Sangue, Suor, Lágrimas e Estilhaços escrita por Blue Blur


Capítulo 39
Prometeu


Notas iniciais do capítulo

Uma crise cai sobre Amennekht à medida que ele sente o peso de salvar sua nação inteira. Enquanto isso, Rose descobre um segredo sombrio sobre a resistência humana.



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Rose estava no deserto, onde ventava e voava areia em grandes quantidades. Uma figura encapuzada andava contra o vento, fazendo um visível esforço para superar sua força e se proteger da areia jogada contra seu rosto. Rose não teve esse problema e começou a seguir a tal figura. A figura subia uma colina, seguida por Rose, e à medida que ambos subiam a colina, a ventania se enfraquecia. Chegando no cume dela, com a ventania totalmente desfeita, a figura retirou seu capuz, revelando ser Thanos. Por algum motivo, Thanos estava com uma corcunda estranha. À frente dele e de Rose estava uma cidade localizada em meio a uma região estranhamente fértil. Rose não sabia, mas aquela região era a Síria.

(Thanos): FINALMENTE, CARALHO!!!

Não bastando assustar Rose com esse grito, Thanos a assustou ao correr feito louco colina abaixo em direção à cidade. Se aproximando de um vendedor, Thanos perguntou:

(Thanos): Você vende água?

(Vendedor): Claro, meu amigo, são apenas 30 peças de bronze.

(Thanos, mostrando o dedo): Vai se foder, eu não estou assim tão desesperado por água pra te dar todo esse dinheiro.

(Vendedor): Então cai fora, filho da puta, e me deixa em paz com meu negócio!

Thanos se afastou ainda fazendo gestos obscenos com os dedos do meio. Enquanto andava pela cidade, Thanos encontrou uma fonte de água. O mais discretamente possível, ele foi até lá para beber a água. Uma criança se aproximou e perguntou.

— Ei tio, você tem um trocado?

(Thanos): Depende. Você vai comprar o quê?

(Criança): Comida.

(Thanos): Faça assim garoto, eu vou comprar comida para você.

Thanos foi até uma barraca e comprou um pão de tamanho considerável para o garoto. Mais parecia um bolo.

(Thanos): Toma, é todo seu.

(Criança): Você não é daqui, né tio?

(Thanos): Claro que não! Por acaso você já viu uma beldade dessa num deserto desolador como esse.

(Criança): É, uma boçalidade dessa te mataria em pouco tempo aqui.

(Thanos, resmungando): Moleque...

(Criança): Mas me diga aí tio, me diga o que você veio fazer nesse “deserto desolador”

(Thanos): Estou à procura de uma moça.

(Criança): Sua noiva?

(Thanos): Tá me achando com cara de gado, moleque? É difícil de explicar, mas ela meio que vai me ajudar a voltar para casa, e eu tenho que achar ela.

(Criança): Uau, você deve estar procurando ela a bastante tempo para chegar assim tão longe.

(Thanos): Ah garoto, pode ter certeza! Essa porra faz tempo mesmo...

(Criança): Mas me diz aí, como é ela?

(Thanos): É aí que está, eu não sei explicar porque eu nunca vi ela. Eu só sei que ela deve ser um pouco mais alta que eu, e ela tem pele e cabelo colorido?

(Criança): Essa não é uma daquelas mulheres de cristal que os soldados mandam matar e estuprar?

(Thanos): Sim garoto, essa mesmo.

(Criança): Cara, se eu visse, eu falaria. Tem uma recompensa por elas.

(Thanos): Tem razão... mas ei, ainda assim, você viu alguma pessoa com uma pele estranha? Sei lá, pode ser vermelha, como se tivesse queimada do sol? Qualquer coisa serve.

(Criança): Ah sim, na verdade eu vi!

(Thanos): Sério? Quem?

(Criança): Você.

(Thanos, resmungando): Moleque do caralho...

(Criança): Bom tio, obrigado pela ajuda.

(Thanos): Ai, ai... se cuida, garoto...

Rose ainda assistia a cena quando teve a impressão de ouvir a corcunda de Thanos falando com ele.

— Tá difícil, hein?

(Thanos): Você tem certeza absoluta que ela está aqui?

— Claro que eu tenho! As coordenadas que eu mandei com aquelas peças que encontramos era exatamente aqui!

(Thanos): Não sei porque, mas não estou botando muita fé nesse teu plano.

— Não sei por que. Por acaso eu já falhei em algum plano meu?

(Thanos): Ãh... sim? Para começar, a gente tá nesse inferno por culpa sua, que ficou tentando mexer naqueles flautins que encontramos no caminho. Se a gente tivesse decidido ir a pé, como EU sugeri, a gente já estava na montanha da forja há muito tempo.

— Ah, agora é para falar da montanha da forja? Como se você se lembrasse da montanha da forja! A gente passou teve que escalar quatro montanhas diferentes. Aquele urso quase me matou!

(Thanos): Eu havia falado para não se distanciar de mim, mas não... (imitando a voz da Topázio) A floresta é tão bonita...

— Olha Thanos, não é por nada não, mas depois de um tempo a gente se cansa de ficar vendo vocês só pulando na água!

(Thanos): Pulando na água, peraí... Você me espiou tomando banho???

— Errr... isso é inapropriado?

(Thanos): É MUITO inapropriado, Topázio!

(Topázio, escondida como a “corcunda” do Thanos): Ah, eu não vi nada demais, até tentei imitar o que você estava fazendo... e foi muito bom.

(Thanos): Por isso você estava tomando banho naquele dia?

(Topázio): VOCÊ ESTAVA ME ESPIONANDO MESMO SABENDO QUE ERA INAPROPRIADO???

Uma pessoa se aproximou de Thanos e o interpelou.

— Com licença... Ah, me desculpe, eu me enganei – A pessoa disse assim que viu o rosto de Thanos.

(Topázio): Rubelita?

— Topázio Imperial? – A pessoa retirou o véu do rosto, revelando um rosto em vários tons de púrpura.

Rubelita abraçou a Topázio, o que acabou fazendo ela abraçar (leia-se “espremer”) Thanos junto com ela.

(Topázio Imperial): Caramba! Como você encontrou a gente?

(Rubelita): Difícil era não encontrar, vocês estavam fazendo muito barulho. Sem falar que ele estava conversando com a própria corcunda.

(Thanos): É... prazer em conhecer, Rubelita. Você já deve ter ouvido falar de mim. Sou o Thanos.

(Rubelita): Perdão, quem?

(Thanos): O Thanos, poxa! A Rose me resgatou também, me levou para a Torre do Mar Lunar! Praticamente todo mundo me conhece lá!

(Rubelita): Quanto tempo você ficou na Torre do Mar Lunar?

(Thanos): Ah... bem... uns 10 dias? Não tenho muita certeza disso.

(Rubelita): Você chegou a se apresentar pro Amennekht pelo menos?

(Thanos): Quem é Amennekht?

(Topázio Imperial): Rubelita, não vamos enrolar! Precisamos voltar para a Torre do Mar Lunar.

(Rubelita): Ah sim, sim. Me sigam, conheço um portal aqui perto. Me diga, Topázio Imperial, onde você encontrou este humano?

(Thanos): “Me encontrou”? Eu encontrei ela.

(Rubelita, séria): Isso é verdade, Topázio?

(Topázio): Éééé, de certa forma...

(Rubelita): Vocês estão a quanto tempo juntos?

(Topázio): Eu não sei como funciona o calendário dos humanos.

(Thanos, mexendo os dedos das duas mãos): Acho que um pouco mais de um ano.

(Rubelita): TUDO ISSO???

(Topázio Imperial): Nem é tanto assim...

(Rubelita): Olha Topázio, talvez você não saiba, mas um ano é tanto tempo pros humanos que eles até comemoram o fato de estarem vivos.

(Topázio Imperial): Nossa Thanos, então você deveria comemorar passar tanto tempo comigo.

(Thanos): Por que não fiquei no Jardim, Zeus? Por quê? Lá tinha comida, água fresca e sombra!

(Rubelita, rindo): Você deve ter salvado o Thanos de vários perrengues, hein Topázio?

(Thanos, se dirigindo à Topázio Imperial): Ah não, você não vai levar o crédito por isso não! EU salvei a gente de vários perrengues.

(Rubelita): Isso é verdade, Topázio?

(Topázio Imperial): Éééé, isso não dá pra negar...

(Thanos): Por que tudo que eu falo você pergunta pra Topázio Imperial?

(Rubelita): É que humanos são mentirosos.

(Thanos): E gems são genocidas.

(Topázio Imperial, avacalhando): Yo bro, xeque-mate!

A mão de Topázio Imperial saiu pela gola de Thanos para dar um “toca aqui” no Thanos

(Rubelita, revirando os olhos): Um ano com esse humano foi péssima influência para você...

Depois de mais 30 minutos andando, o trio já havia saído da cidade faz tempo e agora se aproximava de mais um portal gem.

(Thanos): Finalmente...

(Rubelita): Ah não, ele está danificado...

(Topázio Imperial): Sério isso?

(Thanos): Eu acho que dá pra consertar...

(Rubelita): Pfff... como se um humano pudesse...

(Topázio Imperial, saindo da roupa de Thanos): Thanos, vamos dar uma olhada ali, parece ser a raiz do problema.

Topázio tinha uma mochilinha, onde ela guardava umas peças. Ambos examinaram o portal e realmente o consertaram.

(Rubelita): Uau... estou impressionada! Um humano saber consertar uma coisa dessas! Nunca tinha visto isso antes!

(Topázio Imperial): Digamos que eu ensinei uma coisinha ou outra para o Thanos enquanto estávamos juntos.

(Thanos): É, “estávamos”. Nossa, e pensar que essa jornada chegou ao fim...

(Rubelita): Tudo bem, vamos lá.

Os três usaram o teletransportador, mas ao invés de parar na Torre do Mar Lunar, eles pararam num lugar gélido e montanhoso, e pior, bem no meio de uma nevasca.

(Thanos): Ah não... onde é que a gente está?

(Rubelita): Acho que alguma coisa nórdica... não tenho certeza.

Thanos encarou a Topázio Imperial em busca de respostas, sendo que a coitada mostrou não entender nada do que havia acontecido.

(Rubelita): Talvez vocês não tenham entendido, mas os portais que levam à Torre do Mar Lunar são de via única, e não são todas as gems que sabem manuseá-las corretamente. Isso serve para impedir que gems de Homeworld consigam acessar o lugar. Sigam-me.

O grupo foi andando pelo pé da montanha, até entrarem em uma gruta.

(Rubelita): Viram? Ali está o portal.

(Topázio Imperial): Finalmente! Que saudade das gems da Torre do Mar Lunar! Mal posso esperar para ver a Joanete, a Biggs, a...

Uma flecha voou entre elas, fazendo Thanos instintivamente pular em cima da Topázio Imperial para protege-la. Antes que a gem laranja entendesse o que aconteceu, ela viu a flecha encravada no braço esquerdo dele.

(Topázio Imperial): Caramba, você tá bem?

(Thanos, quebrando a ponta da flecha e arrancando-a): Eu... estou bem, eu só preciso...

— Viram? Eu disse que uma hora elas iam aparecer!

Um soldado de tocaia com 20 homens estava à espera do trio. Um grupo estava fundo na gruta, o outro tapava a saída.

— Espere um momento! – Um dos soldados gritou – Tem um homem com elas!

Thanos sacou uma espada e avançou para cima do grupo interno.

— Ele é cúmplice! – Outro soldado gritou – Podem mata-lo!

Flechas foram disparadas enquanto Thanos jogou sua capa e se debruçou no chão de pedra, a fim de cobrir a visão dos atacantes.

— Atirem de novo!

Antes que a segunda onda de flechas fosse disparada, Thanos acertou a testa de um dos arqueiros com um machado de arremesso, matando-o na hora e assustando os outros. O momento de hesitação custou caro, pois deu tempo a Thanos para encurtar a distância e sair retalhando os inimigos. Um arqueiro foi cortado quase que ao meio. Outro lanceiro tentou estocar Thanos, mas ele agarrou a ponta da arma e acertou o lanceiro no pescoço com sua lâmina. O grego ainda arremessou a espada e decepou a perna de dois arqueiros. De posse da lança do lanceiro morto, ele estocou outro soldado.

A luta foi curta, e a ação de Thanos foi tão rápida que as duas gems ficaram paralisadas de choque, ainda em guarda com armas na mão.

(Thanos, olhando para Rubelita, todo coberto de sangue): Podemos ir?

(Rubelita, extremamente desconfortável): S-Sim...

(Rose Quartz, cochichando para si mesma): Não sei por que, mas desde jovem Thanos tem esse olhar... Um olhar que carrega a morte...

De volta à Torre do Mar Lunar, já haviam algumas Crystal Gems esperando pela Rubelita e pela Topázio Imperial. Subitamente, uma ágata roxa se aproximou de Thanos e apertou sua mão para cumprimenta-lo.

— Parabéns, Amennekht! Você conseguiu mesmo! Estou impressionada!

(Thanos): Obrigado, obrigado! Como forma de agradecimento, diga para as outras gems que eu gosto de dar a bunda.

(Bismuto, aparecendo subitamente): É, estou impressionada! Você conseguiu mesmo!

(Thanos): Valeu. Será que agora você pode me ensinar a fabricar as armas e tudo mais?

(Bismuto): Mas é claro que eu posso... errr... qual o seu nome mesmo?

Subitamente, todo o ambiente ao redor de Rose ficou completamente escuro. Quando tudo clareou, Rose notou que agora estava na forja da Bismuto. A gem ferreira segurava um lingote de ferro que ela martelaria com a própria mão.

(Bismuto): Aí, você pega o lingote e martela assim.

(Thanos): Assim?

*BLAM*

(Bismuto): Não, assim:

*KATCHIM*

(Thanos): Assim?

*CLONK*

(Bismuto): Não, não é assim! Nossa, ser professora é complicado, hein? Me diga Thanos, por que você quer tanto aprender a fabricar armas gems?

(Thanos): Será que o motivo não é óbvio?

(Bismuto): Na verdade, não. Eu já fabrico, e nunca tive problema em cumprir prazos ou cobrir demandas. Então você meio que vai sair daqui “desempregado”, a menos que dê um jeito de trabalhar 24 horas por dia que nem eu.

(Thanos): Na verdade, eu tive uma ideia já faz um tempo.

(Bismuto): Uma ideia? Poderia compartilhá-la comigo?

(Thanos): Claro, mas já vou avisando que é ousada!

(Bismuto): Pfff, vou até ver se a porta está trancada.

Thanos deu uma risadinha e começou a bater no lingote. No primeiro baque, a tela escureceu de novo. Clareando novamente, Rose percebeu que estava de volta à floresta nórdica. Thanos estava andando encapuzado, subindo uma colina e parando. Ele carregava consigo um barrilete de água.

(Thanos): Ok, vamos ver se isso deu certo.

Thanos revelou a mão direita, onde estava uma manopla parecida com a que usava em sua armadura, porém aparentava estar inacabada. E, ao invés de estar dourada, estava coberta de um líquido negro, que parecia piche.

(Thanos): Ok, vamos do começo. 30%.

Thanos mexeu algo na manopla, fazendo-a crescer um pouquinho.

(Thanos): Até agora, tudo bem. 50%.

A manopla cresceu mais, cobrindo metade do antebraço dele.

(Thanos): Beleza. 80%.

A manopla cresceu numa velocidade assustadora, cobrindo todo o braço. O grego começou a gemer um pouco de dor.

(Thanos, gemendo de dor): Tudo bem... deve ser porque é a primeira vez... 100%

A manopla agora havia criado placas couraçadas que cobriam o lado direito do peito e das costas. O grego agora gemia mais alto de dor. Perto dele, estava seu barrilete de água. Ele afundou a mão da manopla na água e a água começou a sofrer calefação. Depois grande parte da água ter evaporado em seu rosto, cobrindo-o de suor, ele retira a mão.

(Thanos): Ok, vamos ver se deu certo.

Thanos pegou uma pedra e a apertou, esmagando-a como se fosse um ovo.

(Thanos): Opa, já estava até me esquecendo.

Thanos havia improvisado algo que lembrava um óculos de proteção.

(Thanos): Capacete, dados por favor.

Uma voz mecânica começou a falar:

— O protótipo da manopla direita está com 100% do funcionamento.

(Thanos): Ótimo, comece a registrar tudo. É agora ou nunca.

Ele começou a mexer o braço, aproximando-o da parede da colina, tocando-a. Logo então ele se afastou e deu um soco com todas as forças. O ponto de impacto afundou como se aquilo fosse um bolo. Com a base comprometida, a colina inteira começou a afundar numa avalanche, botando o grego em retirada.

Escapando por pouco, o grego ofegante disse:

— Capacete, registrou tudo?

— Sim Thanos – respondeu o capacete.

(Thanos): Ótimo, vou averi...

A fala de Thanos foi interrompida por uma tosse com sangue.

(Thanos): Mas... o que é isso?

Novamente, Rose se viu em meio às trevas. O clarear revelou outro ponto das montanhas nórdicas, onde estava uma cabana, de onde se ouvia risos e sons altos de talheres e cálices tilintando. Rose entrou na cabana, se curvando um pouco devido à sua grande estatura.

— Vamos logo, perolazinha! Está faltando cerveja no meu caneco!

Rose reconheceu aquela voz. Era Olaf, um dos vikings.

— EU SOU UMA PERIDOTE!!!

Agora era a voz de Penny

(Baleog): Cara, eu vou te falar, aquele Samurai só é bom com a espada para compensar a falta de pinto!

(Erik): Ahuahuhahuahuahua... (Batidas na porta) Falando no diabo...

O Samurai entrou.

(Samurai): Perdão pelo atraso, eu estava treinando.

(Erik): Bem que tu disse, hein Baleog.

(Samurai): Ele disse o quê?

— Ele disse: “O ALMOÇO TÁ NA MESA!!!”

Thanos havia acabado de chegar, carregando um enorme javali assado, numa travessa. Todos começaram a se fartar com a comida e a bebida, enquanto Rose observava tudo aquilo meio desconfortável.

(Thanos, rindo): Olha gente, eu vou lá fora rapidinho pegar um pouco de lenha.

(Neera): Pegue mais bebida na adega, por favor.

Rose, tomada de curiosidade, acabou pensando alto.

(Rose): Desde quando o Thanos tem uma adega?

(Baleog): Ué, você não lembra? Ele ganhou de presente de casamento do Amennekht!

(Erik): Apesar das intrigas, ele sempre ajudou o faraó durante a guerra!

(Penny): Vixe, nem me lembre disso! Eu quero deixar isso no passado!

(Olaf): Justo, Pérola! Aqueles que caíram no passado irão nos reencontrar em Valhala no futuro!

(Penny): Quantas vezes eu vou ter que dizer que sou uma Peridote?

Rose saiu da casa e foi atrás do Thanos. Ela encontrou o grego carregando um barril de cerveja com a mão direita e, com a mão esquerda, lenha.

(Rose): Thanos, o Baleog me contou sobre sua adega, e seu casamento. Quando você se casou?

Thanos ficou em silêncio e continuou andando até a cabana. Rose o seguiu de volta à cabana.

(Rose): Thanos, você nunca se casou, se casou?

Thanos continuou em silêncio, ignorando Rose Quartz e indo até sua cabana.

(Rose): Isso não é uma lembrança sua, né? Quero dizer, nada disso aconteceu.

(Thanos): É...

(Rose): Então... se me permite... o que está acontecendo?

(Thanos): Nada demais... só estou revivendo uma fantasia de como eu queria que tudo acabasse. Essa é a nossa última refeição juntos.

(Rose, comovida): Eu sinto muito, Thanos. Você merecia ter tudo isso.

(Thanos): Não, você não sente. Mais uma coisa, nunca mais volte aqui, entendeu?

Assim que Thanos entrou na cabana e fechou a porta, tudo ficou escuro, e Rose acordou.

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Longe dali, a milhares de quilômetros estratosfera acima, as almirantes Hessonita e Esmeralda haviam aterrissado com suas naves no solo lunar, em frente à base ali estabelecida, de onde as Diamantes gerenciavam todo o progresso da colonização da Terra. Com a vitória mais recente, as Diamantes se sentiam mais confiantes para realizar outro ataque direto, dessa vez mirando em posições inimigas vitais, ao invés de território não conquistado. Ao entrarem na grande torre, pensamentos diferentes povoavam a cabeça das duas almirantes: Esmeralda acalentava de antemão em seu coração pétreo outra vitória contra as forças rebeldes, o que aumentaria ainda mais seu prestígio perante as Diamantes. Hessonita, por outro lado, já marcada por derrotas consideráveis, via em sua participação na vitória mais recente uma chance de talvez conseguir o favor das Diamantes para a aquisição de uma nova arma, que deveria servir para substituir o prisma que ela perdera na última batalha.

 - Subam as duas. – Ecoou, imponentemente a voz da Diamante Azul pela torre.

Reverentemente, as duas oficiais de alto escalão subiram as escadarias, até encontrarem as Diamantes Azul e Amarelo sentadas em grandes cadeiras de cristal, localizadas lá. Ao pisarem em uma determinada parte do piso, ele se elevou como um elevador, até que as duas gems pudessem ficar mais ou menos ao mesmo nível do torso das Diamantes, mas ainda abaixo dos olhares firmes e intimidadores delas.

(Diamante Azul): Como vocês duas devem saber, nossa inteligência está planejando um novo ataque às posições rebeldes. Desta vez, atacaremos em dois fronts: Esmeralda, você atacará o Zigurate Gem, que atualmente serve como um dos principais campos de treinamento e alojamento das rebeldes.

(Esmeralda): Eu farei o melhor possível para devolver o Zigurate Gem às suas donas originais!

(Diamante Amarelo): Hessonita, você atacará a cidade humana conhecida como Mênfis. Aquele é o último reduto militar dos nativos. Uma vez destruído, os humanos não serão mais problema.

(Hessonita): Eu aceitarei esta missão com prazer, mas se for de seu agrado, há um pedido que preciso apresentar à Vossa Clareza!

(Diamante Amarelo, erguendo uma sobrancelha): E o que seria?

(Hessonita): Na última batalha, apesar de nossa grande vitória sobre as forças rebeldes, o Prisma que me foi confiado acabou sendo perdido. Não pense que estou tentando justificar este meu erro, minha Diamante, mas a verdade é que sem uma arma à altura do prisma, existe um grande risco de o Alvo Ômega interceptar e repelir a investida. Ele ainda está vivo e à solta, então todo cuidado é pouco.

(Diamante Amarelo): De fato, este é um ponto do qual fui previamente informada em seu último relatório. Por isso eu iniciei a produção de uma nova arma de cerco para auxiliá-la em sua missão. Siga minha Pérola e ela a levará em direção ao lugar.

(Hessonita): Muito obrigada, minha Diamante.

(Diamante Amarelo): Mais algo que você precise me apresentar?

(Hessonita): Não, minha Diamante.

(Diamante Amarelo): Então agora iniciaremos a discussão da estratégia de nossa ofensiva em dois fronts.

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Em uma localização desconhecida, centenas, talvez milhares de gems se empenhavam em um trabalho que parecia pesado até mesmo para elas. Como formigas apinhadas, entrando e saindo do formigueiro, elas carregavam materiais de construção, que variavam desde engrenagens e vigas até cápsulas de energia e algo parecido com munições, que sobrevoavam em razoável segurança (leia-se, tanto quanto possível) carregadas por drones. O tal “formigueiro” para onde as gems convergiam e de onde elas saíam parecia ser um misto de prédio com escultura antropomórfica. O que se via era pouco mais que um rústico esqueleto, mas onde já se podia delinear uma cabeça, um torso, dois braços de um mesmo lado e um terceiro inacabado do lado oposto. Dentre as inúmeras gems que trabalhavam naquele estranho empreendimento, estava Jasper, a mesma jasper cuja emersão tardia acabou vindo na hora certa para salvar as defensoras do Jardim de Infância Beta de um doloroso fim nas mãos dos rebeldes. Agora ela era meio que um ídolo entre as gems terráqueas devido à sua grande façanha, ainda assim, ela ainda era discriminada por ser terráquea, o que meio que explicava porque, a despeito do grande feito dela no campo de batalha, ela ainda estava trabalhando de peão de obras.

Enquanto carregava um bloco de aço sobre os ombros, Jasper acabou esbarrando numa gem verde menor e menos musculosa. Ela imediatamente reconheceu essa gem como Jade, a nova líder da então defasada Divisão Sigma

(Jasper): Oh, me desculpe Jade! Eu não vi você aí! Mil perdões!

(Jade): Tudo bem... que seja...

As duas seguiram em frente com o trabalho. Jasper sentiu que havia algo errado com Jade e fez de tudo para continuar perto dela enquanto trabalhavam. Quem sabe conversar um pouco com ela. No meio do caminho, acabaram se encontrando com outra gem da Divisão Sigma, Larimar, que havia acabado de encaixar uma viga no lugar.

(Jasper): Alguém sabe para que serve esse treco que a gente está construindo?

(Larimar): É uma arma de cerco. As Diamantes estão planejando uma nova investida contra as rebeldes. Dessa vez, atacaremos as Crystal Gems e os humanos ao mesmo tempo. Se formos bem-sucedidas, podemos acabar de vez com a resistência dos humanos.

(Jade): Conversa fiada...

(Jasper): O que você disse?

(Jade): Nunca pensei que as Diamantes mentissem tão mal assim... Não há mais como acabar com a resistência humana tão facilmente. Eles já conseguiram matar muitas das nossas, se apropriar de nossas armas e de nossa tecnologia. Mesmo que consigamos destruir a última cidade deles, isso só vai fazer com que eles se silenciem um pouco. Daí, será só uma questão de tempo até que eles ataquem novamente.

(Jasper): Jade, fique quieta! Falar assim é traição!

(Jade): Eu não me importo. O que elas vão fazer? Me estilhaçar? Todas as gems com quem eu me importava se foram! Elas me estilhaçarem seria um favor depois de ver o que os humanos fazem com as gems que capturam!

(Larimar, triste): Mas Jade... você ainda tem a mim, e à Lignita e à...

A conversa foi interrompida subitamente quando um feixe de luz desceu do céu, anunciando que uma gem havia chegado no lugar pelo teletransportador. A gem era a Hessonita, que estava sendo acompanhada pela pérola da Diamante Amarelo. Ela se aproximou do grupo de gems que estavam conversando, que prontamente apresentaram a saudação gem a ela.

(Jade): Comandante?

(Hessonita): Vim aqui para conferir o progresso da arma de cerco. Quem está gerenciando isso?

(Jade): A Bixbita do nosso Esqua, err... digo, do Esquadrão Sigma. Venha conosco. Jasper, Larimar, por favor voltem ao trabalho.

Depois que Larimar e Jasper voltaram ao trabalho, e que Pérola Amarela retornou para sua Diamante, Jade e Hessonita se espremeram entre as centenas de gem trabalhando para construir aquela máquina até chegarem numa outra área, que era bem diferente: só havia cerca de vinte a vinte e cinco gems, todas enfileiradas mexendo numas máquinas. As gems eram em sua maioria peridotes, mas havia também nefritas e outras bixbitas, além da que fazia parte da Divisão Sigma. Adiante delas, havia uma vasta área cheia de crateras no chão, provavelmente resultado dos testes. A bixbita da Divisão Sigma, notando a chegada de Hessonita, largou o equipamento e foi recebe-la.

(Bixbita): Comandante Hessonita, seja bem-vinda. O que posso fazer por você?

(Hessonita): A Diamante Amarelo me enviou para fiscalizar a criação da arma de cerco que ela solicitou ser construída para a próxima operação.

(Bixbita): Sim, comandante. É exatamente isso que estamos fazendo agora. A arma principal está sendo recarregada e começará um novo disparo de testes em breve.

Uma vez recarregada, a arma travou sua mira em uma pilha de destroços que seria usada como alvo. A arma disparou um raio cujo espectro oscilava entre uma luz dourada e uma luz negra. Uma vez que o disparo encontrou seu alvo, uma espécie de domo de energia cresceu em volta da pilha de escombros e subitamente, desabou sobre ela, emitindo uma onda de energia que chegou a fazer seus efeitos serem sentidos. No lugar do alvo, só restava agora uma cratera.

(Hessonita): Impressionante. Uma arma gravitacional?

(Bixbita): Sim, minha comandante. Nossas engenheiras chegaram à conclusão de que essa arma seria o meio mais rápido e eficaz para eliminar uma cidade humana fortificada. Infelizmente, estamos tendo contratempos no desenvolvimento da arma. Primeiramente, ela leva muito tempo para recarregar, o que significa que dificilmente poderemos dar mais de um disparo eficaz com ela. Segundo: não estamos conseguindo regular o raio de ação adequadamente. Ela funciona muito bem com um raio de ação pequeno, mas quando tentamos aumenta-lo, ele acaba aumentando exageradamente, o que significa que, caso disparássemos contra a cidade, arriscaríamos eliminar gems aliadas, ou mesmo a própria máquina de cerco, dependendo do raio da cidade e de nossa distância dela.

(Hessonita): Resolvam isso o mais rápido possível. Nosso próximo ataque será um evento crucial que pode eliminar até metade do poderio da rebelião, se tivermos sorte.

Bixbita ficou um pouco desconfortável com o tom arrogante com o qual Hessonita deu a ordem. Elas já estavam fazendo o melhor que podiam. Além do mais, não era como se certas limitações de máquinas pudessem ser resolvidas facilmente. Mesmo a tecnologia gem tinha limites, mas isso era uma coisa que Hessonita parecia preferir ignorar reiteradamente.

(Bixbita): A fim de compensar as limitações da arma principal, nós equiparemos a máquina de cerco com várias armas secundárias, tais como turbolasers, metralhadoras e lança-projéteis. Talvez tenhamos também um sistema de campo de energia para tentar evitar que os inimigos abordem a nave.

(Hessonita): Ótima ideia. Continuem a construção o mais rápido possível. Não podemos dar às rebeldes tempo para que se recuperem.

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3 dias depois...

Mênfis, capital do Egito. A cidade tentava seguir com sua vida da forma mais normal possível, dados os eventos anteriores, o que provou ser uma dura provação. Ainda que os cidadãos cuidassem de seus afazeres, como comércio, construção de casas e prédios, entre outras coisas, uma densa treva parecia ter caído sobre os habitantes. Eles estavam em luto triplo: pela morte de Sebek, irmão do faraó, pela queda da Escócia e pela dissolução de Ahkvata. Sim, sem um rei para guia-los e protege-los, os habitantes de Ahkvata simplesmente abandonaram a cidade o mais rápido possível, isso porque, após a briga de Thanos com Sebek, o grego já havia abertamente cortado relações com Ahkvata, inclusive sendo julgado por alta traição, e com seus únicos amigos, os vikings, mortos, ele tinha ainda mais motivos para dar as costas para Ahkvata. Sem Thanos ou Sebek, por sua vez, a cidade havia perdido sua capacidade de prover para seus moradores. Com isso, todos decidiram se dispersar e voltar para suas terras. Muitos decidiram se mudar para Ahkvata, sendo escoltados pelos membros restantes do Esquadrão Platina, no que parecia ser sua última missão como grupo.

Mênfis não estava em melhor situação: A multidão de refugiados havia causado um aumento na demanda por residências, bem como estavam contribuindo para elevar o preço dos alimentos. A fim de suprir a demanda, Amennekht teve que remanejar uma parte considerável de seu exército para funções civis. Com isso, ele não tinha mais como empreender novas campanhas de libertação de pessoas ou incursões punitivas contra gems de Homeworld. Isso era até tolerável, o problema é que, com o remanejo que ele fizera ele temia que o iminente ataque das Diamantes chegasse à Mênfis antes que ele pudesse erguer uma defesa à altura. A capital de seu país havia se tornado um alvo militar devido às suas reincidentes insurgências contra Homeworld. Usar gems nesse empreendimento estava fora de questão: elas eram boas em projetar armas, máquinas e armadilhas, mas não tão boas quando o assunto era prover comida para os egípcios.

Amennekht estava na sala do trono, com Merit ao seu lado. Um cidadão havia acabado de sair de lá após solicitar ajuda a Amennekht sobre a questão do abastecimento de comida. Era algo que estava sendo bem recorrente naqueles tempos de racionamento. Uma vez que o cidadão saiu, Amennekht se voltou para as pérolas azul-clara e cor-de-vinho, agora adequadamente vestidas (ver Capítulo 33).

(Amennekht): Pérolas, eu gostaria de saber como estão as coisas na Torre do Mar Lunar. Os médicos que eu mandei até Thanos conseguiram fazer contato com ele?

(Pérola Azul-Clara): Receio que não, meu faraó. Thanos se trancou em uma das salas da Torre. Ninguém consegue ter acesso a ele.

(Amennekht): Nem mesmo a Rose?

(Pérola cor-de-vinho): Rose não está na Torre do Mar Lunar. Segundo relatório de outras gems, ela está viajando constantemente. Forças expedicionárias de Homeworld estão investindo continuamente contra nossas posições, buscando enfraquece-las e fragmentá-las. As Crystal Gems estão ocupadas demais defendendo suas posições e não conseguem contra-atacar.

(Amennekht): Entendo. Alguma notícia dos outros membros do Esquadrão Platina?

(Pérola azul-clara): Sim. Eles estão vindo com mais refugiados. Essa foi a última informação que obtive deles.

Quase que em seguida um mensageiro entrou no palácio.

(Mensageiro): Meu Faraó, mais refugiados estão chegando à cidade.

(Amennekht): Eu estou indo. Preciso ver esta leva pessoalmente.

(Merit): Eu vou com você. Pérolas, cuidem de tudo até voltarmos.

Amennekht e Merit pegaram suas bigas e cavalgaram juntos até a entrada da cidade. Chegando lá, receberam a grande leva de refugiados. Muitos vinham com bengalas, mãos e pés enfaixados, e até alguns estavam em macas. Preocupado, Amennekht começou a procurar pelos membros do Esquadrão Platina, até que ele achou Gilius.

(Amennekht): Gilius, o que aconteceu com essas pessoas? Vocês foram atacados por gems?

(Gilius): Não, faraó. As gems estão ocupadas lutando contra as rebeldes. O que aconteceu foi uma peste. Não sabemos o que é, se manifesta de forma diferente em cada pessoa: algumas estão com graves doenças de pele, outras estão vomitando de tudo, inclusive sangue. Outras... você não vai querer saber o que estão soltando e nem por onde.

(Amennekht): Uma epidemia? Como isso é possível? Isso nunca aconteceu comigo ou com Sebek durante esse tipo de viagem.

(Gilius): Faraó Amennekht, uma coisa é uma viagem organizada por um estrategista militar com um ponto de chegada definido. Outra totalmente diferente é um grupo de pessoas desesperadas vagando sem rumo em busca de uma cidade que sirva de refúgio. Os adultos, apesar da aparência, estão estáveis, pelo menos a maioria. Não sei se posso dizer o mesmo das crianças.

(Merit): Amennekht, pegue o teletransportador do nosso palácio e vá atrás de Rose Quartz! Não temos médicos suficientes para atender toda essa gente, e nossa medicina não agiria rápido o bastante para salvar todos.

Amennekht deu meia volta com sua biga e guiou seus cavalos para o palácio o mais rápido possível. Confiando seus cavalos a um dos oficiais, Amennekht entrou no teleportador e foi parar diretamente na Torre do Mar Lunar. A primeira gem que Amennekht viu foi uma safira, que parecia bastante aflita.

(Amennekht): Você, safira! Eu preciso falar com Rose Quartz urgentemente, onde ela está?

(Safira, soluçando): E-Ela está tratando algumas gems. Ela não p-pode atende-lo agora.

(Amennekht): Então, por favor, chame a Garnet. Há uma emergência em Mênfis!

(Safira, começando a lacrimejar): Eu sou a safira da Garnet...!

(Amennekht): Mas vocês duas nunca se separam! O que aconteceu?

Safira não conseguiu responder. Ela acabou desabando em lágrimas, o que fez Amennekht temer o pior. O faraó começou a correr loucamente pela Torre, procurando pela Rose ou por qualquer lugar que parecesse com uma enfermaria. Amennekht encontrou o lugar em questão de tempo, e aquilo parecia um inferno: gemidos altos, corre-corre, pegadas altas correndo em todo lugar.... Olhando de um lugar para o outro, Amennekht encontrou uma Rubi, com a forma física se distorcendo toda hora. Seu braço estendido revelava uma pedra rachada em sua mão. A rachadura não era pequena, mas também não era grande o suficiente para dividir sua pedra.

(Amennekht, ofegando): Rubi, graças aos deuses! Eu achei a safira e, quando vi a reação dela ao perguntar pela Garnet, comecei a temer pelo pior!

(Rubi, sorrindo com dor): Não a culpe... *ungh* Eu também achei que seria o fim da linha para mim por um instante.

(Amennekht): Mas o que raios aconteceu?

(Rubi): As forças de Homeworld estão emboscando nossas garotas em vários pontos! Estão fazendo ataques-relâmpago com frequência, a fim de minar nossas defesas. Toda vez que tentamos enviar nossas forças para combate-las, elas fazem de tudo para evitar confronto direto e nos fazem correr em círculos.

(Amennekht): O que raios elas estão planejando?

— Eu acho que isso é um prenúncio de algo maior. Elas querem nos enfraquecer para que não ofereçamos tanta resistência para o ataque definitivo.

Amennekht reconheceu a voz que veio de trás dele. Era Rose Quartz.

(Amennekht): Rose, graças aos deuses! Eu preciso de sua ajuda!

(Rose Quartz): Amennekht, eu não posso sair daqui! Todas estas gems precisam da minha ajuda!

(Amennekht): Rose, uma leva enorme de refugiados chegou à minha cidade. Há muitas crianças no grupo que estão sofrendo de uma pandemia misteriosa. A medicina de meu povo não vai salvá-las rápido o bastante.

(Rose Quartz): Eu sinto muito pelas crianças, Amennekht. Ainda assim, não posso sair daqui. Muitas gems vão rachar e estilhaçar se eu partir sem dar assistência a elas.

(Amennekht): Não há nada que você possa fazer? Talvez ceder um pouco de lágrimas curativas.

(Rose Quartz): Espere um pouco.

Rose saiu por um momento, voltando logo depois com dois frascos cheios de lágrimas curativas, não muito maiores que odres usados por viajantes humanos.

(Rose Quartz): Isso é tudo que posso fazer, Amennekht. Sinto muito, mas temos tantas gems rachadas e sob risco de estilhaçamento que estamos usando ao máximo nossas fontes mágicas. Eu mesma estou tentando o que posso, mas parece que nada é suficiente.

(Amennekht): Tudo bem. Agradeço mesmo assim. Nós, egípcios, sabemos como poucos aproveitar cada gota de água. A propósito, você tem conseguido falar com Thanos?

(Rose Quartz): Não, Amennekht. Ele se trancou numa das alas da torre. Além disso, estamos muito ocupadas agora.

(Amennekht): Eu sei. Peço que, quando puder, fale com ele. Diga que eu mandei melhoras para ele. Não acho que, depois do que houve, ele vá querer me olhar nos olhos.

(Rose Quartz): Não foi culpa sua, Amennekht. Seu plano era bom, ele apenas não foi seguido adequadamente.

(Amennekht): E isso custou a vida do meu irmão, dos únicos amigos que Thanos tinha e de dezenas de outras pessoas naquele continente.

Rose ficou calada após isso. Amennekht se retirou e voltou para o Egito. Lá, um hospital de campo havia sido montado às pressas, e os médicos corriam para lá e para cá para ajudar as pessoas. Um dos médicos veio até Amennekht, extremamente ansioso.

(Médico): Meu Faraó, graças aos deuses! Você conseguiu alguma coisa com a líder das Crystal Gems?

(Amennekht, entregando os dois frascos): Isso é tudo o que pude conseguir. Rose também está tendo muitos problemas com gems feridas. Dilua o conteúdo destes dois frascos em água limpa e purificada. Isso provavelmente amortecerá o poder curativo dela, mas pelo menos permitirá estabilizar um número maior de pessoas.

(Médico): Espero que sua ideia funcione. Ah, antes que eu me esqueça, um dos membros do Esquadrão Platina quer falar com você.

(Amennekht): Certo, mande chama-lo. Estarei no pátio do meu palácio.

Amennekht não queria que a conversa fosse atrapalhada pelo burburinho e vai e vem de médicos e pacientes, por isso aguardou por Gilius num lugar mais sossegado. Alguns minutos depois, Gilius Thunderhead apareceu diante de Amennekht.

(Amennekht): E então, Gilius?

(Gilius): Faraó, há coisa grande se aproximando.

(Amennekht): Eu percebi. As tropas de Homeworld estão evitando confronto direto. Atacam nossas forças e fogem, como se estivessem abrindo cortes e esperando que morramos pela sangria.

(Gilius): Eu desconfio que as gems sabem das nossas baixas no Esquadrão Platina. Estamos sem pelo menos metade do nosso contingente. Perdemos Menob, Olaf, Baleog e Sebek. Não sabemos se podemos contar com Thanos depois de tudo o que aconteceu. Merit pode estar viva ainda, mas não posso pedir à rainha de Mênfis que lute como um soldado agora que ela tem novas responsabilidades.

(Amennekht): Posso estar errado, pois eu não estou a par da estrutura do Esquadrão como você, Thanos e os outros, mas mesmo com o contingente defasado, não podemos repelir os ataques inimigos usando táticas de guerrilha, como fazíamos antes?

(Gilius): Não funcionaria. Todas as nossas armas foram forjadas por Thanos, cada uma seguindo um propósito estabelecido por ele. Somos habilidosos o suficiente lutando por conta própria, mas como grupo precisamos dele como líder, do contrário nossa formação seria falha, e as gems com certeza notariam isso, como notaram com Menob e com Sebek.

(Amennekht): Gilius, eu estava pensando... está claro que as Diamantes estão tentando enfraquecer nosso exército para darem o golpe final... mas você acha que elas pretendem atacar Mênfis e as posições de Rose Quartz ao mesmo tempo?

(Gilius): Você está me perguntando isso retoricamente ou você realmente está com dúvidas?

(Amennekht): Suas palavras comprovam meu medo. Concretizando um plano desses, as Diamantes anulam qualquer possibilidade nossa de trazer reforços de um lugar para o outro.

Ao dizer isso, Amennekht deu um longo suspiro e apoiou seus braços na bancada de mármore. De repente uma formiga o picou em um lugar do braço, o que o fez soltar um ruído entre dentes e saliva.

(Gilius): Aconteceu alguma coisa?

Amennekht ignorou Gilius e tentou esmagar a formiga com o polegar a todo custo, mas ela foi mais ágil e se refugiou embaixo de uma tábua de mármore. Ao tocá-la, notou que estava um pouco solta. Amennekht então decidiu mover a tábua. Ela acabou se soltando e revelando um monte de formigas escondidas embaixo.

(Gilius, rindo): Caramba Amennekht, você tem que dar um jeito nisso. Imagina todo mundo que se apoiar na varanda para ter essa vista for picado por uma formiga escondida. Pensei que vocês, egípcios, prezassem pela higiene.

Amennekht novamente ficou sem responder. Ele apenas observava o movimento hipnótico das formigas. Elas iam e voltavam indefinidamente, como se estivessem confusas. Depois, começaram a escapar da vista de Amennekht, se enfiando em frestas e indo embaixo das tábuas de mármore adjacentes.

(Amennekht): Gilius, essas formigas acabaram de me dar uma ideia...

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O tempo passou. Agora a tarde se aproximava de seu fim. Amennekht estava numa sala, encarando uma mesa com uma maquete da cidade de Mênfis. Várias estatuetas, simbolizando soldados, estavam espalhadas em corredores e em prédios em miniatura. Objetos aleatórios, talvez simbolizando barricadas e armadilhas, também estavam lá. Ele simulava como as gems atacariam a cidade. Apesar de sua estratégia ser sólida, ela tinha uma falha crítica: ele não conseguia pensar num jeito de trazer o combate das areias do deserto para os corredores sinuosos e claustrofóbicos de alguns bairros de Mênfis. A coisa mais previsível e óbvia que as gems fariam seria iniciar um bombardeio maciço.

(Amennekht): O que eu devia fazer? Qualquer um veria que isso é uma gaiola, até uma gem! Não há por que elas entrarem aqui!

— Você está pensando como humano, Hórus. Você deve pensar como gem.

Amennekht ouviu aquela voz e viu, diante dele, Osíris.

(Osíris): Você foi derrotado na sua última batalha porque as gems aprenderam como você pensa. Agora, você deve aprender como elas pensam.

(Amennekht): Eu sei como as gems pensam. Elas nos veem como vermes, insetos insignificantes que não valeriam o tempo perdido se não fosse as picadas que demos nelas. Mas agora, elas nos aleijaram, arrancaram nossos ferrões. Não há mais nada que possamos usar como ameaça.

(Set, surgindo de repente): Está enganado, Hórus. Existe uma coisa que vale muito para uma gem, talvez até mais que sua própria vida: uma gem superior. Uma oficial, uma princesa, seja lá o que elas chamem. E você tem várias dessas entre suas renegadas. A fusão que o treinou é um exemplo disso. Separe a parte nobre da parte plebeia, use-a como chamariz e quando elas vierem socorrer a cortesã indefesa, erga-se da areia e destrua elas.

(Amennekht): Eu não vou usar companheiras de armas como iscas!

(Set): Então você e o seu povo morrerá! Ou você paga com o sangue dos invasores que insiste em chamar de irmãos, ou paga com o sangue de sua família!

(Amennekht): Essas “invasoras” salvaram minha vida diversas vezes! Se eu cheguei até aqui, foi por causa delas! Eu não vou jogá-las aos cães como fazem as oficiais de Homeworld com as gems que julgam descartáveis.

(Set): Não há nada que iguale você e as invasoras. Quando essa guerra acabar, só existirão aqueles que viverão para contar a história e aqueles que jazerão enterrados na areia. Estes dois grupos jamais serão iguais!

(Amennekht): Tem que haver outro jeito!

(Set): Não há outro jeito! Isso não é uma guerra por ouro, por terra ou escravos! É uma guerra por suas vidas e suas almas! Ou você extermina cada gem da face da Terra, pérola ou diamante, rebelde ou leal, ou você e todo o seu povo morrerão!

(Amennekht): FOI SEGUINDO SEUS CONSELHOS QUE MEU IRMÃO PAGOU COM A VIDA!!!

(Set): E SE TORNOU UM MÁRTIR!!! UM SÍMBOLO DE ESPERANÇA!!! ELE UNIU POVOS DE TODA A FACE DA TERRA SOB UMA ÚNICA BANDEIRA!!! ENQUANTO ISSO, VOCÊ CHAMA OS ASSASSINOS DE SEUS PAIS DE IRMÃOS, ENQUANTO FICAVA CONTRA AQUELE QUE ERA SEU IRMÃO DE VERDADE!!!

(Amennekht): ELE FICOU CONTRA MIM!!! EU TERIA SEGUIDO ELE ATÉ O FIM DO MUNDO SE ELE NÃO TIVESSE ME BANIDO POR CAUSA DO ÓDIO CEGO DELE!!! DEUSES, MESMO BANINDO, EU O SEGUI ATÉ A MORTE!!!

— Ê caralho, tá maluco???

Amennekht se virou para o lado com um olhar ensandecido, até que percebeu que era Thanos. Então ele voltou a si. Thanos estava vestido com roupas civis e com uma muleta

(Amennekht): T-Thanos?

(Thanos): Você estava falando com quem?

(Amennekht): Ninguém. Estava pensando alto. Eu preciso planejar meu próximo movimento. As Diamantes vão fazer um cerco duplo, contra mim e contra Rose. Não haverá reforços. A multidão de refugiados sendo cuidada pela minha guarda real provavelmente será o único exército que eu terei.

(Thanos): É aí que você se engana, Amennekht.

Amennekht se calou. Sua expressão mudou, quase como se esperasse uma boa notícia.

(Amennekht, esperançoso): Você sabe de algo que eu...?

(Thanos): Não vai ser um cerco. Vai ser um puta de um massacre. Se ainda existirem cidades humanas depois disso, elas vão cantar por décadas sobre esse banho de sangue.

(Amennekht): DIGA ALGUMA QUE EU NÃO SEI!!!

(Thanos): Mas eu disse. Você achou que isso ia ser um cerco, mas isso não vai durar nem duas horas. Elas vão mandar naves e máquinas para planificarem sua cidade inteira. Nenhum esconderijo que você pense vai salvar seu povo de ser obliterado.

(Amennekht): Não, isso não está certo! Eu posso esconder o grosso dos civis nos jardins subterrâneos! Então, eu posso reunir um grupo de gems! Safiras, Esmeraldas, Demantoides... Elas não ousariam bombardear uma cidade cheia de gems importantes como reféns! Pérola e Garnet me disseram que tal coisa seria punida com estilhaçamento pelas Diam...

(Thanos): Você está errado. Eu conversei com a Penny sobre isso há algum tempo. As gems de Homeworld registram cada gem subalterna com um número de série. Aquelas que não atualizam mais seus registros são consideradas estilhaçadas ou traidoras. Por que você acha que a Penny e a Neera não voltaram para as fileiras de Homeworld uma vez que foram libertadas.

(Amennekht): Mas isso está errado! Elas atacaram Ahkvata por causa disso! Sebek inclusive disse que antes do cerco, elas ordenaram...

(Thanos): Você acha mesmo que elas atacaram a cidade mais poderosa dos humanos para resgatar gems que já haviam sido dadas como mortas e inclusive sido substituídas?

Amennekht levou as mãos para a cabeça enquanto encarava a maquete. Ele agarrou algumas miniaturas com as mãos e as esmagou.

(Amennekht, rindo nervosamente): É claro... aha... aha... faz todo o sentido... A Garnet... ela só tá aqui porque mandaram estilhaçar uma safira... uma gem raríssima! E ainda mandaram matar... ahahaha... a gem que protegeu ela a todo custo!!! ELAS ESTÃO PRESTES A NOS VARRER DESSE MALDITO DESERTO!!! POR QUE ELAS VÃO PERDER TEMPO VINDO SALVAR UM MONTE DE GEMS INÚTEIS??? AAAAAAHHHH!!!

(Thanos, gritando em tom de deboche): IÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!!! TU PERDEU A CABEÇA DE VEZ CARALHO; AHIEHIEHIEHIEHIEHIE!!!

Amennekht, surtado, virou a mesa com a maquete sobre o chão. Depois pegou a própria lança e começou a vociferar para o vento!

(Amennekht, psicótico): DO QUE RAIOS ME ADIANTOU SER FIEL A VOCÊS??? ONDE ESTÁ TEU CETRO DA JUSTIÇA, OSÍRIS??? ONDE ESTÁ O TEU PODER SOBRE O CASO, SET???

Thanos agarrou a lança de Amennekht e o derrubou com um soco na cara!

(Thanos): Acorda pra vida, caralho! Acha que tem alguém de brincadeira aqui? É assim que um deus vivo se comporta diante da morte?

(Amennekht, psicótico): Que diferença faz? Se eu fosse Hórus de verdade, eu já teria as cabeças das Diamantes adornando meu palácio! Você não entende? Acabou! Meu povo inteiro acha que eu vou salvá-los, mas a verdade é que não há mais o que fazer! Gilius sabe disso, você sabe disso, EU sei disso!!!

(Thanos, agarrando Amennekht pelo colar): Você acha que a vida é difícil só para você, princesinha? Teu povo precisa de um rei, não de um psicótico que grita com amigo imaginário!

Thanos jogou Amennekht no chão e continuou falando.

(Thanos): Acha que só você enfrenta problemas? Acha que só você teve perdas? Eu perdi tudo numa maldita guerra que eu nem queria participar! Pensa que eu não sei que você e todos aqueles cabeças-rapadas de merda só me suportavam enquanto eu era útil? Tu acha que eu não sei disso? As poucas pessoas que se importavam comigo foram tomadas de mim, uma por uma!

Thanos rasgou suas roupas diante de Amennekht, com exceção do lado esquerdo de seu peito, um pouco da parte retroesternal e das mãos, todo o torso e braços de Thanos estavam cobertos por manchas cinzentas, como queimaduras necrosadas. Amennekht não conseguiu se lembrar se alguma vez ele viu um corpo destroçado que parecesse tão horrendo quanto aquela visão.

(Thanos): Esse poder filho-da-puta, que você e Sebek invejavam, tá me cozinhando vivo! Eu jamais chegarei aos 30 anos, porque meu corpo tá todo fodido! E sabe por que eu fiz isso, Amennekht? Acha que é porque eu queria ser o filho da puta mais overpower de todos? Não, foi pra proteger todos que tivessem que lutar ao meu lado! Por que você acha que eu não dei uma armadura dessas para todos os meus companheiros? E sabe o que mais? EU FRACASSEI! MISERAVELMENTE!!! Minha única sorte é que um fodido que nem eu pelo menos teve a chance de conhecer alguém que gostasse de mim pelo fodido que eu sou, e não pelo meu poder lazarento!!!

(Amennekht): Thanos... vai embora...

(Thanos): Ir embora, Amennekht?

(Amennekht): Você mesmo disse, você não tem mais nada. Seus amigos estão mortos. Você vai lutar pelo quê? Por um psicótico de coroa? Por uma legião de refugiados moribundos? Por um monte de areia? Nós vamos morrer, todos nós. Mas você ainda pode...

Thanos deu outro soco no Amennekht.

(Thanos): Acho que você não entendeu minha palestrinha de coach! Eu não estou me lamentando por essas coisas! Estou afirmando que, mesmo que arranquem meus braços e me espanquem com eles, eu vou continuar lutando até o fim! Se não por mim, pela memória dos meus amigos! Pelo desejo quase impossível deles de paz! Pela minha forte convicção que os humanos desgraçados vão virar esse jogo! Mesmo que me matem, eu retornarei para me vingar! Entenda, Amennekht, eu não vim aqui para lhe humilhar, nem algo do gênero. Eu vim aqui para te contar como a humanidade vai virar o jogo.

(Amennekht): E qual é seu plano?

(Thanos): Senta seu rabo no trono para você não ter que apanhar sua saia depois de se cagar todo com meu plano: depois daquele fiasco de investida, nós não somente perdemos uma posição como mostramos para Homeworld que estamos fragilizados. O tolete vivo... morto do seu irmão botou tudo a perder. Agora as gems virão com a mais poderosa coalisão delas para cima de Mênfis e para cima do nosso Zigurate aliado. Elas vão com intenção de trucidar tudo. Não deixarão pedra sobre pedra, seja tijolo ou gem.

(Amennekht): Mas isso eu já sei desde o início!

(Thanos): Porém, agora que vem o meu plano: Nós não só iremos repelir o avanço delas, como daremos o maior golpe que elas jamais imaginariam. Nós vamos derrubar o maior centro de comunicação das gems de Homeworld.

(Amennekht): Você é louco!

(Thanos): Eu sou o TITÃ LOUCO!

(Amennekht): Tudo o que temos é um monte de refugiados moribundos carcomidos de peste! E tudo o que a Rose tem é um monte de gems semi-estilhaçadas lutando para não virar seixo! Você vai tirar de onde uma força para uma ofensiva dessa magnitude.

(Thanos): Nós já temos essa força! Se chama... A tropa de coadjuvantes!

(Amennekht): Quê?

(Thanos): Isso mesmo que você ouviu, filho da puta! A tropa de coadjuvantes! Eles foram criados para defender Ahkvata, mas como o rei de lá era um corno de merda, elas terão outra serventia. Você quer ouvir o plano ou não?

(Amennekht): Diga.

(Thanos): Quando elas vierem com as naves e tudo mais, elas virão com intenção de trucidar. Rose e as gems dela podem cuidar da base elas mesmas, agora Mênfis são outros quinhentos, pois ela não poderá contar com o auxílio do Esquadrão Platina.

(Amennekht): Como assim? Eu preciso do Esquadrão Platina para garantir que a cidade dure pelo menos uma hora!

(Thanos): Meu esquadrão, minhas regras! O Esquadrão Platina, junto com 70% dos coadjuvantes, vão estar fora do jogo! Mênfis contará com seus soldados, com o resto dos coadjuvantes, com uns robôs que me sobraram na garagem, e eu. Mais do que suficiente para defender saporra.

(Amennekht): Como você pretende fazer isso?

(Thanos): Vou usar o princípio básico do Esquadrão Platina: eu e meus robôs vamos segurar o grosso do inimigo. As naves, as máquinas de cerco, o que for. Nada disso vai chegar perto da cidade. A parte mais fina, como a infantaria e a cavalaria, você e os coadjuvantes irão segurar nos becos da cidade. Se, porventura, uma nave conseguir disparar sobre Mênfis, não se preocupe, os coadjuvantes instalarão um mini-campo de força embutido. Nada muito grande, mas o suficiente para deter o que eu não conseguir bloquear.

(Amennekht): Eu tenho um gerador de escudo. Infelizmente, não tenho artilharia para contra-ataque. Todas as peças ficaram com a Rose.

(Thanos): Pera, você tem um escudo? Perfeito, a energia desses mini-campos de força vai virar as baterias anti-aéreas.

(Amennekht): Thanos, você tem certeza de que dá conta? Podemos estar diante da maior batalha de toda essa guerra.

(Thanos): Amennekht, eu usarei 100% da minha armadura.

(Amennekht): 100%? Mas eu jamais vi sequer você usar 80%!

(Thanos): Não se preocupe com essa porcentagem! Eu certamente conseguirei segurar o ataque das naves e todo o resto. Agora, voltando à investida, todos nós conhecemos a maior das torres de comunicação das gems que fica na Galaxy Warp.

(Amennekht): Sim, um lugar inexpugnável.

(Thanos): Durante a investida das gems, o lugar ficará fragilizado. O momento em que um predador fica mais desprotegido é na hora do bote! Já faz tempo que mando escavarem túneis e atalhos até essa torre. No momento em que vier a investida das gems, os coadjuvantes e o Esquadrão Platina irão iniciar seu ataque. Começarão furtivos, mas logo depois será como tacar uma pedra numa colmeia. Porém, quando tentarem repelir, será tarde demais: eles terão instalado o vírus e os explosivos e o local inteiro virá abaixo. Provavelmente a missão deles será duas vezes mais difícil que a nossa, porém dependemos disso para que nossa luta não seja em vão.

(Amennekht): Por que infectar a torre? Por que simplesmente não explodi-la?

(Thanos): Porque, se apenas explodirmos a torre, eles reconstroem. Apenas infectando a torre, e a rede, elas poderão ajeitar tudo em questão de tempo. Fazendo os dois então, meu amigo, elas terão que criar uma rede de comunicação toda do zero.

(Amennekht): E quanto isso afetará a comunicação delas?

(Thanos, sorrindo sugestivamente): Praticamente toda a Terra ficará incomunicável com Homeworld.

(Amennekht): O... quê?

(Thanos): Isso mesmo. Não teremos que abater todas as naves. Sem comunicação, elas baterão em retirada. Cada reduto de Homeworld ficará sem se comunicar uns com os outros. Sem ninguém para repassar ordens, toda a cadeia de comando cairá em anarquia. Só precisaremos passar essa informação para o máximo de humanos que pudermos. A Terra inteira será uma armadilha mortal para cada gem que não tenha uma estrela no seu uniforme. Sabe o que acontecerá depois disso, Amennekht?

(Amennekht): E tem mais?

(Thanos): A anarquia será tão grande, mas tão grande, que nenhuma almirante ou general conseguirá colocar as coisas em ordem. O único jeito será a presença pessoal da figura de maior importância na cadeia de comando gem para botar essa porra em ordem. Quem é a manda-chuva por trás dessa guerra? Quem é que manda as almirantes e generais nos atacarem? Quem é que manda construir os jardins de infância de onde saem mais gems?

(Amennekht, rangendo os dentes): Diamante Rosa...

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Rose estava na entrada do vulcão que servia de forja para Bismuto criar as armas que as Crystal Gems usavam. A entrada estava aberta, então Rose foi entrando. Ao entrar, ela percebeu que ela estava falando com Thanos, uma versão ligeiramente mais jovem dele, não mais que dois ou três anos mais jovem. Bismuto parecia parabeniza-lo por algum motivo.

(Bismuto): Meus parabéns, Thanos! Você aprendeu até que bem rápido para um humano.

(Thanos): Obrigado, obrigado. Eu sei que sou muito bom no que faço.

(Bismuto): Agora, você só precisa ir atrás do seu próprio material e fazer as armas do seu jeito.

(Thanos): Isso que é foda, né? Conseguir um material bacana...

(Bismuto): Olha, o mais eficiente é você explorar destroços de naves. As melhores peças saem das salas de comando: baterias, engrenagens, placas de comando...

(Thanos): Ah, tô ligado...

Thanos não parecia muito animado com a ideia de sair revirando destroços gems em busca de material. Enquanto olhava aleatoriamente a Forja, acabou encontrando um espelho largado por ali.

(Thanos): Whoa, um espelho? Essa paradinha não é meio cara não?

(Bismuto): Espelho? Isso aí é um dispositivo de interrogatório.

(Thanos): Como assim?

(Bismuto, apontando para um engaste na costa do espelho): As gems de Homeworld pegam uma gem que querem interrogar e botam a pedra dela aqui. Aí ela responde todas as perguntas que lhe são feitas... presumindo que ela tenha as respostas.

(Thanos, sorrindo): Tá dizendo que esse bichinho aqui força as gems a fazerem o que elas não querem?

(Bismuto): De certa forma, sim...

Thanos começou a sorrir de um jeito muito estranho, como se tivesse acabado de ter a ideia mais brilhante de sua vida.

(Thanos): Bom, digamos que eu acabei de ter uma ideia.

(Bismuto): Qual foi a ideia?

(Thanos): Se der certo, eu te conto. Mas e aí, você quer quanto pelo espelho?

(Bismuto): Pode levar. Eu havia trazido para usar em interrogatório, mas tu sabe como é a Rose. Ela não gosta dessas coisas. Acho que você vai ter mais oportunidades para fazer bom uso que eu.

(Thanos): Ô, se vou...

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Rose se viu novamente rodeada por um vazio negro, deixando claro que era outro sonho de Thanos.

— A todas as gems de Homeworld que estiverem me ouvindo! Entreguem-se, e eu prometo que suas vidas serão poupadas!

Rose reconheceu a voz de Thanos e correu em direção a ela. Duas gems apareceram, com as mãos erguidas em sinal de rendição.

(Thanos): Olaf, amarra elas, por favor.

Olaf apareceu detrás do grego e obedeceu a ordem, enquanto ele continuou gritando.

(Thanos): Eu sei que tem mais de vocês aí! Pelo menos 30 de vocês! Saiam logo, e não matarei você!

— Papo furado! Você vai estilhaçar todas nós – Rose ouviu o grito de uma rubi.

(Thanos): Porra, eu poderia ter feito isso antes de vocês virem se esconder aqui!

O grego disse isso apontando para a saída da caverna, atrás dele, de onde uma coluna de fumaça se erguia do que antes era uma base gem. O grego não teve nenhuma resposta depois disso.

(Thanos): Se eu entrar aí, vou quebrar TODO MUNDO no soco!

Sem resposta.

(Thanos, cochichando para si mesmo): Taquipariu... Erik, toma conta dessas duas aí. Baleog, Olaf, venham comigo! A regra é simples: não estilhacem as vagabundas! Agora, avancem!

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(Erik): Para quê você quer elas inteiras, afinal de contas?

(Thanos, carregando um saco nas costas): Ah, é para ver uma coisa. E também servir de presentes, né? Elas são joias, no final das contas. Quem não gosta de joias?

(Erik): Tem certeza de que elas não vão voltar à forma original nesse saco?

(Thanos): Fica frio... Ah, e botem as duas que se renderam no saco também.

(Peridote rendida): Ei, você disse que não ia estilhaçar a gente!

(Thanos): E não vou.

Thanos quebrou o pescoço da peridote girando-o em 180°, como se não fosse nada. Olaf, por sua vez, enfiou o punho no estômago da segunda gem, uma pérola, atravessando a forma física dela.

(Thanos, mostrando um pote): Coloque ela aqui.

(Olaf): O que é isso?

(Thanos): É piche. Eu descobri que elas não conseguem voltar à forma original se as pedras estiverem comprimidas por uma matéria densa.

Olaf fez como Thanos disse.

(Thanos, entregando um saco de ouro para cada viking): Bom trabalho, amigos. Aqui está o pagamento prometido. Vejo vocês na próxima.

Novamente, o sonho de Thanos mudou de ambientação. Agora Rose se viu dentro de uma forja, mas não era a forja da Bismuto. Era algo construído pelo próprio Thanos. Ele martelava uma chapa de metal, que brilhava incandescente. Ele serrava, lixava, martelava, e fazia várias outras coisas.

(Thanos): Ok... teste número 1.

Thanos pôs, em seu dedo, um anel com engaste vazio. Então, voltando-se para seu saco de gems, ele pegou a pedra de uma Rubi e a encaixou. Estendendo a mão para um alvo de madeira, ele sentiu o anel se tremendo, até que o engaste quebrou e a Rubi recuperou sua forma física, gritando histericamente.

— AAAAAAAHHHHHHH!!!

(Thanos, frustrado): Buceta!

Thanos pegou uma lança e atirou na rubi, poofando-a antes que ela entendesse o que estava acontecendo. Ele pegou a pedra e a trancou em piche outra vez.

(Thanos): É, não é como se eu fosse acertar de primeira!

Mais transição de tempo, mais trabalho. Sentado em uma mesa, com olhos meio fundos, olheiras e uma barbinha rala.

(Thanos): Teste 289... Meu pai Odin... Talvez eu tenha demorado um pouquinho para fazer esse teste porque desmaiei de cansaço por, deixe-me ver. Era de noite, e agora o sol tá se pondo de novo... umas o quê? Treze horas? Não importa.

Thanos pegou a pedra da Rubi de novo, colocou no engaste do anel e repetiu o processo anterior. Dessa vez, o anel brilho incandescente, fazendo o grego pegar a lança. Mas ao invés da Rubi sair de novo, ele conseguiu disparar uma bola de fogo.

(Thanos): Hã?

Ele fez de novo, e conseguiu de novo. O grego passou a mão no cabelo bagunçado e não pôde acreditar quando conseguiu disparar a bola de fogo pela terceira vez.

(Thanos): CARALHO, EU CONSEGUI!!! PORRAAAA, VAI SE FUDER, PROMETEU!!! EU CONSEGUI FAZER O MESMO QUE TU, E MEU FÍGADO AINDA TÁ INTEIRAÇO!!!

Thanos sentiu uma pontada na barriga.

(Thanos): Ai, tá bom, não tão inteiraço assim!

Thanos pegou o odre de cerveja e jogou no chão... mas depois voltou para tomar um último gole. Ele merecia.

(Thanos): Bom, agora vamos trabalhar mais um pouquinho... depois de um cochilinho...

Thanos fechou a porta de sua forja, deixando tudo escuro.

(Thanos): Onde é que tá minha cama mesmo?

Thanos abriu a porta de novo. Mais tempo já havia se passado.

(Thanos): Vejamos o que eu já consegui...

Ele agora tinha mais anéis. Quatro deles, cada um controlando um dos elementos: água, terra, fogo e ar. Ele conseguiu invocar pequenas quantidades elementais de cada anel e jogá-las contra os alvos.

(Thanos): Porra, eu já sou o Avatar!

Pegando um gravador gem que tinha roubado, ele começou a falar.

(Thanos): Bom, o Projeto Prometeu teve um bom início. Eu consigo controlar pequenas quantidades de elementos. Estes quatro são os mais eficazes, principalmente a água. Aparentemente, apenas uma lápis-lazúli deve conseguir terraformar metade de um planeta. É mais que o suficiente. Os pontos negativos é que, se eu sobrecarregar muito a pedra, ela fica inativa por um tempo. Preciso achar uma forma de controlar o elemento em maior quantidade e por mais tempo. Mesma coisa nas outras pedras. Por hora, as peridotes mal conseguem erguer uma espada, e fazem isso de forma bem desajeitada. De todo jeito, hoje é dia de ir atrás de mais gems.

(Rose, cochichando para si mesma): Ele tá forçando essas gems a virarem armas?

Thanos pegou outro saco de gems e entrou num teleportador, indo parar na Torre do Mar Lunar.

(Thanos): Bom dia, Garnet. A Rose está?

(Garnet): Sim.

(Thanos): Poderia me levar até ela?

(Garnet): Siga-me.

Thanos foi levado até a Rose.

(Thanos): Bom dia, Rose. Aqui está mais daquelas prisioneiras que eu capturei. Cuide bem delas.

(Rose do sonho): Puxa Thanos, obrigada! Você é bem diferente dos outros humanos! Os outros geralmente só querem saber de estilhaçar as pedras ou de tortura-las.

(Rose real, indignada): Você me enganou esse tempo todo!

Um capetinha surgiu no ombro do Thanos, cutucando ele no ombro

(Capethanos, cutucando com um tridente): É, tu é diferente mesmo! Tu nem pega elas para fazer experimentos torturantes, né? Tudo isso em nome do poder, né? Né?

(Thanos anjinho): Não se preocupe Thanos, você faz tudo isso em prol de algo maior... EM PROL DO PODER ABSOLUTO, SEU FILHO DA PUTA!!!

(O anjinho e o capetinha dando um high-five): A gente vai governar o mundo!

(Thanos): Sabe como é, Rose, eu não gosto de torturar gems por diversão...

(Capetinha): Só por trabalho.

(Anjinho): Ei, é um trabalho duro, mas alguém tem que fazer! Não é como se ele estivesse se divertindo com isso!

(Capetinha): Ah é, e aquela vez que ele tacou a lança na Rubi e, ao invés de poofar de primeira, ela ficou com o espeto no corpo, correndo em círculos? O puto riu tanto que quase morreu engasgado com farinha!

(Anjinho): Parecia um porco sendo abatido!

(Capetinha): O Thanos ou a Rubi?

O Thanos tava ouvindo os dois gargalhando no ombro dele e deu uma risotinha

(Rose): O que foi?

(Thanos): Nada, você não entenderia.

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Thanos agora cavalgava numa campina aberta, com os três vikings, indo atrás de uma nefrita que fugia deles.

(Thanos): Se liga no arremesso do pai!

Thanos acertou a Nefrita, espetando-a e poofando-a.

(Baleog): Isso que foi arremesso! Andou praticando?

(Thanos): Vamos dizer que sim.

(Baleog): Um momento, isso merece uma pintura

Baleog fez uns rabiscos enquanto Thanos posava. Ele iria pintar mais tarde.

(Olaf): Calma aí, a gente quer entrar também.

(Baleog): Quer saber? Eu também!

O Baleog inclusive começou a pintar como se tivesse batendo uma selfie com os amigos.

(Thanos): Agora já deu. Me ajudem a botar elas nos potinhos.

— Um momento, forasteiros!

Um mestiço de egípcio e núbio, vestido em trajes reais e cavalgando com uma comitiva, parou o quarteto.

— O que pensam que estão fazendo?

(Thanos): Ora, caçand... Peraí, Sebek?

Menob apareceu por trás de Sebek

(Menob): Conhecido seu, Vossa Majestade?

(Sebek): Sim, eu o conheci na prisão das gems.

(Thanos): Porra, que papo é esse de “conheci”? É assim que você cumprimenta os velhos amigos? Desce aqui!

Sebek desceu do cavalo num pulo e abraçou Thanos.

(Sebek): Onde você se meteu? Achei que tinham te matado quando você se separou do grupo principal!

(Thanos): Ah, naquele abre e fecha de portões, eu, o Damastor, A Amphitrite e o Atreus acabamos nos separando. Que descansem em paz...

(Sebek): Ninguém sobreviveu?

(Thanos): Amphitrite e Damastor conseguiram, mas eles acabaram morrendo depois num ataque gem.

(Sebek): Entendo bem sua dor, amigo. Meu tio Menkara morreu na fuga.

(Thanos): De todo jeito, fico muito feliz porque você está bem.

(Sebek): Veio aqui para extravasar sua raiva? Me impressiona você não ter estilhaçado nenhuma pedra dessas

(Thanos): Estou utilizando elas em um projeto especial.

(Sebek): Entendo... também guardo gems para usá-las num estudo.

(Thanos): De todo jeito, é um grande prazer lhe rever, Sebek. Agora, preciso ir e cuidar do meu projeto.

(Sebek): Você sempre será bem vindo em Ahkvata, minha cidade.

(Thanos): Você tem uma cidade?

(Sebek): Sim. Quer descansar lá para seguir viagem?

(Thanos): Ah Sebek, não sou mais como antigamente. Eu tenho trabalho a fazer.

(Sebek): Lá tem bares e bordeis...

(Thanos): Porra, o trabalho pode esperar. Que homem diz não pra uma puta e uma pinguinha?

(Erik): Já dizia o sábio, deixe seu trabalho para última hora, quando estiver mais velho, logo, mais sábio.

Algum tempo depois, Thanos saiu do palácio, saudando seu amigo.

(Thanos): Tchau Sebek, foi muito bom te rever! Até a próxima!

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(Thanos, de volta ao palácio): Sebek, eu volt... Caralho, a Merit também tá viva!

(Merit): Thanos!

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(Thanos): Eu voltarei semana que vem, Sebek!

(Sebek): Espere, Thanos! Você já considerou ficar em Ahkvata e trabalhar para mim? Eu vou pagar bem.

(Thanos): Olhe, atualmente estou mais focado no meu estudo, mas se ficar aqui não me atrapalhar em nada, não vejo problema.

Depois que Thanos se retirou, Menob apareceu de trás de um pilar para falar com Sebek

(Menob): Sabe, rei Sebek, não gosto desse Thanos.

(Sebek): Fique calmo, você verá que Thanos é muito mais promissor do que ele aparenta ser...

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(Thanos): SEBEK, EU TIVE UMA IDEIA!!!

(Sebek): Que ideia?

(Thanos): ESQUADRÃO PLATINA!!!

(Sebek): Você andou bebendo de novo?

(Thanos): Eu SEMPRE estou bebendo!

(Merit): E o que seria esse “Esquadrão Platina”?

(Thanos): Um Esquadrão especializado de Ahkvata, para missões de alta periculosidade.

(Menob): Não vai dar certo.

(Thanos): Por que não?

(Menob): Você é um bêbado! Não dá conta nem de cuidar do próprio corpo, imagine de um Esquadrão!

(Thanos): Escuta aqui, seu bostinha! Não precisa se preocupar não! Não é como se tu fosse participar dele.

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Sebek agora estava em pé, e não sentado no trono. Ele abriu o portão para receber os recém-chegados

(Sebek): E então, como foi a missão?

(Merit): Um sucesso total! Defendemos a base Tokugawa com grande êxito!

(Menob): Você nem consegue acreditar! Quando eles viram que os reforços consistiam em apenas nós seis, eles acharam que era um deboche! Mas quando nós viramos o jogo, eles nos reverenciaram e tudo mais!

(Sebek): Então temos aliados novos, certo?

(Thanos): Cara, isso é o de menos! Olha o que eles me deram!

Thanos tirou o Samurai de dentro de um saco(?)

(Sebek, espantado): Quem é esse cara?

(Thanos): EU TAMBÉM NÃO SEI!!!

(Merit): PORRA, por que você está com o Shigeaki dentro de um saco?

(Olaf): O cara tava toda hora com aquele papo de “não me deixe aqui”, “tenho que terminar com a minha peregrinação”, blá-blá-blá...

(Thanos): Não, ele disse “me bote dentro de um sacão!”

(Olaf): Não, ele disse “peregrinação”!

(Thanos): Porra, eu não entendi direito porque tava bêbado! Eu boto o cara num sacão e vocês não falam nada?

(Erik): Mas eu te falei, só que você veio com aquele papo de “Não, agora só falo em japonês! Se dirijam a mim em japonês! Xing-Xong-Fu!”

(Baleog): Eu não entendi nada, então não questionei ele botando um japa aleatório de pijaminha num saco!

(Menob): PORRA, não é um japa aleatório! Ele é o herói de guerra que nos ajudou na batalha!

(Thanos): Mas vários irmãos gêmeos dele nos ajudaram na batalha! Acha que é fácil saber a diferença entre todos eles?

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Após vários cortes de ambientação abruptos, Rose agora estava em outro lugar: estava em Yuria. Ela se lembrava dessa batalha. Foi a primeira batalha em que ela lutou lado a lado com Sebek. A batalha já havia acabado.

(Thanos): Eu quero 100 homens naquela nave para me ajudar a remover o reator!

(Sebek): O que você está fazendo? Tem a ver com suas armas?

(Thanos): Pode ter certeza que sim, filho da puta! Dessa vez, vou vir com algo mais poderoso do que você jamais viu!

(Sebek): Oh, estou ansioso para ver isso!

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Trilha sonora: https://www.youtube.com/watch?v=Uo-dsGe3Quc

Rose se viu teleportada outra vez, agora para uma forja. Mas não uma forja precária como a da primeira vez, e sim uma forja complexa e bem aparelhada.

(Thanos, pegando o gravador): Finalmente, o Projeto Prometeu está no seu ápice! Durante muito tempo de estudo, eu consegui ter uma noção de como criar os melhores anéis, engastes e todo um sistema complexo que me daria o melhor proveito do que as gems poderiam me oferecer. Porém, eu não me contentei com o poder ralo de uma só pedra. Aquilo não era suficiente para fazer frente ao poderoso exército das Diamantes. Eu precisava de mais. Então, pesquisando muito a respeito das gems, eu descobri que existe um sistema complexo relacionado a elas, como se fosse uma espécie de anatomia delas. Eu descobri que posso compacta-las, fundi-las, e combinar os poderes delas em um controle elemental muito cima do esperado. A consciência delas não se dedicaria agora a uma forma física, pensamento ou qualquer outra baboseira. Agora elas seriam energia pura. Pura e elemental.

Thanos tirou, de seu anel, uma pequena drusa, onde podia se ver três rubis presas uma a outra, como gêmeas siamesas.

— Não preciso mais disso – Ele disse logo antes de estilhaçar a pequena drusa. Então, pegou cerca de quinze rubis, e iniciou um trabalho maciço de lapidação: serras, brocas, lixas, até que as pedras parecessem pecinhas de quebra-cabeça, se encaixando umas nas outras. Porém, agora era algo grande, do tamanho de um punho. Nunca caberia no engaste de um anel. Então, o grego carregou aquela drusa para uma espécie de cápsula, que parecia um pouco antiga.

(Thanos): Não preciso mais de você, velha amiga.

Thanos levou então a drusa para o reator que ele havia resgatado da nave, modificado em diversos aspectos, mas ainda reconhecível. Ele colocou a drusa num compartimento. Ligando a máquina, ela fez muito barulho e soltou fumaça e brilho. Sons estridentes saíam de dentro da máquina. Alguns eram perturbadoramente semelhantes a gritos humanos.

(Rose, levando as mãos ao rosto em horror): Thanos... o que você fez...?

Thanos tirou, da máquina, uma versão miniaturizada da Drusa. Pôs ela em um anel e começou a usá-la. Raios de fogo dançavam pelo ar, em uma intensidade avassaladora. Ainda assim, ele removeu a pedra, olhou-a e disse secamente:

— Não está perfeita.

Então a colocou numa máquina de análise. A máquina acusou falhas na estrutura e no processo de refinamento. Frustrado, ele esmagou a pedra com seu punho.

— De novo.

Mais lixamentos, mais brocas, mais serras, mais fracassos.

— De novo!

A máquina voltou a ser ligada, os vapores estavam começando a encher a sala. O brilho e o calor eram tão intensos que a máquina parecia que ia explodir a qualquer momento.

— DE NOVO!!!

Os gritos ficavam cada vez mais altos. Era algo perturbador de se ouvir! Rose quase não conseguia aguentar ver aquelas gems sendo torturadas daquele jeito! Por fim, mais uma drusa recém-lapidada saiu da máquina.

(Thanos): Na sexagésima tentativa... eu consegui... minha preciosa!

Segurando a pequena drusa, Thanos correu para um lugar onde estava uma coberta. Ele a removeu, revelando aquela que seria sua armadura marca registrada, ainda inacabada.

(Thanos): Vai ser mais difícil ainda fundir as jaspes com as peças de metal dessa armadura, que será meu poderoso escudo protetor. Mas, eu já tenho uma noção de como farei isso.

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Thanos fez dez anéis, usando o mesmo procedimento. Ele colocou os dez anéis, um em cada dedo das manoplas de sua armadura. Cada anel tinha a joia-drusa coberta por uma pequena esfera de metal, que a mantinha escondida.

(Thanos): É perfeita...

(Rose, se erguendo furiosa): O QUE VOCÊ FEZ, THANOS???

Surpreendentemente, Thanos se virou e a encarou.

(Thanos): Eu mudei os rumos dessa guerra.

(Rose): V-Você está me vendo?

(Thanos): Me encontre na minha antiga forja. Fica numa montanha, não muito longe de Mênfis. Você sabe onde é, afinal, você andou xeretando minhas memórias.

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Rose acordou sobressaltada. Aquele pesadelo não havia acabado ainda.


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Notas finais do capítulo

Mais de 12.000 palavras... o capítulo mais longo da história... literalmente! Estou há um tempão sem postar, então é justo que eu compense dessa forma. A história está se aproximando de seu grand finale. Agora só faltam mais duas grandes batalhas. Além do mais, outro grande plot twist virá no próximo capítulo, então continuem acompanhando a história.

Peço perdão se não estou lendo os comentários mais recentes. É que ultimamente eu arranjei um jeito de ficar bem ocupado com essa e outras histórias.



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