Magi: Empire of Magic escrita por TrizArqueira


Capítulo 1
Fins e inícios


Notas iniciais do capítulo

Olá gente! Esta é a minha ideia de como o último capítulo deveria ter terminado. Espero que gostem :)



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— Eu com certeza voltarei! Eu sou Sinbad, o conquistador dos Sete Mares! – exclamou o rei de Sindria para todos aqueles que se uniam naquela última batalha. O suor e o sangue deles contrastava com a luz do Palácio Sagrado do humano feito deus. David, já em sua forma monstruosa, percebia que seu final se aproximava, pois um a um, os conquistadores de dungeons começaram as suas magias extremas. O céu daquele mundo se iluminou com as múltiplas estrelas de David e um grande estrondo foi ouvido quando o inimigo foi finalmente derrotado.

~Em alguma dimensão paralela~

— Acorde, Sinbad, já está na hora.

Ainda confuso, o rei abre os olhos para ver o que o cercava. Era alguma réplica do Palácio Sagrado e todos os djinns o encaravam com sorrisos amenos, principalmente aqueles que o acompanharam por tantos anos.

—  Está sua aventura finalmente chegou ao fim – exclamou Baal.

— É o momento de outros conquistarem suas próprias vitórias... – sussurrou Valefor.

— Mas... Vai ser assim? Eu vou simplesmente morrer? –  perguntou o rei já um tanto quanto resignado com seu futuro.

— Seria o correto... –  afirmou Amon, sempre com sua postura séria.

— Porém os Magis tiveram outra ideia... – disse Belial e uma imagem surgiu no chão daquele grande salão projetando o que ainda acontecia no plano normal.

Judal, Aladdin, Yunan e Titus usavam o resto de sua magia em algo que parecia um pedaço de corpo carbonizado. Sinbad se surpreendeu ao perceber que se tratava de seu próprio corpo e sentiu o coração queimar ao ver Ja'far e os outros generais em prantos. Nunca vira  seu companheiro, que estivera durante tanto tempo ao seu lado, desse jeito. A luz que ele mesmo colocara em seu olhar havia sumido por completo, era como se alma dele tivesse se apagado junto com a existência daquele que amava. Viu também todos os outros em iguais expressões de dor e tristeza, mesmo aqueles com quem tivera divergências, como Kouen e os outros do Império Kou, nada como a morte para mostrar o lado verdadeiro das pessoas. De repente, uma luz começou a se acender no peito do Sinbad presente no palácio.

— O que está acontecendo? –  perguntou nervoso.

— Adeus, Sinbad, foi uma longa jornada! –  se despediu Baal, aquele que o acompanhou por mais tempo.

Sinbad não pode dizer mais nada, não queria abandonar a todos, não poderia morrer com ainda tanto a se fazer... Não! Não era a sua hora ainda! Errara no passado, mas tudo foi porque pensava estar fazendo o certo! Merecia uma segunda chance, não merecia? Antes que seus pensamentos fossem respondidos, ele abriu os olhos novamente e a primeira coisa que viu foram dois olhos cor de esmeralda.

— Sin? –  perguntou aquele que ele mais amava, a dor em sua voz fez o rei sentir o coração sendo perfurado. Em um só movimento, ele se levantou e tomou os lábios de seu companheiro, não se importando nem um pouco com quem estivesse olhando. Se tinha uma segunda chance, ele iria aproveitar sem se arrepender de nada. Quando finalmente se soltou de um vermelho Ja'far, abraçou fortemente seus outros generais e se surpreendeu com o fato de Drakkon haver retornado à forma humana. Um sorriso malicioso se formou em seus lábios ao reparar no modo que Yamu e Sharkan se abraçavam. Aquele seria um dia de grande festa.

Alibaba sentia a cabeça doendo. A felicidade da volta de Sinbad contrastava com o nervosismo do que precisava fazer. Havia sido egoísta e infantil, era hora de resolver tudo isso. Encontrou Morgiana conversando com Masrur, que quando o viu chegar, se afastou para que o casal pudesse se falar a sós.

— Alibaba! Você está bem? – perguntou ela o encarando com aqueles grandes olhos rosas, aquilo seria ainda mais difícil do que ele imaginava.

— Está sim, Mor, mas eu preciso te falar uma coisa e isso não vai ser fácil... – Ela apenas continuou olhando para ele, então ele deu um grande suspiro e se sentou ao seu lado. – Morgiana, o que eu fiz com você não foi certo. Fui apenas alguém invejoso, querendo para mim o que as outras pessoas tinham e te envolvendo nisso. – Ele suspirou mais uma vez, as palavras difíceis que sabia que iriam machucá-la presas em sua garganta. – A verdade é que eu não se é certo a gente ficar junto... Não vai ser justo para você... Não quero que você se prenda a mim por uma atitude egoísta...

— Eu entendo, Alibaba... –  afirmou ela olhando para o chão e corando. –  Eu já sabia que não se sentia assim, para falar a verdade, eu também não sei se é o certo. – Alibaba arregalou os olhos diante aquilo, mas Morgiana continuou – Eu queria ser o melhor para você, te ajudar, pois você me deu a coisa que eu mais gosto: minha liberdade. Eu achava que me casando com você, estaria fazendo isso, mas eu não sei se é assim... E se você também não acha, é porque realmente não é para ser...

— Sinto muito...

— Não há motivos para isso, Alibaba! – Morgiana sorriu e ele nunca a viu mais bonita que naquele momento. Os dois se abraçaram pela verdadeira amizade que tinham.

— E o que vai fazer agora?

— Aladdin, com Yunan e Titus, vai em busca de mais conhecimento sobre os rukhs, eu quero descobrir sobre a minha família, – afirmou ela – quero saber se há alguém deles por aí. E depois, bom, quero ser ainda mais forte! Agora que não existe mais magia, eu quero ser a mais forte de todos!

— Tenho certeza que será! – Alibaba riu.

— E você? O que vai fazer?

— Vou fazer o que deveria ter feito há tantos anos... – Alibaba suspirou. – Recuperar Balbadd. A Kougy falou que vai me ajudar com isso, já que não continuará como imperatriz de Kou. – Morgiana riu. – Qual é a graça?

— Você cora quando fala da Kougy... Acho que agora sei quem deve realmente ficar ao seu lado.

— Não é bem assim... Eu...

E os dois continuaram brincando como velhos amigos, ainda mais quando Aladdin chegou e começou a imitar Alibaba sem graça, fazendo com que ele corasse ainda mais.

— É, vou sentir saudades disso tudo – exclamou Judal olhando os estragos causados pela grande guerra.

— Não se preocupe, – disse Hakuryuu se sentando ao seu lado embaixo de uma das poucas árvores que restara naquele lugar. – em breve eles arranjam algo para brigar ou até nós mesmos.

— É verdade. – Judal deu uma mordida no pêssego que carregava, saído sabe-se lá de onde, e depois o ofereceu para Haku, que recusou educadamente. – Imperador de Kou novamente, heh? Tudo o que fizemos não foi em vão.

— Sim, há muito o que fazer, mas trarei orgulho aos meus irmãos. — Hakuryuu olhou Hakuei e Kouen conversando rindo e um sorriso tímido brincou em seus lábios. — É bom saber que todos estão bem, até mesmo Kouha, Koumei e aqueles dois, como decidiram ficar naquela ilha, nada posso fazer além de aceitar. Espero de verdade que sejam felizes.

— É, é... — Judal jogou o caroço do pêssego para trás no chão. — Acho que essa é minha deixa para ir embora...

— Do que é que está falando? — perguntou Hakuryuu de repente assustado, voltando os olhos bicolores para o par de rubis, que envergonhado, fugiu de seu olhar.— Ir embora? Para onde?

— Você sabe... – Judal nunca parecera tão vulnerável e triste como naquele momento. – Já fiz o que tinha que fazer aqui... Não sou mais necessário.

Hakuryuu sentiu o peito e o rosto queimar com aquilo, puxou o outro pela minúscula camisa que ele usava para obrigá-lo a olhá-lo nos olhos.

— Do que você está falando? E eu? Eu não importo para você?

Judal não via aquele olhar feroz desde aquele fatídico dia da morte de Gyokuen.

— Depois de tudo isso, você vai me abandonar? – perguntou Hakuryuu, nada além de medo e tristeza em seus olhos.

Judal não conseguiu se conter, com a ponta dos dedos tocou o rosto do único que conseguia percorrer as camadas negras que cercavam seu coração. Hakuryuu fechou os olhos, tranquilizando um pouco a respiração que se acelerara com medo de perder a única pessoa que o apoiara por tanto tempo. Sem conseguir segurar mais, os dois tocaram os lábios, tentando passar naquele beijo, todas as inseguranças, as dores e o amor que sentiam um pelo outro.

— Mas e os outros? –  perguntou Judal se afastando rapidamente.

— Não me importo! – exclamou Hakuryuu, os olhos ardendo de confiança. –  Eu irei governar com você ao meu lado e se alguém se opor, não terei nenhuma piedade. Você é meu e eu quero você aqui para sempre.

— Então aqui ficarei – afirmou Judal sorrindo e beijando novamente o seu rei, que o chamava pelo nome que só ele conhecia.

 

~De volta à Sindria

Ja'far já dormia tranquilamente, vê-lo com o semblante tão calmo esquentava o coração do antigo rei. Sinbad se soltou do abraço de seu conselheiro e companheiro e resolveu se levantar e ir até a janela. O vento frio da noite lhe lembrava constantemente da sua terceira chance ali, era realmente amado pelo destino? Ou só azarado demais e condenado a viver num ciclo sem sentido? O que tinha certeza, entretanto, é que aquela história estava longe de acabar. Arba ainda estava viva, o segredo dos rukhs persistia e agora nenhum "deus" ou "destino irracional" lhes conduzia. Estava na hora de deixar de ser rei e voltar às suas aventuras.


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