All my loving escrita por MoreWine


Capítulo 3
Dilema


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores e amoras. Como vocês estão?
Aí vai um novo capítulo. Espero os cometários de vocês! Por favor, me tragam mais força pra escrever me dizendo o que vocês têm achado, ok? Espero vocês.
Espero que gostem
xoxo



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A primeira surpresa que ocorreu no meu quinto ano em Hogwarts foi eu ter me tornado amiga de Scorpius Malfoy. Estávamos no final de setembro e durante todo esse primeiro mês letivo eu havia passado muito tempo na companhia do sonserino. Dos sonserinos, na verdade: Alvo, Scorpius e eu. Até o final do quarto ano, quando eu e Scorpius nos detestávamos, meu tempo com meu primo era limitado devido ao fato de Alvo e Scorpius estarem sempre grudados. Como eu preferia manter distância do loiro, acabava não tendo tanto tempo com meu primo. Agora, entretanto, quando Scorpius e Alvo não estavam na presença da nada agradável Stella Conner, eu estava com eles. Stella sempre foi muito próxima dos dois, especialmente de Scorpius. Eu, sinceramente, não conseguia entender o porquê, já que a Conner é detestável. Suspeitava que ela tivesse sentimentos pelo loiro. De qualquer maneira, Alvo e Scorpius eram pessoas boas demais para serem amigos dela.

A vida é tão irônica que aqui estou eu pensando sobre o quão boa pessoa Scorpius Malfoy é, algo que o meu eu de um mês atrás acharia absurdo. O sonserino parecia se esforçar para que fôssemos amigos de fato, mas eu estava descobrindo que Scorpius era uma daquelas pessoas que você quer ser amigo depois que conhece. Scorpius tinha o poder de fazer as pessoas em sua volta ficarem felizes, um ar maroto animado, era agradável. Além disso, havia sempre uma sinceridade e um ar de segurança nas palavras de Scorpius, o que contribuiu muito para que eu confiasse nele, mostrando que realmente podíamos ser grandes amigos. Durante aquele mês, pequenas atitudes de Scorpius mostravam que ele era um bom amigo, como quando ele me animava depois das aulas de poções ou quando cobriu meu turno na patrulha dos corredores na monitoria porque precisei fazer um trabalho de Runas Antigas.             Scorpius já havia me conquistado como amiga quando me ofereceu o maior favor de todos. Vale lembrar que eu realmente sou terrível em poções, os caldeirões parecem explodir só por eu chegar perto deles. Com os N.O.M.s desse ano, eu ficava ainda mais desesperada, pois conseguia ver claramente que eu iria obter um Deplorável na disciplina. Não importa o quanto eu estude, as poções me odeiam tanto quanto eu as odeio. Assim, eu aprender poções era um desafio - e dos grandes. Por isso, foi inevitável a pontada de desconfiança quando Scorpius me ofereceu o favor. Ainda havia uma pequena parte de mim que possuía o velho preconceito de que Malfoys não são confiáveis, além daquele ditado trouxa que vovó Granger dizia: ‘quando a esmola é demais o santo desconfia’. Foi depois de uma terrível aula de poções na qual explodi meu primeiro caldeirão do ano. Ele e eu estávamos nos corredores e eu reclamava sobre a professora megera Margareth Walker, quando Scorpius me interrompeu:

— Eu poderia ser o seu tutor – ele disse como se aquilo não fosse nada demais. – Aposto que você conseguiria bem mais que um Deplorável se tivesse minha ajuda.

— Como assim tutor, Scorpius? O que você quer dizer com isso? Quer me ajudar?

— Você definitivamente precisa de ajuda.

Obviamente ele estava certo, mas meu ego não me deixava admitir.

— Na verdade, acho que não adiantaria muito. E eu consigo estudar sozinha.

— Qual é, Rose? Eu sei o quanto você estuda e não parece adiantar. Minha mãe diz que o primeiro passo para evoluirmos é admitimos o erro. Aceite minha ajuda.

— Admitir o erro? Isso não parece algo que um Malfoy diria – observei.

— Isto porque as pessoas conjecturam demais sobre os Malfoys. Não somos tão ruins – ele disse sem parecer ofendido. – Mas não mude de assunto, que tal a tutoria? Poderíamos estudar juntos uma vez na semana e quando o N.O.M.s chegarem perto, intensificamos.

— Você teria muito trabalho, Scorpius, não precisa fazer isso por mim. Você sabe como sou terrível, você só assistirá meu desastre – eu disse e ele riu.

— Quanto drama, ruiva. Eu não assistirei o seu desastre porque, ignorando toda a modéstia que eu não tenho, minhas poções são incríveis. Você sabe. Quando fazemos dupla na aula o seu caldeirão não explode e quando você segue minhas dicas suas poções saem melhores. Deixe-me ser seu tutor, Rose.

— Porque toda essa insistência em me ajudar? – perguntei, desconfiada, encarando-o. Scorpius desviou o olhar e pareceu meio incerto ao responder.

— Somos amigos, certo? E eu sei que você é orgulhosa o suficiente para não aceitar minha ajuda a não ser que eu insista.

— E desde quando você se tornou tão bonzinho?

— Eu sempre fui – ele disse rindo. – Você que não me conhecia bem. Vamos lá, você realmente precisa de um tutor e eu sou o melhor que pode conseguir.

— Você é realmente sensacional e modesto, Malfoy – eu disse em tom sarcástico.

— É que eu não tenho tantas qualidades quanto você, ruiva – ele deu uma piscadela quando disse isso. Eu ri. – Então, tenho que divulgar bastante minhas poucas habilidades. Mas me diga, vai aceitar a tutoria?

— Eu acho melhor n...

Ele não deixou que eu terminasse a frase e completou:

— Não é só por você, Rose. Sabia que quando ajudamos alguém a estudar faz com que aprendamos mais? Se eu te ajudar, minhas poções vão ficar melhores.

— Tudo bem, Scorpius – ele sorriu com a minha afirmativa, mas completei: - Vou pensar sobre isso e depois te respondo.

— Nossa, ruiva! Porque você precisa ser difícil até pra aceitar uma ajuda? – eu só revirei os olhos quando ele disse isso.

Eu pensei o dia todo sobre a proposta de tutoria. Scorpius estava certo, eu realmente precisava de ajuda pra não ficar com um Deplorável em poções. E precisava da ajuda dele, já que ele era provavelmente o melhor em poções do quinto ano todo. Além do mais, era natural que amigos ajudassem amigos, certo? Entretanto, ele ainda era um Malfoy, embora fosse bem mais legal do que um Malfoy poderia ser. O que ocorre é que cresci ouvindo que não se deve confiar em um Malfoy e abandonar os preconceitos rapidamente não é fácil. Especialmente quando o dito Malfoy muda totalmente de postura sem motivo nenhum. Ok, talvez ele tenha amadurecido e quisesse esquecer as inimizades. Ainda assim era demais, ele estava sendo bem mais do que legal comigo, me oferecendo um favor tão grande como aquele. Meu lado racional não conseguia acreditar que ele estava só cultivando uma amizade. Por outro lado, eu via sinceridade e boas intenções no olhar de Scorpius e, ainda que não fosse lógico, minha intuição dizia que ele não estava armando contra mim. Só que a voz de Ronald Weasley dizia em minha mente: “jamais confie num Malfoy”. Eu não conseguia decidir se devia ou não aceitar a tutoria, estava realmente confusa. Comecei a cogitar pedir ajuda aos meus amigos sobre essa questão. Aceitar ou não aceitar a tutoria de Scorpius Malfoy? Confiar nele ou não?

            Eu podia pedir ajuda a Sophie Forbes sobre este dilema, mas desde que ela começou a namorar oficialmente com Lorcan Scammader, eu quase não a via, pois os dois viviam grudados. E de qualquer forma, Sophie tinha aquela mania de querer formar casais, então ela diria algo absurdo sobre romance e sobre como Scorpius e eu combinávamos e deveríamos ficar juntos. Bem ridículo, eu sei. Sophie era bem obtusa para uma filha de aurores às vezes.

Pensei também em pedir conselhos a Lynsander Scammader, o irmão gêmeo de Lorcan, mas com ele eu não chegaria a conclusão alguma, ficaria ainda mais confusa. Lynsander provavelmente me diria os motivos para acreditar e os motivos para não acreditar em Scorpius, depois faria uma metáfora bastante confusa sobre a conclusão a que chegou. Metáfora a qual eu demoraria muito pra entender – muito mesmo. Lynsander, no terceiro ano, fez um comentário sobre vitórias e derrotas o qual só fui entender realmente quando a Grifinória ganhou a Taça de Quadribol no final do quarto ano. Você deve viver a experiência para entender as metáforas e comparações do Scammader excêntrico, e eu queria uma resposta rápida para o meu dilema, não algo que me fizesse pensar ainda mais. Lynsander estava fora de cogitação.

Eu também não poderia falar com Roxanne, Louis ou Hugo, já que meus primos e meu irmão desaprovavam o simples fato de eu ter me tornando amiga de Malfoy, aceitar a ajuda dele seria o cúmulo para eles. Sim, todo o preconceito e desprezo que eu nutria por Scorpius até o mês passado ainda era mantido pelos outros Weasleys e isso dificilmente iria mudar. Eles iriam dizer que obviamente o loiro estava armando pra mim e me ofereceriam ajuda para azarar ele. Eu não poderia leva-los a serio já que eles diriam isso, não baseados no que Scorpius era, mas sim na hostilidade que os Weasleys aprenderam a ter contra os Malfoys.

Meu primo Tiago Potter também estava fora de cogitação, mas não por ele ter algum preconceito contra Malfoys. Desde que Scorpius e Alvo se tornaram amigos, no primeiro ano, os Potters foram obrigados a superar qualquer ranço que possuíssem contra os Malfoys. Inclusive Scorpius e Alvo sempre visitavam a casa um do outro durante as férias, o que fazia com que Scorpius e Tiago mantivessem uma boa relação. Mas eu não podia pedir conselhos a Tiago, já que Tiago Potter é Tiago Potter e, assim o sendo, é impossível ter uma conversa séria com ele, sobre qualquer assunto. Ele riria e depois faria piada me chamando de nerd, como sempre.

Os meus melhores amigos, Alvo e Alice, também não me ajudariam com o dilema. Os dois sem dúvida diriam para eu aceitar ajuda de Scorpius, mas eles não diriam isso de forma parcial. Alvo, por ser o melhor amigo de Scorpius, confiava nele cegamente e diria para eu parar de ser orgulhosa e aceitar a ajuda. Alice, por ser a pessoa mais do bem que eu conheço e por acreditar facilmente nas pessoas, diria para eu aceitar a ajuda, pois Scorpius estava com a melhor das intenções. “Rose, você já pensou na hipótese de ele estar se tornando uma pessoa melhor? Deixe de ser tão desconfiada”, foi o que ela disse quando comentei sobre Scorpius ter pedido a mim para que ele e eu fossemos amigos. Ela possivelmente responderia a mesma coisa se eu a perguntasse sobre a tutoria.

Então só sobrara a ruiva magrinha que era muito esperta para alguém que só tinha treze anos: minha prima comunicativa demais, Lily Potter. Lily era a única entre meus amigos que poderia me ajudar com aquele dilema. Primeiro, porque por ser irmã de Alvo, ela convivia com Scorpius, mas não era amiga dele o suficiente para ser parcial no julgamento. Segundo, porque ela não tinha o preconceito contra Malfoys dos outros Weasleys. Lily era muito inteligente e me ajudaria a entender toda essa aproximação do Malfoy. Além disso, eu confiava naquela baixinha cegamente, poderia compartilhar todas as minhas indagações com ela.

Só encontrei Lily à noite, na Sala Comunal da Grifinória, jogando uma partida de xadrez-bruxo com Hugo. Comecei a assistir a partida e Lily perdia feio, claro, pois meu irmão era um gênio no xadrez. Quando Hugo finalmente derrubou o Rei de Lily, a ruiva disse irritada:

— Espere só até o Natal chegar, Hugo Weasley, e você irá tirar esse sorrisinho de satisfação do rosto. Tio Rony não vai negar a sobrinha favorita dele umas dicas de xadrez, principalmente quando eu disser a ele que você anda se gabando de suas habilidades no jogo pelos quatro cantos desse castelo.

— E é por isso que você nunca vai me vencer – ele disse depois de rir. – Nem mesmo com a ajuda do papai. O xadrez é uma arte, não se aprende a jogar com dicas — ele disse a palavra com desdém. – Você só vai jogar de verdade quando entender isso.   

 - E você só vai ser legal quando calar a boca. É só um jogo idiota. – ela respondeu fazendo careta pra ele, o que fez ele rir ainda mais.

— Lily, você também precisa aprender a perder com dignidade. É só um jogo idiota, né?

— Está na hora das crianças pararem com a briguinha – eu disse, antes que Lily tivesse tempo de retrucar. – Porque não vai desafiar os fantasmas pra uma partida enquanto eu converso com a Lily, irmãozinho?

Hugo me mostrou a língua e eu peguei Lily pelo braço e a puxei para os dormitórios femininos. Hugo era realmente um saco jogando xadrez, porque ele sempre vencia. Algumas vezes ele vencia até o grande mestre do xadrez-bruxo Ronald Weasley. Desde bem pequenos papai nos ensina a jogar xadrez, mas eu nunca me interessei, achava meio chato. Já Hugo, adorava e ia ficando melhor naquele jogo conforme os anos iam passando. Agora ele jogava perfeitamente bem e adorava desafiar a todos para uma partida, só para mostrar o quão bem ele jogava. Chato. Muito chato. Lily, que era tão esquentada quando Tia Gina, se irritava profundamente quando perdia, o que fazia com que ela e Hugo sempre brigassem depois de uma partida. Enquanto subíamos para os dormitórios, Lily falava sobre o quão metido meu irmão era. Fomos até o dormitório de Lily, que estava vazio, e eu interrompi suas reclamações sobre Hugo.

— Ok, Lily, eu também acho que alguém deva dar uma surra nele no xadrez – eu disse. – Mas agora quero que você me ajude em uma coisa mais importante do que as bobeiras do meu irmão.

— Precisando dos meus conselhos, Rose? – ela perguntou estreitando o olhar. – Quer mais dicas pra fugir do McLaggen?

Sim, Lily era quem me dava dicas pra fugir e pra recusar declarações do meu ex.

— Eu quero que você me ajude num dilema. E não é sobre o Túlio, já aprendi a fugir dele sozinha.

— Graças a mim – ela disse.

— Sim, sim, graças aos seus conselhos iniciais.

Ela sorriu satisfeita.

— Então, prima querida, diga logo o que aconteceu que Lily Potter está aqui pra resolver todos os seus problemas – ela disse, divertida. Eu gargalhei.

— Você parece aquelas videntes charlatãs falando – disse eu.

  - Estou pensando em me tornar uma delas. Acho que posso conseguir uns bons galeões com isso. Já estou até pensando numa frase de efeito.

Depois que parei de gargalhar das palhaçadas de Lily comecei a falar. Ao mesmo tempo em que Lily falava muito, ela sabia ouvir quando era preciso. Então comecei a despejar todas as minhas dúvidas sobre ela rapidamente.

— Você sabe que agora sou amiga do Malfoy, certo? Pois é, somos amigos e tudo isso às vezes ainda parece muito estranho pra mim. Agora sempre que não estou com Alice, estou com ele e com Alvo, e às vezes estou com ele mesmo quando o Alvo não está. Você acha isso bizarro? Eu sei que é, mas não tanto. O Scorpius na verdade é bem legal, muito legal mesmo, agora eu consigo entender porque ele e o Alvo são tão amigos. Então, acho que o Alvo estava certo quando dizia que o Scorpius não é ruim só porque toda a família dele é. Mas antes o Scorpius parecia bem ruim, até o último verão ele e eu nos odiávamos, afinal. Ele sempre falava das minhas sardas e sobre como eu parecia um tomate quando estava com raiva, o que era infinitamente irritante. Só que quando estávamos vindo pra cá, no Expresso de Hogwarts, ele veio com esse pedido totalmente bizarro de amizade, isso me assustou no começo. Eu realmente achei que ele estivesse armando algo, porque ele fez umas perguntas estranhas sobre o Túlio.  Mas de repente ele começou a me dar umas dicas de poções, a me ajudar na monitoria e a ser extremamente agradável. Nem parecia o Scorpius que falava das minhas sardas. Aí ele estava tão legal que eu parei de pensar que ele estava armando algo e me convenci do que a Alice me falou: ele só amadureceu - respirei fundo e continuei. - Eu tinha superado as minhas desconfianças e fui conhecendo ele mais, vendo que ele é realmente confiável. Só que agora ele veio me oferecendo esse favor enorme que até faz sentido que ele me ofereça quando estou pensando no Scorpius meu amigo. Mas quando penso que o meu amigo Scorpius e o Scorpius irritante do quarto ano são a mesma pessoa, esse favor enorme não faz nenhum sentido, porque mesmo que o Scorpius irritante tenha amadurecido, esse favor é legal demais pra ele. Eu quero dizer, tudo bem que ele parece bem sincero, mas qual é? Somos amigos há menos de um mês. Ninguém faz favores tão grandes pra alguém que se é amigo há tão pouco tempo, principalmente considerando que antes nos odiávamos. É estranho, certo? Ou estou sendo paranoica? Só estou sendo preconceituosa por ele ser um Malfoy? O que você acha? Eu aceito a ajuda dele? Diga – Lily olhava pra mim concentrada, seu olhar indecifrável.

— Respire, Rose. Você consegue falar mais que eu quando quer. Inclusive você falou tanto, mas não disse qual o grande favor que o Malfoy está fazendo. Ele se ofereceu pra matar a Walker? Ou melhor... Ele se ofereceu pra matar o McLaggen? – ela disse teatralmente. – Porque se for isso, ele não estará fazendo um grande favor a você, e sim, a toda a Hogwarts. E ele estaria ajudando a si mesmo também, já que ele realmente odeia aqueles dois... Mas diga, qual dos dois ele se ofereceu pra matar?

— Ele não vai matar ninguém, Potter – revirei os olhos. – Estou falando sério.

— Poxa, uma pena. Continue, então.

— Você sabe que meu desempenho em poções deixa a desejar, né?

— Deixar a desejar é um eufemismo, prima. Inclusive a notícia de que você explodiu um caldeirão hoje chegou a mim – ela riu. – Tio Rony não vai ficar nada satisfeito em ter que comprar outro caldeirão.

— Vou ignorar suas ofensas porque entendo que você está andando muito com Tiago, uma péssima influência – suspirei. - Então... Eu estou com grandes chances de conseguir um D nos N.O.M.s, porque não importa quantos livros eu leia, não aprendo nada. Minhas poções parecem cada vez piores.

— E o Malfoy entra nisso onde? – perguntou.

— Ele me ofereceu ajuda. Tutoria. Disse que poderíamos estudar juntos, que ele poderia me ensinar. Não sei se você sabe, mas as poções do Scorpius são sensacionais. As melhores de toda a turma. A Walker até me pôs em dupla com ele na esperança que eu estragasse as poções dele, porque ela não aceita nenhum aluno bom que não seja da Corvinal, você sabe. Mas quando ela viu que nem eu, o desastre ambulante das poções, consegui estragar as poções dele, ela desistiu das duplas. E eu voltei a explodir caldeirões. E o Scorpius disse que quer ser meu tutor. É isso, nessa ordem. Agora me diga o que fazer, Lily.

— Então você está acanhada a aceitar a tutoria por que acha que talvez ele esteja armando algo? Não se preocupe, Rose. Eu conheço o Malfoy o suficiente pra saber que ele é um cara decente. Muito decente. Até mais decente que o Alvo, já que o Scorpius não fica por aí dando em cima de cada garota desse castelo, como meu irmão faz. Ele é tão gente boa que às vezes nem entendo porque ele é sonserino. Então, se é só isso, aceite logo a ajuda porque você precisa muito. Tenho certeza que ele não vai fazer nada contra você.

— Eu também acho que não – respondi baixinho. – Mas isso que me deixa confusa, entende? Se ele tivesse mal intencionado faria mais sentido, eu ia entender melhor porque ele quis começar essa amizade de repente. Mas com nenhuma intenção por trás, não parece muito coerente que ele esteja tão disposto a ajudar alguém que até um mês atrás ele odiava. Não consigo entender e odeio não entender as coisas. – Quando terminei de falar, Lily deu uma risadinha. – O que, qual a graça?

— Eu consigo entender perfeitamente porque ele quer te ajudar- ela disse de um jeito maroto que lembrava muito Tiago.

— Então me diga, por favor, Lily Potter, porque eu preciso entender.

— Te direi – ela disse um pouco divertida. – Mas antes você tem que me prometer que vai aceitar tutoria. Você precisa. Ele vai fazer suas poções melhorarem e te impedir de tirar um Deplorável. Eu sei que você vai se lamentar até 2030 se obtiver um D nos N.O.M.s e eu vou ter que ouvir suas lamentações até lá. Então, me prometa que vai aceitar a ajuda.

— Mas eu preciso entender o porquê de ele me oferecer a tutoria antes de saber se irei aceitar.

— A única coisa que você precisa saber pra aceitar ou não a tutoria você já sabe: o Malfoy não está armando nada contra você. Ele nunca faria algo assim. Isso importa. Só te direi o resto se você me prometer que vai aceitar a tutoria.

— Ai, você é irritantemente esperta pra ter só treze anos, Potter.

— Faço quatorze mês que vem, Weasley. Agora me dê sua palavra ou não te direi mais nada.

Eu me dei por vencida, afinal, ela estava certa. Se Malfoy não estava armando nada contra mim não havia motivo para eu não aceitar a tutoria, certo? Errado. Obviamente, quando eu soubesse das motivações de Malfoy eu não aceitaria a tutoria, já que Lily estava precisando me fazer prometer. Mas minha curiosidade venceu:

— Ok, Lily, você venceu. Prometo que aceitarei que Scorpius seja meu tutor. Dou-te minha palavra, pode até fiscalizar as aulas. Agora me diga logo... Porque ele está sendo tão legal comigo?

— Pense um pouquinho, Rosinha – o tom que ela usava mostrava que ela estava se divertindo com a situação. - Na verdade, ele está sendo legal por um motivo bem óbvio.

— Sem suspense, Lily Luna Weasley Potter. Me diga logo.

— Pessoas são legais com as outras quando surge uma coisa... Um sentimento. Vamos lá, Rose, é bem óbvio.

— Não estou entendendo o que você quer dizer. Se fosse tão óbvio eu obviamente saberia, Potter. Para com a enrolação – eu realmente não conseguia entender onde ela queria chegar. Sentimento!? Que sentimento? Poderia ser pena. Será que Scorpius resolveu me ajudar porque ele tinha pena das minhas poções? Ele não parecia ter pena.

— Não acredito, Rose – ela disse fingindo indignação. – Você consegue ser tão inteligente quanto a tia Hermione, mas as vezes tão obtusa quanto o tio Rony. Está se recusando a ver o óbvio.

— Então diga – eu sibilei. Eu já estava estressada com aquele suspense.

— Rose, prima querida, o Malfoy está sendo tão legal com você, querendo ser seu amigo, seu tutor, porque ele quer ficar perto de você.

— E porque raios o Scorpius quer tanto ficar perto de mim?

Lily abriu um sorriso antes de dizer:

— Porque ele está gostando de você, bobinha. Ele está a fim de você.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo em uma semana, dependendo dos comentários de vocês. Mesmo com os acompanhamentos e favs fico com a sensação de que vocês não estão lendo, então, por favor, comentem.



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