito interessante! Até que faz sentido –ele ergueu as sobrancelhas. –Por isso os antigos egípcios era capazes de erguer aqueles blocos tão pesados! Por isso eram tão criativos... Mas espere um pouco aí! Se eles eram capazes de fazer tantas coisas incríveis, então por que hoje se limitam a ficarem no sofá assistindo TV? –ele indagou. -Para onde foi aquela genialidade toda...?

—Eles quase esgotaram o poder da pedra –disse sra. Wormwood, pesarosa. –Só poderá ser recarregada por um Bane, já que ela pertenceu a nós primeiro. –a mulher encarou o Senhor do Tempo, os olhos azuis clamando por ajuda. –Preciso recuperar a pedra hoje mesmo, ou ambos os planetas padecerão...

—Ah! Eu já entendi... –disse ele rindo feito bobo. –Então a brincadeira é essa agora? A gente ajuda você a conseguir a pedra e aí você leva ela pra longe daqui, deixando todos os seres humanos com a maldição da dependência da Freqüência Bane?

—Eu só vim aqui resolver o meu problema... –ela deu de ombros. –As conseqüências do uso indevido da pedra, pelos humanos, não é problema meu!

O Doutor deu uma risada sarcástica.

—E espera que nós a ajudemos a salvar sua pele e condenar a de bilhões de pessoas? Não! –cortou rapidamente. –Isso não me parece direito... Além do mais, você conhece o paradeiro da pedra. Não entendo porque precisaria de nossa ajuda para recuperá-la...

—A pedra está enterrada no coração da Esfinge. Exatamente nesta sala... –ela mordeu o lábio. –Foi enterrada pelos antigos egípcios por precaução. O local exato eu não sei, por isso preciso de ajuda! Recrutei o garoto, achei que ele poderia me ser útil –ela indicou Luke com a cabeça. –Ele é o humano perfeito, o mais inteligente de todos... Foi criado por nós os Bane. Eu sabia que seria útil um dia.

—E então o seu plano é esse? Pedir ajuda a um garoto? –o Doutor inclinou-se para frente. –Você até pode tê-lo criado, mas se esquece de uma coisa importante: ele ainda é só uma criança. Então me diga sra. Wormwood: Está mesmo tão desesperada a ponto de pedir ajuda a uma criança? Porque é isso que ele é acima de tudo! Ele não tem como poder obter todos os conhecimentos existentes na Terra para poder ajudá-la a localizar a pedra... Ninguém pode!

—É aí que você se engana, meu rapaz... –ela mostrou um anel que tinha em uma das mãos. –Eu posso controlá-lo com esse manipulador portátil e obrigá-lo a me ajudar...

—E por que não pede logo a minha ajuda, já que eu estou me candidatando, ao invés de forçar o garoto? –perguntou o Doutor.

—Porque eu não contava com a sua presença no meu pequeno ritual... –admitiu ela. –Agora que tenho você, posso usá-lo como guia!

—Então vá em frente! Me possua!—ordenou ele. -Mostre-me tudo o que sabe sobre a Freqüência Bane, que eu a guiarei até o lugar certo...

—Doutor, não faça isso! –reagiu Martha. –Ela pode estar mentindo...

—Eu já sou bem grandinho para poder me cuidar –retorquiu ele. –Mas, agradeço a preocupação!

A Bane apertou o anel, mirando o Doutor, que na hora “h”, desviou do raio de luz.

—Entretanto: Eu exijo uma condição!—interveio ele, de ultima hora. –Que você reparta a pedra ao meio, mantendo o equilíbrio igualitário para as duas espécies, impedindo as maldições de ocorrerem...

—Isso não estava no nosso acordo! –cortou ela, apontando o anel novamente para Luke, ainda desacordado na maca. –Ou me ajuda, ou eu possuo o menino de uma vez por todas e acabo logo com o problema!

Não toque nele!—gritou uma outra voz feminina, surgindo de uma entrada escura. –Não ouse tocar no meu filho!

—Não pode ser... –indignou-se Melissa, perplexa, virando-se para Luisa. –Eu devo ter batido a cabeça forte de mais...

—É ela mesma! –espantou-se Luisa. –É a Sarah Jane Smith... A nossa vizinha super reservada! Eu não acredito! Alguém me belisque...

Mas não fora preciso se convencer muito, pois logo atrás surgiram Tin Tin, o repórter, seu cão Milu, o garoto chamado Clyde, K-9 e... Correndo mais atrás, ninguém menos do que a menina de cabelos crespos...

Maria?—guinchou Luisa, totalmente incrédula. –O que você faz aqui? Por que você não foi á formatura? Você conhece a Sarah Jane?

—Eu ia perguntar a mesma coisa –disse a outra, tão surpresa quanto a primeira. –Esse aí não é o Doutor? Há quanto tempo vocês dois se conhecem?

—Arrrr, Pronto! Tinha que chegar a jornalista intrometida... –reclamou a Vice-líder dos Bane, revirando os olhos. Luke pareceu recobrar a consciência naquele mesmo instante, ao ouvir a voz de Sarah Jane, defendendo-o.

—Mãe? –indagou ele, ainda meio zonzo. –Mãe!

—Oh! Luke... Vai ficar tudo bem! –acalmou-o ela, a distancia. –Viemos aqui te salvar!

Sarah Jane!—gritou o Doutor radiante, ao encontrar a outra antiga companheira.

Vocês também se conhecem?—indagou Luisa ao Doutor, inteiramente indignada. –Pelo amor de Deus, Doutor! Existe alguém que você não conheça nessa Terra?

Mais que palhaçada é essa agora?—rugiu a sra Wormwood. –Vocês tinham que fazer essa “ceninha de reencontro”, bem na hora em que eu ia possuir o garoto e recuperar a pedra?!

—Ela tem razão! Nos cumprimentamos depois... –disse Jack. –Afinal, voltaremos a tempo do chá das cinco, teremos tempo de sobra para isso mais tarde... Detenham-na!

—Muito bom, rapazes! –sorriu a vilã, desdenhosa, mirando o anel contra o teto. -Agora as coisas estão começando a fluir da maneira certa...

Ela acionou o botão do anel que ocasionou um terremoto na Esfinge, derrubando sarcófagos e outras coisas egípcias na câmara, fazendo junto com toda aquela destruição, metade do teto vir abaixo.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam até agora?

Comentários Please!!! :D



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