Ardentemente escrita por helenabenett


Capítulo 7
O Pedido


Notas iniciais do capítulo

Este capitulo não ficou como eu queria, mas realmente estava sem criatividade. E ele é crucial para o desenrolar da trama então... aí está. Desculpem a extrema demora. Deixem suas opiniões!



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— Não tenho tanta certeza disso, papai. – Disse Eliza olhando Mr. Bennet com absoluta descrença.

— Não seja tola, Elizabeth, meu plano é impecável. – Disse Mr. Bennet com um sorriso cínico.

— Estou confiando no senhor, mas se estiver errado... Não temerei em assumir as rédeas da situação – Disse Eliza em um tom levemente sombrio.

Mr. Bennet limitou-se a sorrir

 

 

— Minha cara prima! Fiquei tão feliz que tenha consentido em uma audiência particular!

— Como poderia negar tal prazer a um ente tão querido? – Disse Eliza em um tom levemente irônico.

— Sua delicadeza só se compara com sua infinita beleza, minha cara prima.

Elizabeth se segurou para não revirar os olhos imediatamente.

— Agradeço por sua bondade, primo.

— Minha cara prima Elizabeth, em sua infinita sabedoria deve saber que um homem de minha posição dotado de tão inigualáveis amigos e protetores tem obrigações a cumprir perante a sociedade escolhendo uma mulher adequada as expectativas...

“Por Deus, ele nunca irá para de falar? O que papai recomendou? Deixe que fale... finja surpresa, negue por que não se sente a altura de um homem como ele. Senhor, preciso ser uma grande atriz agora”. Ao olhar para o rosto tolo e pomposo de Collins Eliza repensou: “Talvez nem tanto”.  Quando o rapaz terminou o falatório Elizabeth examinou bem as palavras e raciocinou por um segundo que seu pai era genial, adivinhara cada sentença com tal maestria que ela começara a se perguntar se o velho não era um mago. Repassou com tranquilidade as instruções que seu pai lhe passou e simplesmente respondeu:

— Caro, primo! Queria eu poder ter a enorme honra de aceitar seu belo pedido, porém não posso. – Elizabeth abaixou a cabeça e tentou simular um choro, mas a verdade é que simplesmente não conseguiu... – Aposto que Lady De Bourgh não toleraria seu vínculo com alguém como eu.

— Oh, minha cara Elizabeth! A mais humilde das mulheres... Lady De Bourgh aprova minha escolha. Obviamente mandei-lhe uma carta, para que aprovasse minha decisão, esta grande mulher em sua eterna sabedoria disse que se a senhorita se dispusesse a deixar os hábitos abomináveis que agora possui... Ela foi muito especifica na carta nesse respeito...

Elizabeth pegou-se recordando as instruções do pai: “Ele só irá realizar o pedido após a aprovação da velha, isso tenho certeza absoluta. Mesmo assim cite ela, assim ele terá um conceito mais alto de sua “sabedoria”. Ele irá dizer que para se casarem você precisará largar os jogos... isso é óbvio. Essa será sua cartada final! Diga que não pode se casar com ele, pois não pode deixar os jogos. Afirme que eu gastei praticamente tudo que você ganhou com bebidas e jogatina, ou qualquer coisa que o valha, que estou arruinado e afundado em dívidas e você precisa me ajudar. Então você dará a cartada final, dirá que tem algumas milhares de libras que conseguiu esconder de mim, e implore para ele que venda seus direitos de herança. Afinal, quando todos souberem de minha fraqueza nosso nome estará na lama, e ninguém irá se casar com uma de vocês... O que poderá restar é Longbourn.”

“Não farei isso nunca, papai. Não irei lhe difamar!”

“Seja prática, Elizabeth! Para quem ele dirá essas coisas? No máximo para a grande Lady. Ele não irá jogar meu nome na lama, é pretensioso e pomposo demais para fazer algo assim com a família”.

“Mesmo assim... Não conseguirei conduzir este ardil.”

“Irá conseguir, é claro. Precisa conseguir pelo bem de Longbourn.”

Ao sair do devaneio Elizabeth notou que o primo ainda não terminara seu monologo.

— ...É claro que compreendi o motivo de realizar tais coisas. A influência negativa de seus pais é óbvia. Seu pai é um velho rebelde e pretencioso, cheio de gênio... Acredita ser um intelectual, mas não passa de um tolo, sua mãe parece ser uma mulher de muitos caprichos e com certeza os mesmos devem ser dispendiosos... Mas obrigar uma filha a se sujeitar a tal humilhação como fizeram com a senhorita é imperdoável. Claro que nunca conseguiria um bom partido, como disse Lady De Bourgh: “Quem teria coragem para casar com uma mulher como esta? Está fazendo uma grande caridade, Mr. Collins”.

Elizabeth estava com tamanha fúria que levantou se imediatamente, o rosto estava lívido. Quem a conhecesse minimamente saberia que aquele era o momento de uma retirada estratégica, mas Collins mal a conhecida e era absurdamente tolo.

— Mas como pode ver, Miss Elizabeth, estou disposto ao enorme sacrifício de desposá-la. Mesmo considerando suas escolhas e posição social.

— Quero que saia desta casa. – Disse Elizabeth com uma fingida calma.

— Como?

— Saia já daqui! Ou eu o colocarei para fora aos pontapés!

— Não pode estar falando sério, Miss Bennet!

— Nunca falei tão sério em toda a minha vida, Mr. Collins. O senhor insultou a mim e a minha família debaixo de nosso próprio teto, enquanto usufruía de nossa hospitalidade. Sai já!

— Tenho o direito de estar neste teto tanto quanto a senhorita...

A próxima coisa que Collins sentiu foi um enorme aperto no pescoço, Elizabeth que era uns dez centímetros mais alta que ele o arrastava para fora da casa pelo colarinho.

— Não pode... fazer... isso... comigo.

— Não só posso, como estou.

Ao chegarem na varanda todos na casa já estavam em alvoroço ao presenciar a peculiar cena. A despeito dos gritos das irmãs e dos pais Elizabeth simplesmente o jogou para fora da casa com toda a força que possuía.

— A senhorita se arrependerá disso! Quando este velho morrer... eu... eu...

— Até lá não chegue perto desta casa ou de nós. Nunca mais!

— Eric, pegue as coisas de Mr. Collins. Ele está de partida – Disse Elizabeth para um dos empregados que passava. O garoto assentiu, pegou as malas de Collins e jogou no quintal de maneira muito similar ao que sua patroa havia feito a pouco com o próprio homem.

 

 

Mr. Bennet não parava de rir. Dobrava-se todo, a garganta e a barriga doíam com o esforço, mas quando achava que iria se controlar lembra-se do rosto tolo de Collins enquanto recolhia suas coisas no chão e a crise de riso voltava imediatamente.

— Oh, minha filha! Se não podemos ter Longbourn, pelo menos podemos vinga-la! Já entendi... Ele não quis vender os direitos de herança para você?

— Nem chegamos a falar sobre isso.

— Como? – A expressão de Mr. Bennet se tornou obscura.

Elizabeth contou tudo que aconteceu na audiência com Collins. Não escondeu nem uma palavra, até por que as mesmas pareciam ter sido marcadas nela como se tivesse sido feitas com ferro em brasa.

— Então ele feriu sua vaidade e por isso você perdeu Longbourn?

— Foi mais que isso, meu pai! Ele foi tão insolente. E de qualquer modo, eu nunca quis fazer isto desde o início. Devia ter pedido a Lydia, ou a Mary.

— Tolice. Você é a que possui potencial, mas precisa adquirir mais frieza. Pensei que os jogos haviam te ensinado algo, mas pelo jeito me enganei.

— Esse ardis não são dignos de mim.

— Você é muito orgulhosa, minha filha. Longbourn foi a primeira coisa que você perdeu para o seu orgulho, se não mudar ainda há de perder muito mais...


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