The New Avenger escrita por Dark Sweet


Capítulo 6
Volta para casa antecipada


Notas iniciais do capítulo

Hey! Olá, terráqueos! Como vão?
Finalmente um capítulo, né não?
Gente pelo amor de Deus, não me matem.
Essa vida sem internet é uma bosta. Depender da Internet dos outros é uma bosta.
Mas enfim, aqui estou eu, não é mesmo?
E tenho uma notícia boa: já tenho três capítulos prontos!
Se tudo der certo eu ainda posto mais um hoje.
Boa leitura.
Ps: nesse capítulo fala de bissexualidade e essas coisas. Não coloquei como aviso da história, porque acho que isso não deve ser avisado.



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 –Quando você volta, Melinda? Pelo amor de Deus! Aquela escola está um verdadeiro saco sem você! - soltei uma risada enquanto observava o rosto desesperado de Charlie pela vídeo chamada. Estávamos eu, ele, Adam, Chris e Tyler na mesma linha, o que facilitava um pouco as coisas.

—Falta só mais um dia, bebê. Talvez eu vá hoje mesmo. Só que a noite. - falei lembrando da conversa que tive com Michael ontem. - Quando vocês menos esperarem estarei de volta. -

—Vê se da próxima vez que tentar fazer uma pegadinha com o diretor, você analisa o local e verifica se não tem nenhum alarme. - Chris disse sorrindo.

—Não é como se eu fosse alguma vidente e soubesse que o diretor tinha instalado um sistema anti pegadinhas. - revirei os olhos rindo. - Fora que essa suspensão nem foi algo tão ruim assim. -

—Como não? Você disse que aí está insuportável. - Adam falou franzindo as sobrancelhas.

—E está, oras! - menti. - Porém, eu fiz algumas amizades aqui. -

—Com um bando de engenheiros suados e feras na matemática? - Tyler arqueou a sobrancelha.

—Bebê, você está generalizando, ok? Nem todos são engenheiros, no masculino. Fora que eu consegui aprender aquele conteúdo novo de matemática direitinho! - falei realmente algo verdadeiro.

Ian, um cara fera na matemática e computação, me ajudou com um trabalho de matemática em que eu não tinha entendido nada no assunto. Amy não pôde treinar comigo no horário de sempre, por isso resolvi tentar fazer algo para passar o tempo. E o que eu decidi fazer? O bendito trabalho. Ian foi um fofo se oferecendo para me ajudar quando eu comecei a xingar todos os matemáticos que já existiu no mundo.

—Sério? Você vai me passar as respostas agora mesmo, maninha. - neguei com a cabeça.

—Não, não, não. Sai para lá, seu colão. - os meninos riram.

—Qual é! Você não pode me negar as respostas desse trabalho. - ele revirou os olhos.

—Não só posso, como já neguei. - sorri vitoriosa.

—Melinda, e os engenheiros daí? São gatos? - ri ao ouvir a pergunta de Chris.

—Alguns, a maioria. - falei sorrindo. - Tem uns que meu Deus! Só Jesus na causa! - disse soltando um suspiro e me abanando com a mão livre, para dar mais ênfase à frase.

—Oh, céus. Esperando você me mandar fotos de alguns junto com o nome para eu poder stalkear e ver se há chances. - ri assentindo. Fora de cogitação tirar fotos aqui dentro, mas ela não precisava saber, não é mesmo?

—E as engenheiras? Tem engenheiras aí, não tem? Ou você está rodeada de homens? - Adam questionou fazendo-me dar de ombros.

—Nunca se sabe. - ele semicerrou os olhos me fazendo sorrir de lado. - Ok. Da mesma forma que há engenheiros muito gatos, também há engenheiras que é de deixar qualquer um sem fôlego. Minha Nossa Senhora! Tem umas que me fazem duvidar da minha própria heterossexualidade. Jesus! - meus amigos riram.

—Melinda, todos aqui sabemos que você é bi. - Charlie riu e logo os outros riram também, concordando.

—Não estrague meu momento, Charles!— ele me encarou.

—Sabe que ninguém me chama de Charles além dos meus pais. - ele disse sério nos fazendo rir.

—Lindinha, voltei! Sentiu minha falta? - escutei a voz de Amy e a observei vindo até mim.

—Amy, florzinha! Venha cá! - sorri a chamando.

—Amy? Quem é Amy? - Tyler questionou confuso. A agente se sentou ao meu lado e me encarou.

—O que você está aprontando? - ela perguntou cruzando os braços.

—Amy, conheça as pessoas que me fizeram parar aqui. - disse ajustando o celular para que tanto eu como ela aparecessem para os outros. - Esses são: Tyler, Chris, Charlie e Adam. Esse último meu irmão desnaturado. - disse apontando para cada janelinha onde apareciam meus amigos. - Meninos, essa é Amélia, a minha mais nova amiguinha. Vamos! Digam oi. Você também, bebê. - olhei rapidamente para ela que ria.

—Olá. - ela falou rindo. - É um prazer finalmente conhecê-los através de uma vídeo chamada. -

—Olá. - eles também riam. Eu tinha contado alguma piada por acaso?

—Agora entendi o que você quis dizer com duvidar da sua própria heterossexualidade. Prazer, Amy. Sou o Adam e solteiro. - todos riram com a fala do meu irmão enquanto eu revirava os olhos.

—E um verdadeiro pé no saco, diga-se de passagem. - falei para ela e vi Adam me fuzilar com o olhar.

—Não faça minha caveira para a garota! - dei um sorriso displicente.

—Prazer, Adam. Sou Amélia e enrolada. - todos nós rimos, menos Adam, claro.

—É, parceiro. Parece que dessa vez você perdeu. - Tyler falou rindo.

—Dessa vez? - Chris comentou com um sorriso.

—Já chega, vocês não acham? - ele resmungou.

—Não. - falei rindo.

—Quer mesmo que eu fale o aconteceu no verão de 2010? - no mesmo instante parei de rir. - Foi o que pensei. -

—O que aconteceu no verão de 2010? - Charlie perguntou.

—Nada! Amy, vamos, não é mesmo? Estamos atrasadas. - falei mudando de assunto. - Falo com vocês depois, bebês. Até mais. - finalizei a vídeo chamada e respirei fundo.

—O que aconteceu no verão de 2010? - Amy questionou me encarando.

—Com quem está enrolada? - perguntei também a encarando.

—Eu perguntei primeiro. -

—Minha curiosidade é maior. -

—Eu sou mais velha. -

—Eu sou mais curiosa. -

—Mas eu quero saber! -

—Eu também quero saber! -

Amélia me encarou possessa, tendo um resposta recíproca no meu olhar. Ela então respirou fundo e assentiu.

—Ok. Agora se você souber do meu antes de eu saber o seu, você terá que me contar. -

—Certo. - dei de ombros. - Nada mais justo. - ela revirou os olhos. - Então? O que temos para hoje? -

—Eu estava precisando treinar minha pontaria. O que acha? Quer tentar? - assenti.

Amy e eu chegamos em um lugar do Playground que era reservado apenas para você treinar sua habilidade com armas. Não preciso dizer que eu estava maravilhada com tudo isso.

Pela janela de vidro via que a enorme sala tinha algumas cabines uma do lado da outra com alvos e suas marcações. Em frente às cabines tinha algumas marcações no chão, regulando a distância para cada disparo.

Antes de entrarmos na sala tivemos que colocar fones de ouvidos que você não escutava nada, ou seja apropriado para tal tarefa.

Assim que entramos, Amy caminhou até as últimas cabines e eu a segui. Pegamos nossas armas, ambas calibre 38, e nos posicionamos na marcação do meio no chão. Ela se aproximou de mim e falou alto, próximo ao meu ouvido. Afastei um pouco o fone da minha orelha esquerda e a escutei falar algo a respeito de separar um pouco as pernas junto com barulhos de tiros.

Não deixei Amy acabar com a explicação. Fiquei de frente para o alvo e mirei bem na cabeça. Fiz todos os procedimentos recomendados para realizar tal ato e apertei o gatilho depois de destravar a arma.

Lógico que eu acertei a marcação do alvo. Lógico que Amélia me encarou surpresa. Lógico que eu não fiz questão de esconder um sorriso arrogante. Lógico que eu tentei de novo. Lógico que eu acertei todos os alvos.

Amélia segurou meu braço assim que as balas acabaram e me fez encará-la. Ela aproximou do meu ouvido e eu afastei um pouco o fone.

—Você sabe atirar? - sorri e também falei próxima ao seu ouvido:

—Claro que sim. Michael me ensinou. - ela arqueou a sobrancelha, visivelmente curiosa e ainda surpresa. - Então? Vamos continuar? -

***

Amy e eu ficamos um tempinho naquela sala. Ok, ficamos praticamente a tarde toda. Tanto que estávamos sozinhas. Os outros agentes que estavam presentes quando chegamos já tinha cumprido suas obrigações. Menos a Amy.

Amélia não chegava a ser péssima com armas, mas ela também não era lá uma das melhores. A agente se saia melhor no combate mano a mano do que com armas.

Cômico foi eu ter que dar algumas dicas para ela. Alguns agentes até encararam a cena incrédulos, o que nos fez rir.

Agora que estávamos sozinhas, eu tirei meu fone de ouvido. Aprendi a atirar sem eles, não seria agora que iria usá-los. Amélia fez o mesmo.

—Então Michael andou ensinando você a atirar? - ela questionou me fazendo rir.

—Vivemos nos Estados Unidos! Qual pai não ensina seus filhos a usar uma arma? - arqueei a sobrancelha.

—O meu pai. - ela deu de ombros atirando novamente no alvo e o errando por questão de centímetros. Amy bufou.

—Você não está usando a massa de mira. - cruzei os braços a encarando. - Nem a alça. Tem duas formas de mirar, Rivera, e você não está usando nenhuma das duas. - ela resmungou alguma coisa e carregou a arma com mais balas.

—Eu odeio armas. - escutei novamente ela resmungar. - São apelonas demais! -

—Não é porque você odeia armas que não precisa saber manuseá-las. - disse indo até ela. - Vamos. É simples. - sorri ficando atrás dela e segurando a arma sobre as mãos dela. - A preparação antes de atirar você já sabe e faz muito bem. Agora, use a droga das miras. -

—Sabe, se eu não soubesse que você é hétero, eu começaria a achar isso estranho. - ela comentou me fazendo rir e afastar dela. Juro que quando me aproximei dela foi para ajudá-la e não me aproveitar. - O que foi? -

—Então você não sabe. - disse cruzando os braços e sorrindo minimamente.

—Sei o que? - Amélia franziu as sobrancelhas confusa. Até que pareceu entender. - Oh, céus. Não me diga que você é lésbica. Não que eu tenha nada contra, longe disso. Só que é estranho considerando que a cada agente homem que passava na nossa frente você fazia questão de dizer o quanto eles eram gostosos e tal. Para mim estava claro que você preferisse homens. -

—E prefiro. - respondi ainda com um sorriso discreto. Amy  ficou levemente confusa. - Eu sou bi, Amélia. - esclareci com todas as letras fazendo ela assentir devagar, compreendendo.

—Oh, Deus. É estranho eu achar isso, minimamente, quente? - meu sorriso cresceu mais um pouco. - Oh, droga. Você não vai me agarrar, né? -

—Agarrar? Tipo, agora? - ela assentiu. - Você quer que eu te agarre, Amélia? - arqueei a sobrancelha.

—Sim. Quero dizer, não... eu não... céus. Estou confusa. É normal ter... -

—Curiosidade? - Amy me encarou.

—Eu ia falar vontade. -

—Vontade também serve, mas para a situação acho que curiosidade se encaixa melhor. - a agente continuou me encarando. - Sim, Amy, é normal ter curiosidade. Como acha que eu tive certeza que eu era bi? -

—Eu... você já... já presenciou acontecimentos que... que... - Amy ficou vermelha. Mais vermelha que um tomate. Aquilo chegava a ser fofo junto com o fato dela se atrapalhar nas palavras.

—Que uma mulher experimentou e gostou? - ela assentiu. - Sim, algumas vezes. - a observei engolir seco. - Da mesma forma que presenciei cenas em que algumas experimentaram e não curtiram. Continuaram hétero e seguiram a vida. -

—Já aconteceu com você? - balancei a cabeça positivamente.

—Já. Várias vezes. Algumas vezes era engraçado. - dei de ombros.

—Eu quero... - arqueei a sobrancelha ao sentir o tom hesitante na voz dela. -Ok, eu não quero... - agora era indecisão.

—Se decida, Amélia. - seus olhos castanhos quase verdes encararam os meus. Soltei um suspiro e dei um passo em sua direção. Amy quase automaticamente deu um também, só que para trás.

Sorri discretamente e continuei indo na direção dela. Logo suas costas encontraram a parede e eu fiquei a centímetros dela.

—Vamos, Rivera. Se decida e logo. Da mesma forma que você pode mudar de ideia, eu também posso. - me aproximei mais ainda dela e a vi engolir seco. - E se a curiosidade permanecer, você não irá encontrar outra pessoa tão foda como eu. - sorri arrogante.

—Nem nessa situação você deixa seu ego de lado? - sua voz não passava de um sussurro. - Eu não sei se... -

—O problema é a janela? Que qualquer agente curioso que passar e olhar para dentro da sala pode nos ver? - ela negou.

—Não. Se eu gostar e me der conta de que sou, realmente, lésbica, não terei vergonha em admitir. - sorri.

—Minha garota. - ela sorriu minimamente e eu tirei uma mecha de cabelo do seu rosto. - Então? Qual vai ser? -

—Olha, considerando as variáveis e tudo que... - revirei os olhos e levei uma das minhas mãos até a nunca dela, aproximei meu rosto e a beijei.

Amy ficou estática por um momento, até que retribuiu levando suas mãos até meus ombros e nuca. Isso me fez levar a minha outra mão livre até sua cintura, trazendo seu corpo para o mais perto possível do meu.

Com isso eu tenho duas constatações: a) Amélia beija muito bem; b) eu nunca quis tanto que uma mulher fosse lésbica como eu queria que acontecesse com a Amy.

Só paramos o beijo quando o ar se fez necessário. A garota a minha frente encostou a testa na minha e permaneceu de olhos fechados.

—Eu... eu nunca... - suas bochechas coraram, a deixando mais fofa. - Nunca achei que um dia fosse beijar uma garota. -

—Isso é algo que eu deva considerar ruim? - arqueei a sobrancelha.

—Não, não é isso. - ela balançou a vá cabeça. - Eu só... -

—Não curtiu? - perguntei sorrindo.

—Não. - ela falou abrindo os olhos. - O problema não é com você, ok? Longe disso. - ri me afastando de Amélia. - Eu só realmente não senti nada. A não ser uma grande vontade de ser lésbica apenas para ficar com você. Sério. Você é linda, engraçada e beija bem para cacete. Eu me tornaria totalmente lésbica para ficar com você. - não resisti e soltei uma gargalhada.

—Está tudo bem, Amy. Já levei foras piores, acredite. E esse irá ficar em primeiro lugar no ranking de foras que Melinda Hunters já levou. -

—Você criou... -

—Sim. - soltei uma risada anasalada. - Qualquer dia eu te conto alguns. Agora, esse seu rolo não é algo sério, é? Ficada séria, namoro, noivado, casamento? Porque eu nasci para tudo, menos para ser amante. Prefiro pegar pessoas livres e desimpedidas. Não quero que esse vale-curiosidade homossexual traga problemas para mim e nem para você! - Amélia sorriu de leve.

—Não. Me rolo não é nada sério ainda. - sorri largamente.

—Gostei desse ainda. - ela riu. - Vai treinar ainda? -

—Você pode me ajudar? - assenti.

—Claro! Acha mesmo que irei perder a chance de jogar na sua cara que eu, Melinda Hunters, uma mera adolescente, ensinou você, Amelia Rivera, uma agente da S.H.I.E.L.D. a atirar? Surgirão várias oportunidades, bebê. -

—E mesmo se não surgir você irá jogar na minha cara, não é mesmo? - sorri arrogante.

—Lógico que sim! - falei pegando a arma de Amy, que em algum momento caiu no chão, e indo até ela. - Vamos, bebê. Farei o possível para não agarrar você enquanto te ensino. - falei olhando para o corpo dela com um olhar nada discreto.

Amélia riu.

***

—Quando você teve a total certeza de que não era apenas hétero? - Amy questionou. Continuei balançando minhas pernas no ar enquanto observava os agentes para lá e para cá no andar de baixo.

—Não posso contar. - pressionei os lábios.

—Por quê? - ela franziu as sobrancelhas confusa.

—Porque se eu contar você terá que contar com quem está enrolada. - encarei Amy.

—Oh. Tem a ver com o que aconteceu no verão de 2010. - assenti. - Ok, então. -

—Só falo que é muito engraçado. - soltei uma risada lembrando.

—Melinda! Assim não vale! - a garota falou indignada. Ri com sua expressão.

—Pois é, bebê. Nem sempre temos tudo que queremos. - ela suspirou.

—Ok. Eu vou falar. - me virei para Amélia com um mega interesse estampado em meu rosto. - Eu estou enrolada com o... -

—Melinda! Até que fim te achei, filha. - resmunguei indignada e virei-me na direção em que vinha a voz de Michael. - Amélia. Como vai? - meu pai sorriu para a agente.

—Bem. - ela retribuiu o sorriso. - E o senhor? -

—Igualmente. E irei ficar melhor ainda. -

—E é? Por quê? Vai ganhar um aumento? Diz que sim, vai! - falei sorrindo.

—Não, não é aumento. - revirei os olhos. - Está tudo certo para voltarmos hoje para New York. -

—O que? - murmurei surpresa. - Já? Achei que só voltaríamos amanhã. -

—E estava planejado para amanhã. Porém, sua mãe teve um problema e precisa que alguém fique com o Will. -

—Que problema? - questionei.

—A Vitória está doente e sua mãe vai para o Texas para ajudá-la e cuidar dela. - revirei os olhos.

—E o Adam? - Michael me jogou um olhar como se falasse: "isso é sério?"— Ok. O Adam não tem muita responsabilidade para cuidar de uma criança de 9 anos. Já lembrei. -

—Sua mãe levaria o William com ela já que ele gosta da avó. Só que ele está em época de provas, ou seja não pode faltar. - soltei um suspiro pesado.

—Vou arrumar minhas coisas. - resmunguei levantando e passando por ele.

Essa mulher está sempre atrapalhando meus planos!

—Lindinha, espera! Eu te ajudo! - escutei Amy falar, mas continuei andando. Desci a escada com pressa e fui até o quarto onde estava "hospedada".

Fui até a mochila que Amy tinha comprado e comecei a dobrar as roupas que ela também havia comprado para que eu ficasse essa semana aqui na S.H.I.E.L.D.

Escutei a porta sendo aberta e logo senti alguém se aproximando. Era Amélia.

—Está tudo bem? - assenti dobrando mais uma camisa.

—Tudo ótimo! - sorri irônica.

—O problema não é vocês terem que voltar para New York hoje, não é? O problema é a mulher que Michael citou. Vitória. - respirei fundo.

—Nossa, Amy. Como foi que você chegou nessa conclusão tão óbvia? Não nega que você é uma ótima agente da S.H.I.E.L.D. com indícios de super espiã. - falei pegando um casaco e começando a dobrá-lo.

—Eu também me liguei que ela é avó do Will e mãe da sua mãe, a Michelle. Só que você não gosta dela. - continuei calada, dobrando as roupas. - Olha, tudo bem se não quer falar. Você está no seu direito, ok? Só quero que saiba que eu estarei sempre aqui. - respirei fundo e desisti de dobrar a calça jeans que estava em minhas mãos, jogando ela na cama.

—Você está certa. Vitória é avó de Will, mãe da minha mãe e eu não gosto dela. -

—Por quê? - ela questionou fazendo-me bufar.

—Porque. - resmunguei. - Ela não gosta de mim, então também não gosto dela. -

—Sinto que você está falando a desculpa mais esfarrapada que tem e me escondendo a verdade. - encarei Amy.

—Aquilo. Ela não gosta daquilo. Na verdade, ela abomina. E se ela abomina isso, abomina também a sua neta. - respondi com nojo. - Ela odeia isso mais do que eu! Vê se pode! - soltei uma risada nervosa. - Não foi ela quem matou o pai dela e outras pessoas que estavam em um andar imteiro de um prédio; não foi ela quem matou mais pessoas por conta disso; não é ela quem tem que lidar com isso todos os dias. E veja só que irônico! É ela quem odeia isso mais que a pessoa que passou por tudo isso! E quem é a pessoa mesmo? Ah, é! Eu, Melinda Hunters, neta dela. - Amélia ficou um tempo calada.

—Como ela sabia dos seus poderes e do que aconteceu? -

—Digamos que ela era o tipo de sogra que gostava do genro. - me sentei no chão, encostando as costas na lateral da cama. - Quando a explosão e tudo mais aconteceu, eu fiquei um tempo no hospital, internada. Me curei de uma forma surpreendentemente milagrosa, nem os médicos sabiam explicar. Isso se dava ao fato do meu fator de cura avançado, que eu "ganhei" com a explosão. A minha mãe estava lá, mas o Adam não. Adam estava com Vitória, em New York. - Amélia sentou-se no chão, ao meu lado. - Levei um tempo para saber o que realmente tinha acontecido. Eu perdi o controle, mas no momento estava sozinha. Eu estava no banheiro e a única coisa que aconteceu foi meus olhos brilharem e um escudo ficar em volta de mim. Pedi a minha mãe para trocar meu nome. Eu era uma criança de 6 anos que simplesmente fez merda e achava que um nome diferente apagasse o que ela tinha feito. - ri lembrando o quanto isso foi estúpido. - Então minha mãe e eu viemos para New York. Sabe o quanto foi estranho ter que escutar Vitória me chamar pelo meu primeiro nome e eu não responder? Minha mãe a chamou para conversar e eu pedi para não contar nada a ela. Só que ela não precisou. -

—O que aconteceu? - respirei fundo sentindo as lágrimas se formarem em meus olhos.

—Eu não sei direito. Em um momento estava tudo bem, então eu escutei Vitória gritando com a minha mãe. Eu lembro direito sobre o que elas estavam discutindo, mas era relacionado a explosão. Adam não sabia o que fazer. E nem eu, na verdade. Então eu acabei indo até minha mãe e abraçando as pernas dela. Vitória partiu para cima, para me tirar de perto da minha mãe. Só que ela não chegou nem perto. -

—O escudo? - assenti limpando as lágrimas antes que elas caíssem.

—Eu não sabia que eu tinha o ativado. Mas eu estava assustada. Já tinha perdido meu pai, não queria perder minha mãe ou ficar longe dela. - fiquei brincando com meu anel no meu dedo. - Vitória ficou assustada, querendo saber o que tinha acontecido. Então eu fiz a burrada de abrir os olhos. Eles estavam brilhando. Ela ficou mais assustada ainda, incrédula, ficou com nojo por saber do que se tratava aquilo. - Amy colocou sua mão sobre a minha.

—Está tudo bem, Lindinha. Você só tinha 6 anos. Não sabia que ela iria reagir dessa forma. -

—Talvez eu soubesse. Ela nunca gostou de heróis. Sempre falava o quanto eles queriam decidir tudo, resolver tudo pelos civis apenas porque eram heróis. - bufei. - Vitória Hunters é uma mulher de mente fechada. Isso é o que mais odeio nela. -

—E o que aconteceu depois? -

—Ah! O que sempre acontece quando alguém que não gosta de pessoas com super poderes conhece alguém que tem super poderes. Ela começou a falar muita merda e tal, me fazendo ficar pior. Eu ainda não tinha perdido o controle, mas estava há um passo de perder. Minha mãe mandou ela calar a boca e tentou me acalmar. Não lembro o que ela falou, mas fez a energia dentro de mim diminuir. Então eu desativei o escudo e sai correndo para o quarto. Minha mãe fez com que Vitória não falasse nada para ninguém, ou ela poderia ser presa por alguma organização. Sabendo agora que Coulson ajudou a gente desde sempre, acho que ela a ameaçou com a S.H.I.E.L.D. Desde esse dia ela parou de ir lá para casa com tanta frequência como antes, ela só vai em datas comemorativas e olhe lá. Se bem que não estou nem aí. - dei de ombros.

—E o Adam? Então ele sabe? -

—O que? Não! O Adam não sabe de nada. Ou ao menos não sabe que é realmente verdade. -

—Como assim? - novamente confusão era o que reinava no olhar de Amélia.

—Ele tentou falar comigo depois do ocorrido, só que eu não falei nada. Então eu acabei dormindo de tão cansada. Quando acordei no dia seguinte e desci para tomar café, ele veio falar comigo pedindo para fazer meus olhos brilharem de novo. Adam não tinha medo, apenas curiosidade e admiração. - sorri fraco. - Então nossa mãe disse para ele parar de me encher e que tudo não passou de um sonho. Ele tinha 8 anos, então não custou muito para ele acreditar. Alguns dias depois, quando eu cheguei na nova escola, eu soube que ele tinha contado para todos que tinha sonhado que sua irmã era uma super heroína. - sorri lembrando da sensação. - Aquilo me fez feliz por um momento. Saber que seu irmão te considerava uma heroína apenas por conta de um suposto sonho. -

—Até que você lembrou da verdade. - assenti.

—Sim. Até que eu parei de achar aquilo o máximo e me dei conta do que tinha feito. -

—Você precisa conversar com o terapeuta. - revirei os olhos.

—Eu vou. Irei pedir para Michael marcar uma consulta para semana que vem se ele tiver alguma vaga para mim. - suspirei. - Espero conseguir contar tudo sem fazer meus olhos brilharem ou algo do tipo. Odiaria assustar o bichinho. - Amy riu.

—Não é como se o Richard se assustasse com uma coisa boba como essa. - encarei Amélia séria.

—O nome dele é Richard? -

—Sim. Por quê? Oh! Meu Deus, Melinda. Me desculpe. Eu achei que você soubesse. - olhei para meu tênis.

—Está tudo bem. Aliás, não existe apenas um Richard no mundo, não é mesmo? - soltei uma risada forçada e levantei. - Ok. Temos uma mala para arrumar. -

—Mala, é? As roupas cabem todas nessa mochila e nem precisam estarem dobradas. - ela falou levantando.

—Ah, cabem? - perguntei sorrindo. Peguei a calça e joguei na mochila, fazendo o mesmo com duas camisas.

—O fato de couber sem precisar dobrar não significa que a mochila deixa as roupas sem estarem amarrotadas. - ela resmungou retirando as roupas que eu tinha enfiado na mochila. Ergui a sobrancelha.

—Amarrotadas? De onde você tirou essa palavra, Amy? Do vocabulário do Velhote Sarado?

—Quem? -

—O Capitão América, lógico! - revirei os olhos. - Só vi ele pela televisão e algumas fotos que ele apareceu em alguns eventos, mas não precisa ser mega inteligente para saber o que tem por baixo daquele uniforme super apertado e maravilhoso. Ai se eu pego o Capitão Rogers. Oh, meu Deus. - soltei um suspiro lembrando de um dos meus Vingadores preferidos. - Aliás, Amy, você conhece os Vingadores? - perguntei empolgada olhando para minha amiga que tinha um olhar indecifrável para meu lado. - Hein? Você os conhece? - ela me encarou.

—Os Vingadores? - assenti.

—Sim, sim, sim! -

—Sim, os conheço. - sorri dando alguns pulinhos. Só que tinha algo no olhar e na expressão de Amy que me fazia pensar que tinha algo que ela estava deixando de me contar. Semicerrei os olhos na direção dela.

—Você está enrolada com algum Vingador, Rivera? - cruzei meus braços.

—O que? - sorri de lado.

—Esse seu "o que" já respondeu minha pergunta. Quem é? É o Capitão? O Hulk? O Gavião Arqueiro? Se bem que eu poderia dizer que o Clint e a Natasha tem algo. Taí um ménage que eu adoraria participar! Imagina só você transar com a Viúva Negra e o Gavião Arqueiro? Aquelas duas beldades? Meu Deus! Eu fico excitada só de pensar. - me abanei com minha mão.

—Melinda! Se controle, sua estabanada! - ri.

—Vai me dizer que você nunca participou de um ménage, Amélia? - arqueei a sobrancelha.

—Não. - ela corou.

—Como assim não? Nem imaginou? - ela negou com a cabeça. - Amélia Rivera! Você não está vivendo sua vida da forma correta, criatura! - falei séria.

—Você tem 17 anos, Melinda. Menos, né? - revirei os olhos.

—Posso ter 17 anos, mas devo ter transado e experimentado mais coisas que você com seus 20 aninhos. - sorri orgulhosa.

—Você é muito vulgar. - sorri mais ainda.

—Obrigada, bebê! Ainda bem que agora você me tem. Estou te convidando para um ménage. Eu, você e esse seu rolo. Então, topa? - sorri.

—Melinda! Meu Deus! -

—O que? Eu posso não me relacionar com seu rolo, mas que eu quero te chup... - ela me interrompeu.

—Melinda! Oh, céus! Como você é nojenta! Meu Deus! - soltei uma risada.

—Você ainda não viu nada, bebê! -

***

—Então? Qual vai ser? Toda vez que eu quiser te ver ou sei lá, te comer nem que seja com os olhos, eu tenho que vir aqui? - perguntei enquanto arrumava meu cabelo. Já tinha tomado banho, me arrumado, minha mochila já estava pronta e agora só restava o cabelo.

—Lindinha! Você não cansa de falar essas coisas? - Amélia revirou os olhos.

—Não. Então? Como vai ser? - perguntei bufando e fazendo um coque mal feito. Dane-se o cabelo bem arrumado.

—Você falando assim parece que eu moro aqui. -

—E não mora? -

—Não, Melinda. Eu moro em New York também. - virei-me para encarar Amélia.

—Como é? - ela riu cruzando os braços.

—Pois é, bebê. Moramos juntas. -

—Ah, mas não mesmo. Se a gente morasse junta eu saberia onde fica exatamente cada paraíso do seu corpo. Ou seja, já teria te comido. - ela revirou os olhos enquanto pegava um travesseiro e colocava na cara. Soltei uma risada.

Era maravilhoso ver a Amy desse jeito, encabulada com esse tipo assunto. Um assunto que ainda é considerado um tabu. Todo mundo julga, mas os mesmos que julgam tambem fazem. Hipócritas.

—Você tem meu número. Quando quiser me ver, é só me chamar. -

—Oh, sim. Espero que suas madrugadas sejam livres, bebê. Vamos nos divertir bastante. - sorri com malícia fazendo ela revirar os olhos.

—Melinda? - escutei meu pai me chamar na porta. - Está pronta, querida? - assenti.

—Vou só me despedir do Pinguim.— ele franziu as sobrancelhas. - Coulson. - Michael me encarou surpreso. Obviamente por ter dado um apelido ao diretor da S.H.I.E.L.D. - Nada de falar para ele! - Michael riu, assentindo.

—Vá rápido. - assenti e coloquei minha mochila nas costas.

Saí do quarto e logo comecei a caminhar em direção à sala de Coulson. Lógico que enquanto eu caminhava olhando para meus pés tinha que esbarrar em alguém.

—Qual é! Você não olha por onde anda? - resmunguei depois de me desequilibrar um pouco.

—Acho que quem não estava olhando por onde andava era você. - levantei a cabeça e encontrei Clint.

—E você também não! Podia desviar de mim muito bem, não acha? - cruzei os braços e dei um sorriso irônico. - Ou será que com o avanço da idade você está perdendo suas habilidades e reflexos super rápidos, Gavião Arqueiro? - ele me encarou.

—E você? Uma adolescente de 17 anos andando como uma velha de 70! -

—Bom, acho que uma velha de 70 anos não consegue fazer metade das coisas que eu faço. - dei de ombros. - O que faz aqui? -

—Tinha um assunto para resolver com o Coulson. - ele deu de ombros.

—A Natasha veio? - questionei.

—Não. - ele olhou para minhas costas. - E essa mochila? -

—Ah! Michael e eu vamos voltar para New York hoje. Estava indo me despedir do Pinguim. -

—Você apelidou o Coulson, diretor da S.H.I.E.L.D., de Pinguim? - Clint perguntou arqueando a sobrancelha e, aparentemente, segurando uma risada.

—Oh, céus. Não conte a ele, por favor. - ele riu assentindo.

—Creio que não será necessário. - franzi as sobrancelhas e fechei os olhos, me dando conta do que ele estava falando. Virei-me devagar e dei um sorriso para Coulson.

—Hey! Como vai? - o diretor da S.H.I.E.L.D. arqueou a sobrancelha levemente.

—Muito bem, Melinda. E você? -
—Ah. Estou indo. Tipo, literalmente. - soltei uma risada. - Vim para me despedir. - falei balançando meu corpo para frente e para trás enquanto minhas mãos descansavam no bolso do meu casaco.

—Só isso? - assenti. -Oh. Achei que você tinha vindo também para me apresentar esse novo apelido que ganhei. -

—Você gostou? - sorri.

—Já ouvi coisas piores, acredite. - ele deu um sorriso discreto. Ok, Coulson só deve saber sorrir assim. - Devo dizer que foi bom ter você conosco nesse curto período. -

—Não precisa mentir, Coulson. Eu trouxe um certo caos para essa base secreta. - sorri sem vergonha alguma do que tinha feito.

—Admito que você fazer certas pegadinhas aqui foi algo totalmente errado, pois podia tirar a concentração de certos agentes em suas missões. - ops.— Porém, muitos agentes vieram falar comigo a respeito dessas suas brincadeiras e houve relatos que isso ajudou eles a descontrair um pouco. -

—Ou seja, teve um ponto positivo. - sorri orgulhosa.

—Sim, teve um ponto positivo. - Coulson também sorriu. Do jeito dele, claro. - Barton, você está indo para a Torre? -

—Sim. -

—Poderia levar o agente Hunters e sua filha de volta para New York? - arqueei a sobrancelha.

—Posso sim. -

—Oh, céus. Eu vou voltar para casa no Quinjet? Que fod... -

—Já entendemos, Melinda. - Coulson me cortou e eu sorri.

—Bom, foi ótimo passar uma temporada aqui nessa base secreta, mas é hora de ir, Pinguim. - ele sorriu e ergueu a mão.

—Foi bom revê-la depois de 11 anos, criança. - apertei a mão dele.

—Todos falam isso! - dei um sorriso arrogante.

—Oh, Deus. Se não tomarmos cuidado, ela vira uma cópia feminina idêntica do Stark. - Clint falou com uma falsa preocupação.

—Queria eu ser bilionária, gênio, filantropa, socialite e a Mulher de Ferro. Fora namorar a Pepper Potts. Que mulher, meu Deus. - Clint arqueou a sobrancelha e Coulson não ficou para trás. - Não que caso eu conheça a srta. Potts, eu vá agarrá-la, mas que seria um desperdício eu não fazer nada, ah! Seria, como seria. -

—Lindinha, você já pensou em calar sua boca? - escutei a voz de Amélia atrás de Coulson.

—Oras, Amy, não fique com ciúmes, bebê. - sorri. - Eu posso muito bem... -

—Não era para você estar a caminho de New York agora? - ela cruzou os braços.

—Eu quero saber o que a Melinda iria falar. - Clint falou me fazendo sorrir.

—Que bom que tem alguém interessado. Eu estava falando que eu poderia muito bem pegar a... -

—Melinda Hunters! Já para New York! Agora! - ri.

—Você me impedindo de falar isso agora, não significa que ele não saberá. O Clint vai levar Michael e eu para New York. -

—Oh, céus. Coitado. - Amy suspirou.

—De mim? Por quê? - o Gavião questionou confuso, mas tinha um sorriso nos lábios.

—Não! De você não. Do Michael. Tenho pena dele ter que aguentar uma viagem até New York com vocês dois. Duas mentes sujas. - ela balançou a cabeça negativamente.

—Oh. Agora entendi. - ele riu. - Tenho um grande respeito pelo agente Hunters. Ou seja, manterei minha mente suja quieta, agente Rivera. -

***

Clint tinha pousado o Quinjet no terraço do prédio mais alto que tinha próximo da minha casa, uma forma de não chamar muita atenção. Não sei se funcionou já que o tamanho desse troço é enorme.

Meu pai e eu nos despedimos dele e ainda recebemos um convite para aparecer na Torre dos Vingadores qualquer dia. Não preciso dizer que eu fiquei mega empolgada para esse qualquer dia chegar logo.

Assim que entramos em casa, minha mãe apareceu na cozinha. Michelle veio correndo e abraçou meu pai e eu de uma só vez.

—Achei que vocês não iriam voltar nunca! - ela falou e imaginei que um largo sorriso estivesse estampado no rosto dela.

—Ficamos menos de uma semana fora, mãe. - disse sorrindo. Eu sabia que a maior preocupação dela era porque meu pai e eu quase morremos, mas vamos fingir que isso nunca aconteceu.

—Eu tive tanto medo de perder vocês. - ou não. - Sei que quando aceitei você, sabia que a qualquer dia eu poderia não ver você entrando por essa porta, Michael. Agora você. - ela me encarou com um sorriso triste. - Sei que você tem seus poderes e que pode muito bem se defender sozinha, mas o medo ainda persiste, sabe? -

—Hey. - sorri de lado. - Está tudo bem, mãe. Estamos bem. - ela assentiu de leve.

—Que bom que estão. - então nos abraçou de novo. - Vocês querem pudim? É o prato preferido de vocês. - Michael e eu sorrimos.

—Não precisa. - falamos juntos.

—Tem certeza? Eu posso... - revirei os olhos rindo.

—Mãe! Deixe de enrolar e suba já para o quarto com meu pai! - falei com um sorriso.

—Melinda! - Michael me repreendeu rindo.

—O que? Vai dizer que você não quer isso? - cruzei os braços.

—Eu sei que eu quero. - Michelle falou segurando a mão do meu pai. - Então? Vamos? Temos um tempo antes que eu precise ir para o Texas. - Michael não segurou mais o sorriso e assentiu, acompanhando minha mãe até o andar de cima.

Sorri depois de soltar um suspiro e resolvi ir atrás dos meus irmãos. Subi a escada e logo vi que a porta do Will estava apenas encostada. Sorri como uma criança quando vai fazer alguma brincadeira e empurrei a porta de leve.

Quando escutei o chuveiro sendo desligado comecei a puxar algumas mechas do meu cabelo para frente do meu rosto.

—A-rá! - soltei um grito enquanto me afastava com a mão no peito.

—Adam! - falei irritada enquanto o idiota ria descontroladamente. A porta do banheiro abriu e de lá saiu Will com seu roupão amarelo dos Minions.

—Melinda! - ele sorriu e correu na minha direção. Will pulou no meu colo e e eu acabei me desequilibrando e caímos no chão, rindo.

—Também senti sua falta, pirralho. - falei apertando ele no abraço.

—Eu achei que você iria embora e me deixar aqui com o Adam. - ele falou olhando para o irmão mais velho.

—Até parece que você não gostou. - Adam cruzou os braços revirando os olhos.

—Ele me ameaçou. Disse que se eu não ficasse calado, iria ficar trancado no banheiro! - semicerrei os olhos na direção de Adam.

—Ele me irritou! -

—Mesmo assim! Will, vai se vestir, ok? Eu vou conversar com o Adam. - o garoto de 9 anos assentiu e levantou. - Vamos. - disse passando por ele e o puxando pelo braço. Empurrei Adam para dentro do quarto dele e fechei a porta, cruzando os braços logo em seguida enquanto o encarava séria.

—Vou logo relembrando a você que eu tenho 19 anos, ou seja, sou mais velho que você. E não sou mais uma criança. -

—Claro que não. Porque uma criança dá menos trabalho que você. - falei observando-o sentar na cama. - Por que você o trata dessa forma? - suspirei passando as mãos pelo cabelo.

—Ele me irrita, já disse. -

—Não é só isso, é? - arqueei a sobrancelha. Adam não respondeu. - Maninho, você sabe que o Will só faz isso para chamar sua atenção. Você não brinca com ele, poxa. Will quer um irmão em que possa se espelhar. -

—Ele já tem. Você. - dei um sorriso pequeno.

—Ele tem uma irmã, mas ele também quer um irmão. Você. - ele suspirou e assentiu. - Vai tratar ele melhor? -

—Vou tentar. - semicerrei os olhos. - Não posso prometer algo que não sei se vou conseguir cumprir. - ele deu de ombros, fazendo-me suspirar.

—Ok. É melhor que nada. - levantei e fui até a porta.

—Vou chamar os meninos aqui. Aposto que vão amar te verem de volta. - sorri e sai do quarto.


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Notas finais do capítulo

Hey! Olá (de novo)!
Então? Gostaram? Não gostaram?
Comentem!
E me desculpem novamente pela demora, bebês!
Até a próxima!



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