Butterfly Effect: Wolves and Something More escrita por Tiago Mikaelson


Capítulo 2
Capítulo 2: Renascimento




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Deitado em sua cama, Scott McCall ignorou mais uma vez a chamada depois de ver o nome Stiles.

Depois de fazer aquela cena e abandonar Stiles no corredor, Scott voltou para casa e deitou na cama e acabou dormindo.

Ele despertou com o som de seu celular e ao ver que era o seu (ex) melhor amigo, ele ignorou. Depois disso, Scott já havia ignorado mais de 30 chamadas.

Ele estava sendo infantil? Talvez, mas Scott não se importava. Foram dois meses suportando a mudança de Stiles, dois meses esperando que uma explicação, dois meses se forçando a acreditar nas mentiras de seu não tão melhor amigo.

Até mesmo Scott McCall tinha um limite para quanto podia suportar tal tratamento.

Ele estava pronto para desistir de sua amizade e nunca mais falar com Stiles? Não. E é por isso que ele ignorou as chamadas dele, pois ele tinha medo de perder a paciência e dizer algo que se arrependeria. Ele precisava de um tempo para se acalmar, para ficar a sós com seus pensamentos e pensar em como iria agir daqui pra frente.

Olhando para a janela, viu que já era noite.

No céu, a lua cheia parecia bem maior do que o normal.

“Preciso sair daqui…”

Ele murmurou enquanto se levantava da cama.

Scott mudou de roupa, pegou sua bicicleta e foi pedalar sentindo o ar frio da noite em seu rosto. Era refrescante.

Sem perceber, ele pedalou diretamente para uma trilha que levava para dentro da floresta. Era como se algo o chamasse. Ele estava tão imerso que nem se importou ao ouvir um uivo distante.

Ele continuou a pedalar sem se importar com mais nada. Tudo o que importava era… ele não sabia, mas algo dentro dele lhe dizia que ele devia chegar em um lugar. Um lugar muito importante e rápido.

E assim ele fez, sem se lembrar de como ou o por quê, Scott se viu parando diante de uma árvore, ou o que sobrou dela. A árvore foi cortada retamente e qualquer um poderia usá-la como mesa, ele pensou.

Ele desceu da bicicleta e a deixou no chão. Por algum motivo estranho, esse tronco de árvore lhe fascinava. Lhe dava a impressão de que não era algo comum.

Como se estivesse hipnotizado, o que era bem provável, Scott caminhou até o tronco e estendeu a mão.

Quando seus dedos tocaram a madeira, ele sentiu seu corpo arrepiar e em seguida algum tipo de corrente elétrica.

Sem ao menos ter a chance de se afastar, uma onda de energia invisível foi lançada do tronco e arremessou seu corpo longe. Sim, seu corpo, pois estranhamente, no mesmo instante, ele sentiu que não estava mais preso.

Quando olhou em volta, ele viu seu próprio corpo ser lançado, mas ele não estava mas eu corpo?

Olhando em volta ele viu que estava bem acima do tronco da árvore, flutuando, como se fosse um fantasma… Oh… Droga, ele estava morto? Mas… ele era muito jovem para morrer…

Aparentemente, o universo decidiu que ele não precisava de tempo para aceitar o fato de que ele estava morto, ou pelo menos tendo uma experiência fora do corpo, pois do tronco da árvore, um pilar de luz branca surgiu e subiu aos céus o atingindo em cheio e o impedindo de fugir.

Foi horrível. Ele se sentiu ser rasgado aos pedaços, perfurado como se fossem inúmeros pregos, ao mesmo tempo em que aquela luz branca percorria toda a sua alma e, se ele não estivesse alucinando de tanta dor, era absorvida e o mudava, de alguma forma.

Scott não sabia quanto tempo isso durou. Para falar a verdade, o conceito de tempo havia desaparecido enquanto ele sofria esse tormento. Quando ele voltou a si, ele se sentiu estranho, mas não sabia o que era. E mesmo percebendo ainda que era um fantasma, ele sentiu algum tipo de peso em suas costas.

O pilar de luz desapareceu e tudo estava ems silêncio naquela parte da floresta. Ainda estava escuro e a lua ainda brilhava com todo o seu esplendor no céu.

Tomando um tempo para observar tudo, ele viu seu corpo deitado no chão com os olhos fechados e ao que parece, alguns ferimentos.

Em seguida, ele tomou o tempo para verificar sua… alma, isso era estranho.

Ele era exatamente como seu corpo, mas apenas parecia mais velho, uns dois anos mais velho. Scott, apesar de tudo, sempre se sentiu mais velho que a sua idade.

Fora isso, e o fato de que parecia que ele estava brilhando com um brilho, e ele arrisca a dizer, divino em uma mistura de branco, prata, azul celeste e dourado que de alguma forma, parecia perfeito, Scott não viu mais nenhuma mudança, mas ele sentiu.

Toda sua alma parecia estar nadando em um mar sem fim. Era um sentimento de que ele poderia fazer qualquer coisa. Tudo era possível. E tinha o fato dele sentir que não estava morto. Não, pelo contrário, ele se sentia vivo, mais vivo que nunca e, apesar de parecer absurdo, ele se sentiu que aquela era sua verdadeira forma. Que ser fantasma se tornou a coisa mais certa do mundo.

O estranho era que esse sentimento só surgiu depois do pilar de luz, por quê antes disso, ele sentiu que estar for de seu corpo era a coisa mais errada possível, de que ele estava nu e desprotegido, que tudo estava errado.

No que eu fui me meter?

Ele pensou para si mesmo.

Isso é tudo culpa do Stiles…

Ele estava certo disso, por quê se envolver nesse tipo de coisa, de alguma forma, ele sabia que seria culpa de Stiles, estando ele ou não em bons termos com seu não tão melhor amigo.

Ele suspirou, pelo menos ele achou que suspirou. Talvez fosse apenas a sua imaginação.

Olhando para o seu corpo, ele deu um passo ou flutuou, ele não sabia. Essa coisa de ser fantasma era confusa.

Estranhamente, ele percebeu que não estava entrando em pânico como deveria.

Dando de ombros, ele se aproximou de seu corpo e viu que estava com algumas feridas que pareciam um pouco sérias, mas isso não importava por que ele estava morto, certo?

Eu quero a minha mãe…

Ele suspirou olhando tristemente para seu corpo sem vida.

Quanto tempo ele iria ficar alí? Não devia ter alguém para guiá-lo para a vida após a morte? E quanto a luz branca?

Se bem que ele já lidou com uma luz branca não tão agradável.

Será que aquilo era a sua passagem para o céu?

E se ele perdeu?

Mas é claro que somente ele iria perder sua passagem para o paraíso.

Enquanto ele estava perdido em pensamentos, ele não notou até que fosse tarde demais.

Dos arbustos, surgiu uma figura em quatro patas.

Scott reconheceu o que era, bom, pelo menos esperava estar certo já que o lobo a sua frente parecia mais hostil e perigoso do que a televisão mostrou.

Será que está com raiva?

É bem provável já que ele não sabe muito, ou melhor, nada sobre lobos ou qualquer outro animal.

O lobo, que devia ter quase dois metros de altura se aproximou como se estivesse diante de sua presa ou jantar, ou os dois.

Olhando aqueles olhos azuis brilhantes e gélidos que definitivamente não eram normais, Scott viu que o lobo não estava olhando para ele. Parecia que ele nem sequer o tinha notado.

Isso era… terrível. Já que ele era um fantasma e se tivesse que viver (ou não viver? Isso é tão confuso) assim, Scott esperava que pelo menos ele pudesse ser visto ou sentido.

Sua situação atual era bem deprimente, ele concretizou.

O lobo não tinha os olhos nele, mas definitivamente estava focado em algo e esse algo…

Oh… Não! Não mesmo…!

Seu corpo não iria ser devorado. Não, sua mãe pelo menos iria ter algo para enterrar. Ela não deveria lembrar de seu filho como uma bagunça de carne deixado por um maldito lobo. Definitivamente, não!

Sem saber ou se importar com o que Scott estava sentindo, o lobo de pelos pretos e olhos azuis, com as presas viciosas e um olhar maligno, se aproximou lentamente do corpo de Scott como se estivesse saboreando o momento.

Scott ficou agitado e sem saber o que fazer. O que ele poderia fazer como um maldito fantasma?

Quando o lobo estava praticamente babando em cima dele, Scott não aguentou e gritou:

“FIQUE LONGE DE MEU CORPO!”

O ar pareceu ficar congelado por um momento antes das folhas no chão voarem furiosamente e o lobo chorar alto como se estivesse com extrema dor. O lobo virou seu olhar apavorado para Scott. Seus olhos estavam sangrando, assim como seus ouvidos e em seguida, eles queimaram e o lobo caiu sem vida no chão.

E diante do olhar aterrorizado de Scott, o lobo se transformou em um humano pelado. Um homem desconhecido que tinha fendas nos olhos e ao redor estavam pretos e seu rosto estava sujo de sangue.

Scott estava apavorado. Seu ser se sentia pesado e cheio de culpa e remorso.

Como ele não poderia estar sentindo culpa e remorso? Ele acabou de tirar uma vida. Ele acabou de matar um human… pessoa.

Não! Isso não poderia estar acontecendo… Ele não era um assassino… Tirar uma vida era tudo o que ele era contra.

Se ele soubesse que poderia fazer isso, ele teria deixado o lobo… lobisomem se alimentar dele, afinal, por mais que fosse horrível, ele já estava morto.

Maldição! Isso iria ficar com ele para sempre. Scott se conhecia muito bem para saber que iria ficar com remorso para toda a vida, ou seja lá o que for que ele tinha de agora em diante.

Como ele queria voltar para sua casa, deitar em sua cama debaixo de uma coberta e ficar escondido no escuro por um bom tempo se lamentando.

Devastado com o que ele acabou de fazer, Scott se aproximou de seu corpo desejando que ele pudesse voltar para ele e assim chorar, já que ele não conseguiu produzir uma única lágrima.

Sem saber o por quê, ele tocou seus dedos fantasmagóricos em sua bochecha esquerda desejando entrar.

E assim aconteceu.

Em um flash de luz branca que iluminou toda a área, Scott no modo fantasma desapareceu e em seguida, seu corpo abriu os olhos e Scott estava vivo… de novo, ou o que quer que seja essa bizarra experiência.

Ele abriu a boca para gemer de dor ao perceber que estava em seu corpo, mas nada saiu. Pelo contrário, ele não sentia dor alguma.

Seu corpo parecia que estava perfeitamente bem. Mais bem do que antes. Seu peito que vivia pesado por causa da asma, não estava mais.

Scott se sentou e olhou para os braços e viu as feridas em seu corpo desaparecer como se nunca estivessem alí deixando apenas o sangue e a sujeira.

Ele percebeu que também podia ver melhor e ouvir melhor.

Ele teria que ser muito idiota para não perceber que algo mudou. Ele já não era mais uma adolescente normal. Ele não sabia o que era, mas se sentia poderoso e invencível, e o sentimento, apesar de não querer, era bom.

Suspirando, ele voltou seus olhos para o corpo ao lado dele. Seus olhos se umedeceram.

Essa seria uma longa noite.


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Notas finais do capítulo

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