Luisa Parkinson: A Companheira Fantástica escrita por Gizelle PG


Capítulo 115
Lareiras e a Rede Flu


Notas iniciais do capítulo

Hi!!



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—Luisa Parkinson? –chamou uma voz de mulher.

Luisa e Luna voltaram-se para a porta do dormitório da Corvinal no mesmo instante. A Profª McGonagall estava parada ao lado da entrada.

—Sim? –Luisa se prontificou.

—Agora que já sabe onde se encontram suas acomodações, me acompanharia à minha sala por um instante?

Luisa trocou um olhar rápido com Luna.

—Ora, por mim tudo bem –concordou. –Professora.

—Ótimo. –a profª Minerva pôs uma das mãos no ombro da garota. -Tem uma coisa que o professor Dumbledore quer que eu lhe mostre... Ah, Luna, já pode voltar para as suas aulas agora. Vocês duas podem conversar mais tarde, depois de cumprir o horário letivo.

—Sim senhora. –Luna saiu do salão da Corvinal, acompanhando-as, mas logo tomaram caminhos opostos. Luna fez um aceno para Luisa, que deu um retorno rápido, antes que fizessem a curva no fim do corredor.

Caminharam bastante: novamente Luisa sentiu-se em um labirinto. Torceu muito para que a professora não a mandasse refazer o caminho sozinha, quando terminasse de mostrar seja lá o que fosse que Dumbledore queria que ela visse.

Tão rápido que ela nem entendeu a manobra que fizeram, entraram na sala da profª McGonagall. Não havia muitas coisas lá. Em geral, era uma sala relativamente iluminada, com uma mobília antiga, alguns livros e papeis organizados sobre a mesa e uma lareira ao fundo, onde um fogo verde crepitava.

A professora fechou a porta. Luisa sentou-se na cadeira disposta de frente para a mesa, mas logo a mulher passou por ela e advertiu:

—Não, não. Preciso que você continue em pé e venha até a lareira.

Corrigindo a ação, Luisa ergueu-se e juntou-se a profª Minerva. A mulher posicionou-a em um lugar estratégico e se afastou.

—E então? –Luisa indagou, já não podendo mais se conter. –O que o Professor Dumbledore queria me mostrar?

—Olhe para o fogo da lareira –instruiu a professora. Luisa o fez. Num momento, era apenas um fogo verde, esquisito, exercendo seus deveres de fogo... Então, em um piscar de olhos, ele assumiu a forma de um rosto conhecido: o rosto de Sally Jackson, a mãe de Luisa.

 -Mãe!?—Luisa levou o maior susto de sua vida. –Professora! Aquela é a minha mãe! –exclamou, perplexa. –Mãe! Nós precisamos ajudá-la! Professora, precisamos tirá-la daí!

 A professora deu um sorrisinho e apoiou suas mãos nos ombros de Luisa. 

—Fique calma, é só a Rede de Flu. Um método que os bruxos usam para se comunicar, quando julgam que utilizar o correio coruja é arriscado ou demorado demais –esclareceu a profª Minerva. -Sua mãe está bem, eu garanto. –e se afastou, dando privacidade às duas. –Eu estarei lá fora quando você acabar.

Sedenta por informações, porém, tímida, Luisa esperou o som da maçaneta da porta ressoar, indicando ter sido fechada, para poder se dirigir à figura de sua mãe, no fogo em brasa esverdeada.

—Mãe? –a garota agachou-se perto da lareira, recebendo o calor do fogo. O rosto de sua mãe suavizou a expressão, convertendo-se em um sorriso.

—Minha Luisa...

—Mãe, o que é que está havendo? Desde quando você deixou de usar o telefone como primeira opção de comunicação rápida e segura? E como a sua cabeça foi parar no fogo? Por favor, se por acaso se tratar de algum procedimento esquisito ou nojento, poupe os detalhes. Meu estômago não está muito confiável hoje...

A mãe fitou-a, achando graça.

—Não se preocupe... Não há nada de nojento nisto. Quanto a ser estranho... Bem, o que posso dizer? É um feitiço. Você acende a lareira com pó de flu, que é, em grande parte, responsável por transportar pessoas de um lugar para outro, em segurança. Obviamente, como eu só desejo me comunicar com você, e não ir até você, então eu só mergulhei a cabeça no fogo e ela automaticamente apareceu no destino que escolhi: A escola de magia e bruxaria de Hogwarts.

—Então você sabe mesmo sobre Hogwarts...! –a ficha só pareceu cair agora. –Eles disseram que você é uma bruxa. Não sei se consigo acreditar nisso...

—Depende de quem forem estes “eles”. Dê-me um nome.

—A Professora McGonagall e o diretor Dumbledore.

As sobrancelhas verdes do fogo se arquearam.

—Sim. Eles falam a verdade. De qualquer modo, quem quer que fosse que tivesse dito isso, estaria coberto de razão. –ela fez uma pausa. –Às vezes, nós queremos muito esconder uma coisa, mas pequenos rastros sempre acabam ficando para trás, quando a gente conta uma mentira, ou oculta alguma coisa importante... Lembra-se do episódio do nosso chafariz? Em que o trouxemos para casa dentro do carro e você nunca entendeu como eu consegui guardá-lo no porta-malas? Bem... Um pouco de feitiço para encolhimento sempre tem boas utilidades.

—Quer dizer que você encolheu o Chafariz!? –Luisa sorriu, encantada. –Então foi este o seu truque?

—E não somente este –disse a mãe com um sorriso no rosto. –Eu também enfeiticei a sua bolsinha para se tornar maior por dentro. –e ao ver o espanto tomar forma no rosto da filha, acrescentou: -Nunca se perguntou o porquê dela funcionar desse jeito?

Luisa deu de ombros, com ar de riso.

—Sei lá, eu pensava que era um modelo exclusivo.

 A mãe deu risada.

—Não deixa de ser. Só que não é ciência... É Magia!—disse, com um brilho no olhar. –Aliás, um feitiço básico que você logo virá a aprender.

O sorriso abandonou o rosto de Luisa.

—Quer dizer que tenho mesmo que ficar aqui? Não posso voltar para casa e ver você pessoalmente?

A mãe suspirou.

—Sabe, filha... A pior coisa nesta vida é a mentira. E, infelizmente, temos que utilizá-la tantas vezes e por tantos motivos diferentes, que muitas vezes, acabamos até perdendo o controle. Porém, em contraste à ela, existe a verdade. Esta é só uma, meu amor... E eu já fiz escondê-la de você por tempo demais. Dezessete anos, sendo mais precisa. –ela lançou um olhar culpado à Luisa. A menina continuou calada, observando-a. –Finalmente, terei a chance de me redimir com você e também com Dumbledore. Em minha defesa: uma mãe não consegue fazer sempre as melhores escolhas... Não estamos sempre certas. Mas, quando percebemos nosso erro, nós assumimos, cedemos, e deixamos as coisas fluírem como devem ser de fato.

—Está falando do que exatamente?

—Estou falando sobre tê-la privado de aperfeiçoar seus talentos e conhecer parte da sua verdadeira essência.

—Mas minha verdadeira essência é a de Visualizadora! Mamãe, você sabe que eu sempre tive talento para ver através dos olhos das pessoas. Isso sim é minha verdadeira essência! Tá na cara! Este dom se manifestou em mim desde cedo, e eu o aperfeiçoei com o passar dos anos... Agora, essa história toda de “magia e bruxaria” é novidade pra mim. Até onde sei, nunca tive um manifesto mágico. Nunca me peguei fazendo feitiços ou atravessando lareiras só por diversão. Isso não te faz pensar que talvez eu possa não ter herdado habilidades para fazer mágica?

A mãe sorriu, acolhedora.

—Ora essa! Você não se lembra, mas, quando era pequena, vivia fazendo os objetos da casa levantarem vôo... Ah! Escuta essa: Aconteceu ainda na época em que morávamos na nossa primeira casa; houve um dia em que o sr. Conner, o vizinho barbudo do sobrado ao lado, resolveu viajar e deixou seu gato de estimação aos nossos cuidados. Na época, você tinha semanas... meses talvez... algo do tipo. Eu me lembro de ter acomodado o gato em um quartinho separado, para que não ficasse andando pela casa toda e espalhando tufos de pelos. Afinal, você era muito pequenininha e frágil. Então, depois de cuidar do gato, eu fui me deitar, aproveitando que você adormecera no berço. Contudo, acordei minutos depois, com uma risada de criança. Corri para o seu quartinho e me deparei com você, rindo para o gato que flutuava, desajeitado, alguns metros acima do seu berço. –a mãe contou, deliciada com a lembrança. –E esse, foi o primeiro de muitos outros “manifestos mágicos” seus.

Luisa arregalava os olhos, bastante surpresa.

—Mas... Se eu tive tantos manifestos mágicos durante a infância, então por que não me lembro de nenhum?

A mãe ficou séria de repente.

—Porque, antes do seu décimo primeiro aniversário, eu e sua avó conversamos. Lembro-me de ter passado a noite toda em claro, pensando no que estaria prestes a fazer com você.

Luisa prendeu a respiração. Não sabia o que lhe seria revelado. Também não tinha certeza de que gostaria de que fosse revelado. 

—Mãe... Não é necessário...

—Pelo contrário! Você tem o direito de saber porque não porta nenhuma lembrança –a mãe insistiu. Luisa baixou os olhos. Esperou-a falar. -Eu usei um feitiço protetor em você, para ocultar seus poderes. Isso é magia avançada. Muito... difícil de explicar. Não é como Pó de Flu. Enfim, o efeito colateral principal é a perda de lembranças relacionadas ao que foi ocultado. Desta forma: seus poderes sumiram, e suas memórias praticando magia foram junto, de brinde. –ela fez uma pausa nauseada. –Não pense que fiquei feliz comigo mesma. Eu só queria me punir todas as vezes que lembrava do que tinha feito com você. Dumbledore teria me dado um sermão se descobrisse. Eu nunca disse nada a ele. Nunca disse que tomaria seus poderes, assim como um pai toma o celular de um filho malcriado. Disse que me esforçaria para mantê-la camuflada na sociedade, como um ser humano comum. –fez uma nova pausa, secando as lágrimas. -Nunca me perdoei por ter feito aquilo. Você era tão jovem... Nem teve chance de opinar o que preferia. Eu executei o feitiço enquanto você dormia. No dia seguinte, você acordou pensando ser uma garota comum. –Sally disse. Parecia terrivelmente frustrada consigo mesma. –Meu Deus! Você só tinha onze anos.

Luisa sentiu o coração acelerar. A informação batia com a de Dumbledore: de acordo com ele, todo jovem bruxo recebia sua carta aos onze anos, solicitando presença na nova turma de alunos que começariam a cursar magia e bruxaria, já no próximo ano letivo. Luisa nunca recebeu a carta. Ou melhor, recebeu, mas esta foi devolvida a Dumbledore. Sua mãe enviou-a de volta com uma resposta: não deixaria Luisa se formar bruxa. Não queria o mesmo destino para a filha...

Diante de tudo aquilo, Luisa averiguou a possibilidade de ficar decepcionada com a mãe; Deveria? Afinal, nem sabia quais benefícios ou prejuízos uma educação mágica lhe proporcionariam... Contudo, se por um lado, a razão lhe dizia que se revoltar era perda de tempo, por outro, ela só queria entender os motivos da mãe. Certo, a carta que Sally enviou a Dumbledor deixara muito claro que ela temia que o tal bruxo das trevas se restabelecesse no poder e, desta forma, colocasse todas as famílias bruxas em risco. Todavia, aquilo não parecia ser o bastante para convencer uma mãe a apagar as memórias da própria filha...

Pela primeira vez na vida, Luisa teve a clara certeza de que sua mãe escondia mais coisas dela do que sonha a vã filosofia. Provavelmente, coisas muito mais complicadas que um Chafariz no porta-malas e um feitiço protetor. Instantaneamente, pegou-se se perguntando por que nunca tentara ler os olhos da própria mãe, já que o poder de Visualizadora fora o único que lhe restara. Se ao menos houvesse feito isso alguma vez, talvez já tivesse desconfiado de muita coisa, a essa altura.

Por fim, só lhe restava perdoá-la. Não poderia se zangar, afinal, sua mãe só quis protegê-la, e Luisa entendia o valor que isso tinha.

—Você não vai falar nada? –a voz da mãe trouxe-a de volta à realidade. Sally estava arrasada consigo mesma; tinha a culpa carregada no semblante e a dor estampada nos olhos.

Luisa ergueu a cabeça, fitando-a significativamente.

—Dumbledore me contou toda a história da minha carta de Hogwarts. De como ela “não chegou”.

—Eu sabia que ele faria isto –a voz da mãe assumiu um tom arrastado. Ela fungou, recompondo-se. –Dumbledore é um bom homem.

—E você é uma boa mãe. –Luisa surpreendeu-a, com o elogio. –Falo sério. –e fez nova pausa, escolhendo as palavras certas. –O que estou tentando dizer... É que eu acho que entendo você. Isto é: seus motivos e preocupações... Bem, não digo que concordo com sua decisão, mas concordemos que eu era criança... Sinceramente: se você me acordasse no meio da noite e me pedisse para escolher entre estudar magia e bruxaria em um castelo sinistro ou abrir mão dos meus poderes, creio que eu não saberia responder.

A mãe sorriu de leve, sentindo-se um pouco melhor depois daquele consolo.

—Você amadureceu tanto em tão pouco tempo... Quando foi que começou a ver as coisas por outros ângulos?

Luisa sorriu. A imagem da TARDIS surgiu em sua mente, num pensamento breve e auto-explicativo. 

—Na verdade, acho que sempre tive uma tendência para ser compreensiva e por “panos quentes” nas situações. Felizmente, tive uma semana muito emocionante, para poder colocar tudo isso em prática. –uma sorriu para a outra. De repente, aquele pensamento lhe remeteu a um turbilhão de coisas importantes: Sua mãe não disse que tinha ido ficar com o restante da família, na casa de seus avós? Bem, esta informação parecia ter fundamentos, afinal, não havia lareira na casa da rua Bannerman, deste modo, seria impossível elas estarem se comunicando por aquele método. Todavia, dona Sally não dera a entender, na última carta que escrevera, que sabia da existência do Doutor, como alienígena, e das viagens pelo tempo e espaço? Também não dissera que tinha “coisas a revelar”, pois já devia ter feito aquilo antes? E, por último: Luisa lembrou-se da antiga foto de família que seus primos, os Esquilos, entregaram a ela. Com o coração a mil por hora, apanhou a bolsinha rosa e vasculhou-a, puxando, momentos depois, a foto mencionada. Junto dela, estava a carta de Sally, dobrada.

Já adivinhando o que viria pela frente –pela junção do semblante inquieto da filha, mais os elementos que esta portava em mãos –Sally já foi se adiantando:

—Calma. Respira. Eu sei que temos muito que conversar. É por isso mesmo que resolvi usar a Rede Flu. Para que pudéssemos conversar frente a frente... Sem mais segredos.

Aquilo fez o coração de Luisa palpitar forte. A expectativa era tanta...

—Por onde quer começar? –perguntou Luisa. O peito quase explodindo.

—Por onde você desejar. –Sally deu de ombros. Luisa tateou os papeis, trêmula.

—Eu não sei o que dizer... Nem posso imaginar o que quero saber primeiro.

—Por que você não re-lê a carta? –sugeriu a mãe. –Vá eliminando as perguntas conforme a disposição das informações no texto. E se quiser perguntar algo a mais –disse, lançando uma olhada enfática para a foto de família. –Pergunte depois, quando a carta acabar.

—Certo –com as mãos trêmulas, mas ansiosas, Luisa desdobrou a carta e começou a lê-la em voz alta:

“Foi mesmo uma pena termos que partir tão depressa, e não podermos esperar por seu retorno. A verdade, é que foi exatamente por causa disso que tivemos que nos afastar. –*Não se preocupe, filha. Essa mensagem é escrita com uma caneta especial, cuja ninguém além do “sangue do meu sangue” é capaz de ler.– Então, lá vamos nós às explicações: Toda a nossa família teve que se afastar justamente para não ter o nome incluído nesta investigação. Maria Jackson tem ligação direta com isso, pois andou encobrindo você e Melissa por todo esse tempo. Sim, eu sei disso porque descobri que ela é assistente da nossa vizinha da frente Sarah Jane Smith, que por sinal, tem ligação direta com esse seu novo amigo. Não se surpreenda com meus conhecimentos sobre suas aventuras, mas a verdade é que eu sei de tudo, Luisa. Sempre soube, na verdade.”

Luisa fez uma pausa e olhou intrigada para a mãe.

—Muito bem então –ela começou. –Você quer saber como eu posso saber das suas aventuras; Em que momento descobri; Como eu descobri; Quem foi que pôs tudo a perder, entregando seus passos. –a mãe parou de falar e fitou-a por um instante, sorrindo carismática. –Bem, acho que a resposta para tudo isso é uma única palavra. Eu sou sua mãe. Não há nada no mundo mais poderoso do que a intuição de mãe...

Luisa fez uma careta de pouco caso.

—Anda logo mãe! Fale a verdade!

Sally bufou, chateada por ter sido cortada no meio de um pensamento inspirador.

—Tudo bem! Você me pegou –revirou os olhos. –Que quê é, hein? Eu sou uma bruxa, ora bolas! Saiba que a vida não tem graça alguma se você nunca puder usar seus poderes para alguma coisa realmente empolgante!

—Tipo bisbilhotar a vida particular da sua filha? –Luisa ergueu uma sobrancelha. -Que feio, mamãe...

—Ora, não se esqueça que foi aquele Doutor que veio até minha casa, na noite da sua formatura. 

—Ah! Então foi lá que você ficou tirando informações dele, certo?

—Não. Confesso que ele estava se saindo bem, pensando que estava me enrolando, isto claro, até o momento em que você chegou e demonstrou seus verdadeiros sentimentos por ele...

Mamãe!—Luisa protestou. –Nunca fale isso perto do Ned! Ele vai ficar mordido...

—O Ned? Por acaso estamos falando do garoto deslumbrante dos olhos azuis? –a mãe deu um sorrisinho torto. –Quer dizer que vocês dois finalmente embarcaram no navio do amor?

—MÃE!

—Tá legal... Tá legal... Eu paro. Mas você tem que admitir que já tava na hora!

Luisa corou um bocado, mas acabou rindo e concordando com o comentário.

—Então, só para confirmar, dona Sally: Você admite que usou seus poderes de bruxa para saber sobre Melissa, eu e o Doutor, viajando juntos?

—Pois é. Eu tenho uma bola de cristal e não tenho medo de usá-la! Especialmente se for envolver o futuro da minha filha —falou, em tom brincalhão. Então acrescentou. –Também usei meus poderes de Visualizadora. Não podemos nos esquecer deles. E, acredite se quiser, a minha Visualização ainda é tão afiada que, desde a primeira vez que a vi olhando para aquele Doutor, eu já soube que vocês dois passariam por muitas coisas juntos.

Luisa fitou-a com curiosidade.

—Se você sabia sobre nós... Se sabia sobre a diversão, mas também o perigo que nos rondava a todo tempo na TARDIS, então por que nunca nos impediu de viajar?

Sally ergueu uma sobrancelha.

—Você queria que eu tivesse impedido?

Luisa franziu o cenho, pensativa.

—Não... É que me admira você não ter feito nada! Percebe como é contraditório? Estou falando com a mesma pessoa que me tirou os poderes para poder me proteger do perigo; Esta mesma pessoa me deixou viajar pelo universo, enfrentando todos os perigos inimagináveis. Por muitas vezes estive sozinha. O Doutor não estava ao meu lado durante todo o tempo. Houve momentos em que tive que tomar decisões difíceis e fazer coisas realmente estúpidas e arriscadas, para salvar a vida de meus amigos e de outras pessoas que contavam conosco. Você deixou que eu enfrentasse bestas, monstros, pesadelos, alienígenas maus... Eu poderia nem ter sobrevivido... Tudo para quê?

Sally suspirou.

—Luisa, Luisa... Eu sempre tentei te proteger acima do normal, e você sabe o motivo.

Luisa desviou os olhos. A mãe fitou-a com carinho.

—Percy, não está mais em nosso convívio já faz muito tempo. Eu só não queria que o mesmo ocorresse com você. Porém, quando vi você com... Aquele rapaz. O Doutor alienígena. Eu soube que aquele era o seu caminho e que, sendo perigoso ou não, era um teste que você teria de enfrentar.

Um teste?—Luisa estranhou. -Quem quis me testar?

—A Vida, meu amor. –Sally disse, com propriedade. –A vida. Chame-a de acaso. Destino. Diga que o universo a convocou para enfrentar desafios e torná-la mais forte para enfrentar o que ainda vem pela frente. Percebe? Todas essas coisas têm o mesmo propósito: Preparar você para assumir seus poderes. Prepará-la para os perigos e problemas que seus fantásticos dons atrairão para você; Treiná-la para enfrentar o mundo, de uma forma que não afete quem você é de verdade; Fazer com que amadureça, tornando-a uma pessoa cada vez mais justa, gentil e compreensiva. 

Ao fim, Luisa é quem estava com lágrimas nos olhos.

—Isso foi lindo, mãe. –disse, com a voz abafada.

—É a sua missão, meu amor. –sorriu Sally, orgulhosa. –Você cumpriu toda a primeira etapa. Percebo claramente em você um amadurecimento... A justiça em equilíbrio com a gentileza. O amor. A compreensão falando mais alto do que o desespero e a dúvida. Você está no caminho certo filha... Continue assim e logo conseguirá seus poderes de volta!

Luisa congelou no ato.

—Conseguir meus poderes de volta? C-como assim? Pensei que só você pudesse devolvê-los...

—Acontece que não é bem assim. A única forma de quebrar o feitiço, é a própria pessoa enfeitiçada provar que é digna do que lhe foi tirado. Se você provar que é valente, determinada, e batalhar muito, então o feitiço poderá ser quebrado e você reassumirá o controle de suas habilidades de bruxa, podendo fazer com elas, o que bem entender; Ainda mais agora, que já está grandinha o suficiente para poder decidir as coisas por si mesma. –a mãe anunciou, emocionada.

—Hã, mamãe... –Luisa sentiu vontade de chorar. –Queria que estivesse aqui para podermos nos abraçar.

—Não faltarão oportunidades. Agora, por hora, concentre-se e volte a ler a carta. Estamos nos estendendo muito nisso. Esta é a sala da McGonagall? Ela vai ficar uma arara com a nossa demora...

Rindo do jeito da mãe, Luisa prosseguiu com a leitura:

  “E, mais do que isso, eu também sabia que você tinha um destino traçado, desde o princípio, com aquele rapaz. John Smith, não é? Ou seria “Doutor”? Sim. Eu sei que você deve estar quase enfartando à uma hora dessas, mas não se exalte, querida. Ao invés disso, continue lendo essa carta, e não pare até terminar por completo. Bem, você sempre soube que herdara o seu dom de Visualizadora da sua avó; Isso é passado de geração para geração, e assim como você, acredite se quiser, eu também fui a única filha dentre meus três irmãos restantes, que herdou este dom. Aparentemente, só algumas mulheres conseguem assimilar o dom. (ponto para nós!). Sendo minha filha, você também conseguiu herdar este dom tão incrível, diferente de sua prima Maria, que pode não ser Visualizadora como nós, mas também é extremamente inteligente. Enfim, só introduzi tudo isso sobre “Visualização” porque queria explicar o motivo da minha carta ter sido datada um dia antes da denuncia de dona Naya Rivera. Francamente, eu não sei o que deu naquela mulher ultimamente... Anda tão fechada e carrancuda. Nem parece a Naya de sempre... (Pra dizer a verdade, estou começando a desconfiar de sua integridade). Tome cuidado com ela, filha. Não deixe Melissa se aproximar demais... Ela me cheira a problemas.”

Luisa encarou a mãe com nervosismo.

—Há algo que eu deva comunicar à Melissa com urgência?

—Não. –disse Sally. –É só uma desconfiança boba. Não creio que seja nada demais. Afinal, nem todo mundo reage bem ao saber que sua filha está viajando com um cara estranho, numa nave onde, aparentemente, não há sinal para celular.

Luisa riu pelo nariz, e continuou a leitura:

“Tio Alam, Dave e Os Esquilos vieram se abrigar conosco a meu pedido...”

Luisa mordeu o lábio.

—Sei que devia esperar chegar o final da carta, mas, aproveitando que você falou nos primos Esquilos... –e apanhou a fotografia antiga. Sally assentiu, compreensiva.

—Tudo bem. Eu já sei o que você vai me perguntar, e não é por causa de nenhum tipo de forma de adivinhação. A verdade é que os Esquilos acabaram de chegar; Posso ouvir seu tio Dave berrando com eles, à distância, por terem saído sem dar satisfação. Ah, e não se preocupe: seus primos já foram informados de que você está sã e salva. Bem, voltando ao foco –e tornou a olhar para a foto nas mãos da menina. –A história desta fotografia é bem interessante. Primeiro porque, como você já deve ter tomado conhecimento, há uma criança a mais no retrato. E, diante desta afirmação, já vou logo desmistificá-la: ela não era nossa vizinha ou coleguinha de escola, tão pouco era nossa prima ou uma irmã adotiva... Amélia era nossa irmã legítima. A caçula ruivinha. Passou grande parte da infância longe de nós, morando com nossa tia, a única irmã que sua avó tinha. Isso porque, houve uma época em que as contas estavam apertadas lá em casa: Alam estava fazendo faculdade, Dave e eu estávamos terminando o Ginásio e nossa irmãzinha, ainda com seis anos, precisava começar os estudos. Era obvio que na época seu avô não estava em uma situação financeira tão confortável quanto hoje, e, diante do desespero de não saber mais de onde tirar dinheiro, eis que nossa tia se voluntariou para cuidar de Amélia e pagar seus estudos, provisoriamente, até que nossa família se estabelecesse com as contas. Contudo, o tempo foi passando e Amy não voltava. Nossa situação não era nada boa... Alam foi o primeiro a sair para procurar trabalho, após terminar os estudos. Demorou um pouco, mas logo ele estava trazendo dinheiro para dentro de casa, junto de papai. A situação melhorou, mais não por muito tempo: pouco depois, Dave pegou pneumonia e nós gastamos cada centavo com antibióticos e um montão de remédios. Teríamos conseguido controlar a situação, mas Alam pegou a doença de Dave e o problema piorou duas vezes mais. Neste meio tempo, terminei meus estudos. Papai ficou sem uma segunda renda de novo, então eu me vi embaixo dos holofotes. Resolvi que era minha vez de por a mão na massa. Foi então que eu comecei a trabalhar na Doceria... Esta parte da história você já conhece. Com mais uma renda entrando em casa, as coisas melhoraram de novo. Lembro-me que, neste período, tomei o dobro de cuidado para não me contagiar com o vírus também, o que era difícil, já que estávamos todos embaixo do mesmo teto, e a casa não era lá muito espaçosa, mas acabou dando tudo certo. No fim, Alam e Dave se recuperaram. Seu avô conseguiu mandar um bom dinheiro para nossa tia e cobrir grande parte dos gastos dela com Amélia. Infelizmente, quase não tivemos convívio com ela depois disso, isto é, com Amélia, porque Alam logo conheceu Chrissie, a mãe de sua prima Maria, e eles resolveram se casar. Depois eu conheci seu pai, e por fim, sobrou Dave, que quis se aventurar internacionalmente e morar sozinho, vivendo de música. –Sally contou. –Ironicamente, foi depois de nossa mudança, que ficamos sabendo que Amélia voltou para a casa de nossos pais, desencontrando completamente conosco. Contudo, todos estávamos começando novas vidas e nenhum de nós voltou muito àquela casa naquele primeiro ano. –fez uma pausa, em que franziu o cenho. -Até onde soubemos, Amélia deu uma guinada em sua vida naqueles últimos meses... Antes do ano acabar, casou-se com seu amigo de infância: Rory Williams. Pelo menos, foi o que nos disseram. –sua expressão tornou-se vaga. Como se aquilo significasse o princípio para algo ruim. –É engraçado... Eles resolveram se casar numa cidadezinha do campo. A cidade onde Amy foi criada pela tia... E nenhum de nós foi convidado para o casamento. Quero dizer, seus avós foram, Luisa. Eles compareceram à cerimônia e na festa logo depois. Na época, comentaram que Amy estava radiante. Não parecia estar magoada ou possuir alguma espécie de rancor de nós, seus irmãos, porém, nunca conseguiram arranjar uma explicação viável para ela não nos ter convidado para o casamento. –explicou Sally. –Depois de casados, passaram bem por algum tempo... Três anos, no máximo. Então surgiram boatos de que os dois estavam enfrentando uma crise no casamento e que iriam se separar. Nós não acompanhamos nada de perto. Nem sabíamos quase nada sobre o casal... Porém, fizemos votos de que eles se acertassem. Então... Assim de repente, o silêncio reinou. –a mãe fez nova pausa, enfatizando a auxencia de sons no ambiente. Luisa franziu o cenho para o silêncio. –Então, assim do nada, ninguém mais teve notícias deles. Não sei dizer o que aconteceu... Eles simplesmente sumiram. Nunca mais ouvimos falar nos dois. A principio, nossos pais se preocuparam em ir atrás de notícias, mas como nada foi explicado, assim como a auxencia deles em seus respectivos empregos sem ao menos um bilhete pedindo afastamento, logo a idéia de encontrá-los foi tornando-se cada vez mais distante. Hoje em dia, sua avó finge não ouvir, toda vez que o nome de Amélia é mencionado... Seu avô se cala, mergulhando em seu mundinho particular, impenetrável por nós, filhos mais velhos. Acho que foi a forma que eles encontraram de fugir da dor de terem perdido sua filha caçula... Para onde teriam ido Amy e Rory? Por que foram embora? Por que não entraram em contato conosco? Com o tempo, nós percebemos que conversar sobre eles não mudaria em nada o que de fato acontecera, então, também paramos de falar neles. –Sally admitiu, insatisfeita. –É estranho falar sobre isso hoje, porque, é como pensar que a existência deles tivesse sido apagada de nossas vidas... E o pior, é que nunca soubemos o verdadeiro motivo de todo este silêncio.

Silêncio.

Luisa mordeu o lábio. Sentira o coração bater apertado desde que sua mãe dissera os nomes “Amy e Rory”. Curiosamente, os mesmos nomes dos dois últimos companheiros do Doutor, antes de Luisa e Melissa se juntarem a ele nas aventuras.

Rapidamente, obedecendo a um impulso automático, as mãos da garota mergulharam dentro da Bolsa Que Tudo Tem, e tatearam a lombada de O Diário de Amy Pond. O livro que Luisa se arriscara para salvar e que, como conseqüência, ocasionara sua queda livre no Vórtice.

Ignorando a parte trágica do episódio, Luisa apanhou-o, num anseio por respostas, e começou a folheá-lo freneticamente, à procura de uma determinada página, com uma determinada foto, que sabia, auxiliaria deveras na hora de dar explicações.

Passou por todo o tipo de anotações feitas por Amy, desenhos, rabiscos, esboços, outras fotos... Contudo, não se deixou distrair: sua mente estava focada em encontrar um padrão especial em uma imensidão de arquivos pessoais.

—O que está fazendo? –perguntou uma Sally curiosa.

—Encontrando a resposta para a sua pergunta –e parou em uma determinada página. –Ará! E aqui está ela... –e mostrou a fotografia para a mãe: Nela constava uma ruiva de rosto redondinho e amistoso, um rapaz alto e magro, uma segunda mulher, loira, de cabelos armados; e, por último, o Doutor (uma regeneração antes da atual, mas ainda assim, com um jeitão inconfundível, que deixava bem claro que se tratava dele mesmo).

Sally semi-abriu os lábios, completamente pasma.

—Não é possível! Mas... Esta é a Amy!

—É a sua irmã? Tem certeza? –Luisa certificou-se. Por um momento, teve vontade de gritar, mas conseguiu controlar o anseio. A simples idéia de que uma antiga companheira do Doutor poderia ser sua Tia deixou-a bastante empolgada. E, ao que tudo indicava até então, as duas Amélias relatadas tinham grandes chances de serem a mesma pessoa.

Entrementes, Sally Jackson apertava os olhos.

—Estou reconhecendo o marido de Amy... Aquele é o tal Rory Williams de quem te falei. Nós o vimos pelas fotos de casamento. Já essa mulher loira, eu não faço idéia de quem possa ser. Uma amiga talvez. Agora, aquele rapaz com chapéu ridículo não é o...?

—O Doutor? Sim, é ele mesmo. –Luisa confirmou. Foi a vez dela surpreender a mãe, com o que tinha para dizer. –Descobri este livro na TARDIS, a nave do Doutor, certa vez. Estava em um quarto de casal, que supostamente pertencera à Amélia Pond... –Luisa fez uma pausa. Como a mãe não conseguiu reunir forças para dizer qualquer coisa, a garota prosseguiu: -Certa vez, viajei com o Doutor e Melissa, até 1800, onde conhecemos a Princesa Isabel. É, eu sei. Foi incrível! Enfim, lá encontramos uma espécie de alienígena pouco convencional: em geral, eles eram estátuas na forma de anjos. Anjos Lamentadores, é o nome correto. Bem, com isto o Doutor me contou que aquela não era a primeira vez que ele se deparava com aqueles diabinhos de pedra. Basicamente, me explicou como eles costumavam atacar as pessoas e como sua investida era irreversível. Mas então, lembro-me de um momento na caverna onde o Anjo estava escondido, em que o Doutor começou a fazer um discurso. Dentre muitas coisas que falou, pude perceber claramente que ele odiava aquelas criaturas por algum motivo particular. Os anjos haviam tirado algo dele. Alguém de quem ele gostava muito... E isso o deixou bravo e triste. Por fim, ele me explicou sobre Amy Pond. Foi nesta viagem que descobri que eu não fui, nem seria sua primeira companheira humana... Algo um pouco difícil de aceitar no começo. Porém, a importância aqui está na Amy. Quando o Doutor disse “Amy Pond”, eu não fiz conexão com nada, afinal, até então não havia encontrado seu diário. Depois, com o passar dos tempos, fui descobrindo que essa companheira fora muito mais que importante para ele. Eles meio que criaram um vínculo. Uma amizade incondicional. Amy e o marido Rory, com o Doutor. Agora, juntando essas informações, com as que você, mãe, acabou de me fornecer, só posso chegar à conclusão de que Amy e eu somos muito parecidas, tanto no sentido de termos cultivado uma grande amizade com o Doutor, tanto em enfrentar os perigos em nome de quem amamos, e em aceitar arcar com conseqüências necessárias. 

As lágrimas estavam transbordando dos olhos de Sally.

—Você quer dizer, que a minha irmã Amélia e seu marido Rory também viajaram com o Doutor, e que, em uma de suas aventuras, eles se meteram e uma enrascada fatal...?

Com pesar, Luisa assentiu.

—Eles... Foram pegos pelos Anjos. No inicio, pensei que significasse a morte. Contudo, o Doutor me explicou que os Anjos, em condições normais, não matam; eles apenas mandam a pessoa para o passado e se alimentam da energia residual do deslocamento temporal. –Luisa inclinou-se para perto do rosto da mãe, com olhar de consolo. –Entende, mãe? Eles não estão mortos. Pelo contrário: estão vivos, só que no passado. Vivendo juntos, dia após dia... Uma vida normal de casal.

Sally enxugou as lágrimas. 

—Não queria que fosse assim. –falou, com a voz abafada. –Antes ela não tivesse se envolvido com esse Doutor.

—Mãe, não fique com raiva do Doutor... Você sabe que ele não teve culpa. E que, o que aconteceu com ela, poderia muito bem ter acontecido com qualquer um, inclusive comigo. –ela enfatizou. –Na verdade aconteceu comigo. Sabe como vim parar em Hogwarts? Sabe como fui pegar o Noitibus? Sabe porque fiquei sabendo do mundo bruxo? Harry Potter e Lord Voldemort... –ela deixou a mãe chocada ao pronunciar aquele nome, porém, Luisa não estava nem aí. –Nem me olhe assim, mãe! Você sabe que o foco não é esse maldito bruxo das trevas! –rebateu Luisa. –A verdade é que eu caí no Vórtice Temporal. Caí da TARDIS, enquanto ela estava viajando pelo tempo e espaço. Por sorte, vim parar em Londres. Poderia ter caído em qualquer lugar. Ter ficado perdida e sozinha para sempre... Poderia nunca mais encontrar o caminho de casa...

Pare. –a mãe pediu. A voz fraquinha. Olhou para a filha, aturdida. Não sabia que ela tinha enfrentado um perigo tão grande como este. Luisa, porém, não estava arrependida de ter dito a verdade.

—Antes de julgar a escolha de Amy –Luisa prosseguiu, em tom normal. -Lembre-se primeiro do que você me disse: essa coisa toda de “aceitar o teste que a Vida lhe propõe”, “aprendizado”, “amadurecimento”, “evolução” e “se tornar alguém melhor”... Amy com certeza foi impulsionada pelos mesmos conceitos que eu. Nós duas aceitamos seguir nossos destinos, independente de onde isso nos levasse. Você também deveria respeitar a decisão dela, assim como aceitou a minha.

Sally pôs uma mecha atrás da orelha.

—Você está coberta de razão. -e sorriu, afetada, mas orgulhosa ao mesmo tempo. Luisa sorriu também, igualmente emocionada. Respirando fundo, terminou a carta:

“... já que imaginei que a polícia pudesse querer me encontrar, e para isso, começasse a procurar pelos familiares e entes mais próximos de nossa família. Para não envolver mais ninguém nisso, nos exilamos de tudo e todos, momentaneamente.

   Bem, em geral, é só isso. Ah! Mais uma coisinha: quando voltarmos a nos ver, teremos de ter uma conversa bem pessoal, sincera e profunda. Na verdade, o dever é mais meu do que seu: Eu já devia ter te contado certas coisas há muito tempo...”

Luisa ergueu a cabeça, sorrindo de canto de lábios, para a mãe.

Então, tem mais alguma coisa que você queira me dizer? Sou toda ouvidos.

Danielly Jackson mordeu o lábio.

Seu pai, Luisa. Está na hora de entender porque ele se afastou de nós.


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Notas finais do capítulo

~E mais coisas se esclarecem~

E FINALMENTE o Chafariz e a Bolsa Que Tudo Tem são desvendados!! kkkkk ;D

E aí... alguma teoria sobre tudo isso? Por que será que Amy não convidou os irmãos para seu casamento?

Estão curtindo? Então continuem ligadinhos aqui! Quinta feira tem mais!

bjs

;)



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