Fiquei nervosa, não consegui dizer nada. Jorge também permaneceu em silêncio e no mesmo momento soltou meu braço.

— Ninguém vai me responder?

— Professor... é que... que...

— Que a Mariana me desrespeitou — disse Jorge tomando a palavra.

— E isso justifica o senhor segurar o braço dela de maneira tão selvagem? — perguntou com a candeia habitual.

— Eu fiquei nervoso.

 Enquanto Jorge tentava se explicar, eu pensava em falar toda a verdade, mas tinha medo. Apesar de tudo não queria prejudicá-lo e tinha receio, de que eu também pudesse sofrer algum tipo de punição.

— Não creio que nervosismo seja uma boa explicação.

— Professor Tomás, eu não fui muito respeitosa com o professor Jorge, acabei irritando ele, mas acho que é melhor esquecer isso. Não foi nada de mais.

— Mariana, o Jorge lhe agrediu fisicamente. Essa não é a postura esperada de um professor.

— Eu sei, mas tenho certeza que não acontecerá mais.

— Tudo bem, deixarei isso assim desta vez, mas que não se repita — concluiu Tomás, olhando para Jorge de forma ameaçadora e depois deixou o local.

— Obrigado, Mari.

— Fiz isso mais por mim do que por você.

— Eu sei que você ainda me quer.

— Engano seu, a nossa relação acabou — repliquei irritada.