Agatha 17

Enfim inicio das aulas, é claro que eu não tive coragem para ir até Forks, meus medos me impediram de ir além. Eu estava mais uma vez me controlando internamente em relação aos meus pensamentos quando o celular do meu avô tocou, ele, assim como a minha avó estava na sala aguardando eu terminar de me aprontar para irmos à faculdade. No andar de baixo eu podia escutar o Fred brigando com a Dani por causa da roupa e isso me fez sorrir. No entanto o que me chamou atenção foi o dialogo do meu avô no telefone.

-Fala Jake....O quê?...Estamos indo para Forks. – Desligou o telefone. Por mais que a minha audição seja das boas eu não consegui escutar o que meu pai falava do outro lado, ficando ansiosa por saber das noticias. – Bella vamos para Forks. – Cheguei na sala num átimo.

-O que aconteceu vovô? – Eu já estava beirando o desespero.

-Ninguém sabe direito, mas parece que a Nessie está passando mal nos últimos dias e desmaiou hoje pela manhã. – Nem esperei para ouvir mais nada. Corri para o meu quarto me preparando para voltar para Forks, se minha não estava bem ela precisaria de mim ao lado dela, independente da dor que isso possa me causar. Em menos de três minutos eu já estava na porta aguardando a vindo dos meus avós.

-Agatha, tem certeza disso meu anjo? – Minha avó perguntou se compadecendo pela minha dor.

-Ela é minha mãe, e faria muito mais por mim. – Eu disse decidida e já saindo do apartamento, meus avós trocaram um olhar cúmplice e seguimos até o ultimo lugar no mundo que eu desejaria estar e ao mesmo tempo o que eu ,mais queria sentir...

Chegamos enfim na cidade que eu evitei pelos últimos sete meses, nada aparentava estar diferente, seguimos então direto À cada dos meus avós, onde minha mãe estava sendo examinada pelo vovô Carlisle. A primeira coisa que fiz foi correr até ela e abraçá-la forte, Despejando ali todo o meu medo de perde-la. O clima ficou mais ameno com a presença do tio Jazz.

-Agatha, eu não esperava que viesse. – Minha mãe disse num fio de voz, ela estava em um dos quartos, o que já pertencera a ela quando criança, minha família estava quase toda ali reunida, meus avós a abraçaram também.

-Você viria por mim mamãe. – Eu disse acariciando sua face.

-Ag, você pode ficar um pouco com a Nessie enquanto conversamos. – Meu pai perguntou me tirando dos meus pensamentos.

-Claro pai, fique tranqüilo. – Eu disse esboçando um sorriso. – Mãe o que você está sentindo? – Perguntei assim que eles saíram do quarto.

-Nada especifico, sabe andei meio mal esses dias...

-E não me disse nada? – Perguntei encarando seus olhos cor de chocolate.

-Não queria preocupar ninguém. – A encarei esperando que ela prosseguisse com o relato. – Então ontem comecei a me sentir meio tonta, hoje pela manhã ao levantar eu desmaiei. Só isso.

-Mão você não pode esconder essas coisas de nós. Ainda mais quando não se sabe ao certo a sua condição como meio humana. – Eu tentei brigar sem parecer rude.

-Eu sei Ag, mas no fundo eu tenho certeza que não é nada de grave, o vovô já fez uma porção de exames. Mas me diga uma coisa por que veio?

-Você tá brincando né mãe? Como eu iria ficar a quilômetros de distancia de você sem saber o que está acontecendo. – Fale imediatamente, para que ela soubesse que eu não tinha duvidas das minhas ações.

-Mas você não se sente bem aqui Ag. – Ela disse me encarando.

-Isso não importa no momento, o que me importa é você e enquanto você estiver debilitada eu estarei aqui e ponto final.

Não conversamos muito mais que isso, logo meu pai entrou no quarto com uma bandeja de alimentos para ela, que assim que o viu fez cara de nojo.

-Nessie você tem que se alimentar. – Meu pai sempre carinhoso, será que algum dia eu vou encontrar alguém assim para mim??? Escutei meu avô suspirar alto e isso me deu certeza que tinha a ver com os meus pensamentos. Deixei meu pai alimentando a minha mãe e fui atrás de respostas.

-Vovô o que ela tem? – Perguntei diretamente ao vovô Carlisle que estava lendo alguma coisa no escritório.

-Ainda não sabemos Agatha, o organismo da Nessie é muito diferente do que eu estou acostumado. – Ele disse com pesar.

-Vovô, com qual freqüência a mamãe fica doente? – Perguntei com a intenção de tentar descobrir o que poderia ser, afinal eu sei que quando grávida de mim ela passou super mal no inicio.

-Na verdade isso só aconteceu uma vez... – Ele pareceu pensar, logo o vovô Edward estava no escritório junto conosco.

-Será Carlisle? – Vovô Edward perguntou parecendo impressionado.

-A Agatha me fez pensar assim. Isso só aconteceu uma única vez Edward. – Escutei os dentes do meu avô trincarem e ele mesmo sem precisar respirar inspirou forte.

-Jacob no escritório agora. – Meu pai com certeza não iria se opor a uma ordem dessas.

-O que aconteceu Edward? – Meu pai estava transtornado. É claro que a suspeita era de gravidez, se isso só aconteceu uma única vez...

-Jacob quando foi a ultima vez que a Nessie ficou doente, desmaiou ou coisa parecida? – Meu pai não esboçou nenhuma reação, parecia tentar se lembrar, ainda bem que a minha memória era proveniente dos vampiros, pois se eu tivesse memória de lobo seria o fim. Pela primeira vez depois que soubemos que minha mãe não passava bem eu vi o meu avô sorrindo.

-Pai vocês tomaram certos cuidados na viagem, ou estão tomando esses cuidados ultimamente? – Meu pai ainda não tinha entendido onde queríamos chegar, mas como eu iria perguntar ao meu pai se ele estava usando preservativo quando transava com a minha mãe. Meu avô rosnou, o que você queria que eu pensasse vovô? Perguntei em pensamento, o qual foi ignorado. Legal....

-Jacob vocês andam usando preservativos? – Ainda bem que a profissão do vovô Carlisle lhe permitia entrar na intimidade dos outros sem se sentir desconfortável.

Meu pai estava em transe, não se mexia, apenas respirava e com certa dificuldade. Cheguei a pensar que meu pai fosse desmaiar, até que ele consegui esboçar uma reação.

-Bom Edward é isso ai. – Meu pia disse finalizando o pensamento. Pelo jeito eu vou ganhar um irmãozinho, pensei com os meus botões, meu avô concordou com a cabeça. E eu ... bem eu sai do quarto não queria ver o meu avô se segurando para não me deixar órfã de pai, ainda mais que terei um irmão agora.

Ainda era o meio da tarde e eu estava com a minha mãe na sala vendo tv, é claro que para mim era o maior prazer poder ficar ao lado dela. Meu pai estava mais conformado, e todos ficaram felizes com a noticia, sim pois depois dos pensamentos do meu pai meus avós não tinham mais duvidas quanto ao diagnostico da minha mãe:ela estava grávida. Meu pai precisava acertar algumas coisas na oficina, e é claro que não queria deixa a minha mãe, mas com a minha presença ele foi bem de boa.

No fim da tarde minha mãe recebeu visitas, vovô Charlie e Sue, Leah e ele. Assim que senti o seu cheiro invadir a casa meu coração parou, um frio na espinha, meu estomago dava voltas e mais voltas, havia sete meses que eu não sentia aquele cheiro. Praticamente voei em direção ao quarto, trancando a porta logo em seguida, eu só pedia ao meu adorado vovozinho que não deixasse o Seth vir aqui em cima, eu não agüentaria isso. Graças a Deus meu avô ouviu meus pensamentos, mas eu ainda ouvia a voz dele...daquele que me fazia suspirar ainda mesmo que de longe. Eu sei que é muito feio ficar escutando a conversa alheia mas eu não consegui evitar.

-Jake posso falar com você um pouquinho, sabe lá fora. – Seth disse ao meu pai, sua voz me arrepiou inteira. Olhei pela janela vendo os conversarem, Seth estava mais magro, ainda assim bonito, seu corpo todo marcado pela musculatura definida vestia uma camisa preta e calça jeans lavada, mais lindo do que a ultima vez que eu o vira.

-Fala garoto. – Meu pais ainda tava meio bobo com a noticia da gravidez da minha mãe.

-Ela tá ai não está? – Ele perguntou olhando para os próprios pés, como ele ainda queria saber de mim mesmo depois de tudo...

-Seth, eu nem sei o que dizer, ela não consegue falar com você no momento dê a ela um tempo.

-Eu não tenho mais tempo Jake, meu coração está prestes a parar. Eu sei que ela está ai, eu senti. Por favor me deixe ao menos me aproximar dela. – Seth estava nervoso, passava as mãos pelos cabelos, mas ainda não consegui olhar nos olhos do meu pai.

-Ela está sofrendo ainda meu amigo, e por mais que eu goste de você ela é minha filha, não gosto de vê-la assim. Mas já está difícil demais para ela estar aqui depois desse tempo todo, quando ela se sentir a vontade ela vai te procura pode ter certeza. – Meu pai sempre tão otimista. Será que algum dia eu vou conseguir???

Seth logo foi embora, assim como os outros. Meus avós Bella e Edward foram para o chalé, meus pais dormiam no quarto ao lado. A noite estava muito linda, e eu decidida. Sai rapidamente do meu quarto passando pelas minhas tias na sala de jantar que conversavam sobre as roupas para o bebe.

-Tias lindas do meu coração eu já volto tá certo. – Nenhuma das duas questionou. Sai correndo floresta a dentro sem passar muito perto do chalé. Chegue até a casa dele, as luzes apagadas, o silencio me mostrava a ausência de pessoas acordadas. Uma janela aberta me chamou a atenção.

Eu já conhecia esta casa, portanto sabia que era a janela do quarto do Seth que estava aberta. Subi silenciosamente pela parede, entrei no quarto sem fazer ruído algum, o seu cheiro era mais forte e concentrado. Ao lado da cama uma foto nossa. Inspirei fundo e não encontrei nenhum cheiro que não devesse estar ali. O meu lobinho dormia feito anjo, coberto apenas com um fino lençol, ele vestia uma bermuda escura e estava com o peito descoberto. Queria poder me prender naquela imagem para sempre, o meu lobo sem nenhuma outra no nosso caminho... A essa altura eu já deveria imagina que a garota que eu vi com ele não teve filho nenhum, ou senão eu já saberia. O que aconteceu eu não sei, mas vou descobrir, ou ela não estava grávida, ou perdeu o bebe e até mesmo se ele não assumiu a responsabilidade por essa criança.

Fique mais de duas horas vendo o sono dele, só fui tirada dos meus devaneios por ele me chamando em sonho.

-Ag, me perdoe...eu te amo. Quase pensei que ele estivesse acordado, mas seu sono era pesado por demais.

Sai rapidamente do quarto dele e voltei para casa, seu cheiro estava em mim, sua imagem grava em meu coração. Mas meu avô viu tudo isso em meus pensamentos e já me esperava na porta de casa com uma carinha nada boa.