As Crônicas de um Jarl Apaixonado escrita por Sir Eric von Liechtenstein


Capítulo 4
A Batalha de Saint Diniz




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Eu, o narrador, sou uma Valkyrja que a tudo observa nessa guerra.

Após a explosão do portão houve gritos, em tom de vibração e comemoração. Era o início da batalha de Saint Diniz.

As guerreiras de Brida romperam a formação como bestas feras sedentas por sangue, não temeram as chamas do portão e invadiram a fortaleza, elas lutavam sem escudos apenas com dois machados. Eram ágeis e selvagens. Correram desordenadamente. Os francos a estavam esperando em duas fileiras de soldados. Uma fileira de besteiros que abateu metade das guerreiras de Brida. Atrás dele estava o elemento surpresa da defesa francesa.

Ericsson levantou suas bandeiras negras para seus homens estarem em posição. Saíram trezentos homens pintados de preto com escudos negros, marchando em parede de escudo, cantando ofensas aos francos. Eles avançavam como uma tartaruga negra armada com machados e sax.

Harold abandona a formação com seus soldados e entra antes do esperado para socorrer Brida. Elas morreram aos montes enquanto avançavam, as setas castigavam os homens de Leif e os do Ericsson. Harold e Brida ao chegarem perto da fileira de besteiros viram-nos recuar para retaguarda, e os homens fizeram uma formação parecida com uma parede de escudos mas totalmente formada por lanças. Brida perdeu mais da metade de suas guerreiras, que atacaram em carga, para os lanceiros francos. Harold chegou e fez sua shieldwall na vanguarda poupando Brida de mais perdas.

Ericsson, ao ouvir os gritos, avançou correndo com seus homens para ver o que estava acontecendo. Ao chegar lá ele viu Brida, vários corpos mortos ao chão e perguntou o que estava acontecendo.
—Eles tem defesas muito fortes, uma linha de lanceiros e besteiros na cobertura. Respondeu ela.
—Harold, eu vou romper a linha deles e todos vocês avançam juntos- Disse Ericsson a Harold que estava ao fundo da shieldwall.

A parede de escudos abriu passagem para ele, ele saiu correndo em direção aos lanceiros chegando perto ele arremessou o machado na testa de um, antes mesmo de renovarem a formação ele salta chutando a cabeça do soldado que estava abaixado e imóvel com a lança na formação dos francos. Pegando o sax, ele corta dois homens ao lado, quebrando a formação inimiga e cai no chão. Um franco tenta estoca-lo mas ele segura a lança antes bloqueando o golpe. Quando ele tenta se levantar, os homens de Harold pegam os inimigos desorganizados pelo ataque solitário. As guerreiras de Brida mutilaram os feridos deixando-nos morrerem lentamente. Elas tomaram a vanguarda e foram com todo ímpeto contra os francos.

O portão estava ganho.
—Harold, Brida ganhem o paço da cidade, eu vou com meus homens ganhar as muralhas para chamar o Kalf e Leif em nosso apoio- ordenou Ericsson. Que foi adentrando nas escadas internas dos muros com seus homens. Os francos do portão estavam a descer em apoio aos companheiros quando deram de cara com os homens negros. Ericsson fervendo de ira, parte em um ataque monstruoso contra os 60 besteiros na escada, seguido por seus homens. Ele estava enfurecido, parecia um flagelo de Deus contra o reino de Frankia. Os que ele não matou, seus homens davam conta. Os feridos? Eles jogaram do alto dos muros dos portões. Ao sinalizar Kalf com suas bandeiras negras, eles entram a cavalo pegando por de trás os francos que cercavam Brida e Harold em frente à abadia da igreja. A vitória estava próxima. Mas ainda faltava os muros onde besteiros escolhiam os alvos, derrubando a cavalaria e impediam a entrada de Leif no combate.

Kalf fora atingido no rosto e morreu, seus homens recuaram. A batalha no paço parecia perdida. As fortificações do portão estava ganha, restavam o muro oeste que segurava o avanço do Leif e de ir apoio aos besteiros que cobriam os lanceiros no paço.
—Homens vamos ao muro oeste em ajuda do Leif- Gritou Ericsson
Eles foram correndo para o muro oeste. A fileira reserva de besteiros os viu e os recebeu com uma saraivada de setas que mataram os primeiros homens de preto.
—Avante em shieldwall- Ordenou Ericsson-Esperem a próxima onda de setas e ataquem com toda fúria- deu a última ordem já dentro da parede de escudos. O ritmo alucinante das setas contra os homens de Leif diminuiu, ele perdera quinze homens para sustentar uma posição defensiva. Iria ser dizimado se não fosse pelo apoio do Jarl.
—Agora homens, queimem os barcos e vamos matar uns francos- gritou Leif.

Ao ver a fumaça dos navios, Ericsson sai da formação e em um ataque furioso derruba dois besteiros do alto dos muros com um empurrão. Bate com o escudo na cara de outro que cai no chão, seu machado começa a acertar os crânios de vários homens, sangue se misturava a tinta preta em seu rosto, seus homens o seguiram atacando com a típica fúria dinamarquesa.

Os muros estavam ganhos. Restava apenas o paço.
Lá onde ainda restava metade da guarda da cidadela que encurralou Harold e Brida na entrada da abadia. Harold protegia Brida e suas guerreiras em uma grande parede de escudos que estava quase cedendo às setas vindas da retaguarda franca. Seria um massacre. Ao descer dos muros Ericsson vai de encontro a Leif, no portão.
—Se atacarmos os besteiros, os lanceiros massacram nossos aliados. Precisamos contornar o paço e atacar a infantaria inimiga por trás, aí nossos amigos teriam a linha de frente livre para uma investida violenta e quem sabe vencermos- Disse ao Leif
—Concordo, teremos que fazer em profundo silêncio e não se perder na cidadela
—Vamos andando sem desespero e sem correria, quando chegarmos ao flanco deles tu saberás, se tudo der errado, vejo-te em Walhalla meu amigo- eles deram as mãos e se separaram. Homens de preto a oeste e homens do Mjölnir a leste.

Ericsson e seus homens chegaram ao paço em tempo, Leif, não.
—Jarl e agora o que faremos?- perguntou um dos soldados
—Vamos entoar nosso canto de guerra, bater os machados contra os escudos, matar uns francos
—Mas isso irá atrair o grosso do exército para nós.
—Sim e nós temos o sagrado dever de resistir até Leif chegar e os pegar por trás, enquanto isso resistiremos em um só escudo, em um só sax, um só machado- Finalizou o Jarl e gritou fortemente depois:
—Para Walhalla.
Os homens bradaram fortemente juntos e começaram a bater seus machados contra os escudos e entoaram o sagrado canto Viking:


"Em pé como uma quilha virada
Subam com o coração de aço
Gelado é o borrifar do mar
Quando a morte se aproximar
Com donzelas te deitarás
Todos um dia morrerão"

Os francos escutam e se voltam contra o contigente do Jarl que estava a montar sua parede de escudos. Brida salta da parede de Harold, quebrando a formação para atacar os besteiros que ficaram desprotegidos, seguida por suas valentes guerreiras. Harold e seus homens, esgotados de se defender das setas não aguentam mais o combate, cambaleando vão em apoio à Brida. Quando os lanceiros atacam em carga a parede de Ericsson, Leif chega ao flanco leste.

O confronto do paço decidirá a batalha.


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