Mal consegui entra em casa e minha mãe já estava ao meu lado querendo saber as novidades e como fora o meu dia, calmamente contei tudo a ela, omitindo a parte da minha conversa sobre as minhas frustrações por parte da família, isso eu deixaria para conversar mais além, com todos juntos. Depois de umas duas horas ela finalmente foi se deitar, afinal ela precisava dormir e eu não, mas no fundo eu queria poder ficar sozinha por uns instantes, eu precisava pensar.

O dia amanheceu lentamente, como todos os dias, mas para mim o tempo passou rápido demais. Tão logo ouço baterem na minha porta, era a minha mãe, já pronta para ir à casa dos meus avós, local onde aconteceria a minha festa.

-Entra. – Falei calmamente de dentro do quarto, minha mãe entrou e sentou-se ao meu lado na cama.

-Todo bem Ag? – Fiz que sim com a cabeça. – Não adianta mentir anjo. – Mão tem sexto sentido, só pode.

-A tia Alice não me deixa fazer nada, estou cansada de fazerem tudo por mim. – Soltei meio que sem pensar.

-Agatha, a Alice vai ser sempre assim. Não há como lutar contra uma força irreprimível da natureza. – Nós duas rimos, realmente contra a Alice não há como lutar, mas será que eu conseguiria lutar contra o resto da minha família???

-Tenho que concordar, com a tia Alice ninguém pode mesmo.

-Filha, estou indo lá para a casa da vovó para ajudar na arrumação, tudo bem ficar sozinha. – Dei de ombros, na verdade eu não me importava, minha cabeça girava em torno do que seria a minha melhor chance de me aproximar do Seth, e hoje durante a minha festa de aniversario eu colocaria todo o meu plano em prática. Tão logo meus pais percebam que eu cresci eu já estarei namorando o lobo mais sexy da matilha, a não ser que ele já tenha alguém em sua vida, ai sim isso eu não vou atrapalhar.

As horas foram passando, por volta das 15h minha tia chegou com o meu vestido e com a pilha todo devo dizer. Ele não precisaria nem de dez minutos para me arrumar, mas sendo a Alice, ela demorou mais de quatro horas. Devo admitir que eu fiquei parecendo uma princesa, meu vestido todo branco, com detalhes brilhantes, ela ainda prendeu meus cabelos num emaranhado de fios de silicone com strass pequenos, minha maquiagem apesar de leve era marcante, delineava o meu rosto e dava mais ênfase aos meus olhos. Quando ela terminou o serviço ficou impressionada com a própria perfeição em fazer as coisas.

-Agatha, querida, você está perfeita...simplesmente perfeita. – Ela disse enquanto saltitava pelo meu quarto me rondando como se estivesse avaliando uma obra de arte.

-Fez um belo trabalho tia, conseguiu me deixar mais linda ainda, isso sim é um milagre. – Nós duas rimos para a minha modesta exclamação.

-Eu ainda tenho duvidas se você é realmente filha da Nessie e neta da Bella, você não tem nada a ver uma com as outras Ag. – Ela falava ao mesmo tempo em que ria. O som de sinos que era produzido pela sua risada ecoou por toda a casa.

-Tem coisas que não são genéticas tia. – Falei olhando intensamente nos seus olhos, é claro que ela compreendeu bem o que eu quis dizer. Apesar de eu ainda ser muito parecida com a minha mãe e consecutivamente com a minha avó, eu tinha as minhas características próprias e até mesmo algumas herdadas das minhas tias, características que me faziam única.

Perto das 20h nos dirigimos para a mansão dos meus avós, a casa toda decorada em rosas brancas e lilases, o perfume inebriante dominava não apenas o interior, mas todo o jardim lindamente decorado.

Minha tia providenciou uma entrada triunfal para mim, digna de qualquer princesa. Andando sobre pétalas de rosas brancas delicadamente posicionadas sobre um tapete de pelos altos preto, eu andava iluminada apenas pela luz do luar e algumas velas estrategicamente colocadas dando um ar de mistério e ousadia. Perfeito, a única coisa que eu consegui pensar naquele momento. Ao redor do tapete estavam os convidados, todos apreciando a minha entrada. No fim do corredor havia uma fonte de água límpida iluminada por pequenos refletores, e de cada lado da fonte meus pais sorriam ao me verem.

-Agatha você está linda. – Minha mãe exclamou visivelmente emocionada. Eles me abraçaram, seguidos pelos meus avós, tios e é claro o Seth, o resto dos convidados veio aos poucos, mas um a um eu os cumprimentei simpaticamente.

A festa estava ótima, diga-se de passagem. Depois de todo o alvoroço eu me encontrava sentada próximo à fonte quando ouvi passos conhecidos.

-Ei Agatha, posso me sentar? – Era o Embry, com uma caixinha preta nas mãos.

-Claro, fique a vontade. – Ele se sentou com o corpo bem próximo ao meu. – Então gostando da festa? – Pergunte tentando puxar assunto, afinal o nosso silencio estava meio constrangedor naquele momento.

-Está agradável, vejo que todo o trabalho que a Alice nos deu para decorar tudo hoje valeu a pena. – Ele deu um sorriso tímido, olhando apenas para o caixinha em suas mãos, sou curiosa tá certo, admito que estou louca de vontade de ver o que tem dentro da misteriosa caixinha do Embry.

-Também acho, ficou maravilho. – Eu falava com uma alegria contida.

-Então ... sabe – Embry quebrou o silencio, meio tímido. – Eu queria te dar o presente pessoalmente. – Ele me entregou a caixinha, finalmente eu iria descobrir o mistério da caixinha que a alguns minutos me intrigava.

-Obrigada. – Falei já abrindo a caixinha morta de curiosidade. Quando terminei de retirar a bela embalagem encontrei uma miniatura do carro que eu o ajudara a arrumar no primeiro dia que fui na oficina, era idêntico, com o mesmo tom brilhante de azul. – É igualzinho. – Sou apaixonada por carros antigos, é claro que eles não tem a mesma potencia das novidades, mas são perfeitos.

-Eu sei, sabe eu queria que você tivesse algo para se lembrar de mim, daquele dia. – Eu apenas o olhava, não tinha reação para as suas palavras, então em forma de agradecimento eu o abracei, assim que coloquei meu rosto no seu ombro eu o vi...

Mais lindo do que no dia anterior, segurando um copo com uma bebida qualquer e nos encarando. Assim que nos viu abraçados, Seth, não calculando a sua ira nem mesmo a sua força, quebrou o copo que estava entre seus dedos e se afastou rapidamente. Meu coração parou, a expressão do Seth era não apenas de ira, mas de dor. Soltei rapidamente do abraço do Embry e corri na direção que o Seth andava. Alcancei seus passos mais além, já dentro da floresta.

-Seth, por favor me espera. – Eu dizia apavorada.

-Agatha volte para a festa, divirta-se meu anjo. – Eu senti dor nas palavras sempre doces do meu Seth. Até que eu o vi, sentado num tronco, cabeça apoiada nas palmas das mãos.

-Como? – Indaguei, sem esperar resposta continuei, seria agora ou nunca. Me sentei ao lado dele, fazendo com que nossos corpos se tocassem e ele olhasse me minha direção. – Como irei me divertir se o motivo da minha alegria saiu correndo da festa. – Baixei meu olhar para as suas mãos que se apertavam. Um instante de silencio.

-Agatha, a festa está repleta de gente, familiares, amigos. Várias pessoas para te alegrar. – Ele disse com um falso sorriso nos lábios.

-Mas quem eu queria do meu lado acabou de sair.

-Por isso veio atrás de mim? – Ele disse como se não fosse ele a pessoa de quem eu falava. Isso me irritou, mais do que eu gortaria.

-Seth, vamos voltar? – Perguntei mesmo sabendo que sua resposta seria negativa.

-Agatha, volte e aproveite a festa linda que prepararam para você, eu estou cansado, amanhã a gente conversa. – Ele fez como que se estivesse levantando, mas eu o segurei.

-Eu não vou voltar para a festa, se você vai embora eu também vou. – Falei, mostrando toda a sinceridade nas minhas palavras.

-Você não pode simplesmente fugir da sua festa Ag. – Por mais que ele tentasse contestar a minha decisão, esta já havia sido tomada. – Ainda nem cantaram os parabéns.

-E você acha que isso importa, a festa não será a mesma sem você. Não tenho a pretensão de te fazer voltar, mas também não tenho a mínima vontade de estar numa festa longe de você. – Tentei ao máximo não parecer uma criança mimada fazendo birra.

-Por que Agatha? Por que dificultar as coisas assim? – Agora eu não entendi nada, fiquei olhando para o lobo na minha frente tentando decifrar as suas palavras.

-Seth, não estou entendendo, seja mais claro por favor. – Sua expressão era de fúria.

-Você quer ser tratada como adulta e quer que eu seja mais claro não é Agatha? – Fiz que sim com a cabeça, temendo pelas suas ações. – Você não percebe o que te ronda, fica fazendo charminho pra cima de mim, mesmo que não seja a sua inteção, e eu mal saiu do seu lado e você está nos braços do Embry. Sabe eu esperava essa atitude dele,mas não de você. – Ele colocou a cabeça entre as mãos, e um rosnado de angustia saiu de seu peito. Então era isso, ele saiu daquele jeito da festa por causa de ciúme.

-Seth eu não estou fazendo joguinho nenhum, está tão difícil de você ver que eu estou apaixonada por você e que o Embry é apenas um amigo. Sabe eu cansei, tá certo que eu tinha que esperar ser tratada como uma adolescente, no mínimo, para poder te dizer essas coisas, mas você é muito mole Seth. – Me levantei meio consternada, irritada e um pouco magoada, como se eu desse em cima dos dois amigos...que absurdo.

Antes que eu pudesse me distanciar ele me segurou pelo braço, me virando de frete a ele e sem mais nem menos me beijou. Sentir o doce de seus lábios sobre os meus, sua língua tímida pedindo passagem por entre meus lábios, o seu gosto, o seu desejo por mim e mais a sua paixão tomando conta de suas ações. Isso não tem preço, foi o meu primeiro beijo, e eu juro não tinha como ser melhor.

-Desculpe se eu me descontrolei, mas está difícil me segurar. – Ele enfim disse algo que me fez sorrir por dentro e por fora.

-Quem disse que é para você se segurar? – Perguntei, olhando no fundo de seus olhos, mas não esperei por resposta, dessa vez eu tomei as rédias da situação e o beijei como eu queria já há algum tempo. Só que, diferente do que eu tinha planejado, meu pai chegou na hora do amasso.

-Seth? Agatha? O que está acontecendo aqui??? – Será que eu posso falar um palavrão agora??? Então #@#%&¨, @#$#@$&*¨ e mais um pouquinho disso ai.