A Promessa escrita por Morgenstern


Capítulo 67
Limite Maddox.




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— Não fui bem acomodada aqui. – respondi mantendo o olhar em meu irmão e as mãos firmes em Maxon.

Daniel sorriu concordando com a cabeça e apontou o queixo para o corpo em meus braços.

— Ele já acordou? Sabe Ka, achei que seu namoradinho fosse mais forte. Eu o vi ganhar a luta com Kent e devo confessar que fiquei bastante interessado nele, mas depois de hoje. – ele balançou a cabeça em negação e eu não poderia acreditar no que ouvia.

— Você fez isso com ele? – estava gritando incrédula por tanta maldade. – O que você queria com isso? Matar ele? Queria matar Maxon?

— Eu poderia, depois de tudo o que ouvi. Mas ele desmaiou antes disso. – Daniel revirou os olhos e eu estava chocada com o queixo caído por não conhecer essa pessoa em minha frente.

Era o corpo do meu irmão, mas por dentro não havia nada se não crueldade. Pura e doce crueldade. Observei seu rosto mais atentamente e percebi pequenos arranhões que disfarçavam bem na cor bronzeada.

— Então, você acha mesmo que eu vou deixá-la ir? De verdade? – ele perguntou erguendo uma sobrancelha, limpei a garganta e me mantive firme com Maxon.

— Por favor. Estou pedindo por favor, eu fico por vontade minha se você deixar Maxon ir. Estou implorando Daniel, se vingue em mim e não nele. Por favor. – falei tensa demais para imaginar qual seria sua resposta, apreensiva com um “não” e preocupada com o depois do “sim”.

Maxon abriu os olhos de repente e ergueu um indicador.

— Não. – ele disse tão firme quanto poderia. – Eu vou ficar com ela. – neguei com a cabeça freneticamente quando Daniel riu jogando a cabeça para trás.

— Não Maxon, você vai sair daqui. – falei para ele. – Eu fico, ele vai. – falei encarando Daniel, que ainda sorria ao nos observar.

— Eu vou ficar. – Maxon disse me encarando tão determinado a me confrontar e vê-lo tão debilitado me deixou sem resposta.

— Pois bem, então os dois ficarão? – Daniel perguntou animado como se aquilo fosse o que ele estivesse esperando, como se nós mesmos estivéssemos escolhido o que ele queria que escolhêssemos.

Maxon conseguiu se sentar e eu estava ao seu lado, sempre o ajudando, sempre pronta para ficar a sua frente protegendo-o. E apesar dos gemidos de dor, apesar do sangue ele fingia está muito bem. Fingia – ou era corajoso o bastante para – sorrir e concordar com a cabeça quando perguntei se realmente estava bem para andar. E mesmo se não estivesse, não – nunca – pediria ajuda a Daniel ou muito menos a Adam. “Vou levar você para seu quarto, irmã.” Daniel disse me fazendo franzir a testa para ele. “O que?” foi o que perguntei ao ajudar Maxon a se levantar. “Não vou deixar os dois no mesmo quarto, você é minha irmã mais nova!” Daniel exclamou em repreensão como se pudesse se importar com a família, com irmandade. “Vou ficar com Maxon e isso não tem discussão.” Foi o que eu disse, que se dane se ele era um louco, que se dane se ele tinha prazer em machucar as pessoas, eu mesma não iria deixar Maxon sozinho, não iria deixá-lo sem mim.

Daniel deu de ombros e se virou para o corredor, sussurrou algo para Adam que levou Celeste além dos corredores para algo completamente fora da minha imaginação e cruzou os braços esperando que Maxon caminhasse para fora da sala. Estive pensando o que meu irmão faria conosco ali, o que faria com Celeste depois de tudo e como eu iria conseguir fugir. Pensei nas milhares de possibilidades que poderia fazer para escapar enquanto andávamos pelo corredor, Maxon com um braço apoiando em meus ombros e pressionando os lábios a cada passo. Eu não poderia imaginar sua dor, mas sentia como se fosse a minha dor e a cada instante estava mais angustiada pela demora, com medo por não saber até quanto iria o limite de Maxon.

O quarto que Daniel ofereceu para nós era algo espetacularmente grande, cama de casal com guarda-roupa, banheiro próprio e eu não poderia acreditar que aquilo era realmente da fraternidade, não parecia algo de universidade e mesmo estando curiosa sobre o assunto, meus pensamentos evaporaram quando Maxon se libertou de mim e caiu na cama com um suspiro aliviado e o rosto no travesseiro. Fechei a porta e encostei minhas costas dela, “Maxon?” o chamei preocupada em como fazer aqueles ferimentos curarem, em como fazer a dor sumir. Ele levantou uma mão mostrando o polegar e a cada minuto meu coração apertava, minhas mãos doíam para tocá-lo e lágrimas vieram em meus olhos. Não. Não posso chorar agora. Não. Respirei fundo e corri até o banheiro pegando uma toalha, molhando-a com água morna e trazendo ao quarto.

— Vou precisar tirar sua roupa – falei voltando ao quarto, fazendo-o erguer a cabeça rapidamente com os olhos abertos e assustados.

— Você nunca cansa? – ele perguntou sentando na cama, me fazendo piscar os olhos impedindo que as lágrimas caíssem.

— Nunca me canso de você, meu amor. – respondi enquanto caminhava até ele.

Maxon me observou por um instante e sorriu, suspirou unindo as sobrancelhas e eu sabia que ele estava tentando se manter forte.

— Vou tirar minha blusa, só não pire ok? – ele pediu me olhando cauteloso, esperando minha resposta e por um momento esqueci de responder por pensar no que poderia ter acontecido, em o que ele falou para deixar meu irmão tão irritado. – Karlla? – Maxon me chamou erguendo uma sobrancelha, respirei fundo em pé frente a ele e concordei com a cabeça.

Ele começou a se despir e eu estava olhando para o chão, para as janelas, as cortinas, o chão novamente e nunca para ele porque sabia que poderia realmente pirar se o visse machucado. Maxon gemeu e eu precisei fechar os olhos para não arriscar vê-lo machucado.

— Tudo bem, não está tão mal assim, está? – ele perguntou e eu precisei abrir os olhos para checar.

Achei que fosse desmaiar.

O tórax e abdômen – definido – de Maxon estava completamente vermelho de sangue, não sabia quantos ferimentos, não sabia como eram os ferimentos e eu realmente estava a um passo de pirar. As laterais do corpo, tinham várias marcas roxas e rosadas destacando-se na pele. Eu estava engolindo o nó na garganta, estava apertando o pano em minhas mãos e não conseguia desviar meu olhar, não conseguia porque tudo aquilo era culpa minha, tudo o que Daniel estava fazendo era por minha causa e Maxon estava pagando por isso. Automaticamente lembrei da imagem de vê-lo ferido ao lado do corpo da mãe no terrível jogo demoníaco.

— Não pire, eu vou ficar bem. – Maxon disse apreensivo com meu silêncio, encarando meu rosto e provavelmente esperando uma cena.

Apertei os lábios e olhei para ele, para seus olhos castanhos brilhando para mim e não pude evitar, não consegui ignorar as lágrimas.

— Meu amor, como você vai me ajudar se não para de chorar? – Maxon perguntou com um sorriso no rosto e mesmo seus olhos mostrando angústia com minhas lágrimas, mesmo eles estando tristes com aquilo, concordei com a cabeça limpando o rosto e sorrindo de volta.

— O pano não vai servir. – falei jogando-o sob os ombros. – Tem uma banheira no banheiro.

— E você vai me dá um banho? – Maxon perguntou surpreso com as sobrancelhas no alto da testa.

— Preciso limpar esse sangue todo ou você quer que eu chore outra vez? – perguntei puxando gentilmente um braço dele, colocando-o sobre meus ombros e ao levantar da cama, passando uma de minhas mãos em volta de sua cintura.


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Notas finais do capítulo

Estou postando dois bônus no A Promessa Stories, não esqueçam de ir dá uma olhadinha.



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