Inesperado escrita por Elisianes


Capítulo 8
A Volta


Notas iniciais do capítulo

Olaaa!! Primeiramente, desculpe o atraso. Estou com avida muito corrida, e o tempo parece que diminuiu, só pode, hahaha Mas enfim, chega de demora, segue cap. Beijos. :*



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–Como assim? Eu… Eu não estou entendendo.

–Sakura, você lembra da nossa conversa na cafeteria?

–Foram tantas, Kakashi. - disse em um meio sorriso.

–Sobre meu amor de verão.

Eu olho pra ele ainda um pouco confusa, mas em poucos segundos me vem na memória sua história.

–Lembro. Mas o que isso tem a ver com a epidemia?

–Sakura, minha filha, a mulher em questão, é Shia. Ex de Kakashi. Nós tínhamos pegado seu relatório laboratorial e outras anotações suas sobre a suspeita que você tem da doença ser um jutsu medicinal, e desde ontem a noite estamos pesquisando sobre isso, junto com os relatórios mais recentes feitos por Kakashi. Os exames que você tirou mostrou indícios de jutsu, e eu analisei eles mais uma vez com uma técnica secreta e juntando com os outros fatos, concluímos que realmente é um jutsu. Você estava no caminho certo!

–Mas… Mas como vocês chegaram nela?

Me viro pra Kakashi mais uma vez. Aquela história pra mim estava muito mal contada. Como, que do nada ela desvenda isso tudo e ainda sabendo quem é o possível responsável de tal fato?

Kakashi e Tsunade se entreolharam e como se ele pedisse permissão pra que pudesse contar-me algo, Tsunade acena positivamente sutilmente e Kakashi se vira mais uma vez pra mim.

–Vou te contar desde o começo, pra que você entenda sem maiores dúvidas. Ontem a noite, quando tinha me despedido de você e estava a caminho de casa, senti uma presença conhecida, mas ao mesmo tempo, não decifrável. Sabia que estava me observando, mas continuei caminhando calmamente pra meu apartamento, sem abaixar a guarda. Pouco antes que chegasse, uma mulher apareceu na minha frente…

“-Olá, Kakashi. Quanto tempo, não é mesmo?

–E eu te conheço?

–Ha.. Como se você pudesse esquecer.

Levanto uma sobrancelha em questionamento. Se alguém como ela tivesse passado na minha vida eu, com certeza, não esqueceria tão facilmente.

–Você se esqueceu de mim, Kakashi? Depois de tudo que passamos juntos?

Ela se aproxima rapidamente de mim, ficando a meio centímetro de me tocar. Se fosse em qualquer outra situação eu a atacaria, mas seu o cheiro, sua voz, o sussurro dela, me trouxe a memória.

–Shia?

Disse com os olhos abertos e com a voz embargada. Não era possível, era? Depois de anos, ela ainda poderia está viva, eu sei, mas nunca pensaria que poderia está de volta.

Ela sorrir largo, mas aquele sorriso não era, nem perto, os lindos sorrisos que ela um dia tivera: Sinceros, radiantes, amáveis! Agora se mostrava: cruel, frio, triste.

–Finalmente.

Ela disse tocando em meu rosto. Minha mão segue até a dela, e por um curto momento pude ter a sensação que ela gostou do toque, e aquele olhar gélido ganhou um pouco de brilho, porém, não foi o suficiente pra que a simples sensação fosse dada lugar a verdade.

Ela se afastou bruscamente de mim e sua postura virou hostil.

–Venho dar uma aviso pra vocês da Folha. Parem de tentar combater meu trabalho, pois nunca conseguirão. Não tem falhas, não tem brechas. Foram anos e anos aqui nessa vila mesquinha pesquisando e usufruindo de pessoas hipócritas de seus poderes dentro de um governo falido. O resultado não poderia ter sido melhor.

–Você… Shia, não me diga…

–Sim. Eu sou responsável por essas mortes, por essa doença. E ninguém, muito menos aquela projetil de médica conseguirá vencer algo tão grande como meu jutsu. Se vocês continuarem com isso. Tentando parar minha caminhada, irei ter que lutar contra vocês.

“Como ela sabe que Sakura está tentando algo? E quem ela pensa que é pra poder falar assim dela?”

Ela começa a andar nervosa. Pelo menos algo nela não mudou, mesmo depois de todos esses anos: Sempre que ela fica nervosa ou impaciente, ela começa a falar andando e gesticulando com as mãos.

–Primeiro, vocês não tinham o direito de se meter na vila onde eu estou atuando. Já prejudicou nosso progresso começando ai. Segundo, ninguém, nem mesmo Tsunade, tem poder contra mim. Portanto saiam do meu caminho, ou sofram as consequências. Entendido?

–Eu só não entendi uma coisa nisso tudo.

“Eu não poderia perder a oportunidade. Mesmo depois de todo esse tempo, essa dúvida ainda se fazia presente em mim.”

Ela me olha pensativa. Sabia que eu não falaria nada relacionado ao que ela confidenciou a mim. Afinal, ela me conhecia muito bem. Pelo menos era o que demonstrava, na época que estivemos juntos.

–Não entendo o motivo que você me deixou sem ao menos uma explicação plausível pra que eu pudesse engolir. Poderia me dar ao menos essa explicação, dessa vez.

Ela abaixa a cabeça por uns instantes. Não durando muito, olha novamente pra mim, com os olhos, aqueles que eu há muito não via, mas era de uma intensidade linda e impactante. Tomando o lugar do que antes fora, um olhar distante.

–Me desculpe Kakashi. Mas eu tive que fazer isso. Eu já havia testando meus experimentos por algum tempo. Um certo ninja me ajudou...

“Orochimaru…” - pensei

–Mas estava muito ligada a você, e o que eu precisava fazer, não me dava o privilégio de ter uma vida contigo, muito menos, ter uma vida. Por isso quando percebi que você queria algo, de fato, sério, eu desapareci. No processo, a mesma doença que atingiu meus pais, descobri que estava me atingindo, eu, com ajuda de uns médicos consegui com muito custo uma cura, mas a raiva foi tanta, que eu não contive, e compartilhei meu vírus com todos de uma pequena vila. Não poderia entender, por que uma doença como essa é existente num mundo como esse. É algo contaminador. Devastador e acima de tudo, machuca a gente. Eu sinto muito em ter terminado daquela forma. Mas você merece muito mais. Alguém muito melhor que eu. E espero que seja feliz, mas pra isso, preciso que fique fora do meu caminho, se não, eu mesma faço da vida de vocês um inferno.

Nessa última fala, ela simplesmente, desaparece.”

Sem muitos detalhes, Kakashi me conta parte da história. Digamos, o necessário pra eu entender naquele momento. Como se ele pudesse me enganar. Ainda tinha muito caroço naquele abacate. Mesmo que não ajudasse tanto.

–Eu… Estou confusa, Kakashi.

–Sakura…

–Não! A mulher que você contou é a causadora de todo o sofrimento que há semanas estamos tentado tratar sem avanço nenhum?

–Sim.

–Por que?

–Eu não sei Sakura. Ela somente me contou o que acabei de te falar.

–Ela é uma maluca? Ela tem gosto em compartilhar sua doença com os outros, pelo simples fato que ela conseguiu se curar e seus pais não? E por isso, outras pessoas não merecem viver?

–Sakura…

–Não, Tsunade… Isso é doentio. É... cruel.

Eu não posso deixar que isso continue. Tenho que achar uma brecha. Um jeito. Ela não pode mais matar pessoas inocentes por nada. NADA! Estou com tanta raiva que poderia matar mil homens agora mesmo.

–Se acalme Sakura, por favor. Isso não ajuda em nada.

Tsunade estava me segurando pelo braço firmemente, enquanto Kakashi em tom apaziguador estendia suas mãos em minha direção, me acalmando. Eu não entendi o motivo até ver minha própria cadeira, que antes eu estava sentada, estilhaçada no chão do outro lado da sala.

Você precisa se recompor, garota. Assim, nunca conseguirá resultados bons, muito menos derrotará essa monstra da Shia.

Pensando nisso, controlo meu chacra que estava agitado sem ao menos perceber, e sinto Tsunade me soltando vagarosamente, mas Kakashi continuar com suas mãos estendidas pra mim. Aquilo serviu como um convite, que sem exitar aceitei.

–Eu vou derrotá-la, Kakashi. Você verá! Ninguém mais precisa se machucar.

Estava abraçada nele. O tom usado era confiante, mas a frase, tinha um duplo sentido que Kakashi entendeu muito bem.

–Eu sei, pequena. Eu sei. Obrigado!

***

Dormir depois de todos aqueles acontecimentos não era o que poderia ser feito. Estou aqui, a horas rolando pra um lado e para o outro, e nada que o sono chegue. Eu não queria admitir, mas a volta de Shia tão repentinamente, me afetou. Esse assunto sempre foi inacabado pra mim, eu sempre me senti um rejeitado, e desde que ela me deixou, venho tentado ter algumas respostas sobre isso. Tê-la novamente perto de mim, me deu alegria, mas saber que ela era a vilã em questão, me trazia raiva.

Raiva, que ela esteja aqui só pra trazer dor e sofrimento a pessoas inocentes.

Raiva, por ela nunca ter me dito que tramava esses experimentos a minhas costas.

Raiva, pois nunca descobri nada.

Raiva, por ela ter me enganado desde o começo e talvez ter até me usado dentro das minhas regalias na ambu.

Raiva! Raiva, pois ainda sinto algo que eu já tinha esquecido a bastante tempo.

Desisto de tentar dormir e me levanto. Ando até a janela bagunçando mais ainda meus cabelos numa tentativa frustrada de respostas. A poucos dias estava começando a me relacionar de verdade com Sakura. Um relacionamento mais que mero sensei e aluna. E agora isso. Parecia um carma.

Estou literalmente confuso. Se antes já estava, agora estou ainda mais. Meus sentimentos pela Sakura ainda estão mal resolvidos. Não tenho plena certeza se o que eu sinto, não é só amor professor e aluno, companheiro. Ou sentimento de reconhecimento pelo crescimento e triunfo que ela está tendo sempre em sua vida. Só sei que eu sinto algo por ela, e preciso urgentemente resolver isso.

Shia ter chegado nesse momento, não foi nada ideal. Só me confundiu mais ainda, trazendo a tona sentimentos antigos guardados a sete chaves dentro do meu coração. Óbvio, que eu pensei nisso tudo muitas e muitas vezes, na possibilidade de algum dia reencontrá-la, mas não esperava que fosse nessas circunstâncias e não tão de repente.

Sem perceber, estava eu andando descalço pelas ruas de Konoha. A escuridão fazia que ela tivesse uma beleza peculiar sobre os olhos da lua. Que iluminava pontos estratégicos, trazendo um ar de mistério e aconchego ao mesmo tempo. Não demorou muito, avisto uma cabeleira rosa avoaçante perto onde estava. Ela estava com um roupão rosa de tecido fino, cobrindo até metade das canelas, pantufas, e coincidentemente embaixo de uma cerejeira.

–Acho que não fui o único a ter a ideia de olhar a lua.

–Kakashi-sensei.

Como esperado, ela já tinha percebido minha presença. Me aproximo e paro ao seu lado, acompanhando o olhar fixo dela na lua.

–A lua está muito linda hoje.

–Está sim.

–Estava pensando, Kakashi. Acho que já posso voltar a treinar. Meu chacra já voltou ao seu estado normal e…

–Sakura.. Não se precipite. Você sabe melhor que ninguém, que se isso fosse verdade ele não tinha se descontrolado tanto que nem na sala da Hokage.

–Você tem razão.

Pousou-se um silêncio incomodo entre nós, parecendo anteceder algo que viria depois.

–Kakashi…

Ultimamente ela me chama mais pelo nome, do que por sensei.

–Diga.

–O que sentiu quando viu Shia novamente?

Olhei pra ela surpreso. Não espera uma abordagem tão direta. Mas aparentemente, Sakura não gostava mais de rodeios, pelo menos, sabia ser direta quando queria.

–Bom…

–Você me disse que gostava bastante dela, e que ao saber da sua partida seu coração se despedaçou. Era amor de verdade, não de um simples verão. E pelo jeito que dizia, parecia recíproco, não havendo motivos dela te abandonar sem mais, sem menos. Eu… Eu só quero entender o motivo dela ter abandonado um homem como você.

–Sakura…

“Um homem como eu?”

–Kakashi... Amuito tempo venho tentando superar a partida de Sasuke, e as vezes, mesmo depois de tanto tempo, parece que a presença dele é tão forte, que é como se ele estiver comigo, aqui. Mas o sentimento antes, de amor, carinho, hoje é de puro medo. Medo que ele de repente me perfure o peito. Medo que ele ataque a vila. Medo que ele surte novamente e queira destruir o que mais amo. Quem eu mais amo. A reciprocidade tão esperada, no meu caso, não existe, sendo viável o abandono de um de nós, por exemplo. Mas vocês… Foi diferente. Ela te amava. Com certeza. Da mesma forma que você a ela. E ela deixar você assim, não faz o menor sentido.

Suspiro cansado.

Sakura tinha toda razão. Mas como dizer tudo a ela nos detalhes mais íntimos da minha vida?

–Vem. Vamos sentar aqui.

Indico um banco de madeira, ainda debaixo da árvore, nos sentamos. Não sei como começar. Com o que começar. Mas Sakura merecia uma explicação melhor que foi dada na frente de Tsunade.

–Sakura, serei sincero em todas as minhas palavras, mas você me conhece tão bem quanto eu, sabe que não sou bom em compartilhar momentos mais íntimos meus, por isso, paciência.

Ela concorda com a cabeça. Observo sua expressão, serena, porém carregada de curiosidade e uma leve tristeza. Tomo mais um ar pelas narinas e a coragem necessária e começo a falar do encontro da última noite, porém, sem filtros dessa vez, disse tudo.

–Enfim, ela me disse que não poderia ter uma vida comigo. Pelo jeito, seus experimentos, seu trabalho foram mais importantes. Por isso me deixou. E hoje, por ironia do destino, ele nos juntou novamente, mas em outras circunstâncias. Ela agora é minha rival, e minha missão é derrotá-la com tudo que podemos ter.

–Mas no fundo você não quer isso.

–Na verdade, eu não sei. É complicado, Sakura. Todo sentimento antes guardado nas profundezas do meu coração, foram soltos de uma vez só em uma única noite. Isso é muito, até pra mim.

Ela sabia que está falando tudo aquilo pra ela era algo extremamente difícil pra mim. Até eu estava me surpreendendo com o quanto que falei. Mas parecia tão certo. Me senti tão leve contando isso pra alguém. Contando isso pra ela. Parece que me entende melhor que ninguém. Como se já estivesse passado por isso tudo.

“Mas realmente você passou por isso tudo, Sakura.”

–Eu te entendo Kakashi.

Ela desvia seu olhar fixos em mim pra longe. Parecia incomodada, distante, pensativa até.

–Sabe, Naquela vez que você me salvou de Sasuke. Quando eu, tola, tentei pará-lo. Depois de tanto tempo longe, sem vê-lo, eu esperava que ele tivesse mudado. Toda nossa vida foi em busca dele e ele nunca retribuiu em nada. Pelo contrário. Ter tentado matá-lo me doeu a alma. Eu o amava. Mas sabia que era o certo a se fazer. Acho que é mais ou menos o que você deve está passando. Só não sabe ainda se continua a amando como naquela época.

–Exatamente. Na verdade, não sei se continuo a amando. Essa palavra é muito forte para se usar assim. Confesso que alguns sentimentos vieram a tona. Mas acredito que isso se deve mais ao modo que terminamos no passado, e ao tempo que levamos a voltar a tocar nesse assunto novamente e a de fato resolvê-lo.

–Entendo. Mas sensei, acho que você deve se resolver logo! Isso pode te prejudicar futuramente. Digo, em relação ao sucesso da missão. Ela mesmo disse que se não parássemos de ir contra ela, ela faria de nossas vidas um inferno. Temos que está preparados. Para tudo!

–Concordo.

Sakura tinha razão. Shia tinha passado na minha vida, mas o tempo dela nela, já tinha se acabado no momento que ela me abandonou. Agora não posso deixar que meus traumas do passado me afete, como muitas vezes já aconteceu. Seguirei o conselho dessa flor de cerejeira e resolverei isso o mais rápido possível.

Sorrio por debaixo da máscara, num alívio. Ter essa conversa com Sakura foi reconfortante.

–Do que está rindo?

“Sakuras!”

–Já reparou embaixo de qual árvore estamos sentados?

Olho pra ela com o brilho da lua a iluminando e a vontade que eu tive era de tirar o pano que a impedia de ver meu rosto, como no jantar. E assim o faço. Abaixo o pano enquanto ela sorria olhando pro alto, reparando nas belas flores de cerejeiras que se penduravam lindamente nos galhos da grande árvore Sakura.

–Ela definitivamente é linda, não é Kakashi?

Ela vira o olhar pra mim, e para instantaneamente. Por uns momentos, não diz nada. Só me observa com aqueles lindos esmeraldinos olhos, com seu brilho característico de menina e de mulher. Uma pinta de sorriso surge em seus lábios, e eu tive que me controlar pra não puxá-la pra mais perto.

–Ainda acho uma pena você esconder esse rosto, Kakashi.

Disse se chegando mais perto, parecendo ler meus pensamentos. Pude sentir o gelado de seus finos e definidos dedos no lado direto do meu rosto. Continuo olhando para ela e a intensidade só aumenta entre nós. Como se uma eletricidade passasse por todo meu corpo pro dela e do dela pro meu. Não me lembro de sentir nada assim com mulher alguma. Nem mesmo com Shia.

Um vento corta nosso contato visual e Sakura se aninha em meus braços se acolhendo do frio. Ela estava com as mãos ombros e braços gelados. Eu a acolho imediatamente, a protegendo ao máximo do vento gelado. Estava na hora de partir. Era sempre assim. Quando as coisas começavam a ficar interessantes, alguma coisa cortava nosso clima.

“Clima...”

–Acho que está na hora de irmos. Já está muito frio.

Eu estava descalço, começava a ficar incomodo com a noite gelada que estava tendo, contudo o contato do corpo dela no meu era quente, aconchegante, alentador.

–Parece que sim.

Disse sem mexer um músculo. Parecendo até mesmo tristonha.

“Não sou o único que não quer desfazer o laço, pelo jeito.”

–Podemos tomar um café juntos amanhã de manhã? Tsunade nos liberou pela manhã. Poderíamos conversar mais. Algum jeito de nos livrar desse jutsu, ou só relaxar trocando conversa fiada. Ou os dois.

Ela se desfaz parcialmente do abraço me olhando de forma animada, com aquele brilho quase saltitante dos olhos. Essa animação repentina dela sempre me fazia rir. Era superengraçado as mudanças de humor da Rosada. Antes que eu desse a resposta pra ela, ela continua.

–Posso me acostumar com essa visão, sensei.

–Como?

Perguntei perdido. Acho que me animei nos meus pensamentos e deixei passar alguma coisa.

–Disse, que posso me acostumar com essa visão.

–Qual?

–A de você sorrindo.

Era raro eles me verem sorrindo abertamente na época do time sete. Isso era novidade pra ambos os lados, na real. Estava me vendo diferente na frente de Sakura. Num misto de liberdade, companheirismo e carinho, mais numa intensidade diferente de antes, como um time.

Sorrio novamente com o pensamento e a fala de Sakura sendo retribuído na mesma proporção. Nos levantamos, devolvo minha máscara para seu devido lugar

–Amanhã as 8h na cafeteria de sempre.

Ela balança a cabeça positivamente com um largo sorriso, nos despedimos com um aceno rápido, mas em nossos olhos uma cumplicidade evidente, nos separamos e voltamos pra casa. A noite parecia ter chegado, emfim pra nós, junto com ela, o sono de uma madrugada fria e gostosa.

***

–Chefe, ainda não entendi por qual motivo voltamos pra essa vila. Você já não deu o recado que era preciso?

–Dei, Niro. Mas precisava saber de algo.

–O que?

–Não te interessa! Vamos! Já vi o suficiente.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?



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