Inesperado escrita por Elisianes


Capítulo 7
Tensão


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, mais um! ♥



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Acordo no meu horário normal de todo dia, estou tão acostumada que nem despertador mais preciso, meu relógio biológico faz muito bem o seu trabalho. Me levanto da cama e me permito lembrar da noite anterior. Sorrio abertamente, passando uma das mãos em minha nuca e a outra estendo a cima da minha cabeça numa forma minha de me espreguiçar. Ainda não acredito que vi o rosto do Kakashi! É minha realização dos meus devaneios de criança, das vezes que eu imaginava como seria o ser por baixo da máscara.

“Haha, com certeza é bem mais bonito que eu imaginei!”

Me obrigo a sair de meus pensamentos pra poder começar a me arrumar. Tomo um bom banho e desço pra tomar meu desejum. Preparo algumas torradas e faço um café bem forte pra me dar o gás pra um bom dia de trabalho. Me alimento, pego meus itens necessários para o dia e saio. No caminho fico pensando como devem está aquelas pessoas, e em como tenho que descobrir logo a causa dessa epidemia, na qual já trouxe muitas mortes.

Ansiosa pra poder chegar logo ao hospital opto por ir pelos telhados, coisa que raramente eu fazia, as vezes quando estava atrasada, mas hoje não era o caso, era só minha mente diagnóstica querendo logo ir trabalhar.

Continuo meu caminho, quando de repente sinto um chacra familiar, como sempre, sinto quando ele está por perto, e imediatamente sorrio e olho em sua direção, vend-o se aproximando lateralmente pelo meu lado direito.

–Bom dia!

–Bom dia!

Kakashi estava com seu uniforme habitual, mas vê-lo com aquela máscara depois de tê-lo visto sem ela, era estranho. Mesmo que suas expressões fossem bem claras pra mim, devido ao tempo juntos, tê-lo por perto sem aquele pano, digamos ser bem mais agradável aos olhos.

–O que foi?

–Nada.

“Como sempre, muito observador senhor Hatake.”

–Está com esse sorriso por que então?

–Estava só tendo uma breve conversa interna, e cheguei a conclusão que ter você com esse pano, agora é estranho.

–Ah, é isso! Não sabia que seria tão impactante minha beleza pra você, Sakura!

–E não é. - “Convencido” -Só é bem mais agradável pra quem ver, tê-lo de rosto descoberto.

–Isso não vai acontecer.

–Eu sei!

Ele sorrir pra mim com os olhos mas sua expressão muda pra séria rapidamente.

–Como você estar?

–Bem! Obrigada. Tive uma boa noite de sono, então, 100% disposta hoje.

–Bom saber. Mas nem pense em treinar hoje. Ordens da Tsunade, você sabe disso.

–Eu sei, sensei!

Ele me observa por uns momentos, mas já estamos em frente do hospital, adentramos um ao lado do outro. Pondo fim aquela conversa. Eu comprimento um e outro ali, como Kakashi também, afinal, mesmo ele estando no meu ambiente de trabalho, ele é um ninja muito reconhecido e conhecido, fora que será o próximo Hokage.

Isso me faz ter muito orgulho dele. Tsunade sempre quis por ele no seu lugar, fora que ela já está cansada de tudo isso. Dos papéis, das burocracias, de ficar somente atrás de uma mesa. E isso não fez nada bem a ela, seu habito de beber somente aumentou após sua tomada como Hokage, e quando era épocas de bastante estresses ela sempre se embriagava como forma de alívio e auxílio para aguentar toda carga. Ter um descanso não a fará mal. Pelo contrário. E depois, Kakashi é muito capacitado pra exercer dignamente o papel de nosso líder, e mais uma vez serei sua subordinada.

Por vezes isso me desagradava, mas por outras, parava de pensar em mim e via que esse posto é um posto grande e digno de atenção e sou muito honrada por ter tido como professor e futuramente Hokage.

–Sakura-chan. Bom dia!

–Bom dia Shizune.

–Ka-Kakashi-sa-sama.

–Bom dia, Shizune!

Por um momento, deixo meus pensamentos de lado e foco na situação ao meu redor. Shizune corada e toda sem jeito em dar um simples “bom dia” pra meu ex sensei é definitivamente estranho e hilário. Eu temo não conseguir suprimir o riso, por isso continuo andando até meu escritório e percebo ser seguida por Kakashi que está logo atrás. Entro e deixo a porta aberta lhe dando a liberdade de entrar, assim que entra ele fecha a porta atrás de si e continua parado na frente da mesma.

–Ka-Kakashi-sa-sama.

Imito fielmente o jeito e voz que Shizune fez e logo não consigo segurar o riso já preso.

–O que foi?

–Sério, Kakashi? Até eu percebi.

–O quê?

–Para, né? Você é mais experiente nisso do que eu.

–Não tô te entendo Sakura.

“Ah, ele está sim!”

–Ela está caidinha por você, Kakashi! E olha que ela nem sabe como é seu rosto.

Rio novamente, mas dessa vez mais contida. Por isso a irritação dela no dia do meu atraso. O complô que Kakashi fez foi com ajuda dela e, com certeza, ela deveria ter ficado com ciúmes. O que é a coisa mais patética, eu e Kakashi nunca…

“Para né, Sakura.”

–Sakura?

–Oi?

–Acorda! Você estava viajando ai. No que estava pensando?

Como sempre, ele simplesmente ignorou o fato de eu ter acabado de falar que uma mulher linda, forte e surpreendentemente inteligente está afim dele e volta sua atenção ao que parece mais interessante. MAIS INTERESSANTE QUE SHIZUNE APAIXONADA POR ELE. Só Kakashi mesmo.

–Heim? Me fala.

–Em nada. Estava pensando em nada, Kakashi.

Compartilhar a ideia de eu ter cogitado o ato de podermos ter algo além da amizade me embaraçou e uma leve quentura subiu em meu rosto. Ele se manteve quieto na minha frente, mas eu sabia que ele estava me observando e certo, ou, pelo menos, desconfiado, que algo constrangedor tinha passado por minha cabeça, por isso das bochechas coradas. Mas ele simplesmente deixou pra lá.

–Acho melhor começar o meu trabalho. O que você fará hoje?

–Estou livre. O que quer fazer?

Eu sorrio alegremente, sabia que aquilo era um convite pra algo mais trade, mas eu realmente não estava me referindo a isso, mas sim, ao seu trabalho no hospital. E eu sabia que ele tinha entendido muito bem.

–Estou me referindo ao que você fará aqui, Kakashi!

–Oh! Desculpe. - disse fingindo embaraço – Pois bem, meu trabalho é puro e simples. Terei que ficar no pé de uma certa médica de cabelos róseos e de outra supostamente apaixonada por mim. Tendo em vista que tenho que saber dos avanços sobre a causa de uma doença, até então desconhecida e passar um relatório detalhado para Hokage-sama nesse final da semana.

–Muito bem. Então temos trabalho a fazer! Eu vou passar as visitas, se quiser ir comigo.

–Claro.

Dito isso, saímos em direção as camas e no trajeto tomei a liberdade de dizer-lhe algo.

–E, a propósito, também estou livre mais trade.

Pude receber um lindo sorriso, mesmo com aquele pano tampando, pude ver que era sincero.

***

“A semana se passava sem problemas, os doentes estavam na mesma e o único impasse ali, era a falta de avanços. Não sabiam se a causa era um simples mosquito exótico, ou realmente alguém demoníaco pudesse ter feito tal coisa contra pessoas inocentes como aquelas.

Dentro do trabalho, por vezes o clima se via tenso. Ou por novos resultados, ou frustrações por falta de respostas positivas. Pra completar, Sakura ainda não conseguia treinar seu jutsu, parece que seu distúrbio de chacra era mais grave do que Tsunade previu, mas nada que desse maiores preocupações, mas era algo que a impossibilitava de fazer jutsus mais elaborados como o que ela vinha treinando.

Com isso os resultados esperados por ela, de descobrir indícios certeiros de um jutsu medicinal causador da doença, teve que esperar, a deixando chateada e por outra irritada, descontando na maioria das vezes num pobre velho Kakashi. O homem, como bom apaziguador, sempre se desviava dos objetos lançados e a acalmava a convidando para um bom café.

Essa passou ser a rotina dos dois. Todo dia após o expediente de trabalho eles iam pra cafeteria mais próxima e tomava um bom extraforte pra poder tirar toda carga negativa da “falha” no trabalho e a onda de cumplicidade invadia-os, trazendo a áurea boa que eles compartilhavam sempre quando estavam juntos.

Com isso, a proximidade entre eles só aumentava. Sakura, sempre implicava, com relação a Shizune. A mulher se mostrava mais tímida perto do ninja, e Kakashi estava começando a se mostrar incomodado com essa situação, principalmente que todo dia ele recebia doses de brincadeiras excedentes de uma ex aluna sem respeito algum pelo ex professor.”

–Sakura, você já teve mais respeito por mim!

–Ora!

–Não, sério. Pare com isso. Shizune não merece que fiquemos falando dela dessa forma, mesmo que seja para brincarmos.

–Ah. Nossa. Você está certo. Me desculpe. Eu… Sinto muito!

Eu olhei pra ela, estava realmente incomodado com aquilo, mesmo não demonstrando, e sei que, se Sakura estivesse no seu modo normal, não tão animada com aquela situação, ela perceberia que eu estava incomodado. Como não vi outra forma, tive que chamá-la atenção. Mesmo não sendo oficialmente mais seu sensei, ela me respeita como se fosse. Minhas broncas sempre surtem um efeito positivo nela, sabendo que ela levará pro resto da vida.

–Bom. Tudo bem. Só não quero mais que fale sobre isso dessa maneira. Não tenho sentimentos românticos por ela, então não vejo motivos de ficarmos voltando nesse assunto sempre. Agora, vamos aproveitar nosso tempo juntos, temos que voltar pro hospital, hoje você dobra.

Vejo que ela me olha pensativa, com certeza algo virá disso, e eu como sempre, espero que ela tome coragem e me pergunte.

–Sensei.

Sempre que Sakura queria saber algo mais profundo, intimo, ou perigoso, ela vinha com essa de “sensei” quando éramos o time 7.

–Sim Sakura.

–Você… Você já teve sentimentos românticos por alguma mulher?

Viu? Como disse.

–Digamos que sim!

Na verdade, ultimamente ando pensando bastante nisso. Meus sentimentos mudaram desde que Sakura e eu começamos a nos aproximar, na verdade, ouso dizer que até mesmo antes disso. No dia do jantar eu já estava mexido por ela. Mas isso ainda é um tabu pra mim. Ela e eu convivemos muito desde que Sasuke voltou e foi praticamente expulso por Sakura. Não poderia ser, ela é minha ex aluna, minha menininha. Seria errado eu querer algo a mais com ela além de mero relacionamento entre aluna e professor. Não seria?

Mas antes disso, bem antes, até mesmo do time 7, já tive um amor de verão. Aqueles que você é o iludido ou o que desgraça com a vida do outro. No meu caso, eu fui o iludido. A amei como se não houvesse amanhã, e pensei em assumir publicamente nosso relacionamento, até que em um belo dia ela partiu sem deixar rastro, a não ser por uma singela carta de despedida, sem muitas explicações alegando os motivos da partida, nada! Foi mais para um simples: “Adeus”.

–Oh! - ela parecia surpresa, e até mesmo enciumada – Sério?

–Claro Sakura. Todos temos nossos “amores” nessa vida. Até você já teve o seu.

Ela abaixa a cabeça incomodada. Ela pareceu não ter gostado do meu comentário citando Sasuke, não havia mesmo, necessidade, mas quis fazer. Quanto mais ela se acostumasse em ouvir esse nome, menos dor ele traria.

–Mas.. Como foi?

–O que?

–Esse seu amor?

–Ah… Não precisamos falar sobre isso, Sakura.

–Não… Eu quero mesmo saber. Você costuma dizer tão pouca coisa sobre você, que saber dessa parte da sua vida me é interessante.

–Certo. Você tem razão. Vou te contar.

“A convivência diária, a troca de favores, o trabalho em equipe dentro do hospital, algumas pequenas missões necessárias juntos, fora dele, nesse período, ao mesmo tempo que ocupava a cabeça de ambos, não permitindo que seus pensamentos cheios de dúvidas surgissem, outros mais confusos apareciam.

Sakura estava tão acostumada com seu sensei por perto que no dia em que ele não apareceu no horário previsto, seu coração parou. Ela pensou logo no pior.”

“Será que foi algo relacionado a essa missão? Tsunade deve saber de alguma coisa.” pensei

Parti em disparada e em menos de cinco minutos cheguei a porta de Tsunade. Já era metade do dia, e até então não tive notícias de Kakashi, o que me deixa ainda mais inquieta. Ou Tsunade saberia de algo, ou ela seria a pessoa que iria salvá-lo. Do que, quer que fosse.

–Entre.

–Tsunade-sama. Kakashi-sensei sumiu, ele não apareceu até agora no hospital, o que não é típico dele. Eu estou preocupada, afinal, se ele tivesse algo pra fazer ele me avisaria, já que estamos trabalhando jun…

–Sakura.

Uma voz me corta, e é a voz que tanto queria ouvir desde minha entrada no hospital essa manhã. Paro de falar e abro meus olhos, que nem eu mesma sabia que tinha fechado e olho em sua direção. Vejo que ele está com uma aparência cansada, não aquela característica dele, uma de verdade, como se não tivesse dormido bem a noite ou até mesmo passado em claro. Mas a felicidade era tanta que ignoro isso, até mesmo a presença da minha shisou ali e me jogo em seus braços, lhe dando um terno e grande abraço.

Encosto minha cabeça em seu peito e sinto sua respiração descompassar junto com seu ritmo cardíaco. Lembro do medo que senti na possibilidade dele está em perigo e uma angustia me atingiu e eu me permiti deixar cair umas lágrimas, molhando seu peito. Eu não sabia que estava tão desesperada até nesse momento, em seus braços. Como se ali fosse meu único lugar e se esse lugar não existisse eu ficaria perdida.

Ele acaricia minhas costas, encosta seu queixo em cima da minha cabeça e o ouço dizer: “Estou aqui, está tudo bem!”. Ele me conhece melhor que eu, e sabia que nesse momento eu estava chorando, mas as palavras dele foi o que eu precisava pra me acalmar. E quando isso aconteceu, o desespero deu lugar a raiva, raiva dele não ter me contado que estaria a trabalho com a shisou, por ter me deixado preocupada ao ponto de pensar que ele pudesse está ferido. Morto!

Me separo dele e ainda com o rosto meio molhado, devido as lágrimas, o empurro com uma certa força. Ele diferente de outras vezes não reclamou, somente aceitou o golpe, dando uns dois passos pra trás, devido a força emposta nele. Realmente, meu sensei estava cansado e algo tinha que está acontecendo pra ele está desse jeito.

Mesmo que ele entendesse que o empurrão foi um questionamento e bronca por ele ter me deixado preocupada, minha expressão e postura mudaram tendo em vista que os dois presentes na sala a minha frente estavam com uma expressão nada boa em seus rostos, e eu definitivamente estava com medo de saber o motivo”

“Haveria uma resposta e ela definitivamente não gostaria do que viria. Kakashi a convida pra sentar em uma cadeira próxima a dele e ela obedece. Seus olhos estavam cansados e o brilho vivo neles todos os dias perdidos em algum lugar, sua postura era torta, como se já, ha muito cansara de se manter ereto, e sua fala era arrastada mostrando que só ainda era existente devido a cafeína que tomara toda a noite e parte da manhã. Um calafrio percorre a espinha de Sakura e sua garganta a obriga a engolir uma saliva em seco. De repente o lugar toma um clima tenso, sendo cortado rapidamente pela voz embargada de cansaço de seu ex sensei.”

–Precisamos conversar, Sakura.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que estão achando ?



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