Os habitantes de uma terra estranha escrita por OITO


Capítulo 3
O RELÓGio Esquecido - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Bum! Tá tudo agendado, meu Deus!
Finalmente, a parte final do capítulo. Agora é escrever o segundo! Obrigado por me ler.



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Que lugar estranho! Ali estava a mais estranha coleção de coisas já vistas pela pequena Valiae. As paredes eram o oco corrugado e endurecido pelos séculos de uma árvore milenar, mas as paredes dificilmente poderiam ser vistas, pois estavam todas cobertas por camadas e mais camadas de madeira e papel, estantes de livros e revistas. Mesmo as mais altas paredes estavam tomadas por estantes e livros. Ah, que coisa bela, mas estranha, pensou ela, olhando para um vidro onde uma coleção de olhos brilhantes virava de um lado para o outro, imersos num líquido viscoso e turvo. Mas estavam vivos! Um dos olhos voltou-se para ela rapidamente, observando cada um dos seus mínimos movimentos! Logo, logo, foi seguido por cada um dos outros irmãos de vidro. Muito, muito curioso! Estivera na borda do tempo, talvez. O céu aberto e noturno era uma linda noite galática, transcendental, onde as poeiras estelares brilhantes, de diferentes cores e épocas, se misturavam como astros confusos no escuro do céu noturno e brilhavam em fogos e fumaças.

Estava prestes a questionar à mulher sobre onde estavam, mas as palavras se prenderam na garganta. É o tipo de coisa que costuma acontecer em situações como esta, nas quais o deslumbramento tem um típico poder sobre o corpo humano e nos prende, senão ao chão, ao fundo mais escondido da mente. Fechou os olhos por um segundo e contou até três; talvez as coisas desaparecessem, bastava um pouco de esforço e tudo desapareceria (aquele foi mesmo um sonho muito longo, quando pensava agora – e quando pensava sempre – sobre todos os eventos que seguiram aquele dia), mas, sim, bastaria um pouco de esforço e estaria, mais uma vez, na salinha de seu tio, como relógio desagradável e a certeza da própria fantasia.

Ela contou até três.

Então contou novamente.

E então contou mais uma vez.

Que tristeza era continuar escutando a respiração da mulher em meio ao silêncio arrebatador daquele lugar e escutar, ainda, as batidas das asas de borboletas lá fora. Ainda havia isso, é claro: as borboletas. A casa estava infestada delas; centenas de borboletas sobre as estantes e sobre os livros e sobre os vidros contendo coisas e mais coisas inacreditáveis. Eu vou acreditar porque preciso acreditar, disse ela a si mesma, percebendo que não haveria outra escapatória, a não ser abrir os olhos. Mas não os abriu

“Eu estou quase sentindo pena de você, minha cara,” disse a mulher, e a piedade em sua voz parecia muito verdadeira, “sabe, deve ser mesmo muito difícil para você ser arrastada até aqui, mas, vamos, vamos, não precisa se preocupar muito. Eu sou ótima, você está bem. Eu sou boa no que faço e preciso ser boa naquilo que me disponho a fazer. Você está inteira, não está? A viagem não deixou faltando nada.”

Como assim?, perguntou-se Valiae.

“É, me parece que tudo está em ordem. Braços e pernas,” sussurrou a mulher, então sentiu o leve toque dos dedos finos e longos, gélidos como uma noite de inverno, “deixe-me ver se a língua ficou para trás. Seria um infortúnio terrível. Você poderia abrir a boca?”

Mas Valiae não fez nada. Ela prendeu os dentes com muita força, mais força do que imaginava ter. A mulher bateu duas vezes sob seu queixo e repetiu o pedido. Percebendo que a menina – e ela permanecia de olhos fechados, disse a si mesma que precisava abri-los, mas não ousou – não responderia às suas sugestões, a bruxa desistiu, recostou-se num pequeno sofá e esfregou as têmporas lentamente.

“Ora essa, mas você não pode estar com medo de mim, está? Vamos, abra os olhos! Eles estão aí. Vejo que estão, posso ver os glóbulos atrás das pálpebras. Vamos, abra os olhos e deixe-me ver se perdeu a língua. Eu preciso que você me ajude um pouquinho, Valiae, ou não poderei te ajudar. Eu preciso de você e você de mim. Você não pode acreditar que eu sou mesmo uma pessoa ruim.”

“Eu quero ir embora,” resmungou Valiae, surpreendendo a mulher, que bateu palmas levemente.

“Oh, sim, então ela está aí! Eu estava realmente preocupada. Nunca ninguém perdeu nada comigo antes, mas, bem… há sempre uma primeira vez. Me chamo Höpa, querida. Me chame de Höpa, sim?” um risinho esganiçado fez com que Valiae abrisse os olhos. Não conseguiria mesmo voltar. “Isso mesmo, muito obrigada, Valiae, muito obrigada mesmo. Você está me ajudando e, ouça bem, não se esqueça de nenhuma palavra que vou lhe dizer, eu vou te ajudar.”

“Isso não faz nenhum sentido. Eu não te conheço, você não me conhece,” resmungou Valiae, muito mais para si mesma, o que não fazia nenhum sentido. Mas a mulher logo riu e após colocar de lado toda concepção infantil dos encontros ou reencontros com bobagens, bobagens, ora, pare de dizer bobagens, estendeu o dedo indicador, apontando a luminária ao lado do sofá onde se sentou, e convidou a borboleta brilhante a pousar ao seu lado. “Mas é verdade! Eu não confio em você e quero voltar para casa.”

“Pois então escute bem o que tenho a lhe dizer e isso vai mudar o seu pensamento. Eu tenho certeza. Quanto ao conhecer ou não, bem, é verdade que você não me conhece, assim como é verdade que não precisa me conhecer agora. Basta que Lembre de mim e espere que o futuro aguarda o que precisaremos saber. Em nosso próximo encontro, talvez. Mas, me diga, o que acha daquele relógio na sala de seu tio?”

“Ele é meu pai,” corrigiu Valiae.

“Ah, sim, sim, de fato, perdoe-me o erro. Estou velha, muito velha. Acabo esquecendo as coias,” disse Höpa, mas ela não parecia nem um pouco velha para Valiae.

“O que você quer saber sobre o relógio?”

“O que você estiver disposta a me dizer, é claro.”

Valiae pensou. O que ela sabia a respeito do relógio? Nada, na verdade; apenas que era uma peça horrenda e que ela lhe causava um tremendo desconforto, algo tão desagradável que aquilo poderia ser apenas o recanto onde se escondia um tipo terrível de pesadelo. Não havia nada no mundo que ela temesse como temia aquele relógio e, bem, Valiae era uma menina grande o suficiente – isso ela disse para si mesma, perceba – para dormir sozinha em seu quarto e para cuidar de algumas coisas na própria vida, como fazer um bom sanduíche quando estava com fome. Ora essa! Mas o que havia naquele relógio?

Após tantos anos passados, com o peso do tempo pendendo sobre os ombros da Valiae mais velha, aquilo continuava uma incógnita; algo que voltava sempre a cozinhar em seu cérebro e, por mais que buscasse qualquer coisa mais antiga e que pudesse responder, tudo continuava como uma verdade muito nebulosa. Não, não era algo racional. E ela sabia, desde pequena ela sabia que havia algo ali, algo que não se pronunciava. O livro, o livro de Pomerillo Niguno, lhe trazia aquele sonho e a vontade, toda sua vontade, agora, era a de esquecer.

“Eu não sei,” disse a pequena Valiae, aquela Valiae no passado, “eu não sei nada sobre ele. Apenas é tenebroso, muito assustador! Ele é monstruoso!”

“Compreendo. E você sente alguma coisa quando se aproxima dele, estou certa. Um medo?”

“Muito medo! Gostaria que ele sumisse.”

“Bem, aquele relógio não vai para lugar algum. Ele não tem motivos para ser tirado de lá. Sabe, minha querida, a pessoa mais indicada para resolver o problema daquele relógio já o fez. Há algum tempo; não posso dizer que foi há muito tempo. Tudo ficará muito bem, ao menos por enquanto. Venha, me dê sua mão. Quero ler seu futuro. Quer saber o futuro?”

“O que você quer comigo?” perguntou Valiae, ignorando a pergunta de Höpa.

“Eu quero que me ajude a encontrar alguém. Algo. Escute, um dia, você encontrará uma coisa terrível e precisará de ajuda. A ajuda vai chegar e quando essa ajuda chegar, nós nos veremos novamente. Eu preciso que você entregue uma mensagem para ele. Você acha que consegue lembrar?”

“Não sei. O tempo vai passar? Muito tempo?”

“Muito. Você vai se lembrar.”

“Você me trouxe para cá apenas para mandar um recado?” perguntou, incrédula, a pequena Valiae.

“Não. Eu trouxe para ler o seu futuro. Mas você precisa querer fazer isso. O recado é apenas uma troca. Eu leio o seu futuro e você faz algo por mim; você entrega uma mensagem por mim.”

As coisas mais estranhas aconteceram naquele sonho. Valiae aceitou a troca sugerida por Höpa. Aos poucos, seus mecanismos de defesa cediam às investidas da mulher que Valiae muito associava a uma borboleta gigantesca e, ali, naquele cômodo confinado sob o céu brilhante, observadas por um vidro de olhos curiosos, Valiae começou a sentir que podia confiar em Höpa. Isso era algo que acontecia também no livro de Pomerillo Niguno. O herói, após deparar-se com as marcas da própria incredulidade, após perceber que não conseguiria vencer sozinho o mal que permeava o relógio, não poderia vencer a aura maligna que se alimentava aos poucos de todos que ele amava, decidiu aceitar o acordo com a mulher-borboleta. Ele destruiu a coisa no relógio e tudo ficou bem. Era uma boa história, de certa maneira, pensou Valiae Adulta, uma história interessante.

“E então? Vai me ajudar?”

“O que eu preciso fazer?”

Höpa levantou-se e pegou uma grande tina de prata em uma das prateleiras – não sem antes bater os dedos longos sobre o vidrinho de olhos esbugalhados que acompanhavam-lhe os passos. Colocou a tina de prata sobre o chão e, enfiando a cara em uma das estantes na salinha, selecionou alguns pequenos vidros e atirou parte dos conteúdos na tina. Valiae não fazia ideia do que era aquilo, mas os cheiros eram muito desagradáveis; haviam mucos e coisas que pareciam sementes – ela os espremia e pingava sumos aquosos na tina –, cortava pedacinhos de outras coisas e as jogava na tina, esperando que a leve fumaça expelida mudasse de cor. Aos poucos, a mistura da tina tornou-se púrpura, então azul e, logo, de um brilhante cor-de-rosa, quase transparente. Höpa então sentou-se novamente onde estivera antes e cruzou os braços.

“Diga-me, então! Sou ou não sou uma grande bruxa?! Veja, está perfeito!” disse ela, a voz transbordando orgulho pela mistura translúcida e rosada na tina.

“Eu acho que sim… não saberia dizer.”

“Você gosta? Que cheiro sente?”

“Não tem cheiro algum,” disse Valiae.

“E a cor?”

“Um rosado, mas quase transparente. Estava muito rosa, mas a cor se dissolveu, aos pouquinhos,” informou Valiae. Seria mesmo possível ela não ver o que estava ali, bem à frente?

“Então está bom! Está pronto e está ótimo!” exclamou Höpa, mas logo sua vibrante alegria se dissolveu mais uma vez na seriedade do começo daquela noite. No primeiro encontro. Ela movimentou os dedos, como aranhas de pernas compridas e pálidas, fechou os próprios olhos e inspirou profundamente. “Bem, bem,” disse ela, “bem, bem.”

“O que há?”

“Olhe ao redor. Basta apenas uma coisa. Olhe ao redor e escolha uma borboleta. Qualquer uma. Aquela que você mais gostar, aquela que você escolheria para ter, se pudesse. Escolha qualquer borboleta.”

Valiae olhou ao redor e, havia um número muito grande daqueles seres por ali. Ela mesma nunca vira tantas como naquele dia, nem mesmo no borboletário no zoológico que conhecera com sua mãe e o pai alguns meses antes. Havia borboletas de todo tipo: algumas eram vermelhas, com lindas bordas de asas pretas, desenhadas com arabescos brilhantes e de pontas muito finas; outras eram azuis como safiras, salpicadas com pedras preciosas; algumas tinham um amarelo vibrante, com detalhes em preto, como as cores de abelhas; outras eram marrons e gigantescas, com olhos enormes e formados por pelos sedosos, a observando e piscando preguiçosamente; havia ainda uma infinidade de outras borboletas belíssimas, mas, de fato, nenhuma delas tinha a beleza daquela borboleta brilhante que a acompanhara da biblioteca de seu pai.

“Eu quero aquela, a que você disse para não pegar,” disse Valiae, apontando para a borboleta próxima à bruxa. “A que queima, como brasa. Ela tem a luz mais linda que já vi.”

“Então pegue. Pode pegar.”

Ela estendeu a mão e, de fato, havia um intenso calor irradiando daquela borboleta, mas, tão logo fechou sua mão sobre ela, o calor diminuiu e diminuiu. Ela parecia segurar um pequeno ser qualquer. Era isso mesmo! Não estava quente! E com era bela. A mais bela de todas.

“Esmague-a,” disse Höpa. “Esmague-a em sua mão. Aperte-a e destrua a borboleta. Depois, jogue a coisa na tina.”

“Mas eu não quero fazer isso! Imagine destruir isto!”

“Faça o que digo, vamos! Pode fazer, faça logo! Não há problema,” disse Höpa.

Valiae fechou os olhos e apertou a borboleta entre seus dedos. Ela sentiu o calor diminuir, conforme o corpo frágil era destruído pelo poder das mãos infantis. Ela, ainda hoje, podia sentir muito bem cada uma das sensações daquele momento. Nenhuma delas era boa; todas traziam um sentimento muito desagradável no pé de sua barriga; era algo muito semelhante ao que sentia quando olhava diretamente para o relógio.

“Agora jogue aí dentro, vamos, não tem problema.”

Valiae abriu a mão e, por entre seus dedos, um pó muito brilhante escorregou, caindo e desaparecendo na mistura dentro da tina. Era surpreendente não haver o corpinho destruído de uma borboleta ali. Além disso, para quem não estava disposta a fazer as coisas, ela se sentia muito à vontade aceitando destruir criaturas tão belas e conversando calmamente com uma bruxa.

“Olhe aí dentro, mas não se aproxime muito,” disse Höpa, e apontou para a mistura ali embaixo.

Ora, mas não havia mesmo uma borboleta batendo asas ali dentro?! Valiae arregalou os olhos e estendeu a mão em direção à tina. Estava perto de alcançar a mistura, quando uma borboleta brilhante, exatamente como aquela que ela destruiu, se desprendeu da mistura e voou para o alto, observada por Höpa. A bruxa fungou e aquiesceu, murmurando qualquer coisa que Valiae não compreendeu. Então uma segunda, uma terceira, meu Deus, quarta, quinta! Vinte borboletas se desprenderam da mistura e, que coisa incrível!, elas flutuavam com leveza, subiam em direção ao telhado inexistente da casa e se perdiam no céu. Muitas borboletas brilhantes, exatamente como aquela, subiram uma após a outra, subiram, subiram, perderam-se no céu como estrelas, voaram muito perto do rosto de Valiae e algumas até mesmo tocaram a ponta de seu nariz. Uma última, então, se desprendeu da mistura na tina – que logo tornou-se turva e sem vida – e pousou sobre o ombro direito de Valiae.

“Ah! Muito bom, muito bom mesmo!” disse Höpa. “Você, provavelmente, não compreendeu nada e, bem, venha aqui e deixe-me explicar. Eu sou uma bruxa, como já disse, e este é o modo como meu poder se manifesta: as borboletas me ajudam. Esta aí, como pode ver, sobre o seu ombro, é a sua borboleta, o seu futuro, como pude materializá-lo. Assim que eu terminar de ler, ele desaparecerá, para esperar que o encontre lá na frente, mas agora, venha, deixe-me ver o que fazer.”

Sobre um dedo branco em riste, a borboleta pousou e aguardou pelo trabalho de Höpa. Bem, bem, sim, vejamos…

“Sim, compreendo. Ah, isso ela não pode saber. Não ainda. Ah, tão pouco? Não acredito que seja uma boa ideia, mas… sim, sim, compreendo,” dizia Höpa, observando a borboleta com olhar muito sério e solene. “Bem, parece que nós vamos nos encontrar um dia no futuro, como eu havia previsto antes. E que algumas coisas muito estranhas esperam por você. Você irá se encontrar com o homem para quem preciso que passe uma mensagem, não se esqueça. Ele se chama Pänpen. Você saberá quem ele é quando encontrá-lo. Mostre-lhe o relógio, sim? Ele saberá o que fazer. Além disso… deixe-me ver um pouco mais. Menina, você precisa se preparar. Leia muito, leia tudo o que puder. Não importa o que seja, se sentir que precisa fazer, faça; você tem um ótimo dom intuitivo. É por isso que o relógio te afugenta tanto, mas não o tema, ele só tem o poder que você dá a ele,” ela parou durante mais alguns segundos, balançou a cabeça afirmativamente mais uma vez, “sim, sim, somos todos habitantes de uma terra estranha, minha querida, não se engane com isso. Todos nós. Mas, veja bem, quando Pänpen aparecer, diga-lhe que nada é tão incrível quanto você mesma e que nada ou ninguém é feliz como uma caçarola. Compreendeu? Pode repetir o que eu acabei de dizer? Vamos, me diga, diga, diga logo, eu estou sentindo seu espaço se rompendo.”

“Eu…” começou Valiae, mas as palavas estavam enganchadas em sua garganta. “Eu… eu… nada é tão incrível como eu e nada ou ninguém é feliz como uma caçarola.”

“Isso mesmo, repita para não esquecer!”

“Nada é tão incrível…”

O mundo começou a se dissolver e Höpa começou a se transformar.

“… como eu… eu sou incrível…”

Uma forte luz cortou a sala onde se encontrara com Höpa e Valiae estava agora caindo, caindo entre os mundos todos.

“… e nada nem ninguém…”

Ela escancarou os olhos. Estava na biblioteca; ao redor, os livros continuavam empilhados em meio à confusão dos restos de arrumação e os papéis espalhados por todo lado, a reafirmação do projeto seguinte. A cabeça repousada sobre a mesa e – meu Deus, que sonho estranho! – abriu bem os olhos, coçou-os e bocejou levemente, mas logo as palavas lhe escaparam furtivamente, como se tivesse passado a madrugada as repetindo: “Nada nem ninguém é feliz como uma caçarola.”

Lembrou-se de tudo isso. Como as coisas se encaixavam daquele jeito?

Valiae levantou, então, os olhos em direção ao relógio no canto, entre as duas estantes. Lembranças estranhas, muito estranhas. Ela voltou a si aos poucos, voltou à própria consciência no presente muito aos poucos. Tanto demorou de retornar a consciência que, vejam bem, quase não conseguiu perceber como, aos pés da portinhola aberta do relógio – que, minutos antes, estivera fechada – havia uma fina camada de cinzas.


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Notas finais do capítulo

Bom, nada muito assustador, não é mesmo?
Tá tudo mágico, tá tudo bonito. Borboletas!
Falando um pouco sobre a Höpa, caso ainda não tenham visto, ela também aparece em As Vozes. Agora posso entregar algumas coisas sobre ela. Acredito que ela ainda vá aparecer muito nas próximas histórias - talvez não em algumas, mas em outras, sim, sim, vai mesmo. Ropinke, no entanto, não aparece aqui.
Bem, me aguardem no próximo. Espero que tenham gostado do capítulo e que me acompanhem no próximo!
Que tal deixar um comentário legal pro coleguinha? Eu agradeço muito.
Até mais!



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