Magi: Empire of Magic escrita por TrizArqueira


Capítulo 2
Novos ares




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~Em Sindria

— Mas isso não faz nenhum sentido! – exclamou Drakon dando a volta na sala de reuniões remexendo nos cabelos récem-recuperados. – Você é o rei!

— Eu era – Sinbad afirmou com aquele sorriso que já encantara tantos corações. – Você já administrava Sindria antes, por que está estranhando isto agora?

— Porque as coisas mudaram! – Drakon respirou fundo e fitou o chão. – Quando eu achei que tinha... Que tinha partido, eu estava pronto para assumir o que fosse necessário, porém está de volta, não há motivos para que eu assuma esse cargo.

Sinbad saiu de onde estava e foi até Drakon, segurando-lhe os ombros e esperando que o amigo olhasse de volta.

— Não há ninguém que eu confie mais para isso. – Os olhos de Drakon brilharam como se tentassem segurar lágrimas que ele mesmo não sabia ao certo o motivo. – Sou necessário em outro lugar e preciso de você aqui.

Na sala, além dos dois, apenas Sahel e Ja'far olhavam de um para o outro com ternura e nervosismo, ambos sabiam bem qual era o peso de estar ao lado de um rei. Apesar de jamais exibir claramente sua posição, o que mudara desde a volta de Sin, Ja'far tinha em mente o que Sahel passaria no futuro.

Drakon apenas confirmou com a cabeça fechando os olhos e Sinbad o abraçou ternamente.

— Agora sem mais tristezas! Hoje é um dia de celebrações, amanhã pensaremos nas novas aventuras, por hoje, festejemos!

Drakon sorriu de leve e Sahel foi para o seu lado, tomou sua mão e lhe sorriu de volta. Sinbad e Ja'far também não puderam evitar o gesto, sabiam que o reino prosperaria novamente nas mãos daqueles dois.

Aquele seria um dia para se lembrar do passado e pensar no futuro, os oito generais estavam reunidos com o antigo rei, mas logo rumariam de volta para suas pátrias e retomariam a Aliança dos Sete Mares. Naquele dia, entretanto, eles eram de novo os jovens que navegavam procurando um país e um futuro em que todos fossem iguais.

Sinbad, sem concubinas ou quaisquer outras acompanhantes, se sentava ao lado de um muito corado Ja'far, desacostumado de ser o centro das atenções e de ter vez ou outra um beijo roubado de seu companheiro. Drakon e Sahel davam-se as mãos e riam do casal que finalmente parava de esconder o que sentia.

— Yamu... – dizia um já bêbado Sharkan, para total desespero da maga – Por que você demorou tanto a ficar comigo?

— Ora! Te faço a mesma pergunta!

— Nunca achei que você gostasse realmente de mim...

Sem paciência para ataques de drama àquelas horas, a maga beijou o moreno, que sorriu de modo bobo e a abraçou, ficando assim o restante da noite.

Pisti e Spartos se olhavam também, até que ela beijou o rosto do ruivo que ficou da cor do próprio cabelo. Masrur, suas esposas e filhos pareciam comer como se tivessem ficados anos sem ver comida.

— Ah, o amor da juventude... – exclamou Hinahoho cercado pelos filhos.

— Já era hora de você procurar alguém, não acha? – disse Pipirika se sentando ao seu lado.

— Posso dizer o mesmo de você, irmãzinha.

Os dois ficaram olhando os novos e velhos casais que se formavam, a dor já transformada em saudades apenas.

— Acho que nós, os Imuchakk, temos apenas um amor na vida, irmão, mas não tem problema – Pipirika sorriu – porque enquanto durou, foi mais forte do que tudo.

Hinahoho secou a pequena lágrima do rosto da irmã e a abraçou, compartilhando da saudades dos dois amados perdidos há tantos anos. A festa, entretanto, alegrou e trouxe memórias tão boas que não houve ninguém que saísse sem um sorriso nos lábios.

~Em Balbadd

A papelada que se acumulava deixava Alibaba desesperado. Era tanta coisa que precisava ser feita que o loiro nem sabia por onde começar. Queria retornar tudo ao modo que seu pai fazia, tirando, é claro, a pobreza das favelas. O brinco de Kassin preso em sua orelha era um lembrete constante daqueles que jamais deveriam ser esquecidos.

— Perturbo, Alibaba? – perguntou Kougyokou abrindo as enormes portas de sua sala e colocando apenas o rosto para dentro.

— De jeito nenhum! Pode entrar, Kougy!

— Nossa, quanto papel... – disse a ruiva olhando para as montoeiras de registro e para o já descabelado novo rei.

— E eu não sei? – exclamou ele nervoso. – Não sei nem o que fazer primeiro...

Kougyokou tocou de leve na mão do rei de Balbadd que se sobressaltou com o toque, corando profundamente, fazendo com que a princesa de Kou imitasse o gesto, mas logo se recuperasse e dissesse:

— Você me ajudou quando eu precisei, Alibaba, eu vou ajudar você agora.

Alibaba sorriu, respirou fundo e disse:

— Você tem razão, Kougy, não adianta se desesperar. – O loiro respirou com calma e a olhou com um semblante bem mais tranquilo. – Vou fazer uma coisa de cada vez, ver os pontos fortes de cada um e construir de volta o reino do meu pai.

— Tenho certeza disso! Ah, quase me esquecia. – A princesa retirou uma pequena coroa de flores de dentro de um bolso nas vestes e entregou a Alibaba corando. – Para se lembrar dos bons tempos...

O novo rei de Balbadd sentiu então um impulso, uma necessidade, algo que simplesmente precisava fazer. Se levantou, contornou a mesa e, olhando com determinação para a princesa de Kou, a tomou nos braços e selou seus lábios nos dela. A princípio, achou que estava cometendo um grande erro, pois Kougy ficou estática, como se tivesse se assustado, mas então a princesa correspondeu ao beijo, entrelaçando os braços ao redor do pescoço do loiro. Ao se separem, sorriram corados um para o outro, Alibaba estendeu a mão e Kougy entrelaçou seus dedos nos dele, afinal, todo rei precisa de sua rainha.

 

~Em algum lugar próximo à fenda

— Pronto, estes são todos os registros das minhas nove vidas – afirmou Yunan para Aladdin, Morgiana entrara há pouco na fenda na procura por sua família entre os fanalis. Quando treinara com eles antes, não tivera tempo nem determinação para isso, mas era hora de descobrir se possuía pai, mãe ou irmãos.

— A Mor tem um longo caminho a percorrer e nós também – disse Aladdin com um sorriso bobo. – Devemos isso a todos que estão presos em outras dimensões, principalmente aqueles de Alma Toran.

— Sim, – concordou Yunan – fiquei muito tempo sem ter um objetivo ou algo que me desse motivos para continuar minha jornada, mas descobrir a verdade sobre tudo isso é muito importante.

Aladdin olhou para o céu, como se pudesse ver todos aqueles presos no rukh negro ou em outras dimensões.

— Nós vamos descobrir um jeito de salvar vocês. Eu prometo.

 

~Em Kou

Judal andava de um lado para o outro no quarto, a trança completamente despenteada e até mesmo sua maquiagem, que sempre estava perfeita, estava borrada. Hakuryuu chegou e viu seu companheiro desse modo e soube que precisava de muito cuidado naquele momento.

— Judal? – sondou ele se encostando na porta e fazendo com o outro parasse de andar e olhasse.

— S-sim? – respondeu o magi nervoso.

— O que houve?

— O que houve? – repetiu Judal balançando os braços – "O que houve", você pergunta! "O que houve" é que isso é um grande erro...

— Não diga coisas assim... – exclamou o novo imperador do Império Kou trazendo uma cesta e se sentando na cama. – Venha, trouxe torta de pêssego, sua preferida.

— Não venha com doces agora, Hakuryuu! Estou nervoso demais pra isso! – afirmou o mais alto voltando a andar. – Vai ser ridículo isso tudo! Não sei como concordei em participar...

Judal se calou quando Hakuryuu se aproveitou de seu nervosismo e o beijou. O imperador abraçou seu companheiro que lentamente relaxou em seu abraço.

— Vai dar tudo certo, – afirmou Hakuryuu ainda abraçando aquele que era seu ponto de apoio, sua base, aquele que fazia seu coração acelerar ou parar por completo. – Ei, olha para mim – Judal assim o fez. – Estamos juntos, não é? Isso que importa. – Judal concordou a contragosto e Hakuryuu deu um daqueles sorrisos tão verdadeiros que faziam o coração do Magi queimar.

— Você disse que tinha torta de pêssego? – sussurrou Judal olhando para baixo.

— Tem sim! – afirmou o imperador levando o seu companheiro até a cama e o servindo ele mesmo. Após comerem, se deitaram e tiveram mais uma das inúmeras noites que faziam Hakuryuu se perguntar como era possível ser tão feliz.

 

No dia seguinte, dia oficial da coroação, Hakuryuu terminava de se vestir quando viu seu companheiro entrar em seu quarto já pronto para a cerimônia.

— Oe, Hakuryuu, está na hora! – O imperador nada disse, apenas olhava para o Magi com a boca entreaberta. – Que foi? Não está bem? – perguntou já se aproximando preocupado.

— Não, estou ótimo! É que você está... Tão lindo... – exclamou Hakuryuu se recuperando e olhando para o companheiro que vestia um kimono semelhante ao seu e com tantos detalhes quanto, porém em tons vermelhos. Os cabelos estavam soltos e o Magi trazia uma maquiagem mais leve nos olhos. Ao ouvi o que Hakuryuu disse, Judal corou e disse:

— Ah, não diga besteiras... – Hakuryuu continuou olhando para ele sorrindo. – Mas você gostou mesmo?

— Eu te acho perfeito de qualquer modo... Mas é bom ver você de outros modos – respondeu o imperador que logo se calou ao ter os lábios tomados pelo magi.

—Hu-hum – exclamou Kougy na porta com uma risadinha, ela havia vindo participar da cerimônia. – Estamos esperando os novos imperadores de Kou, venham!

Os dois rapazes sorriram, Judal estendeu a mão, ainda envergonhado, e Hakuryuu a tomou, entrelaçando seus dedos aos dele e foram para a frente do palácio. Lá chegando, uma grande multidão saudou o novo imperador e seu companheiro. Judal sorria de um modo verdadeiro, quase inocente, o mesmo modo que sorria sempre que Hakuryuu lhe dizia algo doce. O povo se curvou aos novos líderes, que muito tinham a fazer para reconstruir seu império.


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Notas finais do capítulo

Olá! Então, decidi continuar a história! Não sei se vai ser atualizada frequentemente, mas vou tentar não demorar muito. Gostaria de saber o que estão achando, se querem saber sobre algum personagem em específico ou qualquer outra coisa. Até mais!



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