Estado de amor e de sonhos escrita por Camila Maciel


Capítulo 98
Capítulo98




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CAPÍTULO98

Dois meses; esse era o tempo que separava São Miguel e Jaraguá da
realização de seu maior sonho, o casamento. Os dois optaram por uma
cerimônia simples, sem muito luxo, mas que com certeza seria linda,
perfeita como a história dos dois.
Os convites já estavam sendo entregues, tudo estava sendo preparado do
jeito que o jovem casal sonhou desde o início.
Era um domingo à tarde; Camila saiu do banho e encontrou seu marido
deitado na cama, pensativo; grávida de três meses, a enfermeira já
sentia seu corpo mudando, era seu sonho se tornando verdade.
Juntou-se a São José na cama, ele por sua vez, chegou mais perto e
recostou a cabeça no peito dela:
— O que é que foi, meu amor? Preocupado com o quê?
— Talvez a palavra não seja bem essa, minha mulher! Eu estava aqui
pensando na minha filha, a minha Jaraguá, a única das minhas filhas que
não pulou nenhuma fase da vida! Blumenau estava grávida quando foi viver
com o pai da minha neta, Palhoça namorou, foi morar junto mas também não
se casou de verdade, Joinville não teve medo de ser feliz, assumir que
amava outra mulher e hoje vive com ela e o meu neto, mas Jaraguá, Cami,
Jaraguá viveu todas as fases da vida dela, vai se casar de branco, na
igreja como tem que ser!
Camila abriu um sorriso largo:
— E não esquece, senhor meu marido, que daqui a seis meses vem outro,
tá; e meu coração me diz que vem outra menina!
— Você tinha que me lembrar disso? - São José tentou fazer cara de bravo
mas tudo o que conseguiu foi arrancar uma gargalhada de sua mulher -, se
for bonita feito a mãe dela eu vou ter que colocar dois seguranças
de dois metros de altura cada um no portão aqui de casa, enfermeira! Não tenho mais saúde pra
isso não!
Camila continuava rindo muito, imaginando dois seguranças grandalhões no
portão de sua casa:
— Eu ainda lembro da primeira vez que Jaraguá foi jantar na casa do
namorado, Cami; saiu de casa parecia uma princesa, e eu indignado,
dizendo pro prédio todo ouvir que aquele garoto ia se ver comigo se
acontecesse alguma coisa com a minha menina! Florianópolis, tranquila,
serena como sempre tentando me acalmar, sentada no sofá junto comigo,
grávida de São Joaquim!
— Eu imagino o trabalhão que ela deve ter passado com você! - comentou a
enfermeira ainda rindo da situação:
Camila ouviu o toque do celular e se levantou pra pegá-lo no criado
mudo; era uma chamada de voz via whatsapp de Florianópolis. As duas se
tornaram amigas, frequentavam a casa uma da outra:
— Você não morre mais, Florianópolis - a enfermeira atendeu com um largo
sorriso -, estava-mos falando em você agora
— Está podendo falar, Cami?
— Claro; acabei de sair do banho, estava aqui conversando um pouco com
esse meu marido!
São José entrou na conversa das duas, tentando fazer cara de indignado
mas sem sucesso, de novo:
— Esse meu marido, que história é essa, enfermeira? Você tem outro
marido por acaso?
Nem ele mesmo conseguiu segurar a gargalhada:
— Para, São José, deixa eu falar com ela! - Camila se divertia com a
situação:
— Já vi que tem alguém que está impossível, Cami! Estou te ligando pra
ver se você pode vir tomar um café comigo!
— Claro que posso; assim a gente conversa, coloca o papo em dia!
— Eu ando alvoroçada com o casamento da minha filha!
— Eu posso imaginar!
— Florianópolis - São José entrou na conversa, de novo -, eu estava aqui
falando pra Cami, que se ela me der uma filha mulher e a nossa filha for bonita feito
a mãe, eu coloco dois seguranças de dois metros de altura aqui no portão
de casa, entendeu? Você é testemunha!
— Pronto, só me faltava essa agora - divertiu-se Florianópolis -, você
vem, Cami?
— Vou, claro que vou; daqui a pouco eu chego aí!
Camila foi até o apartamento de Florianópolis naquela tarde, as duas
costumavam fazer isso sempre que podiam, sentar, tomar um café e jogar
conversa fora.
As duas estavam sentadas junto à mesa da sala; São Joaquim entrou
correndo, sorridente e foi abraçar a esposa de seu pai:
— E meu irmãozinho, Cami?
— Está aqui, meu anjo; está bem!
— Filho - lembrou Florianópolis -, você não comprou um presente pro seu
irmãozinho ontem no shopping?
— É, mãe - empolgou-se o garoto -, eu tinha esquecido!
— Porque é que você não vai lá buscar então, amor? Pega lá no seu quarto
pra Cami ver!
São Joaquim saiu correndo, com um sorriso maior que ele pra buscar o
primeiro presente que comprou pro irmão que ia nascer. Voltou trazendo
uma caixinha embrulhada e a entregou nas mãos da enfermeira:
— É pro meu irmãozinho, Cami; mas você abre pra ele!
Camila desembrulhou e abriu a caixinha com cuidado; se deparou com um
lindo par de sapatinhos vermelho:
— Ah, meu amor - ela não conseguia negar que estava emocionada -, que
coisa linda! É o primeiro sapatinho dele, sabia?
— Será que ele vai gostar, Cami?
— Ele já gostou, meu pequeno! Você sabia que aqui, de dentro da minha
barriga ele já sabe tudo o que acontece aqui fora? Pode ter certeza que
ele ficou muito feliz com o presente!
— Leva pro meu pai ver também, Cami!
— Claro que eu vou levar; vou colocar lá no quarto do seu irmãozinho!
São Joaquim saiu da sala dizendo que ia brincar em algum lugar;
Florianópolis olhou fixamente o par de sapatinhos que ainda estava nas
mãos de Camila:
— Fomos no shopping ontem, Cami; ele pôs os olhos nesses sapatinhos e
enquanto nós não entramos na loja ele não falou em outra coisa
— Eu acho ele tão parecido com São José, Florianópolis, não só na
aparência física mas no jeito também! No jeito de andar, de falar, de se
portar!
— Dos meus cinco filhos, ele e Jaraguá são os que mais se parecem com
o pai!
E a vida prosseguia para essa família; o casamento de Jaraguá se
aproximava e não se falava em outra coisa. A moça se casaria como sempre
sonhou, com seu primeiro namorado, o homem que ela amava, o homem que
ela escolheu pra viver a seu lado o resto da vida.
As crianças entraram em férias de julho, Içara aproveitou pra curtir
a avó, as tias e o pai, já que Blumenau não conseguiu se ausentar da
empresa. Chapecó e Joinville viajaram com o filho, ficaram fora por duas
semanas, e quando chegaram, receberam da mulher do porteiro a notícia de
que o apartamento que ficava de frente para o seu finalmente foi
ocupado pelos novos moradores.
Era segunda feira; as férias terminaram, tudo estava voltando a o
normal. Chapecó e Joinville deixariam o filho na casa da avó naquela
manhã por causa de um problema pessoal da babá; as duas saíram de casa
com o pequeno, que foi correndo na frente e chamou o elevador. Demorou
um pouco para que a porta se abrisse; naquele exato momento, São
Lourenço deu meia volta e abraçou-se à cintura de sua mãe de coração,
Joinville, que correspondeu ao abraço do filho. A porta do elevador se
abriu, revelando algo que as duas jamais imaginavam. Duas mulheres
estavam ali; uma delas de cabelo longo, olhos verdes e um olhar sereno;
a outra, a outra representava um tempo que Chapecó lutava pra esquecer,
Itajaí, seu pior pesadelo estava ali, dentro do elevador.


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