Luisa Parkinson: A Companheira Fantástica escrita por Gizelle PG


Capítulo 120
Uma coruja chamada Fênix


Notas iniciais do capítulo

Oláá!!

Alô alô, chamando fãs de Tretas... esse capítulo irá deixá-los empolgados!



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—Ai Caramba! –Luisa corria pelos corredores. Para variar, estava atrasada para o café da manhã. Não dormira muito bem na noite passada, isso por dois motivos: inicialmente, porque dormira em uma cama que não era a sua e seu cérebro não estava acostumado com isso (a cama de seu quarto na TARDIS não contava – a nave era como se fosse sua segunda casa e ela jamais precisou freqüentar o ambiente por obrigação), depois, por ter ficado cheia de pensamentos rondando sua cabeça, pensamentos estes que não deixaram que ela pregasse os olhos à noite toda. Pensara muito no Doutor e em Melissa. Sentiu muito a falta deles, quase como se estivesse incompleta sem sua companhia. O pior, é que a sensação persistia na manhã seguinte e, além de ter que combater o possível mal-humor, ela ainda tinha que cumprir com o horário de aulas.

Luisa chegou ao Grande Salão e atravessou suas grandes portas, mas não deixou de prender a respiração. Já havia ido lá noite passada para jantar, mas o efeito da atmosfera mágica ainda lhe deixava encantada e, supôs que sempre seria assim. O teto era enfeitiçado para parecer o céu lá fora, que por sinal estava coberto por nuvens bem branquinhas. Luisa vivia se esquecendo de que estava na Inglaterra, e que naquela época de fim de ano, costumava fazer muito frio e até nevar. Na noite passada, Luisa vira uma legião de velas flutuantes, iluminando toda a extensão das quatro longas mesas das casas de Hogwarts, dispersadas verticalmente, com espaços entre elas, formando corredores até a mesa principal dos professores, isolada, disposta horizontalmente perante aos alunos. Como estava meio nublado naquela manhã, havia um número considerável de velas flutuantes acima das cabeças dos estudantes, mas sem dúvida, não batiam às da hora do jantar. O que Luisa mais queria ter visto noite passada era o céu estrelado. Luna disse que no verão o céu noturno ficava limpo e a visão era magnífica, porém, Luisa teria de esperar o inverno passar para poder ver as estrelas, o que era uma pena, pois estava contando com a possibilidade de arrumar algum conforto nelas. Quem sabe elas não acalmariam seu coração?

Distraída, Luisa ficou algum tempo parada ali, na entrada do salão, mas ao perceber várias cabeças curiosas se espicharem em sua direção, baixou a própria cabeça e andou rápido, para se misturas aos alunos da Corvinal, na mesa da Corvinal. Luisa corara nesse ínterim; Não era bem do seu feitio... Normalmente ela costumava sorrir para as pessoas, mas combinemos que ela acabara de acordar em um lugar novo, e não estava acostumada a tomar café com tanta gente reunida. Disfarçadamente, checou suas vestes: elas estavam impecáveis. Na verdade, hoje ela estava vestida a caráter com seu uniforme (contendo o brasão da Corvinal), sua varinha e mais uma pequena quantidade de livros, que filtrou da pilha que Dumbledore lhe arranjara no dia anterior.

Felizmente, o burburinho do salão não cessou em sua presença (o que teria sido dez vezes mais embaraçoso) e, diante de uma entrada razoável, ela decidiu se considerar com sorte naquele dia.

Para seu alívio, rapidamente localizou Luna na mesa e reparou que a garota guardara um lugar para ela se sentar.

—Pensei que você não viria hoje. –Luna comentou, ao vê-la se sentar.

—Eu dormi demais –foi a resposta que Luisa encontrou para encobrir seu atraso. –Por que você não me chamou? –indagou, só de curiosidade.

—Eu não quis acordá-la. Você parecia cansada. –falou Luna, comendo pudim. Só então Luisa percebeu a variedade de comida que havia na mesa e soltou uma exclamação.

—Meu Deus! Isso é o café da manhã ou aqui vocês tomam café, almoço e jantar tudo de uma vez só?

Luna sorriu.

—Sirva-se. Você deve estar faminta a essa hora...

—Se estou! –Luisa começou a apanhar um pouco de torta de abóbora quando percebeu o olhar de Luna recair sob alguma coisa atrás de seus ombros. –O que foi?

—É o Harry, na mesa da Grifinória –comentou Luna. –Ele não tirou os olhos de você desde que você passou pelas portas.

Sem se preocupar em disfarçar, Luisa olhou para trás, ainda em tempo de encontrar os olhos de Harry. Este não desviou o olhar. Apenas lhe lançou um sorriso de canto de lábios e acenou, brevemente. Rony e Hermione fizeram o mesmo. Luisa retribuiu o aceno, sentindo-se um pouco menos deslocada. Afinal, ela não estava tão mal para quem chegou há um dia atrás: Pelo menos já conseguira fazer alguns amigos...

Contudo, Luna emendou, logo dizendo:

—O Harry quer conversar com você.

Meu Deus—Luisa voltou-se para a colega, com um sorriso ansioso. –O que Harry Potter iria querer comigo?

—Eu sei o que é. Mas acho que seria grosseria minha adiantar o assunto. Creio que ele queira ser o primeiro a abordá-lo com você.

Aquilo fez as borboletas no estômago de Luisa “baterem as asas” com mais intensidade. O que aquele rapaz super-interessante, de quem todos falavam, iria querer com ela?

—Mas... É coisa boa, né? –sondou, inquieta. –Não acha que poderia me adiantar pelo menos o teor do assunto? Não custaria nada... E eu até posso fingir uma cara de surpresa quando o Harry vier falar comigo; Palavra de honra!

Luna tornou a rir.

—Não se preocupe. O Harry só quer conversar. –foi a brilhante resposta dela. Luisa acabou se contentando, afinal, ficaria sabendo mais cedo ou mais tarde. Entretanto, foi obrigada a se voltar para o lado da mesa dos professores, quando notou que o burburinho geral cessara por completo.

Percebeu que o semblante de todos (incluindo os professores) estava sério, e não descontraído como era o normal –sobretudo entre os estudantes. Luisa imediatamente incorporou a mesma expressão, ainda mais após se deparar com a testa franzida da profª McGonagall. Espantou-se com o modo como todos olhavam torto para uma mulher baixinha e loira, inteiramente vestida de rosa (que mais parecia um algodão doce ambulante) que havia tomado a frente e começado a se pronunciar deliberadamente.

—Muito bom dia, caros alunos! Quero que saibam que desejo isso a todos vocês igualmente, apesar de suas atuais. Posturas. Intolerantes. –ela foi pontuando as palavras, e sorriu falsamente ao terminar. -É muito simples, crianças: O Ministério e Hogwarts estão dividindo a liderança. O Ministro, Cornélio Fudge, deixou isso bem claro ao me nomear Alto Inquisidora dessa instituição, em setembro, logo no início do ano letivo. –e olhou para as mesas, uma a uma, como se punisse os estudantes. –O que estou tentando dizer—continuou, ainda com um sorriso irritante no rosto. –É que vocês estão se mostrando jovens impertinentes e desregrados, que não sabem obedecer as simples normas de uma escola.

—Simples normas? A senhora nos faz copiar cinco vezes o dever de casa! –reclamou Jorge; um dos gêmeos Weasley, irmãos mais velhos de Rony Weasley.

A mulher olhou diretamente para ele, com seus olhos azuis bem abertos.

—Sim. De acordo com o método de Cornélio, essa é a melhor forma de fazê-los aprender o que está sendo passado em sala de aula.

Eu descordo. A melhor forma de aprendermos é praticando feitiços! –rebateu Simas Finnigan. –Coisa que não venho vendo mais por aqui... O que aconteceu com a antiga Hogwarts?

—Está mudada –sorriu a mulher nojentinha. –E para melhor, eu acrescentaria.

Luisa voltou-se para Luna, fazendo uma cara de incompreensão.

—Quem é essa mulher? Ela é professora? –sussurrou Luisa.

—Dolores Umbridge. Ela leciona Defesa Contra as Artes das Trevas, este ano. –falou, sem tirar os olhos da mulher.

—O que isso quer dizer? Ela tirou o emprego de alguém e está ostentando a vaga, algo assim?

Quem dera—respondeu Luna. –Ela é um pesadelo, mas não é por causa disso que o cargo ficou vago. Na verdade, o cargo fica vago todos os anos. Praticamente ninguém pára no emprego.

Luisa ergueu as sobrancelhas.

Posso imaginar o porquê.

Quando voltou a prestar atenção no discurso de Umbridge, havia outro garoto falando com ela, assim como Jorge e Simas haviam feito.

—E quanto a ficarmos presos dentro da escola durante o dia? Por que não podemos sair quando tem sol? –perguntou Jake Tyson, um rapaz da Lufa-Lufa.

—Hoje está nublado, como você pode ver –disse Dolores. –E será assim por mais um longo tempo...

—Mas isso não responde a minha pergunta –rebateu o menino. –Por que não podemos sair de Hogwarts...?

Já chega!—ela lhe cortou, curta e grossa. –Não estou aqui para ficar respondendo perguntinhas estúpidas. Se tiverem dúvidas quanto ao novo regulamento, é só ler os pergaminhos com cada uma das leis expostas na parede de pedra, onde todos possam ver.

—Mas... Não entendemos –falou Cho Chang, da Corvinal. –Eu já li as normas um monte de vezes, mas há várias delas que não fazem o menos sentido, por exemplo, a clausula que proíbe duas pessoas de chegarem perto uma da outra nos corredores... Não acha isso um exagero?

Dolores lançou um olhar afiado a ela.

—Sua mãe trabalha no Ministério, certo? Que tal perguntar a ela, pessoalmente?

—Que é isso! Vocês ouviram essa? Ela ameaçou expulsar a Cho... –bradou Fred, o outro gêmeo.

Começou-se uma confusão de vozes exaltadas falando ao mesmo tempo, e até mesmo os professores aproveitaram para trocar umas idéias entre si. Só naquele instante, Luisa reparou que Alvo Dumbledore não estava entre eles, sentado em sua cadeira de diretor, como devia ser o habitual.

—SILÊNCIO! –gritou Dolores. Todos se calaram imediatamente. A mulher se voltou para os professores, sobretudo os que ela não ia com a cara, como Minerva McGonagall, Filio Flitwick, Pomona Sprout, Sibila Trelawney e até Severo Snape (ou seja, todo mundo). Em geral, Snape poderia ser bem ruim, mas nem ele conseguira se amigar com aquela autoridade geniosa. Dolores ganhava de lavada de todos aqueles professores considerados pelos alunos como “exigentes, que pegam muito no pé”. Ela era mesmo o fim da picada. –É assim que educam seus alunos? Estão vendo o que eles fazem? Batem de frente com a lei! Não é essa a atitude que deveriam ter... Deveriam obedecer, como bons estudantes, e não se rebelar como Centauros imundos! Vocês não estão sendo duros o bastante com eles... -ao fundo, o zelador Filch comemorava e batia palmas, com a gata Madame Nor-r-ra nos ombros, ao ouvir Dolores propor tais investidas. Contudo, ninguém mais estava gostando nem um pouco. Dolores prosseguiu: -Vocês não têm a autoridade necessária! Deviam começar a castigá-los! Onde estão as velhas torturas para crianças desobedientes?

—Ficaram no passado, junto com o seu método antiquado de ensino! –rebateu a professora Sprout. –Não queremos machucar os alunos. É claro que se eles fazem algo errado, são punidos de acordo, mas nada doloroso ou extremo. Nós mudamos as regras, a escola se adaptou conforme o passar dos anos... E você não pode querer nos fazer regredir dessa maneira!

Dolores ficou com o rosto vermelho. A fala da professora, que normalmente ficava neutra nos assuntos e tinha a reputação de não expor sua opinião, surpreendeu a todos e, além de ser encorajada pelos alunos, recebeu uma salva de palmas geral do Grande Salão, com direito a assobios também.

Naquele momento, uma porta ao fundo da mesa dos professores se abriu e um homem bastante alto, peludo e corpulento sentou-se com eles.

—O que é isso? Estão dando uma festa e esqueceram de me chamar? –brincou Rúbeo Hagrid, o meio-gigante, Guarda-Caça e Guardião das Terras de Hogwarts.

—Oh, como vai Hagrid? –perguntou McGonagall, tentando soar agradável, e ao mesmo tempo, ignorar Dolores.

A mulher não gostou nada daquilo. Seu rosto assumiu uma coloração roxa de pura irritação, e ela dirigiu-se a ele como se o meio-gigante fosse um rato dentro de uma queijaria, e ela, o gato responsável por liquidá-lo.

—O que é isso? Quem deixou você entrar aqui, Guarda Caça? –disse, descontrolada.

—Quem? Eu? Ora! Eu sou professor, você não sabia? Dumbledore me deu o cargo há dois anos. Eu ensino Trato das Criaturas Mágicas.

—Hã! Na minha escola não! –rebateu Dolores, com mesquinez.

Minerva se pôs de pé; O olhar a flor da dele.

—Como assim sua escola? Dumbledore é o diretor de Hogwarts!

Dolores sorriu, de modo odioso.

—Vamos ver até quando, Minerva. –fez uma pausa, tranqüila. -Até quando. Alvo. Dumbledore. Agüenta. O Tranco. Ele nem está aqui, como podem ver. Por onde será que anda Alvo Dumbledore? Já repararam que ele passa mais tempo confinado naquele escritório de diretor do que diante dos estudantes, fazendo discursos e tomando atitudes?

—Não se meta na vida de Alvo Dumbledore! –cuspiu Minerva, com uma vontade enorme de esganá-la. –O que o diretor faz ou deixa de fazer não é da sua conta!

—Mas é da conta do Ministério –emendou Dolores, e Minerva se calou, abatida. –Não se esqueça, Minerva, de que toda vez que se dirige a mim, você está automaticamente dirigindo-se ao Ministério e ao próprio Fudge em pessoa! Portanto, dobre a língua, se não quiser que eu saia espalhando pelo Ministério que Hogwarts só admite loucos e desequilibrados para lecionar magia. –atacou, sem dó nem piedade.

Ah, sua...!—Minerva levantou-se. Os alunos exclamaram alto. Pensaram que elas duas iriam se pegar no tapa, mas Snape e Trelawney seguraram McGonagall, antes que ela pudesse fazer alguma besteira.

—Bom, você não me dá outra escolha, a não ser ir direto ao ponto –concluiu Dolores, calma até demais, o que fez todos desconfiarem. –Anuncio, com muita satisfação, que iremos antecipar as N.O.M.s para os alunos este ano. E elas serão dobradas. Quadruplicadas se for preciso. –enquanto falava, um coro de vaias e protestos se seguiu pelo salão inteiro.

—Injustiça! –gritaram uns.

—Isso é RIDÍCULO! –queixaram-se outros.

—O que são N.O.M.s? –perguntou Luisa, em meio aquele tumulto.

—A sigla significa Níveis Ordinários em Magia. São as provas mais difíceis de todas, que são aplicadas para os alunos dos quintos anos.

—NÃO ESTÁ CERTO! –os gêmeos Weasley puxavam um coro de indignados. –VAMOS MANDAR UMA TAMPA DO VASO DE HOGWARTS AO MINISTÉRIO ESTE ANO...!

—QUIETOS! –ela ralhou, com uma voz estridente e irritante. –Não vou tolerar malcriação! Não vou tolerar mais nada!

Naquele exato instante, ouviu-se uma enxurrada de asas batendo e, seguidamente, mergulharam dentro do salão, dezenas de milhares de corujas. Cada qual carregando um pergaminho ou pacote. Os alunos imediatamente voltaram a atenção para elas e retomaram o falatório, enquanto suas respectivas correspondências eram entregues. Luisa abriu um enorme sorriso. Nunca vira tantas corujas juntas. Na verdade, sequer vira uma coruja tão de perto.

Dolores ficou furiosa com a perda de foco dos alunos e se retirou do salão, de nariz empinado. Os professores todos se benzeram.

—Ah! Salvos pelo correio coruja –suspirou o miudinho prof. Flitwick, em sua cadeira.

Enquanto todos se ocupavam com o correio, Luisa ainda continuava maravilhada, olhando para o teto do Grande Salão: palco de acrobacias das corujas. Para intensificar sua surpresa, uma das aves –a mais distinta de todas –veio planando na direção dela. Luisa desviou-se, mas nem teria precisado, pois a coruja fez uma curva perfeita e aterrissou leve na mesa, bem na sua frente.

Luna abriu um sorriso para a amiga.

—Que legal! Você recebeu uma carta!

Ainda meio espantada (quem escreveria para ela?), apanhou o pergaminho amarrado na perna da ave e desdobrou-o. Por um minuto pensou que podia ser sua mãe, mas Sally preferia mil vezes usar a Rede Flu, e Luisa considerou isso, o bastante para tirá-la da lista. Ficou ainda mais surpresa quando descobriu que a carta era de Dumbledore.

“Olá stra. Parkinson,

Hoje será mais um grande dia para aprimorar suas habilidades! Espero que esteja animada. Traga sua varinha. Teremos outra aula prática... Não se atrase, por favor. Temos muito que treinar... Mais uma coisa: esqueci de lhe dizer ontem que cada aluno tem a permissão de trazer para Hogwarts, um animal de estimação (sendo uma coruja, rato ou sapo). Bem, como já havia tomado conhecimento de que a senhorita não porta nenhum, tomei a liberdade de arranjar-lhe um amigo. Está vendo a coruja que lhe entregou este pergaminho? Ela é sua. “Ele”, na verdade. É um macho. Descobri da pior forma possível... Mas não faça perguntas. Apenas lembre-se de nosso combinado e compareça às aulas. Isso será para mim, válido como o mais sincero e requintado agradecimento.

                                                                              Alvo Dumbledore”

Empolgada, Luisa olhou para o que seria seu primeiro animal de estimação oficial: como já havia dito, a coruja era diferente das outras. Tinha uma coloração vermelho-acastanhado, como ferrugem, e suas penas pareciam cintilar, dependendo do ângulo que você olhava.

—O que diz aí? –perguntou Luna, referindo-se à mensagem.

—Diz que essa coruja é pra mim –disse Luisa, com um sorriso largo.

—Puxa, isso é legal. Sua própria coruja! Eu queria ter uma coruja, mas meu pai diz que os Narguilês iriam deixá-la estressada –falou, naturalmente. –Qual nome você vai dar pra ela?

—Hum... –Luisa pensou por um instante. –Ela é cintilante. Da cor de ferrugem, como fogo... Não sei, a primeira coisa em que pensei foi na Fênix do escritório do Dumbledore. Elas são bem parecidas...

Luna achou graça. 

—Então, você terá uma coruja chamada Fênix?

Luisa alargou ainda mais o sorriso.

—É... Eu gostei do som disso! –concordou. –É tipo como ter uma Quimera e chamá-la de Unicórnio... É confuso, mas tem personalidade. Eu gostei!

—Isso é o mais importante –falou Luna, terminando seu pudim.

—O que você acha? –Luisa perguntou à coruja, acariciando seu peito emplumado e fofinho. Fênix girou a cabeça e piou, depois bateu as asas e pousou no ombro da garota, pegando com o bico, de forma descontraída, alguns fios de seu cabelo. Luisa deu risada. –Bem, acho que isso foi um “sim”, né rapaz?

A coruja piou de novo e virou a cabeça para observar o resto do salão movimentado, felizmente, com a paz e tranqüilidade restauradas.

Luna ergueu a cabeça também, e chamou a atenção de Luisa.

—Olha, o Harry está vindo pra cá... Oi, Harry!

—Bom dia, Luna. –antes que Luisa pudesse pensar em fazer qualquer coisa, Harry Potter já estava parado ao seu lado. –Oi, Luisa. Será que você teria um tempinho depois do café... Hã, agora, para podermos conversar bem rápido?

—Hã... Tudo bem. Acho que não haverá problema. Contanto que seja bem rápido, porque o professor Snape está olhando com uma cara feia na nossa direção.

—Ele sempre faz isso –assegurou Harry. –Me surpreenderia se ele sorrisse e nos convidasse para tomar um chá.

Rindo, Luisa pediu licença à Luna e se retirou da mesa da Corvinal, junto de Harry. Ambos caminharam para fora do Grande Salão e continuaram até estarem fora dos portões de Hogwarts. Seguiram por uma trilha, longe, mais ainda dentro dos limites da escola, e só iniciaram a conversa quando Harry teve certeza de que estavam realmente sozinhos. A coruja Fênix continuava no ombro de Luisa. Foi a primeira coisa em que Harry reparou ao tornar a se voltar para a garota.

—Pronto, aqui está bom. –falou, então olhou para Fênix e apontou para ela. –Bonita coruja. Ela é sua?

—Agora é. O nome dele é Fênix. Se chama assim por causa da cor de ferrugem –explicou.

—Ah. Muito criativo... –comentou Harry. –Eu também tenho uma coruja. Ela se chama Edwiges. Mas não fui tão criativo quanto você ao pensar num nome. Eu simplesmente abri um dos livros de escola e li o nome numa das páginas, então achei apropriado e batizei-a assim.

—Eu gosto de “Edwiges”. Soa intelectual como um livro –e os dois riram das próprias referências.

—Olha, eu não quero tomar muito do seu tempo –prosseguiu Harry. –Na verdade, só queria mesmo lhe fazer uma proposta.

—Uma... Proposta? –Luisa estranhou, mas mesmo assim ficou curiosa. –Tudo bem: Vamos à proposta então!

—Bem, eu sei que você é nova aqui, mas deve ter ficado sabendo sobre a intervenção do Ministério em Hogwarts.

—Sim. Eu vi o showzinho daquela Dolores Umbridge durante o café. Ela é representante deles, certo?

—Com toda certeza. –afirmou Harry. –O fato é que, desde que o Ministério interveio em Hogwarts, tem sido um inferno para nós. Não só por causa de suas regras injustas e absurdas, mas também pelo corte de aulas práticas. Acredite, já nem me lembro quando foi a última vez que praticamos feitiços em sala de aula. Estamos sendo diariamente bombardeados por aulas teóricas. O Ministério não quer que treinemos. Não nos querem preparados para enfrentar um mal maior, porque simplesmente se recusam a enxergar a verdade bem na frente de seus olhos.

Aproveitando aquela deixa, Luisa olhou nos olhos de Harry. Sabia do que ele falava.

—Voldemort voltou. –completou ela.

Harry contemplou-a. Não ficou surpreso ou horrorizado, como todos os outros quando ouviam o nome do bruxo das trevas, porém, pareceu ligeiramente ansioso.

—Sim. Eu e meus amigos acreditamos nisso. E estamos completamente contra os métodos grosseiros da Umbridge. É nesse ponto que eu queria chegar com você.

Luisa assentiu.

—Pode falar.

Harry olhou primeiro ao redor, para se certificar de que estavam mesmos sozinhos. Então baixou o tom de voz, por precaução.

—Já há algum tempo, nos reunimos entre amigos, às escondidas, e criamos uma turma extra de interessados em aulas práticas, voltadas especificamente para a execução de feitiços. Todas as casas de Hogwarts são bem vindas, apesar de não termos nenhum representante da Sonserina. –Harry não precisou explicar o motivo. A má fama de Sonserina era evidente até para Luisa, que era nova ali. –Entretanto, isso é um segredo, entende? Só estou te contando porque vejo potencial em você, e imagino que também deva estar sofrendo com essa mudança brusca de escola. Queremos que se sinta integrada em Hogwarts e, apesar de não parecer uma época muito boa para confraternizações, nós gostaríamos de reforçar as lições aprendidas e dividir experiências em grupo.

Luisa surpreendeu-se.

—Está me convidando para treinar com vocês?

—É claro! –concordou ele. –Afinal, você é mais velha do que nós. Deve ser mais experiente e ter conhecimentos além dos nossos, do quinto ano. Bem, se você não se importasse... Talvez pudesse nos ajudar com alguns feitiços avançados, e em troca poderemos devolver esse favor oferecendo um lugar para você praticar. Nós temos uma sala enorme só para treinamento, e se você precisar de um lugar para praticar feitiços, mas não conseguir por causa da implicância da Umbridge, poderá sempre contar conosco.

Luisa engoliu em seco. Ela sabia que não sabia nada sobre feitiços. Ou quase nada. Começara a aprender alguma coisa no dia anterior, mas ainda não era o bastante para poder sair por aí dizendo que “manjava de feitiços”. A pior parte é que o raciocínio de Harry não estava errado: de fato ela era mais velha que ele e a maioria dos amigos dele, e aparentemente, ela deveria ser mais experiente em magia, o que, por sua vez, não era o caso.

Mas como explicar isso à Harry? Mesmo se esforçando, acabaria pondo em risco muitas coisas que prometeu a Dumbledore, não revelar a ninguém. E se Harry descobrisse a verdade sobre ela... O que poderia acontecer? De repente, sentiu receio de por tudo a perder. Estava lisonjeada por Harry ter lhe confiado um segredo daqueles, mas não sabia se seria capaz de fazer o mesmo.

—Hã... Sinto muito Harry. É que... Não vai dar. Eu acabei de chegar de viagem... Estou muito atarefada. –ela desculpou-se. Harry não pareceu frustrado nem nada, contudo, a garota se sentiu na obrigação de acrescentar: -Mas não se preocupe: Seu segredo estará bem guardado comigo.

Harry sorriu.

—É muito bom saber disso. –e estendeu a mão para ela. Luisa ficou abismada, observando seu gesto.

—O quê? É pra eu apertar ou...

—É sim. Só uma forma de dizer que nossa amizade não será afetada por conta disso.

—Ah, legal! –Luisa devolveu o aperto de mão. –Então tá... A gente se vê por aí, Harry Potter.

—Pode contar com isso, Luisa Jackson.

—Parkinson.

—O que?

Luisa riu.

—Como somos próximos agora, você pode me chamar pelo meu sobrenome preferido. Ah, e se puder me ajudar a espalhar isso pro restante dos nossos amigos, seria de grande ajuda.

Harry abriu um sorriso.

—Considere feito. Até mais! –e cada um seguiu seu caminho.

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Notas finais do capítulo

Quem aí gostou do cap envia uma tampa do vaso de Hogwarts pro endereço da Umbridge! kkk

Esclarecendo dúvidas, aqui está: eles estão no Quinto ano letivo em Hogwarts.

Sim, eu dei voz à professora Sprout. Eu quis muito que ela ganhasse algum destaque, pq em geral a participação dela é bem pequena na trama de Harry Potter (tão pequena que ela nem foi inclusa no meu álbum de figurinhas... Cara, como pode isso? Até a Madame Hooch tava lá... porque raios excluíram a Sprout???) Enfim, aqui os excluídos ganham voz kkk Galera do “escanteio” pode começar a ficar animadinha...

Essa coruja com nome de Fênix tem uma história por trás... Em resumo bem resumido, eu comprei uma coruja de pelúcia e dei esse nome pra ela. Daí incluí ela na história da Lulu, pq sim. kkk Eu adoro esses nomes desconexos, totalmente improváveis.

O tal aluno da Lufa-Lufa Jake Tyson eu que inventei :)

Bjs galera! Domingo tem mais!



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