A relação com o Embry ficou mais amigável depois do soco que ele levou do Seth, ainda continuávamos amigos, e mesmo eu querendo muito mais do Seth, era apenas isso que eu poderia ter pelos próximos quatro anos, onze meses e vinte e seis dias...é eu estou contando os dias para o fim dessa imposição do meu pai.

Os dias passavam lentamente, meus avós voltaram de viagem e então eu pude ter a minha conversinha com o Sr Edward Cullen, chamei o dito cujo até a sala de jantar, onde normalmente conversamos os assuntos mais sério na casa da vovó Esme.

-Temos uma conversa pendente não acha vô? – Perguntei

-Agatha eu sei que você ficou chateada por termos deixado você conversar com seus pais sozinha, mas entenda cabia somente a eles essa conversa. – Meu avô tentava argumentar, mas não me convenci logo de cara. – Não é pra você se convencer Ag, é apenas para entender que não cabia a mim ou à Bella participar de tal conversa. – Cínico... Conclui em pensamento arrancando uma gargalhado do meu avô.

Tudo certo, a família inteira já sabia da minha triste condição. – Ag não faça drama. – Avozinho lindo do meu coração não precisa ficar acompanhando os meus pensamentos. Pensei bem alto para o meu avô entender bem, qual é ficar vigiando os meus pensamentos agora. – Não estou vigiando, mas você pensa alto igual o seu pai. – Além de continuar respondendo meus pensamentos ainda se faz de bobo. A família inteira ria com a cena do meu avô respondendo os meus pensamentos e eu ficando cada vez mais irritada. – Então não se irrite pequena.

-Chega vô, por favor, já basta ficar lendo os meus pensamentos agora responde cada vírgula que eu penso é demais. – Me exaltei e acabei gritando com o meu avô perante todos que nos olhavam abismados. – Desculpe eu não queria gritar, mas você não me deixa com meus pensamentos.

-Agatha você pensa muito em virgulas? – Se houve um clima sério na casa esse desapareceu sem deixar rastros, só o Tio Emm para me fazer rir nessa hora, e é claro que ficou mais engraçado quando apanhou da tia Rose. – Ei Rose doeu.

-Se não fosse para doer eu não tinha batido. – Minha tia disse com um belo sorriso nos lábios.

-Foi só uma piada amor. – Vê se pode um homem daquele tamanho falando como uma criança mimada com a minha tia.

-Ele é uma criança mimada, só que um pouco crescida. – Meu avô não tinha jeito mesmo...ao mesmo tempo que eu fiquei irritada com a sua resposta fui ficando mais calma, é o tio Jazz estava chegando com o a tia Alice neste exato momento, tenho que agradecer a ele por me devolver a paz interior. Felizmente meu avô não respondeu, apenas riu.

Mais uma vez fui vendo os dias passarem, as noites se arrastarem e o meu coração ficando mais apertado a cada segundo. O que eu queria eu não poderia ter, ao menos neste momento. Hoje eu nem saberia precisar quanto tempo ainda eu agüentarei ficar longe do Seth, ou melhor, dos beijos do Seth. Conversei com a minha mãe e a minha avó Bella sobre o assunto, é claro que de certa forma elas não apoiavam o meu pai nessa decisão, mas nem mesmo eu tiro a razão dele, ele é o meu pai e quer o melhor para mim. A minha conversa com elas foi muito produtiva.

-Mãe não sei mais o que eu faço, está cada dia mais difícil. – Eu estava beirando o desespero, e meu paizinho lindo ainda por cima vivia trazendo o Seth para casa, sempre com uma desculpa diferente.

-Sinceramente eu não sei filha. – Estávamos no meu quarto eu e a minha mãe sentada na cama e a minha avó no divã em frente à cama.

-Ag, é complicado e se eu conheço bem o Jake ele não vai mudar de idéia assim de uma hora para outra. – Minha avó conhecia meu pai há muitos anos, na verdade desde que os dois eram crianças humanas.

-Também sinto isso, mas as minhas forças estão acabando. – Eu sei que parecia mais que eu estava fazendo drama, mas a verdade era que eu me sentia exatamente assim.

-Agatha você tem que se concentrar em outras coisas, ocupar essa sua cabecinha. – Minha avó era um anjo...

-Mas minha querida vovozinha, eu tento de todas as formas me ocupar, mas eu simplesmente não consigo. Sempre que me coloco em alguma atividade essa acaba depressa demais. – Tentei me explicar, mas do nada um brilho diferente surgiu nos olhos da minha avó, isso me deu medo.

-E se você tentasse fazer algo um pouco distante de Forks? – Ele continuava com o brilho assustador nos olhos, é uma vampira sabe dar medo aos outros.

-Como assim mãe? – Foi a vez da minha mãe entrar na conversa.

-Simples, eu não tive a oportunidade de fazer a faculdade que eu queria, em Seatle, há apenas cinco horas daqui, tem uma boa universidade. Eu vou pra lá fazer o meu curso e a Agatha vai junto. – Minha avó dava a entender que era a coisa mais simples do mundo.

-Isso até poderia fazer a diferença, mas mãe se fomos mudar de cidade vão todos, inclusive o Seth. Não vai funcionar. – É eu até poderia concordar com a minha mãe, mas pelo olhar da minha avó não era bem isso que ela tinha em mente.

-Não se formos apenas eu a vovó e o vovô. – Enfim entendi onde minha vovozinha linda queria chegar. Minha mãe ficou com aquela carinha de quem não está entendendo nada.

-Exatamente Ag, mudamos para Seatle eu o Edward e você, durante a semana fazemos o curso e nos finais de semana voltamos para Forks. O que você acha Nessie? – Minha mãe demorou uma eternidade para assimilar as informações, minto foram apenas dois minutos, mas como eu estava ansiosa por demais aparentou ser muito mais tempo.

-Pode até dar certo, mas não sei bem...ficar a semana toda longe da Agatha, e ainda tem o Jake não sei o que ele vai pensar a respeito. – Bom pelo menos ela concordou em se tratar de uma boa idéia. Mas quanto ao meu pai acho que vai ser difícil ele aceitar, mesmo eu estando com os meus avós.

-Nessie, é simples. Diga ao Jake que a intenção é manter a Agatha afastada do Seth, é claro que não é de todo uma mentira, mas assim fica mais fácil dele aceitar. – Minha avó pensava em tudo mesmo, mas ela também tocou num ponto importante: o Seth. Como será que ele vai reagir, e quão doloroso será esse afastamento para nós dois???

Dito e feito, assim que minha mãe disse ao meu pai que a intenção dessa minha estadia fora de casa era para me manter afastada do Seth ele aceitou na hora, que pai mais malvado o meu... Tirando isso, o meu avô já havia conseguido nos matricular numa universidade em Seatle, já tínhamos um apartamento perto do campus, o qual estava sendo reformado e redecorado pelas minhas tias e a vovó Esme, tudo prontinho só falta eu conversar com Seth, como a nossa viajem estava programada para daqui a dois dias seria hoje o dia que eu contaria a novidade.

-Oi Seth, oi Embry, oi pai. – Cumprimentei todos na oficina assim que entrei no estabelecimento. – Seth, posso conversar um pouquinho com você? – Chamei ele para o escritório, meu pai havia concordado que quem deveria dar a noticia ao Seth era eu, por isso não tinha comentado com ninguém fora da família sobre a minha viagem.

-Nossa Ag você está com uma cara. – Afirmou já dentro do escritório, Deus e agora por onde eu começo??? Tá eu sei que pelo começo, mas como dizer ao amor da minha existência que para o nosso bem eu vou morar quatro anos fora??? Ainda mais longe dele???

-Seth é um assunto delicado...e eu nem sei por onde começar. – Escutei, mesmo de longe, o coração dele bater num rítimo acelerado.

-Ag, você está me deixando angustiado, por favor diga de uma vez. – Pronto agora eu não tenho mais opções, teria realmente que contar a ele a minha decisão.

-Seth eu vou morar em Seatle com os meus avós. – Eu disse num fôlego só. A cara de espanto do Seth me machucou no fundo da alma, como de milhares de facas afiadas fossem lançadas contra o meu peito ao mesmo tempo, me deixando sem ar, sem respirar, sem pensar...eu queria apenas sentir mais uma vez o gosto doce dos seus lábios nos meus, mas não podia.

-Você simplesmente vai embora? – Ele perguntou soltando o ar dos pulmões pela primeira vez.

-Não é bem assim, na verdade eu virei todo fim de semana, vou fazer uma faculdade em Seatle com os meus avós.

-Por que essa decisão logo agora, eu nunca soube do seu desejo em fazer um curso superior. – Ele parecia magoado.

-Não é tanto pelo curso Seth, mas a distancia e o tempo que o curso vai me tomar podem facilitar as coisa para nós. – Eu já não conseguia nem olhar nos olhos dele, os meus totalmente marejados pelas grosas lágrimas que insistiam em sair. Meu coração apertado, a angustia me dominando.

-Entendo, mas por que logo agora Ag? – Então ele não entendia.

-Seth, se eu ficar longe e ocupando a minha cabeça vai ser mais fácil superar esses anos. Eu já não consigo mais Seth, te vejo todos os dias, e a cada dia a vontade de tocar de te beijar só aumenta. – Despejei em cima dele sem ao menos olhar no seu rosto.

-Ag, tudo bem mesmo. É serio, eu só queria entender melhor, sabe eu queria saber o que se passa ai dentro do seu coraçãozinho. – Ele disse apontando para o meu peito do lado esquerdo, é claro que não houve contato, ou eu estaria vendo um defunto recém criado na minha frente.

-Eu sei bem que a distancia vai nos trazer um sentimento de saudades, mas lidar com o tempo imposto pelo meu pai será mais fácil dessa maneira. – Admiti tristonha.

-Ei não fica assim... – Seth me abraçou beijando o alto da minha cabeça. – A gente vai superar essa distancia, vai ser mais fácil você vai ver. – Pelo menos ele me apoiava nessa minha nova jornada.

-Eu sei, mas ainda não sei como superar a saudade que vou sentir de você.

-Simples,  vamos conversar todos os dias por telefone, msn e mensagem de celular. E outra vamos nos ver todos os finais de semana. Esses cinco anos vão passar rapidamente você vai ver.

-Obrigado Seth...por me apoiar.

-Sempre linda, sempre estarei ao seu lado, independente em que lado você vai estar. Só não vai encontrar um garoto lá na faculdade e me esquecer aqui tá certo? – Ele disse num tom de zombaria.

-Nem se eu encontrar o seu irmão gêmeo, meu coração já tem dono. – Agora sim um vestígio de sorriso apareceu em meus lábios.

Uma coisa era certa, eu sempre teria o Seth ao meu lado, independente de minhas escolhas, ele sempre seria o homem da minha vida. Agora só me faltava arrumar as minhas malas e seguir rumo a universidade.

Enfim o grande dia chegou, eu estava de malas prontas, na frente da minha casa abraçada à minha mãe, ao lado do meu pai esperando pela chegada dos meus avós, iríamos com o carro do meu avô. Ao mesmo tempo que vi o carro entrando na propriedade eu senti o cheiro tão familiar de um certo lobo se aproximando, antes mesmo que o carro parasse em nossa frente o Seth já estava ali do meu lado. Soltei da minha mãe e fui em sua direção, eu já havia me despedido de todos, com exeção do Seth.

-Ei linda vai ficar tudo bem, você vai gostar da faculdade. – Ele me abraçou, colocando a minha cabeça em baixo so seu queixo.

-Vou sentir saudades. – A única coisa que eu conseguia dizer. Ele também não disse mais nada, acho que era desnecessário, afinal o nosso olhar falava mais que mil palavras.

-Cuide do meu coração, ele está indo junto contigo linda. – Ele disse assim que entrei no carro e abri a janela para acenar em adeus.