Ardentemente escrita por helenabenett


Capítulo 6
O Pároco


Notas iniciais do capítulo

Um novo e estranho pretendente reclama a atenção de Elizabeth.



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Elizabeth

O jantar em Longborn, estava barulhento e animado. Kittie e Lydia riam desesperadamente, Mary fazia comentários pertinentes e completamente entediantes. Jane placidamente ouvia as tolas instruções de Mrs. Bennet com respeito as maneiras de se “agarrar” um homem, e Elizabeth e Mr. Bennet discutiam um livro que ambos haviam lido.  Um jantar corriqueiro na vida dos Bennets. Até a chegada da carta... não era usual da parte de Mr. Bennet ler suas cartas a mesa, mas aquela parecia merecer particular atenção, mal havia passado os olhos no conteúdo e começou a rir.

 – Senhoras, é uma pena mas devo deixa – las por alguns instantes, uma carta como esta não pode ser ignorada.

Elizabeth o seguiu para a biblioteca enquanto a mãe e as irmãs continuavam focadas no animado jantar.

 – Do que se trata essa carta, meu pai – Disse Lizzie enquanto se sentava em frente ao pai.

 – Como sempre preocupada, não é, Elizabeth? Não se trata de nenhum problema. Apenas venho me correspondendo com um homem chamado Mr. Collins...

 – Oh, pai, deixe de suspense.

 – Trata – se do homem que irá herdar Longbourn.

O rosto de Elizabeth ficou lívido. Por sua natureza justa, sabia que não podia culpar Collins por tirar o que lhes era de direito, mas não conseguia deixar de odiá – lo. Tentando reprimir sua raiva Elizabeth disse ao pai:

 – Por que decidiu contatar esse homem tão repentinamente?

 – A iniciativa não partiu de mim se quer realmente saber. Mas trata – se de uma excelente oportunidade para todas vocês.

 – Não vejo nada de excelente nisso.

 – Minha cara, Eliza! Como deseja administrar todo esse dinheiro que possui quando eu não estiver mais aqui para auxiliá – la?

 – Não entendo o que quer dizer, meu pai.

 – Sei que deseja comprar Longbourn quando eu falecer, não sou tolo e sei que ama este lugar. Mas estou disposto a fazer com que você economize algumas milhares de libras.

 – E como haveria de fazer isso?

 – Comprando os direitos de herança de Collins.

 – Imagino que calculou tudo isso de início e esse foi o motivo da risada malévola durante o jantar – disse Eliza com um sorriso torto.

 – Nem tanto. Fiquei feliz por que o homem é tão tolo quanto eu imaginava! Minha irmã era tola como Lydia e o marido era um completo boçal, portanto, não havia muita saída para o pobre garoto. Azar dele, minha querida, sorte para nós. Será mais fácil tirar Longbourn das mãos de Collins do que eu imaginava.

Darcy

Era a segunda reunião social que Elizabeth faltava. Logo ela que sempre estava presente em todas... Darcy acreditava piamente que não era por sua opção, mas tendo um pai tão preguiçoso era óbvio que era forçada a vigiar as irmãs mais novas. Nenhum Bennet estava a vista, e Bingley bocejava inconsolável em um canto. Estavam no local a menos de vinte minutos e Darcy acreditava que não demoraria muito para o rapaz desejar ir embora.

Era uma cidade pequena e ele sabia muito bem o motivo pelo qual sua Elizabeth não havia aparecido. Um primo os estava visitando, e pelo pouco que ficara sabendo o homem era um protegido de sua tia. Deu um sorriso enviesado, não conhecia o homem mas já imaginava que tipo seria, servil e tolo, o tipo de gente “inferior” que sua tia gostava de manter por perto. Ainda assim sentia o coração apertado... Seria esse homem outro concorrente pelo amor de Lizzie?

 Se ele conhecia bem sua tia o homem seria como ele pensava, mas ele sabia que havia umas pequenas raridades, como o antigo pároco de sua Lady Catherine que era um homem inteligente e bondoso que conseguira de alguma forma o respeito da grande mulher. Seria o primo de Elizabeth esse tipo de pessoa? Viu as velhas matronas fofoqueiras sentadas de um lado da sala cochichando alegremente. Elas não faziam isso a algum tempo, com um pouco de sorte ele poderia saber o que estava acontecendo em Longbourn.  Ele se aproximou o suficiente para ouvir:

 – ...Mary, sua tola, nada fará a menina Bennet se casar. Ganha muito dinheiro se expondo daquela maneira ridícula.

 – Não acredito nisso, aquela menina feia e sem sal vive cheia de pretendentes e não se interessa por nenhum, só por que tem algum dinheiro os homens ficam caídos por ela, minha Matilda é mil vezes mais interessante...

Darcy lembrou – se de Matilda, que mal conseguia articular uma frase completa com seus dentes tortos e rosto tolo e quase riu alto. As matronas haviam abaixado a voz naquele momento, e ele precisou se arriscar em uma indiscrição maior ao se aproximar mais.

 – ...E Este não é qualquer pretendente, Carlota. Ele irá herdar Longbourn. Sabe como a menina Bennet é apegada a aquele lugar, é bem possível que aceite a corte do rapaz.

Darcy sentiu uma dor pontiaguda naquele momento. Seria possível que elas estivessem certas?

 – Tolice, Mary. As vezes até duvido que a menina Bennet se interesse por homens, afinal o que ela faz não é natural.

 – Oh, eu lhe digo que estarão casados em no máximo seis meses.

 – Eu duvido piamente! Já viu este Romeu por um acaso?

 – Não... não tive essa sorte. Mas se ele tiver puxado ao tio deve ser um homem e tanto não acha?

Naquele momento elas começaram a comentar os atrativos físicos de um jovem Mr. Bennet, e Darcy achou melhor se retirar. Ele precisava pensar... Era óbvio que Elizabeth era frequentemente cercada por variados pretendentes. Ele precisava se destacar, ele precisava lutar por ela! Não poderia viver sabendo que aqueles belos olhos inteligentes e aquele sorriso fácil eram de outro homem. Mas como se aproximar da moça se ela nem ao menos estava saindo de casa? Ele se lembrou do dia em que havia visto Eliza cavalgando alegremente rumo aos bosques de Netherfield. Se ele pelo menos tivesse essa sorte novamente... Acordou Bingley que cochilava em uma poltrona perto da porta, chegando em casa disse aos outros que iria se retirar para “dormir”, mas se encaminhou na realidade para os campos e recomeçou sua vigília esperando uma oportunidade de ver sua amada Elizabeth.  

Elizabeth

 – Pai! Não aguento mais esse homem pomposo e ridículo. Por que não me deixa apenas mata -lo? – Disse uma frustrada Elizabeth.

Mr. Bennet sorriu condescende.

 – Surgirá outro homem tolo para tomar Longbourn.

 – Todos os homens Bennet são tolos irreversíveis não é papai?

Mr. Bennet fez uma cínica cara ofendida. Naquele momento uma irritada Mrs. Bennet irrompe pela porta.

 – Oh, Mr. Bennet, o senhor precisa me ajudar! – Gritou a mulher ignorando totalmente a presença da filha.

 – Fale, minha cara – Sem retirar a expressão cínica do rosto.

 – Collins insiste em ter uma audiência particular com Elizabeth, e ela insiste em dar atenção para aquele tolo pomposo! Fale com essa menina, Mr. Bennet! Não pode se casar com este homem, Elizabeth – Disse ela se dirigindo a filha pela primeira vez.

Elizabeth estava quase estourando em gargalhadas. Já ia desmentir o absurdo de sua mãe, e lhe explicar o que pensavam, mas seu pai não permitiu.

 – Nada tenho que ver com as decisões de minha filha. E de qualquer modo ele me parece um belo jovem, e tem toda a minha aprovação.

Eliza arregalou os olhos e tampou a boca. Mrs. Bennet parecia querer estourar de tanto ódio.

 – Não acredito... Não é possível! A menina foi cortejada por condes por Deus! E irá se casar com uma pároco baixote e insuportavelmente chato! Me recuso a aceitar este casamento, Elizabeth! Se o fizer pode me considerar morta!

 – É uma pena perder sua mãe assim, Eliza. Decisão difícil! Mas seu amor por Collins deve ser sua bússola.

Elizabeth quase caiu da cadeira pelo esforço de segurar o riso.

 – Não permitirei que ele tenha uma audiência com você neste teto! Me recuso! Não se casará com este homem ou meu nome não é Fanny Bennet.

Mrs. Bennet saiu da biblioteca como um furacão e Elizabeth não conseguiu segurar mais o riso.

 – Papai, por que a atormenta tanto?

 – Pequenos prazeres da minha vida, Lizzie. Ela adora que eu a contrarie, sei que sim.

 – Papai... Ele quer me pedir em casamento. Não sei se vou aguentar muito mais disso. Não gosto de falsidades.

 – Não são falsidades, você só foi cordial é diferente.

 – Foi falsidade, pois queria mais era expulsá–lo daqui aos pontapés.

Mr. Bennet riu.

 – Agora é a jogada final. Dessa vez você realmente terá que ser um pouco dissimulada, minha filha, mas é por Longbourn, é pelo seu lar... vale a pena.


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Notas finais do capítulo

Para as minhas fieis leitoras! Perdoem-me a demora. Espero realmente que gostem!



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