Sim para a Paixão escrita por Heloise_Yanki


Capítulo 50
Agatha 04


Notas iniciais do capítulo

Oi gente....

Estou simplesmente chocada com os comentários, cada um melhor que o outro. Muito obrigada a todos que acomapnham a fic e que comentam, isso me inspira e me incentiva a escrever mais e mais...



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Os dias foram passando, e eu ficando mais velha. Hoje sentada aqui no meu quarto eu percebo que há muitos mais ainda por vir em minha vida. Faltam exatamente uma semana para o meu primeiro aniversario. Finalmente. Não há exatamente nada na minha vida que eu posso reclamar, tenho uma família maravilhosa, pais amorosos, amigos fieis. Tudo que qualquer pessoa no mundo pode desejar...e agora que estou prestes a completar meu primeiro ano de vida e finalmente provar a teoria que eu chegaria a maturidade nesta idade, a única coisa que pode me deixar insegura e não saber o que será do amanhã, não que isso importe muito, mas mesmo assim.

Escutei passos na escada, olhei o meu relógio de cabeceira ainda era cedo, para os padrões humanos, faltava quinze minutos para as seis da manhã, meus pais ainda dormiam tranquilamente no quarto ao lado. Inalei profundamente o ar, no intuito de sentir o cheiro do meu visitante... Alguns instantes e é claro a essa hora entrando na minha casa sem pedir permissão só podia ser o Seth, mais alguns passos e uma batida de leve na minha porta.

-Entra Seth. – Ele entrou se sentando ao meu lado. – Que bom te ver cedo assim. – Eu disse meio que sem pensar, apesar de ser verdade, ainda era muito cedo para me abrir para ele e dizer como ele era importante na minha vida de uma forma que ninguém mais será. Escutei o coração dele acelerar em reação as minhas palavras, não sei o porquê, mas essa reação involuntária do seu corpo me animou e mais do que eu gostaria.

-Tava com saudades. – Ele disse me abraçando. – Me sinto bem na sua companhia. – Me aninhei mais ainda entre seus braços, naquele momento senti que queria e muito estar assim com ele, mas no fundo eu sentia que precisa de mais, muito mais daquele homem, com cara de garoto que estava abraçado comigo. Eu precisava sentir seu toque, seus lábios, sua boca buscando a minha. Mas não...ainda não...eu posso ser paciente e fazer tudo da melhor maneira possível.

-Também me sinto bem, acho que desde que eu nasci eu me sinto bem com você. – Eu não tinha medos ou receios, nem vergonha...no meu mundinho eu sempre pude contar com a presença do Seth em minha vida.

-Eu sei, lembra de quando você ainda dormia... acho que você devia ter no máximo umas duas semanas, ninguém conseguia te acalmar, foi só eu te pegar no colo você dormiu feito um anjinho. – Ele falava como se tentasse se lembrar de um passado muito distante, eu ri.

-Seth, isso não faz nem um ano... e é claro que eu lembro, o seu colo é diferente dos outros, como eu poderia me esquecer???

Continuamos abraçados por mais um tempo, então me levantei e fui preparar o café da manhã dos meus pais, a minha única ‘obrigação’, tá não é uma obrigação, mas adoro fazer um mimo aos meus pais, eles merecem... Logo que terminei o café meus pais desceram, parecia uma ação cronômetrada, mas não era.

-Ei Seth, já cedo por aqui? – Perguntou meu pai sem ao menos dar bom dia...

-Bom dia Seth? – Minha mãe ao menos foi educada.

-Bom dia Jake, Nessie. Eu vim ver a Ag antes de ir trabalhar, com tanto serviço fico sem tempo de ver a minha pequena. – Ele respondeu educadamente, me abraçando carinhosamente em seguida, algo que não agradou o meu pai que o fuzilou com o olhar. Eu ignorei, meu pai tinha dessas as vezes, mal ele sabia que quem era louca para o Seth tomar alguma iniciativa era eu.

Tomamos café tranquilamente, eu mais observei que comi. Depois meu pai e Seth foram para a oficina e eu como uma boa filha fui conversar com a minha mãe. Se eu era nova, minha mãe também, pelo padrões normais dos humanos minha mãe ainda estava na adolescência, não tinha nem quinze anos. Levando em consideração seus genes vampiros, ela já tinha chego na maturidade, ou seja na idade adulta, há uns 7 anos, ou seja, alguma experiência ela tinha.

Normalmente eu fazia o nosso café e ela limpava a cozinha, mas hoje eu insisti em ajudar, afinal eu queria conversar com ela. Minha mãe terminava de lavar os copos e eu estava enxugando e guardando quando finalmente eu resolvi tocar no assunto.

-Mãe, podemos conversar? – Perguntei timidamente, não tínhamos segredos entre a família, nenhum membro ficava de fora, não era sensato devido a nossa natureza. Mas o assunto que eu queria tratar com a minha mãe não era tão simples assim, eu ainda não completei nem o primeiro ano.

-Claro meu anjo, venha aqui. – Ela me chamou para se sentar ao lado dela num balanço que tínhamos na varanda. – O que foi Ag? Você não costuma ser tão séria assim. – Ela riu de sua próprias conclusões.

-Não é nada sério mãe, é só que eu ainda não entendo muito bem esse negócio de maturidade. – Era verdade, mas não toda a verdade.

-Não se preocupe Ag, eu também não entendia muito bem quando eu mesma a enfrentei. Diferente de como acontece com os humanos, como aconteceu com os meus pais, avós, tios e até mesmo com o Jake eu acheguei a tão falada maturidade com sete anos, e com você será mais cedo ainda. Mesmo assim quando isso acontece não existe mudanças aparentes, mas seria como quando um humano chega a idade adulta. O resto vem com o tempo, só ele pode nos trazer experiências, percepção, e até mesmo sensações novas.

-Até ai eu entendo, mas o que de certa forma me incomoda é o fato de não aparentar ser criança, não pensar como uma e ainda assim ser tratada por todos como se eu fosse um bebe. Será que com a chegada dessa tal de maturidade isso vai mudar? – Isso me incomodava e muito, apesar de eu não deixar transparecer.

-Infelizmente não... – Olhei nos olhos da minha mãe, na esperança de encontrar algum vestígio de humor, mas nada, ela falava seria. – Ag, eu já estou beirando os quinze anos, sou casada, tenho você meu amor, mas ainda me tratam como uma criança. Isso não vai mudar tão cedo, não mesmo. – Minhas esperanças foram por água abaixo, como se eu tivesse sendo puxada por uma triste realidade da qual eu insistia em fugir, como eu vou poder me declarar ao Seth, ou qualquer coisa nesse sentido se ainda sou tratada como um bebe????

-Eita família complicada que eu fui me meter viu??? – Pensei em voz alta, e só me dei conta do que fiz quando ouvi minha mãe rir.

-Tem que se acostumar Ag, mas não era apenas isso que você queria não é? – Intuição de mãe, só pode.

-Também...não vou tentar enrolar... eu  - suspirei, tentando me manter calma. – eu estou apaixonada pelo Seth... sabe eu sei que eu sou nova, que ele tem idade no mínimo para ser meu pai, que ele nem me olha dessa forma e um monte de outras coisas, mas não consigo evitar de pensar nele, de querer esta com ele. As vezes eu fico pensando que quando enfim eu chegar a maturidade as coisas podem ser diferentes que posso ter uma chance de me aproximar dele de uma outra forma...que sei lá eu possa ficar com ele como ... como namorada. – Eu despejei tudo em cima dela, se havia alguém no mundo que poderia me entender e me apoiar seria ela. – Eu sei que sou apenas uma criança, se visto pelos padrões, mas não consigo mudar o que eu sinto. – Deitei minha cabeça no colo dela.

-Agatha...eu sei que isso é bem complicado. – Ela acariciava meus cabelos, ao mesmo tempo que nos embalava. – Eu passei por isso, mesmo de uma forma diferente. Na verdade eu demorei para perceber o que eu sentia pelo seu pai. – Demorou???Eles ficaram juntos ela tinha o que 10 anos?

-Não entendi mãe?

-Bom a gente nunca conversou sobre isso, mas você já é bem grandinha para entender. – Apenas afirmei com a cabeça para que ela continuasse. – Quando eu percebi que o que eu sentia era amor pelo Jake não foi nada fácil, minha vida parecia ter virado de cabeça para baixo, eu não sabia de nada desse negocio de amor, de impriniting, ma no primeiro dia de aula, toda a família se reuniu para que eu tivesse uma vida voltada a normalidade de acordo com os padrões humanos. Em casa o celular do Jake tocou, eu atendi e era uma menina, meu mundo desabou, nunca senti tanta dor. Antes de saber o que era amor eu descobri o ciúme. Logo em seguida meu corpo mostrou sinais de mudança, eu menstruei pela primeira vez. Então todas as emoções estavam a flor da pele. Com a ajuda da minha mãe, e conversando com o meu pai entendi o que realmente se passava dentro de mim, só então percebi que eu amava aquele que eu julgava ser meu melhor amigo. Não foi nada fácil.

-E você não quis matar a garota que ligou para ele, sei lá eles tinham alguma coisa?

-Minha vontade era de morrer, mas eles não tinham nada, ele nem a conhecia. Parece que ela consegui o telefone dele com outras pessoas, mas não é isso que importa. O que importa é que você, diferente de mim, já sabe o que sente e não teme a verdade de seus sentimentos, eu fui tola em não admitir mas no fim deu tudo certo.

-Não vejo como as coisas possam ficar mais fáceis para mim mãe. – Realmente, a história de minha e meu pai foi um pouco conturbada, pelo o que eu sei até mesmo não ao pedido de casamento dele ela disse uma vez.

-Ag, acho que a pior coisa que você poderia passar era ficar em dúvida com seus próprios sentimentos, não saber o que este acontecendo dentro de você, ter medo de estar confundido tudo e poder perder o melhor amigo. Não, isso você não vai passar, você já tem a certeza dentro do seu coração, eu posso ver dentro dos seus olhos que o que você me disse é verdade. Agora, quanto ao resto, a sua idade, a maturidade e a aceitação da parte dele só o tempo pode dizer o que será.

-Mesmo assim, isso não simplifica em nada. – Eu disse desanimada com tudo o que eu acabara de ouvir.

-Ag... – Minha mãe me chamou, eu tentava focalizar algo longe para não olhar para ela, eu sabia que ela não tinha culpa disso, e mesmo assim acabei jogando sobre ela meus medos, e de certa forma minha fúria. Mas quando ela me chamou olhei novamente em seus olhos. – Nunca ninguém disse que seria fácil, porque não é fácil. Mas no fim você verá que cada lágrima derramada, cada segundo de angustia, cada momento de dúvida valeram a pena. E não apenas por quem está ao seu lado ou que você sente com a presença dele, mas principalmente por que cada um desses infortúnios que a vida lhe traz serve para te trazer força e sabedoria, faz com que você cresça e se torne uma pessoa melhor.

Minha mãe se levantou e saiu em silencio, me deixando meditas sozinha a respeito do que ela falou. Pensando bem nunca ninguém disse que a vida seria fácil, nem que seria perfeitamente como a gente espera, mas também não ouvi nunca alguém que chegou a onde queria e disse que não valia a pena a caminhada. Então é isso, estou prestes a iniciar uma nova caminhada em minha vida, já sei que não será fácil, mas também que valerá a pena cada instante de luta que me levar a alcançar meu destino. Agora só me resta esperar, como minha mãe disse tem coisas que só o tempo pode nos dar...

Passei o resto da manhã na varanda, pensando em tudo o que estava a minha volta. Eu posso me considerar uma pessoa de muita sorte, independente do que me ronda, ou que a minha família seria o elenco perfeito para um filme de terror. Eu tinha o que muita gente desejaria e mesmo assim ainda estava me lamentando. Entrei em casa minha mãe já terminava o almoço, e pela mesa posta teríamos um convidado que se alimentava para o almoço.

-Quem vem almoçar conosco? – Perguntei auxiliando ela ajeitar os talheres ao lado dos pratos.

-Seu pai ligou, o Seth vem almoçar aqui. – Ela disse com um sorriso mateiro nos lábios, neguei com a cabeça e continuei ajudando-a.

Durante a nossa refeição tudo ocorreu perfeitamente bem, antes de voltar à oficina o Seth me chamou para conversar, nesse instante meu coração quase parou de bater. Nos sentamos no mesmo local que eu tinha conversado com a minha mãe pela manhã.

-Agatha, no sábado é o seu aniversario. – Olhei para ela em sinal para que continuasse. – Então, eu sei que a Alice está planejando uma festa e tudo mais para você, mas eu queria saber se você por acaso não quer fazer um passeio na sexta, sabe eu já falei com o Jake ela me libera do trabalho.

-Seria maravilhoso Seth. – Não consegui esconder a minha animação, era evidente demais a minha felicidade em receber um convite desses. – Mas aonde nós vamos? – E é claro que eu não poderia deixar de ser curiosa.

-Tem um grupo de teatro com uma montagem bem interessante que está se apresentando em Portland, eu sei que você gosta de teatro e essas coisas, pensei que poderíamos ir ver. O que você acha?

-Perfeito. – Nesse momento eu não queria nem saber se eu iria fazer um ou vinte anos, se meu pai ou o resto da família aprovaria, eu estava feliz demais para qualquer preocupação. – Que horas é a apresentação?

-Começa as 20h, mas antes eu queria te levar num outro lugar. – Ela falava timidamente, que lindo. – Se você não se importar é claro.

-Tudo bem, por mim não há problema nenhum. – Eu disse ainda animada.

-Então tá marcado, sexta feira você é minha o dia inteiro. – Ele disse com um brilho diferente nos olhos que me deixou mais feliz ainda, como se fosse possível.

Logo eles se despediram e voltaram ao trabalho, eu ainda não tinha conseguido forças para sair da varanda. Minha mãe apenas me olhava do batente da porta, ela tinha um sorriso indecifrável nos lábios.

-Vejo que pelo menos um dos seus problemas está mais simples de se resolver não mesmo? – Ela veio se sentar ao meu lado.

-Espero que sim, mas o que será que o Sr. Black vai dizer de um lobo passar o dia inteiro com a sua filhinha?

-Ele vai provar do seu próprio veneno Ag... – Sorri com esse comentário, eu sabia de algumas coisas que aconteceram antes do meu nascimento e o ciúme excessivo do meu avô por causa do meu pai é uma das coisas mais marcantes. Agora só mês resta esperar até sexta feira...agüenta coração!!!!


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam???

Comentários?
Sugestões?
Criticas?
Algum sinal se alguem está lendo isso tudo ai?

Obrigadinha...

Bjinus no coração.

Helo



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